Ilustração de Gustave Doré |
Se na postagem anterior escrevi sobre o homem, nesta, permita-me, desocupado leitor, escrever sobre a criação deste escritor.
Alonso Quixano é o nome de batismo do Cavaleiro da Triste Figura, chamado de Dom Quixote de La Mancha.
Quixano leu tantos livros que ficou louco! Louco?
O autor deste artigo escreveu o seguinte:
"Numa leitura superficial, Dom Quixote e só a narrativa das aventuras tragicômicas de um cinquentão remediado chamado Alonso Quixano, fidalgo de baixa extração. O juízo de Quixano, informa o narrador logo de saída, foi avariado pela leitura dos romances de cavalaria que tinham sido populares no fim da Idade Média, com seus heróis inverossímeis que dedicavam a vida a corrigir as injustiças do mundo (...). O alucinado Quixano se transforma em Dom Quixote pela força da imaginação e de alguns adereços improvisados. Acompanhado de um escudeiro realista, sai em incursões pela região da Mancha, no coração da Espanha, atrás de oportunidades para realizar seu destino heroico e impressionar sua amada Dulcineia del Toboso (...)".
Este é um resumo rápido, preguiçoso leitor, da narrativa da obra cervantina.
Eu não quero tirar o mérito do escritor deste artigo, mas eu achei um pouco desnecessário usar mais meia página para fazer o resumo de algo óbvio; pois a obra é tão conhecida como uma tia-velha em nossa família de quem conhecemos o básico e o que não se sabe pergunta-se para outro parente.
Tratando-se de uma revista que atinge o público que já possui, assim gosto de pensar, um pouco de conhecimento literário, usar de um pouco mais de objetividade e menos gravuras seria de melhor valia para compor o artigo.
Feito isso, deixe-me continuar nas palavras do autor do artigo:
"(...) A certa altura já na parece tão louco imaginar que o 'louco' Quixote sabe bem o que faz, usando a falta de juízo como álibi para a afirmação de uma vontade radicalmente livre que não se curva ao Império, à Igreja nem a poder algum. E Sancho, a princípio porta-voz de um bom senso camponês, torna-se cada vez mais sábio e complexo sob a influência do amo".
Eis algo que gostei durante a obra, que não pode ser visto em um simples resumo:
"(...) o romance de Cervantes segue em frente entre dobras metalinguísticas e histórias dentro de histórias. O bastão de narrador é assumido em parte por um certo Cide Hamete Benengeli, historiador que é apresentado como tradutor - do árabe para o espanhol - e comentarista daquelas aventuras".
Este tipo de narrativa é espetacular. Quando li a obra, realmente, fiquei surpreendida com essa mudança de voz. Sem contar que há um livro dentro do livro: "A Novela do Curioso Impertinente" é fantástica e, contada, não por Dom Quixote ou Sancho, mas por personagens que tem uma história inteira para narrar ao leitor. E, nesses personagens está uma das minhas falas preferidas - ainda lembro o local em que eu estava quando li pela primeira vez e o suspiro que me causou a leitura:
#Óin! Um pouco mais do texto você poderá ler aqui, curioso leitor.
O impacto literário foi tão grande que no século XX alguns escritores renomados deram sua contribuição sobre como interpretam a obra e o criador:
Bom ..acho que é isso que extraí de bom do artigo. Não pretendo escrever sobre Shakespeare - talvez eu me arrependa, mas vou esperar para ver.
Ler sobre Cervantes e sua obra, lembrou-me que tenha uma revista inteira sobre o espanhol. Preciso buscá-la na casa da minha mãe e deixar a preguiça de lado! (rs).
Ah! Uma nota sobre a imagem da postagem: Sancho Pança ilustrado por Gustavo Doré, no livro dois quando o escudeiro se lamenta com seu burro os infortúnios pelo qual passou. Eu chorei com ele.
Omnia Vanitas.
Se aos céus piedosos apraz que chegues a gozar algum descanso, em nenhum lugar, leal, firme e formosa senhora minha, o encontrarás ao meu parecer mais seguro que nestes braços que te agora recebem, e que já em outro tempo te receberam quando a fortuna permitiu que eu pudesse chamar-te minha.
#Óin! Um pouco mais do texto você poderá ler aqui, curioso leitor.
O impacto literário foi tão grande que no século XX alguns escritores renomados deram sua contribuição sobre como interpretam a obra e o criador:
"Franz Kafka imaginou Sancho Pança como o verdadeiro herói e Dom Quixote como seu demônio obsessor. Vladimir Nabokov declarou-se impressionado com o compêndio de maldades abarcado pelos dois volumes. (...) Salman Rushdie leu ali a prova de que 'uma obra literária não tem de ser apenas cômica, trágica, romântica ou histórico-política: se for concebida direito, poderá ser muitas coisas ao mesmo tempo (...)".
Bom ..acho que é isso que extraí de bom do artigo. Não pretendo escrever sobre Shakespeare - talvez eu me arrependa, mas vou esperar para ver.
Ler sobre Cervantes e sua obra, lembrou-me que tenha uma revista inteira sobre o espanhol. Preciso buscá-la na casa da minha mãe e deixar a preguiça de lado! (rs).
Ah! Uma nota sobre a imagem da postagem: Sancho Pança ilustrado por Gustavo Doré, no livro dois quando o escudeiro se lamenta com seu burro os infortúnios pelo qual passou. Eu chorei com ele.
Omnia Vanitas.
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