Olá, leitor !!
Colocando minha penúltima leitura em publicação.
Esta é minha terceira leitura de A Filha do Papai Pelerine de Maria Gripe. A primeira aconteceu na época a adolescência e a segunda foi em 2017. Por pura coincidência, nesta terceira leitura eu comecei na mesma data que segunda.
A Filha do Papai Pelerine conta a história de Luela, uma pré-adolescente que mora em uma cabana na floresta com seus irmãos gêmeos menores. Ela busca o sustento para eles e recebe ajuda de dona Aldina Petterson e Frederico Olsson.
A mãe de Luela viaja e navio por vários países e o pai ela não conhece. Mas ela tem Papai Pelerine.
Talvez a psicologia consiga responder melhor, e também explicar, a presença do espantalho Papai Pelerine. A menina chama a si como Luela Pelerine - mesmo a mãe tendo o sobrenome Nilsson e do pai Persson.
Papai Pelerine foi confeccionado por Luela para espantar seus inimigos. Ela o veste conforme a estação e seus braços sempre estão prontos para abraçá-la. Possivelmente, o espantalho seja o "amigo imaginário" que algumas pessoas personificam como representação de algo que lhes faltam: no caso de Luela é a figura paterna - de modo inconsciente - que ela projeta como protetor.
E, também, é no espantalho que Luela recebe as guloseimas e comidas que Frederico Olsson deixa. Em retribuição, Luela fornece ao velho os selos das poucas cartas que recebe da mãe.
Conforme os protagonistas de Spyri, Maria Gripe apresenta uma órfão, apesar não ser uma órfão "funcional": seus pais existem, mas eles não estão presentes no crescimento de Luela e dos irmãos. A mãe viaja para adquirir dinheiro para sustentar a pequena família. Quanto ao pai, ele quis ficar com Luela mas a mãe o proibiu de levar a menina com ele.
A menina nunca teve interesse de saber quem era seu pai, até ouvir, na surdina, de alguém que disse que ambos se parecem. Como Luela se acha diferente de todas as pessoas, vivia na esperança de encontrar este homem que lhe era tão semelhante.
Luela sonha com o pai algumas vezes, sempre o salvando de situações inusitadas. Talvez, para provar seu valor, ela precisasse salvá-lo para que ele pudesse reconhece-la como filha.
Luela é uma menina madura para sua idade. Quando ela é levado do campo para a cidade, não entende porque a pessoas sorriem demais e compram demais. Ela sempre sorri quando quer e compra somente o que é preciso para ela e os irmãos.
Sua estadia na cidade se prova útil mas não é uma experiência que pretende repetir.
A história se mostrou muito mais rica, para mim, nesta terceira leitura. Espero poder colher mais frutos dela em uma próxima leitura.