Ursa Maior |
Ontem, eu estava lendo um blog que deu dicas de leituras de viagem. Então, eu pensei comigo mesma dentro de mim (rs): vou postar algo sobre os livros que já li - mesmo que não seja sobre viagens, mas livros que eu gostei de ler e que merecem serem relembrados (já que reler é quase um luxo impossível).
E, o primeiro livro escolhido foi:
ALÉM DOS LIMITES DO OCEANO: Navegando com Jasão e os Argonautas, Ulisses, os Vikings e Outros Exploradores do Mundo Antigo.
O autor é Mauricio Obregón.
Sinopse:Em 'Além dos Limites do Oceano', Mauricio Obregón mapeia as mais interessantes rotas pelas quais passaram esses incríveis exploradores e revela as relíquias e os lugares antes descritos por estes fantásticos personagens, recriando as fascinantes descobertas geográficas do mundo antigo. As primeiras explorações dos gregos e polinésios, árabes e vikings também são revividas. Da mesma forma, o leitor ficará conhecendo os ventos que guiaram os marinheiros precursores, as estrelas que iluminaram seus caminhos, as mulheres por quem choraram e os deuses por quem chamaram. Obregón também pesquisou as viagens descritas nas lendas nórdicas, acompanhou os audazes muçulmanos em suas jornadas para o sul e tentou imitar os polinésios que conseguiram atravessar o aparentemente ilimitado Pacífico. Examina minuciosamente todos os detalhes da marinharia dos tempos antigos, como a mecânica da navegação - por exemplo, as estrelas que os marinheiros adotavam como guias não estavam nas posições em que hoje as vemos, fato crucial na recriação de viagens do passado.
Já faz algum tempo, eu fui apaixonada por mitologia. Ainda gosto, mas há tempo que não leio sobre o assunto - o que é uma lástima consciente. Foi conhecendo estas histórias que ao ler O Silmarilion (J.R.R. Tolkien) me senti em casa pois o professor utilizou desta fonte para criar Arda e todas as histórias que permeiam a Terra Média.
Mas, durante minha leitura atuante deste gênero, eu locava um livro na Biblioteca Pública e corria para casa para lê-lo. Era fascinante toda essa nova ideia de como as coisas são o que são para um outro tipo de cultura e religião - e algumas ainda possuem essa simbologia mítica desde tempos irreais.
Certa vez, passeando com meu afilhado (que na época tinha 9 - e hoje tem 19 anos), eu descobri este livro do senhor Obregón. Como eu já havia visto um filminho velho sobre Jasão e os Argonautas e, sendo Ulisses meu guerreiro preferido (e muito inteligente, diga-se de passagem: foi dele a ideia do Cavalo para invadir Tróia) e os Vikings uma história desconhecida... Veja, querido leitor, que comprar irremediável eu tive em minha frente! Ah! Sem contar que há também - e principalmente - orientações astronômicas nesta obra. Pronto! Comprado e lido!
Porém, lido há muito tempo. Se não fosse meu hábito de anotações (à lápis), eu estaria perdida para fazer este post. Uma das anotações que eu lembro, sem mesmo olhar no livro, é a explicação para a palavra "sacrifício" para os gregos:
"Um grego comporta-se bem com os deuses oferecendo sacrifícios apropriados nos momentos certos, o que é agradável porque essas cerimônias sempre incluem comida e bebida para todos. A palavra "sacrifício" não implica negação; ela simplesmente significa "tornar sagrado", e os antigos, enquanto se sacrificavam, geralmente pensavam mais em prazer, enquanto nós instintivamente pensamos em dor".
Um menção sobre astronomia:
"(...) a Terra, enquanto gira em seu caminho ao redor do Sol, oscila sonolenta como um pião, seus polos completando a casa 26 mil anos um círculo de precessão no espaço, cujo diâmetro é mais ou menos um terço daquele do globo. Consequentemente, quando uma pessoa se refere às estrelas de Homero, ela tem que calcular que a projeção do Polo Norte naquela época ficava entre Kochab, no topo da concha da Ursa Menor, e Giansar, na cauda da constelação do Dragão; e todas as outras estrelas aparentemente circulavam ao redor daquele ponto com tanta certeza como elas circundam a nossa Estrela Polar hoje em dia.
(...) Vistas do equador, todas as constelações simplesmente ficam circulando acima, e nenhuma delas jamais se põe. Consequentemente, quanto mais ao norte o observador fica posicionado no Hemisfério Norte, maior é o número de constelações que ficam permanentemente acima do horizonte".E eu contente em observar as crateras da Lua com meu pequeno telescópio (rs).
Sobre Jasão e seus Argonautas:
"(...) Jasão tinha uma virtude que era compensadora, e muito aristocrática: ele sabia escolher os homens que possuíam as habilidades que lhe faltavam.
(...) Primeiro Jasão recrutou Argos, o engenheiro, que construiu o navio que receberia seu nome, e o contrabalançou com o mago musical que melhor podia lidar com o que o engenheiro não entende: Orfeu, filho de Apolo e da Musa Calíopoe. A seguir veio Tífis, o grande piloto, apoiado por Mopso e Ídmon, dois adivinhos, e dois pugilistas, Pólux e Castor, que eram gêmeos. Linceu, o de olhos de lince, veio com Idas, seu irmão louco que via a realidade além das aparências e falava a verdade sem medo. (...) Anceu, o gigante que conhecia as estrelas, e Hércules, o super-herói que carregava a pesada clava, coberto por sua pele de leão e servido pelo seu formoso e jovem pajem, Hilas. Finalmente, Peleu, o aventureiro, completava a lista de 50 homens".
Ainda faltaria escrever sobre os Vikings e tantas outras coisas interessantes que permeiam a vida dos exploradores do antigo mundo, mas vou parar por aqui.
Recomendo essa leitura pois ela fascina aqueles que apreciam o gênero. Caso você, querido leitor, não conheça tão bem os deuses, deusas, mitos, lendas e outras variáveis desta classe, acredito que terás nas mãos uma aventura fascinante se empenhares o ânimo.
Omnia Vanitas.
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