2 de outubro de 2017

Vigésima segunda leitura..



Mais um propósito de leitura concluído. 
E, sem pretensão de ser uma leitura rápida, assim o foi A Abadia de Northanger, de Jane Austen.

Nesta obra, a senhorita Austen conseguiu unir vários personagens tolos; desde a protagonista até a maioria daqueles personagens que socializam com ela. 

Catherine Morland é uma menina inocente e tola que encontra refúgio na leitura de romances. Seus pais - como a maioria dos pais austenianos - são ignorantes e possuem dez filhos que educam da mesma maneira; e nem todos são belos. Catherine é uma exceção bem fraca. 

Se você, atento leitor, leu a publicação anterior, consegue perceber que a heroína de A Abadia de Northanger é completamente diferente daquela em Persuasão. Na verdade, Catherine Morland é diferente de todas as protagonistas dos romances de Jane Austen: enquanto Anne Elliot é a mais a mais paciente, Emma Woodhouse a mais rica, Fanny Price a mais introspectiva, Elizabeth Bennet a mais sagaz e Elinor Dashwood a mais sensata; Catherine Morland é a mais tola delas.  E, na minha opinião, noventa por cento dos personagens me dão "vergonha alheia".

A trama acontece na cidade Bath, onde a protagonista é levada para passar férias em companhia de um casal de vizinhos de seus pais. Tudo é novo para Catherine: pessoas, casas, lojas, bailes etc. A falta de percepção nesta personagem seria um martírio para a observadora de Mansfield Park

A Abadia de Northanger é uma história repleta de ironias: sobre a leitura de romances (principalmente os de gênero gótico), sobre a ganância, sobre paqueras e amizades. Jane Austen ri de tudo o que lhe convém. Neste romance, a autora ironiza a criação de personagens heróinas: como devem se comportar, como devem sofrer e se apaixonar. 

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