15 de novembro de 2017

Vigésima sétima leitura..


Olá, leitor anônimo!
Fim de mais uma leitura! E fim, também, dos clássicos de Jane Austen - este ano. 
Terminei com o primeiro livro publicado desta inglesa renomada: Razão e Sentimento (ou Sensibilidade, como queira).

Este é o meu livro preferido da Jane Austen. Mesmo que Orgulho e Preconceito me roube mais suspiros, este é o meu xodó.

O enredo conta a história conforme o site da Saraiva.com :
As irmãs vivem em uma sociedade rígida, e ambas tentam sobreviver a esse mundo cheio de regras e injustiças. Tanto a sensível e sensata Elinor como a romântica e impetuosa Marianne se veem fadadas a aceitar um destino infeliz por não possuírem fortuna nem influências, obrigadas a viver em um mundo dominado por dinheiro e interesse. As duas personagens passam por um processo intenso de aprendizagem, mesclando a razão com os sentimentos em busca por um final feliz.
Enquanto Marianne vive os arroubos sentimentais de todo gênero, Elinor é a sensata das três irmãs - sim, ainda há Margaret, mas ela é apenas um personagem.

Sendo Elinor a minha personagem preferida, deixe-me granjear mais elogios para esta protagonista.
Entre as mulheres símbolos dos seis romances (completos e publicados) de Jane Austen, Elinor Dashwood é a heroína que não precisa ser remendada para completar o final de trama. Enquanto Elizabeth Bennet precisa sofrer com seu preconceito em relação a Mr. Darcy, Emma precisa corrigir sua atitude para ser completa, Catherine precisa superar suas desilusões e Anne - até mesmo Anne Elliot precisou rever seu conceito para não se deixar guiar pelos outros; Elinor Dashwood permaneceu Elinor do início ao fim da trama.
Talvez, atento leitor, você tenha percebido que não citei Fanny Price - ela poderia rivalizar com a mais velha das Dashwood, mas eu não sou admiradora do seu temperamento tímido e sem atitude (mas louvo sua persistência em manter-se firme ao seus ideias).

Elinor é uma mulher muito moderna - até para os dias atuais. Ela mantém seu bom senso acima de tudo. Sofre sem fazer drama. Aconselha na hora que é necessário e analisa as palavras para não ser equivocada. Ela é perfeita.
Há uma passagem - das muitas - que citam o caráter de Elinor:
E tudo isso aconteceu numa época em que, como você sabe muito bem, não era esse meu único desgosto. Se me acha capaz de alguma vez ter sentido... Certamente deve supor que sofri então. A tranquilidade que consigo ter agora para analisar o assunto, a consolação que estou desejosa de me conceder, foram o efeito de constantes e dolorosos esforços... que não brotaram espontaneamente... que não ocorreram desde o início para aliviar meus sentimentos... Não, Marianne! Naquela época, se eu não tivesse sujeita ao silêncio, talvez nada me tivesse impedido... nem mesmo o respeito que devo aos meus amigos mais caros... demonstrar abertamente o quanto eu era infeliz.
Este autocontrole que eu gosto em Elinor. Saber ponderar, estar em silêncio e pensar com justeza no ocorrido; medir o quanto pode-se ofender a felicidade de alguém impondo a própria infelicidade ou vice e versa. Existe nesta personagem uma atitude de meditar antes de expor um assunto importante que pode alterar um círculo social. Pouco pensa-se no poder real de uma palavra mal colocada; fala-se em arrepender-se do que foi dito, mas pouca alteração há neste comportamento. 
Atualmente, tudo é jogado na internet: pouco é medido antes de ocupar a grande rede; pois não parece correto segurar uma emoção - todos tem saber: sofrer ou ser feliz - tudo precisa ser mostrado e compartilhado com tantas outras pessoas que não sabemos o quanto pode ser perigoso o resultado final.  A intimidade não é preservada. 
Somos todos Marianne. 

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