28 de dezembro de 2014

Coronel Fawcett .. o Indiana Jones!


Certa vez, enquanto esperava para ser atendida no salão de uma amiga, me distraí lendo uma revista que tinha por perto. E, vejam só, encontrei uma reportagem muito interessante, pelo menos eu a considero assim. Portanto, chega de blá-blá-blá e segue o texto:

"Para alguns, o coronel inglês Percy Harrison Fawcett foi um grande explorador romântico. Para outros, um ganancioso buscador de riquezas. Há quem diga que não passava de um gringo desastrado que encontrou a morte e 1925, no Mato Grosso,  seguindo a pista de uma quimera: uma cidade perdida construída pelos descendentes dos hipotéticos habitantes de Atlântida. São muitos os boatos que atribuem ao explorador a inspiração do escritor Robert MacGregor para criar as aventuras de Indiana Jones, imortalizado no cinema por Steven Spielberg na pele no ator Harrison Ford.
O explorador também inspirou Sir Arthur Conan Doyle, o "pai" de Sherlock Holmes, especialmente no livro O Mundo Perdido
Fotografado com seu cachimbo, botas e bombachas, Fawcett era um homenzarrão cuja vida foi salpicada de aventuras na Ásia e América Latina. Nasceu em 1867, em Torquay, Inglaterra, e foi criado no auge do Império Britânico, canalizando seu caráter forte e arrogante a serviço da conquista de territórios para rainha. Aos 19 anos, alistou-se na Real Artilharia de Sua Majestade. Foi enviado à ilha do Ceilão (atual Sri Lanka) e depois para a África negra, Malta, Hong Kong, Marrocos e Irlanda.
Sua visão do mundo, centrada na suposta superioridade britânica, fez com que descrevesse os outros povos com uma série de preconceitos: sujos, ignorantes e atrasados - embora pudesse ter compaixão pelo índios e raiva dos europeus sem escrúpulos que buscavam fortuna fácil. Em 1906, com 39 anos, o incansável viajante foi convidado pela Sociedade Geográfica Real para demarcar as fronteiras da Bolívia com o Brasil e o Peru. Durante esse período, fez contato com vários grupos indígenas, dos quais recolheu lendas, tradições e muitas histórias fantásticas. Os grandes descobrimentos arqueológicos daqueles tempos, com as tumbas faraônicas do Egito e a cidade perdida de Machu Picchu, aguçaram ainda mais a curiosidade do militar britânico.
Em 1912, deu de cara com um documentos supostamente escrito por bandeirantes no século 18 e traduzido em inglês por outro aventureiro britânico, Richard Burton (...). Era a descrição de uma cidade de pedra abandonada no sertão baiano. Depois, em 1920, realizou uma viagem solitária pela Chapada Diamantina - há quem diga que motivado não só pela vontade de topar com a cidade perdida, mas também pelas minas de ouro e diamantes. Em 1925, ele decidiu, junto com seu filho Jack e um amigo dele, Raleigh Rimell, buscar a tal cidade nas proximidades da Serra do Roncador, no Mato Grosso. Nunca mais foram vistos.
Surgiram milhões de lendas para explicar o sumiço. Houve quem descrevesse o sisudo coronel morando entre os índios. Os místicos da Sociedade Teúrgica do Roncador espalharam a história de  que Fawcett encontrou a cidade misteriosa e foi morar nela: um povoado subterrâneo cujos habitantes possuem poderes paranormais. O jornal inglês The Times ofereceu uma pequena fortuna  para quem encontrasse pistas sobre o militar e expedições de busca se seguiram, sem sucesso.

Em 1951, o sertanista Orlando Villas-Boas arrancou uma confissão dos índios katapalos que parece ter posto fim ao mistério:   um tal Cavucuira, membro da tribo, assassinara os três estrangeiros. Tudo por causa de uma briga por mantimentos e por um rifle. Triste fim para um grande aventureiro". 




Fonte: Super Interessante, Agosto de 2003. Escrito por Pablo Villarrubia Mauso.                

Nenhum comentário:

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...