20 de junho de 2016

Um homem chamado Cervantes..




Faz algum tempo que chegou em minhas mãos uma revista* que contém um artigo em "comemoração" dos quatrocentos anos da morte de dois ícones da literatura universal: Miguel de Cervantes e William Shakespeare.

A parte da reportagem sobre o inglês eu passei; eu preferi ler apenas Cervantes.
Mas o que dizer sobre este espanhol que não permitiu que sua intimidade fosse alvo de curiosos?

Permita-me escrever o que discorrem sobre o homem Cervantes:
"Só no século XVIII descobriu-se a certidão que provava o nascimento de Miguel na cidade universitária de Alcalá de Henares, na periferia de Madri (...). A data pode ter sido 29 de setembro, dia de São Miguel embora o batismo só fosse feito em 9 de outubro. O ano não se discute: 1547".
Há  poucas certezas sobre Cervantes. Segundo Jean Canavaggio:
 "O período da infância e adolescência é um borrão. Vamos encontrá-lo no início da juventude fugindo para a Itália depois de ferir um rival em um duelo (...). Lutou em 1571 na grande batalha de Lepanto - um golfo da Grécia -, em que o Império Otomano sofreu uma dura derrota diante da chamada Liga Santa, (...) ali perdeu a mão esquerda" [para glória da direita - acréscimo]
Em 1575, ao retornar à Espanha, Cervantes foi capturado por piratas e liberto apenas cinco anos depois; fato este que deu origem à uma das frases do Cavaleiro da  Triste Figura:
"A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens".
O outro sobrenome de Cervantes (Saavedra) é adotado após seu casamento; e foi neste período ele atuou em duas funções: escritor literário e coletor de impostos. 
Nota pessoal: no livro Um Escravo Chamado Cervantes, Fernando Arrabal descreve Cervantes como, possivelmente, homossexual. 

A vida de Miguel de Cervantes é especulada há muito tempo; e nada é encontrado para que se escreva algo sobre a intimidade do espanhol. Diários, cartas, anotações; nada. Certa vez li uma reportagem em uma página oficial sobre Cervantes, afirmando, ou especulando, que a ossada o escritor havia sido encontrada. As iniciais MC estavam junto ao lugar que o esqueleto foi encontrado. Porém, sem nenhum outro parente para comparar o DNA do escritor, fica-se somente a interrogação sobre de quem serão os ossos.
Na obra de Arrabal, que citei acima, pouco se sabe, exatamente, sobre a vida de Miguel de Cervantes. Ele, Arrabal, descreve fatos históricos interessantíssimos que fazem parte do contemporâneo do espanhol, mas pouco sobre seu objeto de estudo. 

Há mais informação sobre Cervantes nesta postagem que escrevi sobre outra comemoração da sua morte.

O artigo da revista* também descreveu a obra principal deste espanhol: As Aventuras do Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha. Mas deixarei para escrever em outra postagem, para que não fique cansativo e perca o valor da obra.

Omnia Vanitas.


*RODRIGUES, Sergio. Os Inventores do Mundo: entre o ideal e a realidade. Revista Veja, edição 2475 - ano 49 - nº17; página 94 à 99. 27 de abril de 2016

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