29 de dezembro de 2017

Trigésima segunda leitura..


Olá, anônimo leitor!

Término de mais uma leitura! Ah King chegou ao fim dia 27. Esta foi a segunda leitura deste livro, e não deixou à desejar! Na segunda história A Porta da Oportunidade - que eu acho fascinante tanto pela descrição do local como pela vida dos personagens antes do clímax -  eu não conseguia lembrar de nada da narrativa. Eu fiquei intrigada e não consegui deixar o livro antes de saber do que se tratava. Vencida pelo sono do meu marido, precisei abandonar a leitura para o dia seguinte. 

Durante sua viagem para Bornéu, Indochina e Sião, Maugham encontrou um criado de caráter interessante: pouco mostrava entusiasmo ao seu patrão e, ao despedir-se, sentiu-se demasiadamente triste com a separação. E, por tão singular personagem, o título do volume foi "batizado" com o nome do criado: Ah King. 
Algumas narrativas acontecem em primeira pessoa - muito comum em Maugham.  O livro compõe seis histórias (além de Ah King), todas referem-se a relacionamentos: traições, incesto, celibato, amizade e conversão.

Os relacionamentos em Maugham são intensos e simples. Seus personagens mostram-se em singulares situações em um ambiente propício para tal situação. 
Suas histórias acontecem fora da terra natal do seus personagens; em um lugar quase inexplorado, apenas com o comércio limitado pelo nativos e poucos conquistadores. Trata-se de uma nova terra que está sendo explorada e, sendo assim, gerando uma forma pessoal de lidar com a sociedade - apesar de alguns hábitos antigos serem rigorosamente praticados.

Para terminar, deixo um link de uma publicação antiga sobre esta leitura. 
E, ontem, foi dia de recomeçar mais um Maugham, O véu pintado.




21 de dezembro de 2017

Trigésima primeira leitura..



Olá, leitor !! 

Dezembro é o mês escolhido para eu ler William Somerset Maugham. 

O primeiro escolhido foi Um Gosto e Seis Vinténs. E eu gosto desse livro somente pelo final dele. Depois que o personagem foco sai de cena e, a história dele é contada por terceiros.. é a melhor parte. 

Mas deixe-me apresentar a história: este livro é baseado na vida do pintor Paul Gauguin, pintor pós-impressionista do século XIX. Claro não é a história fidedigna pois Maugham inventa personagens e situações para encorpar seu livro. 
Cansado da sua vida burguesa, Charles Strickland abandona a família depois das férias e vai para Paris para estudar e criar a sua arte. 
De humor agressivo e sem quase nenhum dinheiro, ele vaga pelas ruas de Paris em busca de inspiração, comida e para desprezar os que o tentam ajudar. 
Incomoda-se com o fato de não conseguir chegar ao ápice da arte - exaspera-se por não encontrar o âmago da sua inspiração - tateando cego em seu caminho.
Decidi-se deixar Paris e vai para Marselha e deixa de existir qualquer conhecimento substancial sobre ele. Por acaso, durante a composição de um livro, o narrador personagem passa pelo Taiti e descobre que Strickland é conhecido naquelas paragens. Soube, através de outras pessoas, como o pintor se comportou, com quem socializou ...

Esses personagens são fantásticos; simples e verdadeiros: vivem suas vidas da forma mais franca possível. E os nativos - chamados pelos conquistadores de "preguiçosos" vivem da caça, de frutas que colhem e em casas modestas: vivem com o simples da vida e são felizes - quando há a morte, enterram e continuam seus dias até chegar a sua vez. 

O título original deste livro "The Moon and Sixpence" é resposta à um crítico sobre a obra principal de Maugham "Servidão Humana" que disse que o protagonista olhava para a Lua e não via os vinténs que estavam aos seus pés. 

Para mim, Maugham sempre deixa um gosto de "quero mais".. por isso, ontem mesmo, comecei a leitura de Ah King .. um xuxu de leitura! 



17 de dezembro de 2017

Trigésima* leitura..

"Não, mãe, sou eu, a Ingrid!"

Olá, matutino leitor!

Fim de mais uma leitura!

E, este livro chamou minha atenção desde o primeiro que caiu em minhas mãos - durante a negociação de compra lá no sebo. A importância aconteceu porque eu lembrara da soltura desta refém, durante a transmissão televisiva. Eu lembro de pensar: Caramba, seis anos presa!
E, depois, a esqueci.

Passou-se um tempo e, enquanto eu estava lendo uma reportagem em uma revista, eu li sobre um outro sequestrado das FARC que dizia que havia perdoado seus algozes - pois do contrário não conseguiria viver (com ódio no coração). Achei a matéria singular e logo esta me remeteu ao livro de Ingrid Betancourt - que ainda estava na prateleira à venda. Comecei a lê-lo, sabendo que, de uma hora para outra, ele poderia ser tirado de mim por algum cliente da loja. 
Precisei interromper a leitura (pois minha encomenda chegara) e o livro voltou para a prateleira. 
Por sorte, em Dezembro do ano passado ele ainda estava na prateleira e eu o comprei para mim. E, ontem, a leitura foi terminada.

A leitura é fascinante. Eu não entrarei no questionamento político da situação; apenas comentarei sobre a condição irracional do ser humano. 
Muitos são os relatos que mostram que os próprios sequestrados se viraram contra seus semelhantes para mendigar algum benefício próprio: água, mais tempo para o banho, um caderno, mais comida (de aparência duvidosa)...
Eu não vou apontar o dedo e ditar menosprezos para estes, pois eu também sou humana e não vivi a situação deles. Mas, mesmo assim, vi um ser humano egoísta capaz de tudo para viver somente para si em detrimento à outros. 

Há uma citação no livro que chamou minha atenção sobre o assunto:
Os chulos* podem gastar tudo o que quiserem com aviões e radares para procurá-la. Enquanto houver oficiais corruptos, sempre seremos** os mais fortes! Veja só, está zona onde estamos encontra-se sob o controle militar. Tudo o que se consome aqui ser justificado, deve-se indicar quem são os beneficiários, o número de pessoas ir família, os nomes, as idades, tudo. Mas basta haver um que queira um dinheirinho extra no fim do mês e todo o plano deles vai por água abaixo. Não é só o baixo escalão que faz isso! Não é só o baixo...
*militares; **FARC
Basta apenas um. E não o "um" político corrupto; é o "um" ser humano, desprovido de senso moral ético. O ser humano não sabe medir sua capacidade de ser mesquinho - tudo parecerá normal: é normal receber suborno, é normal não devolver o troco recebido à maior, é normal trocar o preço dos produtos no mercado, é normal desde que "eu" seja o beneficiário.

Há partes que chamaram minha atenção em especial como o nascimento de Emmanuel, a morte de Pinchao, o momento em que Ingrid foi vítima de uma agressão - o que eu julgo ter sido um estupro..

O livro é muito bom, nas condições que eu propus a ler. Se houve romance entre Ingrid e outros sequestrados: eu não estou nem um pouco interessada. A história desta mulher é muito mais relevante do que sua situação amorosa em um cativeiro.

Omnia Vanitas. 💀



* A vigésima nona leitura foi "La rentrée du Petit Nicolas" de Sempé e Goscinny, e não foi feito publicação neste blog. ✌

25 de novembro de 2017

Thelma e Louise..



Olá, novamente, leitor! 

Deixe-me escrever agora sobre este filme que eu nunca havia assistido e, agora, já o assisti duas vezes: Thelma e Louise.

Eu achei fantástica esta história. 

Duas mulheres decidem passar o final-de-semana longe dos seus companheiros: Thelma vive um casamento e Louise um namoro e ambas estão frustradas com seus respectivos parceiros. 
Malas prontas, selfie tirada e pé-na-estrada! 

Primeira parada: um bar para relaxar antes de seguir viagem. E foi aí que tudo começou a sair do plano original. 
Thelma é assediada e quase estuprada. Louise, em defesa e em fúria, atira no canalha e o ditocujo morre. 

Agora é uma corrida para fugir da Lei. Caminho: México... e Brad Pitty no caminho.

Eu gosto deste filme porque ele não é um drama melabobo de duas mulheres que choram a sorte durante a trama. Claro que há o desespero pelo ocorrido, mas um plano é colocado em prática e assim segue. A amizade muito bem desenhada - para o meu gosto; não existe choramingo sobre isso ou aquilo. Há discussões, palavras grosseiras dos momentos insanos - evento superado e o plano segue em frente! A amizade continua sem drama. E, quando tudo dá errado de novo: um novo plano é feito.

Depois de se despojarem da maioria das coisas, a vestimenta, também, é alterada. Thelma esquece os vestidos rosas e Louise de se manter maquiada. A estrada muda o ponto de vista: pressa e discrição são urgentes. 

E o final? Eu adorei! Nada poderei ser como antes - e não deveria ser. 


Vigésima oitava leitura..


Olá, leitor anônimo!

Ontem, eu terminei mais uma leitura.  Já fazia algum tempo que eu precisava colocar meu francês em andamento. E, por pura negligência, fiquei dois meses sem uma leitura substancial da língua - o que atrasa todo meu processo de aprendizagem do idioma. Mais..voilà! Comecei a leitura do livro de Sempé e Goscinny Joachim a des ennuis: une aventure du petit Nicolas ! Foi a primeira leitura deste volume. E, ao procurar algo sobre o livro na internet, descobri que este não é mais o título original; ao encontrar um coffret com sete livros contendo catorze aventuras do pequeno Nicolau { C'est chouette!! ... malheureusement, le coffret n'est pas publié là!  😭 } neste coffret o livro "Joachim a .." foi substituído por "Le Petit Nicolas a des ennuis" - e o primeiro capítulo continua sendo o primeiro título do livro. 
Realmente, quando eu comprei esse livro, imaginei que seriam histórias sobre o Joachim - com algumas participações do Nicolas. Porém, o contrário é o correto. Joachim aparece tanto quanto os outros amigos de Nicolas. 

Neste enredo o problema começa com Joachim ganhando um irmão. Todos se assustam com a vinda de um novo membro na família do amigo, e entendem quais serão os sacrifícios que o pobre Joachim deverá fazer por causa do irmãozinho. 
Depois deste primeiro susto, as aventuras são fora deste foco - e tão divertidas quanto a primeira! 

Quando aluguei o primeiro livro sobre este personagem (La Rentrée du Petit Nicolas), a bibliotecária me avisou que os outros livros não eram tão engraçados quanto este. Anônimo leitor, ela esta enganada. Li apenas dois livros depois do primeiro, e ambos me deixaram tão satisfeita quanto a primeira leitura! Nicolas e seus amigos são muito divertidos e cheios de manha. Impossível não se divertir com essa turma. 
Há edições traduzidas para o português, e eu recomendo à você, leitor. É uma leitura bem descontraída que leve quem o lê às lembranças das brincadeiras da infância e as traquinagens. Dê-se o prazer de conhecer le petit Nicolas..







23 de novembro de 2017

Le Petit Nicolas .. le film


A primeira vez que ouvi sobre este menino foi em uma aula de francês, quando eu morava em Joinville e escudava na Aliança Francesa. 

Com a mudança de cidade, eu descobri uma biblioteca francesa que tinha alguns livros deste personagem. E, desde a primeira leitura, eu me apaixonei pelo menino.

Nicolas e seus amigos estão sensacionais neste filme de 2010. 
A trama é composta de aventuras de diferentes livros: como eu tenho apenas três leituras - identifiquei "La Rentrée du Petit Nicolas" e "Joachim a des Ennuis" (leitura atual). Eu, também, li "Les Vacances du Petit Nicolas" mas não houve nenhuma referência sobre este livro (que eu tenha notado).

Tudo no filme é encantador, minha única frustração foi encontrar o filme apenas na versão dublada. Adoraria ouvir essas figurinhas na língua materna.

Como já escrevi, o enredo engloba alguns livros mas a história é muito bem encaixada; e uma das minha cenas preferidas de "La Rentrée.." é encenada. "Les Invincibles" se encontrarão em um terreno baldio para uma reunião e a palavra secreta deve ser dita: "Courage Indomptable" e claro que o Clotaire esquece a senha e o "porteiro" é Alceste (e sua fome).{versão do livro}. Infelizmente, no filme, Alceste n'était mager pas son petit pain au chocolat.
Apesar do meu personagem preferido ser o Alceste (depois do Nicolas, é claro), eu comecei a gostar muito do Clotaire.

O filme conta que Nicolas sente que seus pais o querem longe, depois da suposta gravidez da sua mãe. O enredo está em torno do que fazer para evitar que ele seja banido de casa.
Muita confusão, gritaria, manha e risada garantida quando a turma está reunida para ajudar o pequeno Nicolau! 

Recomendo, e ainda quero assistir este filme na língua original (e um dia, sem legenda em PT).

15 de novembro de 2017

Vigésima sétima leitura..


Olá, leitor anônimo!
Fim de mais uma leitura! E fim, também, dos clássicos de Jane Austen - este ano. 
Terminei com o primeiro livro publicado desta inglesa renomada: Razão e Sentimento (ou Sensibilidade, como queira).

Este é o meu livro preferido da Jane Austen. Mesmo que Orgulho e Preconceito me roube mais suspiros, este é o meu xodó.

O enredo conta a história conforme o site da Saraiva.com :
As irmãs vivem em uma sociedade rígida, e ambas tentam sobreviver a esse mundo cheio de regras e injustiças. Tanto a sensível e sensata Elinor como a romântica e impetuosa Marianne se veem fadadas a aceitar um destino infeliz por não possuírem fortuna nem influências, obrigadas a viver em um mundo dominado por dinheiro e interesse. As duas personagens passam por um processo intenso de aprendizagem, mesclando a razão com os sentimentos em busca por um final feliz.
Enquanto Marianne vive os arroubos sentimentais de todo gênero, Elinor é a sensata das três irmãs - sim, ainda há Margaret, mas ela é apenas um personagem.

Sendo Elinor a minha personagem preferida, deixe-me granjear mais elogios para esta protagonista.
Entre as mulheres símbolos dos seis romances (completos e publicados) de Jane Austen, Elinor Dashwood é a heroína que não precisa ser remendada para completar o final de trama. Enquanto Elizabeth Bennet precisa sofrer com seu preconceito em relação a Mr. Darcy, Emma precisa corrigir sua atitude para ser completa, Catherine precisa superar suas desilusões e Anne - até mesmo Anne Elliot precisou rever seu conceito para não se deixar guiar pelos outros; Elinor Dashwood permaneceu Elinor do início ao fim da trama.
Talvez, atento leitor, você tenha percebido que não citei Fanny Price - ela poderia rivalizar com a mais velha das Dashwood, mas eu não sou admiradora do seu temperamento tímido e sem atitude (mas louvo sua persistência em manter-se firme ao seus ideias).

Elinor é uma mulher muito moderna - até para os dias atuais. Ela mantém seu bom senso acima de tudo. Sofre sem fazer drama. Aconselha na hora que é necessário e analisa as palavras para não ser equivocada. Ela é perfeita.
Há uma passagem - das muitas - que citam o caráter de Elinor:
E tudo isso aconteceu numa época em que, como você sabe muito bem, não era esse meu único desgosto. Se me acha capaz de alguma vez ter sentido... Certamente deve supor que sofri então. A tranquilidade que consigo ter agora para analisar o assunto, a consolação que estou desejosa de me conceder, foram o efeito de constantes e dolorosos esforços... que não brotaram espontaneamente... que não ocorreram desde o início para aliviar meus sentimentos... Não, Marianne! Naquela época, se eu não tivesse sujeita ao silêncio, talvez nada me tivesse impedido... nem mesmo o respeito que devo aos meus amigos mais caros... demonstrar abertamente o quanto eu era infeliz.
Este autocontrole que eu gosto em Elinor. Saber ponderar, estar em silêncio e pensar com justeza no ocorrido; medir o quanto pode-se ofender a felicidade de alguém impondo a própria infelicidade ou vice e versa. Existe nesta personagem uma atitude de meditar antes de expor um assunto importante que pode alterar um círculo social. Pouco pensa-se no poder real de uma palavra mal colocada; fala-se em arrepender-se do que foi dito, mas pouca alteração há neste comportamento. 
Atualmente, tudo é jogado na internet: pouco é medido antes de ocupar a grande rede; pois não parece correto segurar uma emoção - todos tem saber: sofrer ou ser feliz - tudo precisa ser mostrado e compartilhado com tantas outras pessoas que não sabemos o quanto pode ser perigoso o resultado final.  A intimidade não é preservada. 
Somos todos Marianne. 

10 de novembro de 2017

Chesapeake Shores..


Olá, leitor anônimo!

Estou aqui para escrever sobre uma série que estou assistindo: Chesapeake Shores
Trata-se de uma família, os O'brien, que moram na cidade homônima. 
Pais divorciados, cinco filhos (três mulheres e dois rapazes), sogra, filhas, amores partidos e outros problemas pessoais, filho rebelde, filha bem sucedida etc e tal. Para o meu gosto é uma série muito água-com-açúçar, com diálogos bobos e clichês - muitas vezes me pego virando os olhos quando ouço uma delas, os personagens não me cativam ..., mas ainda assim eu gosto de assistir. 

Chesepeake Shores é uma cidade pequena e muito linda. Tem uma panificadora tradicional, uma livraria encantadora ❤, a casa da família tem um jardim lindo, na casa da mãe há uma estante de livros que me deixa apaixonada, a pousa da filha mais nova é perfeita, a casa da filha escritora é um sonho de uma noite de verão - e com uma máquina de datilografia. 
Por essas razões eu assisto esta série. A séria me faz lembrar dos livros da Rosamunde Pilcher que eu lia durante a faculdade de Letras (eram meu escape); as paisagens escocesas me faziam viajar e me apaixonar em cada página. Ainda guardo um exemplar, minha primeira compra Flores na Chuva - um livro de contos; e, O Dia das Amoras Pretas é o meu preferido.

Chesapeake Shore está na segunda temporada na Netflix e...eu adoro (apesar..).


7 de novembro de 2017

Vigésima sexta leitura..


Ler Orgulho e Preconceito é sempre um grande prazer.

Os personagens são cativante: tolos, alegres, presunçosos ... e cheios de orgulho e preconceito.

Talvez, algumas pessoas encarem este livro como um romance açucarado e com um ícone masculino que leva os leitores ao delírio. Porém, Jane Austen tocou em pontos fortes da sua época: a presença substancial da mulher, a questão financeira como ponto importante nos relacionamentos conjugais, a importância títulos hereditários etc.
A sagacidade de Elizabeth Bennet ao negar o pedido de casamento do primo, o direito a hereditariedade somente dos homens, a questão do casamento por conveniência e outros pontos que foram vividos pela escritora são  colocados neste romance. Talvez seja irrelevante para o leitor deste século ler sobre estes temas; mas eu discordo. Os personagens, ao contrário do que alguns filmes homônimos podem passar, estão além do mocinho e da mocinha, além da função de chegar ao casamento como meta.
Os personagens são atuais em suas personalidades: é fácil você reconhecer Elizabeth Bennet, Mr. e Mrs. Bennet, Mr. Collins, Mary, Jane, Lady Catherine e outros como vivendo em nosso meio.
E, se for para refletir sobre o casamento: nos dias de hoje o que mais é cobrado de um ser humano é um relacionamento afetivo com o próximo. Casamento - ou use a nomenclatura que preferir - é um tema muito atual e, encontrar um consorte é, no fundo, o que todo mundo mais quer - se não, você é Mary Bennet - e ainda sim tem seu papel no romance.

Julgar um romance como algo somente para um determinado grupo é incoerente quando o leitor não está aberto para uma leitura real do romance.

Mas o mais saboroso do romance, para mim, é a ironia que Jane Austen utiliza em seus romances. É uma comédia da vida privada que nos remete ao nosso próprio ridículo.

Omnia Vanitas. 💀



28 de outubro de 2017

Vigésima quinta leitura..


Olá, leitor! 

De tempos em tempos eu consigo adicionar ao meu acervo livros que fizeram parte da minha infância. E, Maria Gripe compôs meu imaginário infantil.
Em agosto, quando em um dia de folga eu precisei ficar de repouso durante todo o dia por causa de um mau-estar do corpo, eu lembrei de Maria Gripe. E, buscando pela autora eu descobri o título do livro que estava - há anos -  tentando recordar o título: A Filha do Papai Pelerine. Quando vi a capa, o retrato da leitura veio à minha mente: a nostalgia de estar lendo este livro e o quanto este livro foi querido para mim. As missivas trocadas pela menina me remeteu a tantas cartas que troquei com amigos tão queridos para mim - e o que me lembra que não posso mais negligenciar tal ato perante estes entes queridos. A natureza e a solitude do lar da menina é de uma riqueza atraente até hoje. 
Logo no início do mês seguinte, comprei um exemplar para mim - e, antes de iniciar a minha leitura atual (Orgulho e Preconceito), eu resolvi ler de outro dia de folga. 

Então, nesta semana eu reli - depois de mais de duas décadas - A Filha do Papai Pelerine.
E, eu pude perceber aquilo que eu amo hoje: natureza como algo sublime, trocar cartas com amigos, a solitude como algo benéfico para conhecer a si mesmo.., e, até hoje eu não tinha compreendido a real importância das linhas leituras infanto-juvenis e o grau de importância que tiveram no meu aprendizado. 

O enredo conta a história de uma menina que mora em uma floresta com seus irmãos gêmeos. Sua mãe é marinheira e o pai lhe é desconhecido. Sozinha, ela busca pelo sustento dos irmãos em meio a uma sociedade que a descrimina por ser pobre e abandonada; a única companheira é uma senhora que mora poucos quilômetros de sua casa e um velho - com que não fala, apenas recebe comida ou guloseimas.
Luela, a protagonista, despreza os benefícios que lhe prestam aqueles que o fazem por obrigação. Sua personalidade forte e decidida a leva a conhecer a sua própria felicidade e as convenções sociais. 
Certa vez, a menina recebe uma carta da mãe avisando que chegará alguém para buscar os gêmeos e  a ela para morarem na cidade até o retorno desta da América - onde ficará por um ano até fazer a fortuna que ambiciona para cuidar dos seus filhos são precisar de outros.
E, durante este período, Luela aprende mais sobre seus sentimentos, delimita seus anseios e aceita sua realidade sem drama.

Sobre a autora:

Maria Gripe é uma renomada escritora sueca (1923 - 2007) que constrói um mundo compreensível para o leitor.  Nesta publicação, afirma-se o seguinte:
Maria Gripe sabe como ninguém simbolizar a luta da criança por sua afirmação individual no contexto da sociedade que vive. A leitura de seus livros faz com que nasça uma grande identificação entre as crianças-leitoras e as crianças-personagens.
Gripe tem mais de trinta livros publicados e alguns prêmios pela publicação de suas obras fascinantes. Entre os mais conhecidos está a trilogia Josefina e Hugo - que conta a história de dois órfãos.

Despeço-me recomendando aos adolescentes de todas as idades esta leitura.



25 de outubro de 2017

Vigésima quarta leitura..


Olá, anônimo leitor! 

Fim de mais uma releitura!
Sei que fiquei devendo os apontamentos de Emma, mas preferi permanecer com o que já havia escrito sobre a leitura.

E, agora, Mansfield Park.

Antes, deixe-me contar minhas memórias de leitura com este livro. Primeiramente, ele é um presente de Natal de uma amicíssima minha; e a frase que ela usou ao presentear-me foi: Eu não sabia o que comprar, então comprei um livro da Jane Austen.
Naquela época eu tinha apenas os livros Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade e eu estava numa vibe de clássicos históricos - esta é a justificativa para ela não saber se eu iria gostar de ganhar um livro da Jane Austen. Eu parei a leitura de O Corcunda de Notre Dame e mergulhei em Mansfield Park. A minha resposta para o presente foi: Eu estava com muita vontade de ler Jane Austen!
Ainda nesta primeira leitura, que aconteceu no verão de 2003, eu estava voltando do trabalho e uma chuva torrencial caiu sobre a cidade. Joinville, a cidade que eu habitava, tem um rio no centro do município que, seja com a subida da maré ou com chuvas constantes - ou a junção destas situações - o terminal de ônibus central fica inundado. E foi isso que aconteceu naquela chuva.
Para meu alívio, encontrei um banco, cruzei as pernas e fiquei lendo por volta de três horas e, a passagem que marcou este dia foi quando Mr. Crawford afirmou que gostaria de se tornar clérigo. Eu ri sozinha - rodeada por água suja de enchente.
E, a segunda leitura eu a recordação que foi quando estava lendo Mansfield Park que eu fui mergulhar em um domingo com outros amigos. Foi um ótimo dia.

Continuando agora com as impressões de leitura.
É incrível como nenhum personagem consegue me cativar. Na maioria das vezes, eu tenho vontade de bater em todos. Pais negligentes, filhos negligentes, vizinhos negligentes, tios negligentes - a tia Norris é uma bruxa... e a protagonista é muito pacífica. Ler Mansfield Park depois de ler Emma talvez não me ajudou a gostar do caráter silencioso de Fanny Price. Mesmo que eu leia Orgulho e Preconceito antes, os créditos para Fanny não aumentam. Mas não posso culpá-la. 
Enquanto as demais heroínas são donas de sua própria vida, a senhorita Price é uma órfã de pais vivos que mora de favor na casa dos parentes abastados e que poucas vezes sentiu-se querida em seu meio. 
Mas nem tudo está perdido. O que a falta de habilidade em discursar tem de menor, a capacidade de observar e refletir e permanecer é marcante em Fanny. Suas conclusões são ponderadas de maneira exemplar, mesmo quando vai contra os seus desejos: como achar civilidade e redenção em Mr. Crawford.. e meio minuto a mais a salvou de uma premeditada tragédia. E essa é a única parte do caráter de Fanny que me atraia: ela pensa, ela sabe utilizar o tempo que tem para saber onde estar e como avaliar. Prudente em suas reflexões e ações e não tardia em exprimir o que pensa de maneira a ser compreendida.
O contrapé da personalidade desta heroína é que ela não se vê com grande valor. A saúde dela é frágil - é a única protagonista de Austen que tem essa fraqueza. Ela não reconhece o seu valor - sempre está tirando o mérito que tem perante os outros por ser pobre; em contraponto, ela sabia que o caráter dos outros membros era mau - e, nem assim, ela se achava superior. 
Eu não quero qualificá-la com a necessidade de ser arrogante em si, mas um pouquinho de amor-próprio não faria mal.



15 de outubro de 2017

Estou lendo Mansfield Park..



Olá, leitor..

Estou, ainda, no início desta releitura de Mansfield Park; e estou confusa. 
A minha edição é com tradução de Mariana Menezes Neumann pela Best Bolso e, estou confusa com algumas sentenças da narrativa. 

Nesta tradução que tenho e minha última confusão foi  no seguinte trecho:
Agora não teremos mais estradas ruins, Srta. Crawford; as nossas dificuldades terminaram. O restante do caminho é mais agradável. O Sr. Rushworth cuidou da estrada desde que herdou a propriedade. Aqui começa o vilarejo. Esses chalés estão em estado deplorável. A torre da igreja é conhecida por sua beleza excepcional. Fico satisfeito com o fato de a igreja não se tão próxima à Great House, como geralmente ocorre em lugares antigos (...).
Eu não entendi o "Fico satisfeito". Edmund estava do lado de fora, o Sr. Crawford estava sentado ao lado de Julia - e não conhecia a região para declarar as mudanças ocorridas desde que a herança chegou às mãos do Sr. Rushworth, e guiava a charrete. Quem foi o homem que conversava com a senhorita Crawford?
Alguns diálogos, como este, não ficam coerente para mim. Então, procurei outras traduções na internet.

A tradução seguinte é de Vera Sílvia Camargo Guarnieri
Agora não teremos mais estradas difíceis, Miss Crawford. Nossas dificuldades terminaram. O resto do caminho é como deveria ser. Mr. Rushworth cuidou disso assim que recebeu a herança. Aqui começa o vilarejo. Esses chalés são mesmo uma desgraça. A agulha da torre da igreja é considerada extraordinariamente bela. Fico feliz pelo fato de a igreja não se encontrar demasiadamente perto da casa grande, como acontece com frequência em lugares antigos (...).
E esta última tradução é de Rachel de Queiroz, escritora brasileira:
Agora não teremos mais estradas ruins, Miss Crawford; estamos salvas. O resto do caminho é ótimo. A primeira coisa que Mr. Rushworth fez ao tomar posse da propriedade foi consertar a estrada. Aqui começa a vila. Aquelas cabanas são realmente uma lástima. A torre da igreja é tida como uma das mais belas. E é bom que a igreja não esteja tão perto da casa grande como geralmente acontece nesses lugares antigos (...).
E esta é a versão original:
Now we shall have no more rough road, Miss Crawford; our difficulties are over. The rest of the way is such as it ought to be. Mr. Rushworth has made it since he succeeded to the estate. Here begins the village. Those cottages are really a disgrace. The church spire is reckoned remarkably handsome. I am glad the church is not so close to the great house as often happens in old places (...).

Eu acredito que talvez tenha a frase tenha sido dita pela tia Norris. Mas ainda não sei ..

Eu não tenho a pretensão de aprender a língua inglesa para ler os clássicos ingleses que eu aprecio. Coloco minha esperança nas traduções para minha língua materna. 

2 de outubro de 2017

Vigésima segunda leitura..



Mais um propósito de leitura concluído. 
E, sem pretensão de ser uma leitura rápida, assim o foi A Abadia de Northanger, de Jane Austen.

Nesta obra, a senhorita Austen conseguiu unir vários personagens tolos; desde a protagonista até a maioria daqueles personagens que socializam com ela. 

Catherine Morland é uma menina inocente e tola que encontra refúgio na leitura de romances. Seus pais - como a maioria dos pais austenianos - são ignorantes e possuem dez filhos que educam da mesma maneira; e nem todos são belos. Catherine é uma exceção bem fraca. 

Se você, atento leitor, leu a publicação anterior, consegue perceber que a heroína de A Abadia de Northanger é completamente diferente daquela em Persuasão. Na verdade, Catherine Morland é diferente de todas as protagonistas dos romances de Jane Austen: enquanto Anne Elliot é a mais a mais paciente, Emma Woodhouse a mais rica, Fanny Price a mais introspectiva, Elizabeth Bennet a mais sagaz e Elinor Dashwood a mais sensata; Catherine Morland é a mais tola delas.  E, na minha opinião, noventa por cento dos personagens me dão "vergonha alheia".

A trama acontece na cidade Bath, onde a protagonista é levada para passar férias em companhia de um casal de vizinhos de seus pais. Tudo é novo para Catherine: pessoas, casas, lojas, bailes etc. A falta de percepção nesta personagem seria um martírio para a observadora de Mansfield Park

A Abadia de Northanger é uma história repleta de ironias: sobre a leitura de romances (principalmente os de gênero gótico), sobre a ganância, sobre paqueras e amizades. Jane Austen ri de tudo o que lhe convém. Neste romance, a autora ironiza a criação de personagens heróinas: como devem se comportar, como devem sofrer e se apaixonar. 

29 de setembro de 2017

Vigésima primeira leitura..


Fim de mais um releitura!

Este livro tem marcas de momentos importantes na minha vida:

- a primeira leitura foi durante minha internação e recuperação da cirurgia de apendicite que fiz (13.02.12 - 23.02.12)
- a segunda leitura aconteceu no mesmo ano, e foi quando fiz minha primeira tatuagem no braço (19.12.12 - 30.12.12)
- a terceira leitura, e mais significativa, foi quando conheci meu marido. Eu lembro que ele assistiu ao filme homônimo só para saber que tipo de leitura é Persuasão. E, a frase que escolhi para nosso convite de casamento é: 
Não somos mais tão jovens a ponto de nos irritar por uma bobagem, enganar pelos acasos de qualquer instante e a ponto de brincar descuidadamente com nossa própria felicidade.

Cheguei ao fim desta quarta leitura (23.09.17 - 29.09.17) muito mais satisfeita do que quando o li a cinco anos e meio atrás. (rs).  

Anne Elliot é uma mulher madura. E esta característica não lhe compete somente pela idade de vinte e sete anos, mas por seu intelecto chegar à esta fase. 
Enquanto as outras heroínas de Jane Austen não chegam nem a completar vinte e dois anos de vida, Anne Elliot é a personagem que faz exceção à regra. 

Persuadida a não se casar quando tinha dezenove anos, a protagonista vive, oito ano depois, o reencontro com seu ex-noivo. E ao se ver revisitada por essa paixão, Anne mostra que sua personalidade não é fraca, seus motivos não são fúteis e sua constância não é teimosia.
Ela não se entrega ao desespero ou se torna vítima de si mesma, e não condena outros pela decisão que tomou no passado. Ela é plena em si. Sua vida de solteira não é triste, sua família lhe proporciona experiências diversas e, principalmente, ela conhece a si e não tenta viver de outra forma.

O enredo inicia com a mudança da família de Anne - que habita Kellynch Hall, uma área rural - para Bath, um centro urbano. E o novos moradas desta abastada casa é um casal que tem parentesco com seu antigo noivo, o capitão Frederick Wentworth.
Durante a trama, é fácil distinguir os sentimentos de Anne, sua ânsia pelo primeiro encontro com o capitão e a reação dele ao reencontrá-la, descobrir o que ele sente e tudo mais. Tudo é Anne Elliot. Somente no final, o capitão terá voz para dizer, em menos de um capítulo, tudo o que se passou com ele desde o primeiro encontro até aquele momento: 
Não teria aguardado nem sequer esses dez dias se pudesse ter lido seus sentimentos como acho que a senhorita deve ter desvendado dos meus.
Capitão Wentworth não é um personagem que me agrada muito e, talvez, seja porque os sentimentos dele não se revelam tão claramente ao leitor no decorrer da leitura como acontece com os outros "amados" da senhorita Austen. Frederick é um homem magoado pela rejeição - não é como Mr. Darcy que tem pretensão de ser amado por Elizabeth - ele sabia que era amado e, por aquela que amou, foi descartado. Ele voltou para provar que estava bem, rico, bem apessoado, e cheio de amor para conquistar uma nova pretendente. Essa arrogância mau disfarçada não o torna "querido" para mim, mas...meu deus, que carta! Quando eu leio a carta que ele escreve à Anne é impossível segurar a emoção; e nesta manhã de chuva não foi diferente (chorar dentro do ônibus é constrangedor - rs).

Termino esta publicação com um link para a carta que o Capitão escreveu para Anne Elliot - sinto muito, mas esta em francês! 💕

E, mais este link para uma outra publicação que fiz sobre este livro. 


23 de setembro de 2017

Duas versões..


Estou eu na minha quarta leitura do livro Persuasão, de Jane Austen quando uma dúvida surge - quase no fim da leitura: esta edição é confiável?
Por ocasião, estou visitando meus pais, encontrei um outro exemplar desta leitura na prateleira. Fiz algumas observações rápidas em frases conhecidas do texto para averiguar a versão que os dois tradutores deram para os trechos.

No livro da Martin Claret (Roberto Leal Ferreira - trad.), encontra-se esta tradução no capítulo 17:
Um quarto de enfermo pode dar assunto para muitos livros.
Na edição da editora Zahar (Fernanda Abreu - trad.) encontra-se esta versão para a frase contida na M.C.:
Um quarto de doente muitas vezes pode valer tanto quanto muitos livros.
Eu não me senti segura na leitura do Ferreira e precisei tirar dúvidas com uma especialista.
Sou seguidora assídua das publicações de Raquel Sallaberry Brião no site Jane Austen em Português. Logo, busquei a página no facebook e  enviei uma mensagem com a minha dúvida. Fui prontamente respondida e esclarecida.
Brião passou uma lista de traduções de traduções para Jane Austen - compartilho logo abaixo:
Indico sempre estas traduções (que não li por completo, exceto da Luiza Lobo), mas que são de editoras confiáveis:
Luiza Lobo (Bruguera e Francisco Alves)
Celina Portocarrero (L&PM) [+ebook]
Mariana Menezes Neumann (BestBolso)
Fernanda Abreu (Zahar) edição pocket
Muitíssimo satisfeita com a resposta, estou iniciando a releitura de Persuasão, na versão da Zahar, com a tradução de Fernanda Abreu. 
Começando desde o primeiro capítulo.

Omnia Vanitas. 💀 

20 de setembro de 2017

Vigésima leitura..


Fim da vigésima leitura. 

Norte e Sul, de Elizabeth Gaskell é um dos livros que eu releio todo Setembro - para comemorar meu aniversário. Decidi fazer isso no ano de 2015, mas, como eu houvera emprestado o livro para minha irmã número dois (e ela atrasou a leitura), não pude colocar o plano em prática. 2016 e este ano foi diferente. 

Comecei esta leitura no feriado de sete de setembro e, durante uma madrugada de insônia, eu decidi escrever alguns pontos históricos sobre a sociedade de Milton Norte. Então, segue abaixo minha pontuação:

N&S tem como pano de fundo uma sociedade pós-revolução industrial, na cidade fictícia de Milton Norte - que foi baseada na cidade inglesa de Manchester, onde a escritora residiu por alguns anos com seu marido.
Os protagonistas são John Thorton e Margaret Hale.
Ela vem de uma sociedade aristocrata, neta de Lady e Lorde Beresford. Viveu em Londres com sua tia Shaw - viúva de um General - e com sua prima Edith durante quase dez anos. Conheceu todo o requinte da sociedade londrina e seus personagens.
Depois do casamento de sua prima, Margaret retorna para Sua cidade natal, Hellstone onde reside por alguns meses antes da grande mudança.
Seus pais são pessoas simplórias: a mãe sente falta do glamour da juventude e o pai é um pároco sem ambição de por um cargo superior ao que ocupa. Ambos casaram-se por amor, mas logo descobrem que os recursos escassos e um lugar pastoril não são sinônimos de bem-estar e felicidade; pelo menos para o lado feminino do casal que não possui outra ocupação que não seja a casa.
Pouco tempo depois da chegada à Hellstone - antes do inverno e durante a estação dos pêssegos - Margaret está diante de uma nova mudança: abandonar o campo e ir para uma cidade industrial.
Milton é uma cidade coberta pela fumaça das fábricas dela fuligem. Seu ar é pesado e sua gente é ocupada.
O período, como mencionado, é pós revolução industrial: as fábricas produzem muitos empregos, salários baixos e modo de vida alto.
Os sindicatos estão ativos e as greves já não são novidades. E, quando Margaret chega para residir nesta fumacenta cidade, outra greve está pronta para eclodir.
Alguns pontos são interessantes de notar na narrativa sobre a vida industrial em Milton:

- os donos eram ricos emergentes;
- as fábricas ainda estavam na primeira idade; nas palavras de John Thornton, o maquinário precisa sofrer adaptações ao longo do processo e uso;
- as doenças causadas pela fumaça das fábricas e principalmente pela fuligem expelida pelo algodão - matéria prima usada nas fábricas em Milton - provoca doença pulmonar pela inalação durante a jornada de trabalho. Esse fato é representado pela personagem de Bessy Higgins, filha de um sindicalista e amiga de Margaret. Segundo Bessy, a fuligem poderia ser amenizada com a instalação de uma espécie de ventilador que levaria a maior parte do resíduo para fora da área de produção. Mas isso era barato e muito menos interessante para os donos de fábrica - não havia retorno lucrativo para este investimento;
- para John Thornton, a poluição era algo que ele amenizou na sua fábrica; desta forma a utilização do carvão para as máquinas a valor era melhor consumido, e a fumaça expelida no ar não era tão tóxica.

Margaret vivia entre dois mundos: enquanto Nicholas Higgins (pai de Bessy) lhe apresentava o ponto de vista dos operários, John Thornton era a outra ponta da corda.
Depois de encontrar Bessy, Margaret se tornou mais interessada na classe proletária de Milton. Era visita quase constante aos Higgins e a vida/sofrimento dos vizinhos destes também lhe era conhecida.
As discussões entre John Thornton e Margaret acontecem por ela não conseguir enxergar o ponto de vista dele sobre os negócios industriais. Para Thornton, a mão de obra não deve saber como ele aplica seu dinheiro ou gerência sua fábrica; ele não responsável por aqueles a quem emprega, exceto durante a jornada de trabalho que lhes é contratada. Para Margaret, a falta de vínculo mais pessoal entre Thornton e o proletariado, sua falta de compreensão sobre o sofrimento que vivem seus funcionários, a irrita e faz ela pensar que ele possa ser um tirano.
As conversas são muitíssimas interessantes entre o casal e, como o mundo já se tornou capitalista, entender John Thornton é fácil.

Estas foram minhas avaliações da madrugada.
Adiciono, também, que a religião era algo que não se encaixa na vida em Milton. Existe a presença da fé cristã em alguns diálogos de alguns personagens, principalmente na família Hale. Mas, Nicholas Higgins questiona a necessidade da igreja na sociedade industrial: famílias estão morrendo de fome, os salários são baixos e as condições básicas de vida são precárias. Em um lugar onde ganhar e melhor visto do que crer (como profissão de fé), qual a utilidade e a veracidade da igreja: os patrões as frequentam mas não aplicam o discurso em sua vida diária - principalmente no que se refere aos negócios (melhores salários e condições de trabalho que promovam a dignidade do trabalhador).

Outra situação que chama a minha atenção é sobre Margaret. Depois de voltar para a vida aristocrática, esta sociedade não dá mais prazer. O conforto e falta de objetivo que encontra na casa de sua tia Shaw a deixam inquieta: há, em algum lugar, uma pessoa que sofre e precisa de alguém que a ouça, a aconselhe e cuide. 
Assim que sua vida se estabelece (a custa de sofrimento e perdas), Margaret retoma às atividades de filantropia. Esse era o modo de vida que sua nova sociedade familiar não conseguia entender: como Miss Hale poderia ficar o dia fora com pessoas sem refinamento, usar do seu tempo para cuidar de pessoas de classe tão inferior. Essa característica a personagem aprimorou em Milton Norte, mas já a praticava em Hellstone. 

Esta é a minha visão da terceira leitura de Norte e Sul. Ano que vem, se assim eu puder, voltarei à esta maravilhosa leitura.

Omnia Vanitas. 💀

18 de setembro de 2017

Duas Joanas..



Na última sexta-feira, meu marido fez uma surpresa para mim! Levou-me até uma livraria e disse:
- Entre e escolha seu presente de aniversário!

Aaaahh!!! Que loucura! Senti-me como uma criança em um parque de diversões: não sabendo por onde começar a brincar.

Depois de olhar aqui e ali, decidi levar Joana D'Arc de Mark Twain. E, antes mesmo de chegar em casa já houvera decido que faria a releitura do livro Joana D'Arc de Alexandre Dumas...e, acrescentar a leitura de Os Grandes Julgamentos da História: Joana D'arc, de Claude Bertin.

Esta saga está programada para acontecer em 2018; ou seja, ano que vem minha leitura pegará fogo!!! 😤



13 de setembro de 2017

Proposta de Casamento..


Olá, jovem!!

Estou caminhando na releitura de Norte e Sul e, mesmo conhecendo a história eu ainda me derreto igual manteiguinha quando Mr. Thornton pede Margaret Hale em casamento. E, nem é romântico!

Elizabeth Gaskell gostava de ler Jane Austen. O décimo primeiro capítulo se chama Primeiras Impressões por que este foi o primeiro título para Orgulho e Preconceito, da senhorita Austen. E, eu não duvido que a discussão do casal de Gaskell seja mais uma forma de homenagear o casal mais famoso da literatura universal: Elizabeht Benett e Mr. Darcy.

Veja só, o pedido de casamento de Mr. Darcy foi todo atrapalhado e deixou Lizzy Benett tremendo em fúria - ainda mais depois de descobrir que seu admirador foi quem arruinou o relacionamento de sua irmã Jane e Mr. Bingley. 

Em Norte e Sul há um antagonismo entre o casal protagonista. É perceptível a adoração de Mr. Thornton por Margaret - e isso se dá pela moça ter seu temperamento forte e opiniões sólidas.
Mesmo tendo certeza do desprezo da moça por ele, John Thornton, em um  suspiro ínfimo de esperança de que o sentimento de Miss Hale tenha sofrido uma alteração, ele vai até a casa da jovem e a pede em casamento.
Eu acho tudo lindo! Mesmo durante a briga eu fico suspirando corações.. 💞

Deixo abaixo alguns trechos do pedido/rejeição de casamento:

- à caminho da casa de Margaret
Seu coração batia acelerado na expectativa da chegada de Margaret. Não podia esquecer o toque dos braços dela ao redor do seu pescoço, apesar da impaciência que sentira na ocasião. Mas agora, a lembrança daquela defesa dele em forma de abraço, parecia eletrizá-lo inteiramente – derretendo toda a sua resolução, toda a sua capacidade de autocontrole, como se fosse cera diante do fogo. Ele temia adiantar-se para recebê-la, com os braços estendidos em muda súplica para que ela se aninhasse neles (...)

- depois da recusa do pedido:
que sempre que eu me alegrar com a existência daqui para a frente, possa dizer a mim mesmo “Toda essa alegria na vida, todo esse honesto orgulho em fazer o meu trabalho no mundo, toda essa aguda consciência de existir, eu devo a ela!” E isso dobra a alegria, torna brilhante o orgulho, aguça o sentido da existência, até que eu mal saiba se é dor ou prazer, pensar que eu devo tudo isso a alguém... não, deve me ouvir, vai me ouvir... – disse ele, dando um passo adiante com firme determinação – devo tudo isso a alguém que eu amo, como não acredito que um homem já tenha amado uma mulher.
(...)
Eu sou um homem. E reivindico o direito de expressar meus sentimentos.
(...)
Uma palavra mais. A senhorita olha como se considerasse uma desonra ser amada por mim. Não pode evitar isso. Não. Se eu pudesse, a liberaria dessa desonra. Mas eu não vou, nem que possa. Eu nunca amei mulher alguma antes: minha vida foi sempre muito ocupada, meus pensamentos muito absorvidos por outras coisas. Agora eu amo e continuarei amando. Mas não tenha medo de que haja muita expressão desse sentimento da minha parte.
E por fim, a frase que ele diz à mãe dele depois que chega em casa é muito fofa:

Ninguém me ama... ninguém gosta de mim, só a senhora, mãe.

Pára tudo !!!! Eu sou apaixonada por esse homem!! Meu lado adolescente aflora de modo intenso!!
E, para frente, Margaret repensa sua atitude perante ele - ainda em negação - e como ele age com ela após esse acontecimento! É lindo! Tudo é lindo!

Omnia Vanitas.

8 de setembro de 2017

Continuações..


No último domingo que passou, eu assisti ao filme "Jane Eyre" e, mesmo não gostando do filme, decidi que os livros das irmãs Brontë + Jane Austen + Elizabeth Gaskell {minha leitura atual} precisavam de uma releitura, também.

Estou louca para reler Villete, Jane Eyre, Razão e Sensibilidade (meu queridinho), Persuasão ..ou seja, todas as novelas integrais de Jane Austen e das Brontë.. Nossa, Morro dos Ventos Uivantes. Estou aos pulos querendo ler tudo ao mesmo tempo! Quero hoje me deliciar nessas páginas, entregar meu tempo nestas narrativas que me trazem tanta satisfação ao ler. 

E, para adicionar à esta lista, eu tive o prazer de "roubar" do sebo o exemplar de Agnes Grey, de Anne Brontë, que faltava na minha coleção. 

Tantos livros para ler, tão pouco tempo para desfrutá-los.



7 de setembro de 2017

Décima nona leitura..


Fim de mais uma leitura - e da primeira leitura {completa} em língua francesa.

Este é o segundo livro sobre as aventuras do pequeno Nicolau que eu leio. Neste livro, Nicolau sai de férias; e esta acontece em duas partes: com seus pais e, depois, sozinho em uma colonia de férias com outros meninos da sua idade.

Muitíssimo famoso no território francês, as aventuras do pequeno Nicolau é lido por crianças e adultos. Suas histórias são repletas e humor e traquinagens infantis. 

As histórias são narradas em uma linguagem simples, pois o livro é infanto-juvenil. Como ainda estou iniciando em leitura em língua francesa, este livro é muito bom para eu amentar meu  vocabulário com uma narrativa simples. 
Para minha sorte, este exemplar acompanha duas fitas K-7 que puderam auxiliar na aprendizagem auditiva da língua (eu tenho um aparelho para rodar esse tipo de material).

Durante a leitura, eu dei muitas risadas porque o menino é simplesmente fabuloso em suas colocações e os demais personagens não deixam por menos. 

O autor é René Goscinny {14agosto1926 - 05novembro1977} e o ilustrador é Jean-Jacques Sempé {17agosto1932}. Goscinny é conhecido, também, pelas histórias de Asterix e Obelix.






31 de agosto de 2017

Downton Abbey²..




Certa noite, enquanto morávamos no saudoso apartamento do bairro "Long Beach", meu marido escolheu uma série para assistirmos: era Downton Abbey. Em menos de dois minutos do início, eu o avisei que não seria do seu agrado assistir - filmes/séries de época não são a praia dele. Dito e feito. Abandonamos em quinze minutos.

Depois, neste novo endereço, certa tarde eu resolvi começar, novamente. E, desta vez, foi paixão. As seis temporadas foram devoradas durante minhas folgas (exceto no momentos de leitura e passeio). 

A série apresenta a história da família Crawley e todos aqueles que compõem o cotidiano de Downton Abbey.  E a história destas pessoas começa com o naufrágio do Titanic - mesmo que nenhum das personagens estivessem no navio. Patrick, o ordeiro do título e da herdade dos Crawley, estava no inaufragável transatlântico. A série ainda passa pela Segunda Guerra Mundial - que transforma a rotina e a vida dos personagens que compõem a série. Todas as vezes que uma mudança é citada, a frase que normalmente é dita é: "Isto era antes da Guerra". A chegada da luz, do telefone, de eletrodoméstico (como a geladeira que a senhora Patmore detesta), a calça comprida como vestuário feminino, secador de cabelo etc. O automóvel como algo seleto, o rádio vista como uma moda passageira e, principalmente, a mulher tendo mais papéis significativos na sociedade pós-guerra.

Uma das coisas que mais me emociona na série é a troca de correspondências. Acho tão lindo receber uma missiva - e elas tinhas três horários para chegar: manhã, tarde e noite. Eu sou apaixonada por cartas (e isso me lembra que preciso escrever para minha querida amiga N.C.G.V.).

Durante toda a série, eu fiquei apaixonada por alguns personagem: Edith Crawley, Daisy Mason, Lesley Patmore (eu queria ter o dom de cozinha desta personagem), Violet Crawley (sou apaixonada pela língua afiada desta mulher) e alguns outros. E, entre estes, Thomas Barrow foi o que me deixou mais feliz.

O personagem de Thomas é um lacaio que vê sua oportunidade de ascender à camareiro ser tomada por um forasteiro manco que chega à Downton. Ele tem como fiel comparsa a odiosa Sara O'brien; Thomas é obscuro, mesquinho, trapaceiro e chantagista. Barrow é aquele personagem que você torce - descaradamente - para que ele sofra por todas as coisas ruins que ele fez.  Porém, o que o ambicioso lacaio tem é uma boa sorte irritante. Todas as vezes que eu achava que ele pagaria por sua maldade ... BANG! .. algum acontecimento revertia em bem para ele. Poucas vezes vi o destino se virar contra ele - a cena que me vem à mente é quando ele perde todo o seu dinheiro para um falastrão pior que ele. Mesmo assim, a boa sorte lhe sorri. 
Há algo que faz Thomas sofrer: suas paixões frustradas. Seu curto relacionamento através de missivas com um duque que visita os Crawley termina de forma contrária ao ambicioso projeto do lacaio.
Sua segunda frustração amorosa é ao voltar da guerra. O rapaz cego a quem ele presta serviços médicos, suicida-se. Sua maior dor amorosa foi Jimmy, o laico.  Ludibriado por O'brien - agora sua rival - Thomas é levado a acreditar que Jimmy lhe concede sentimentos ternos. Ledo engano. Certa noite, Barrow vê seu beijos serem repudiados pelo jovem lacaio. Algum tempo depois, ambos tornam-se amigos.
E, depois desta amizade, acredito de Thomas começa a se tornar mais "humano". E sua humanização torna-se considerável.
Eu sou apaixonada por personagens que tem seu caráter regenerado. Ele traz uma camareira para lhe servir de "fofoqueira" sobre o que acontece "em cima" na casa. Phillys Baxter parece enxergar em Thomas alguém que sofre - e todo seu sofrimento é revertido em antipatia - mas, mesmo sendo chantageada, ela o transporta para a recuperação de sua personalidade. E o resultado é emocionante. Como é lindo ver este novo Barrow - sendo querido e lutando, sem maldade, por seu novo rumo. 

A partir de terça-feira, minha próxima folga, eu começarei pela terceira vez a assistir esta série. E, durante esse período, eu quero escrever sofre a queridíssima Condessa viúva. 


26 de agosto de 2017

Não me abandone jamais..

Cena do filme Não Me Abandone Jamais

Acabei de chorar.

Há algum tempo que um filme não provoca em mim essa tristeza.

O filme se chama Não Me Abandone Jamais, baseado no livro (publicado em 2005) de Kazuo Ishiguro, escritor nipo-britânico. Talvez, assim como eu, você nunca tenha ouvido/lido alguma coisa sobre ele, mas fato é que ele não novato na área. Seu primeiro livro foi publicado em 1982 (Uma Pálida Visão dos Montes), mas sua obra aclamada é Os Despojos do Dia e, ganhou um prêmio literário em 1989.

Sobre o livro homônimo, esta é a sinopse:
Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de cuidadora. Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto, esse internato idílico esconde uma terrível verdade. 'Não me abandone jamais' reflete, através da ficção científica, a questão da existência humana.
Kathy, Tommy e Ruth compartilham a infância e o início da juventude sob de teto do internato Hailsham. E eles conhecem o destino que lhes aguarda - e esta conclusão é inevitável. 
Mas o espectador assiste com a esperança de que haja uma mudança, que aja uma reação, uma rebelião; que haja uma luta pela vida - para que esta se torne mais completa e tenha um significado maior. 
Eu torci, até o último segundo da cena final; e não suportei a passividade perante o destino destes personagens - perceber a condescência perante a conclusão. Conclusão. Sem esperança. Sem sonhos. Sem sentimento.

Mas o que sabemos sobre viver? 


25 de agosto de 2017

Décima oitava leitura ..


Olá, leitor do futuro!!!

Herbert George Wells é um desses escritores que ficavam rondando perto de mim. 
Quando li A Coisa, de Stephen King, meu personagem querido - Ben Hanscom - achava que os tubos de esgoto da cidade de Derry lhe lembrava os "buracos de Morloques".
Outra vez, assistindo Todo Mundo Odeia o Cris, o protagonista havia confundindo o livro de H.G. Wells com o filme Homem Invisível.
E, por último, ouvi a menção deste escritor na queridinha minissérie Downton Abbey (pela minha personagem preferida):

E, nessa semana, chegou uma doação para o sebo que continha um exemplar de H.G. Wells - A Máquina do Tempo.

A oportunidade não foi perdida. Tomei emprestado o exemplar e o li durante minha folga. 

"O explorador" chegou ao ano de 802.701 com sua máquina do tempo. E, nesta época, os habitantes da Terra, os Elóis, viviam pacificamente, eram vegetarianos e...infantis. Entre a fisionomia de uma criança e de um adulto quase não havia distinção - e também o sexo não era muito distinto. 
A inocência dos elóis era pedante ao explorador - as flores eram seus presentes e viviam de brincadeira de roda.

E, mesmo em meio a esta inocência, a máquina do tempo foi roubada. À procura da máquina, o viajante encontra outra forma de vida que habitava aquela época, os morloques. 
Enquanto os elóis eram bonitos, de cabelos cacheados, felizes e inocentes; os morloques eram pálidos (por viverem na escuridão e sentirem-se confortáveis com a chegada da noite), maliciosos, agressivos e ...carnívoros.

Este livro apresenta uma crítica de como será a humanidade e de como chegou até o ponto final. Apesar da narrativa contar, em sua maior parte, sobre o ano de 802.701; o explorador viaja em outras épocas, e nenhuma delas trás algum conforto para a raça humana: querido leitor, vamos morrer!

Eu gostei desta história; porém, acrescento que senti falta de detalhes - talvez seja que, a tradução deste exemplar, não é apropriada.

O livro está a venda na loja física Sebo do Portuga, (não online). Custa, apenas, R$ 5,00. 





O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...