Mais um propósito de leitura concluído.
E, sem pretensão de ser uma leitura rápida, assim o foi A Abadia de Northanger, de Jane Austen.
Nesta obra, a senhorita Austen conseguiu unir vários personagens tolos; desde a protagonista até a maioria daqueles personagens que socializam com ela.
Catherine Morland é uma menina inocente e tola que encontra refúgio na leitura de romances. Seus pais - como a maioria dos pais austenianos - são ignorantes e possuem dez filhos que educam da mesma maneira; e nem todos são belos. Catherine é uma exceção bem fraca.
Se você, atento leitor, leu a publicação anterior, consegue perceber que a heroína de A Abadia de Northanger é completamente diferente daquela em Persuasão. Na verdade, Catherine Morland é diferente de todas as protagonistas dos romances de Jane Austen: enquanto Anne Elliot é a mais a mais paciente, Emma Woodhouse a mais rica, Fanny Price a mais introspectiva, Elizabeth Bennet a mais sagaz e Elinor Dashwood a mais sensata; Catherine Morland é a mais tola delas. E, na minha opinião, noventa por cento dos personagens me dão "vergonha alheia".
A trama acontece na cidade Bath, onde a protagonista é levada para passar férias em companhia de um casal de vizinhos de seus pais. Tudo é novo para Catherine: pessoas, casas, lojas, bailes etc. A falta de percepção nesta personagem seria um martírio para a observadora de Mansfield Park.
A Abadia de Northanger é uma história repleta de ironias: sobre a leitura de romances (principalmente os de gênero gótico), sobre a ganância, sobre paqueras e amizades. Jane Austen ri de tudo o que lhe convém. Neste romance, a autora ironiza a criação de personagens heróinas: como devem se comportar, como devem sofrer e se apaixonar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário