29 de junho de 2016

Diliçinha..




Aaahhh! Eu amo cozinhar, faminto leitor!

Adoro ficar na cozinha testando receitas ou fazendo as minhas "Top 5" das preferidas! Há um bolo que se intitula "Bolo simples" que eu fazia e não achava TÃO gostoso. Eu experimentava o dito bolinho e achava que ele poderia ser mais macio. Adicionei um pouco de fécula de milho para "amaciar" a massa. Nada! Ainda não estava com aquele gostinho de "huuuummm". Experimentei colocar um pouco de chocolate granulado para "afofar" a textura do bolo assado. Nada. 
Então, pensei em separar a gema da clara do ovo. Fiz uma clara em neve e continuei com a receita que estava anotada. Antes de adicionar o fermento, despejei a clara em neve na massa, bati e, então adicionei o fermento em pó. Menos ação do forno na parte baixa do bolo e...voilà ! Está uma delícia os meus bolos simples! 
Eu uso a mesma receita para fazer um bolo de chocolate. Apenas, na hora de comer um pedaço do bolo, eu molho a fatia a ser degustada com chocolate quente! Por todos os santos, é uma delícia!


Atualmente, na correria diária de vir trabalhar pela manhã e voltar somente à noite para casa, o almoço tem "repetécos" diários. Porém, aos domingos, o almoço precisa ser um diferencial do que comemos na semana. É nessa "experiência" que o maridão é cobaia!! 
No último domingo que se foi, eu testei uma receita de arroz ao forno. É quase um risoto, mas não do tipo de risoto que faço. 

Eis a receita completa e original:

2 xícaras de arroz cru, lavado e escorrido
1 cebola picada
2 dentes de alho
300 gramas de peito de peru picado
1 cenoura ralada
1 xícara de azeitonas verdes
300 gramas de queijo mussarela picado
Mexa todos os ingredientes em uma refratária grande.
Molho:
3 1/2 de água fervente
1 embalagem de molho de tomate
1 xícara de creme de leite
2 colheres de sopa de manteira
sal a gosto
2 caldos de galinha esfarelados
2 colheres de sopa de azeite
pimenta do reino à gosto.
Depois de ferver o molho, despeje na refratária. Use o forno pré-aquecido à 180 graus por 60 minutos {ou até o molho ser absorvido}.

Minhas modificações:
Não usei alho {pois não tinha em casa e esqueci de comprá-lo}; troquei o peito de peru por um frango assado que tinha na geladeira {usei a parte do peito da ave}; ao invés das azeitonas, utilizei milho verde em conserva. A embalagem do molho de tomate que usei tinha em torno de 270 à 300 ml.; utilizei a caixa inteira de creme de leite {250 gramas}. Não utilizei caldos de galinha porque não gosto deste condimento - adicionei mais sal para recuperar o sabor do sal que o caldo daria à receita. 
No forno, durou 1 hora e 20 minutos para assar. 
O rendimento foi muito para apenas duas pessoas. Nós almoçamos no domingo e ainda tivemos mais 6 porções em potes de 300 gramas para outros almoços da semana! O sabor ainda é uma delícia! Dá água na boca só de lembrar ! 
Receita mega aprovada! 

Omnia Vanitas.


28 de junho de 2016

Filosofia Samwise Gamgee..



Eu estava assistindo o filme O Senhor dos Anéis {A Sociedade do Anel e As Duas Torres} durante meu trabalho no sebo. O filme rolava ao fundo enquanto eu fazia meu trabalho; e, às vezes, uma paradinha para assistir uma cena aqui e outra ali {durante o almoço e o café da tarde - ligeiros}.
Mas, eu tive que parar, parar mesmo, para assistir a uma das minhas cenas favoritas {principalmente no livro}: o discurso de esperança de Samwise Gamgee. Ele é um personagem fantástico: fiel escudeiro de Frodo, jardineiro habilidoso e um ótimo cozinheiro - sem contar que é um amigo para todas as horas, até o fim!
Foi nesse discurso que eu pensei na nossa existência, filósofo leitor.
Vivemos nesse mundo decadente e nos achamos o rei da festa. Que festa pobre com gente medíocre. 
Atualmente, vejo pessoas que querem tudo nas mãos, na hora, de graça ... e reclamando demais. Pessoas que não sabem o que é lutar por algo, que não correm atrás "da máquina". Há poucas pessoas como Samwise Gamgee. 
Sacrifício? Que é isso!!! O mundo quer sombra e água fresca na beira da praia e em hotel cinco estrelas. 
Ou pode ser pior: querem passar por cima dos outros à qualquer preço - qualquer preço! Vivemos em um mudo podre e tem princípios morais quase nulos. 

Ontem, durante nosso descanso em casa, meu marido me mostrou uma postagem sobre um jogador do país de Portugal que, ao se classificar para as quartas-de-finais da Eurocopa, não comemorou em campo pois um dos jogadores adversário é seu amigo em outro clube que defendem juntos.

Valores bons! Menos eu, menos meu prazer, menos minha vontade, menos meus luxos..menos eu! Somos egoístas e levados por toda sorte de emoções e esquecemos que há alguém que precisa que estendemos a nossa mão para ajudar - e assim, deixaremos de lado nosso conforto para atender ao outro. 

Precisamos de mais personagens como Gamgee para irem...sem olhar para trás, sem pensar em si, sem se preocupar em voltar inteiro... Precisamos de seres humanos que se doem.

Eu preciso me doar mais, reconheço essa falha em mim. Mas eu acredito que a leitura promove essa mudança. Quando em uma leitura eu encontro personagens como Sam Gamgee, eu reflito em mim as atitudes dele e repenso minhas próprias atitudes. Nenhuma literatura deixará o leitor parado no mesmo lugar - apenas se este o quiser.

Leia! Viva Samwise Gamgee! 
Segue abaixo o discurso que, em toda a leitura, me emociona!

Omnia Vanitas.

É, é isso mesmo — disse Sam. — E de modo algum estaríamos aqui se estivéssemos mais bem informados antes de partir. Mas suponho que seja sempre assim. Os feitos corajosos das velhas canções e histórias, Sr. Frodo: aventuras, como eu as costumava chamar. Costumava pensar que eram coisas à procura das quais as pessoas maravilhosas das histórias saiam, porque as queriam, porque eram excitantes e a vida era um pouco enfadonha, um tipo de esporte, como se poderia dizer. Mas não foi assim com as histórias que realmente importaram, ou aquelas que ficam na memória. As pessoas parecem ter sido simplesmente embarcadas nelas, geralmente — seus caminhos apontavam naquela direção, como se diz. Mas acho que eles tiveram um monte de oportunidades, como nós, de dar as costas, apenas não o fizeram. E, se tivessem feito, não saberíamos, porque eles seriam esquecidos. Ouvimos sobre aqueles que simplesmente continuaram — nem todos para chegar a um final feliz, veja bem; pelo menos não para chegar àquilo que as pessoas dentro de uma história, e não fora dela, chamam de final feliz. O senhor sabe, voltar para casa, descobrir que as coisas estão muito bem, embora não sejam exatamente iguais ao que eram — como aconteceu com o velho Sr. Bilbo. Mas essas não são sempre as melhores histórias de se escutar, embora possam ser as melhores histórias para se embarcar nelas! Em que tipo de história teremos caído?
— Também fico pensando — disse Frodo. — Mas não sei. E é assim que acontece com uma história de verdade. Pegue qualquer uma de que você goste. Você pode saber, ou supor, que tipo de história é, com final triste ou final feliz, mas as pessoas que fazem parte dela não sabem. E você não quer que elas saibam.
— Não, senhor, claro que não. Veja o caso de Beren: ele nunca pensou que ia pegar aquela Silmaril da Corôa de Ferro em Thangorodrim. E apesar disso ele conseguiu, e aquele lugar era pior e o perigo era mais negro que o nosso. Mas é uma longa história, é claro, e passa da alegria para a tristeza e além dela — e a Silmaril foi adiante e chegou a Eärendil. E veja, senhor, eu nunca tinha pensado nisso antes! Nós temos — o senhor tem um pouco da luz dele naquela estrela de cristal que a Senhora lhe deu! Veja só, pensando assim, estamos ainda na mesma história! Ela está continuando. Será que as grandes histórias nunca terminam?
— Não, nunca terminam como histórias — disse Frodo. — Mas as pessoas nelas vêm e vão quando seu papel termina. Nosso papel vai terminar mais tarde — ou mais cedo.

26 de junho de 2016

Maupassant ..



Fim de leitura.

Pela primeira vez eu li um livro do escritor Guy de Maupassant. No tempo que eu era estudante na Aliança Francesa, emprestei na biblioteca um livro deste francês, Une Vie; porém, não consegui ter tempo para ler - nas duas tentativas que me dei para fazer esta leitura.

A leitura que fiz foi Cinq Contes, em francês fácil; ou seja, adaptado para um nível de aprendizagem da língua francesa; neste caso, B1. Comecei a leitura na sexta-feira e achei o primeiro conto, Toine, divertido; mas o final do conto eu achei sem graça.

O livro tem os seguintes contos: Toine, Le Papa de Simon, La Bête de maître Belhomme, Le Ficelle e L'auberge. 

Os contos terminam, na minha opinião, sem um pouco de nexo - exceto o último conto.  Então, deixe-me escrever uma pequenina sinopse, curioso leitor.

Um hotel precisava ser desocupado pois o inverno havia chegado e estava se tornando mais rigoroso. Cinco ocupantes estavam arrumando seus pertences para deixar o estabelecimento: as mulheres seguiriam até a vila com um acompanhante e,  dois homens permaneceriam em um albergue/pousada nas redondezas. Com o desaparecimento de um dos homens {Gaspart Hari}, seu companheiro {Ulrich Kunsi} sai à procura do amigo, porém, não o encontra. E, sozinho, ele se confronta com seus medos e delírios que o levam a tomar atitudes alienadas.

Eu gostei muito deste conto por apresenta o confronto que o ser humano tem consigo e seus medos quando se está longe de uma sociedade. Sem contar que eu lembrei de um livro de Stephen King quando a história começou - será que preciso dizer que se trata de O Iluminado? ;)

C'est ça!!

Omnia Vanitas.


Sobre o Autor.
   

24 de junho de 2016

À l'adolescence!



Quand j'etais adolescent j'adorais écrire tous mes pensées en un journal. Aujourd'hui, j'ai les journaux ont caché en chez ma mère. Les histoires ne sont pas les mêmes... et la écrivain aussi!


Ufa! Acredite, esforçado leitor, que eu suo muito para escrever em francês. Amo ler nesta língua, mas escrever, para mim, é mais trabalhoso.

Bom .. vamos lá!

Eu era uma dedicada leitora na época da minha adolescência, portanto,  a biblioteca da escola nunca foi estranha à mim.E, foi nessa época que eu conheci uma forma de escrita que cultivou em mim uma paixão: diários!

O livro O Diário de Ana Maria foi um dos livros inesquecíveis que li! Eu era adolescente, entre treze e catorze anos, e estava em mudança. Apesar de ter cinco irmãs mais velhas do que eu, não era fácil entrar no assunto corpo em alerta com elas. Haviam, portanto, duas formas de consulta: ler as revistas teens da minha irmã número cinco e ler livros. Ler era {e ainda é} essencial para mim!

Minha grande fonte de pesquisa foi ler O Diário de Ana Maria, de Michel Quoist. Ironicamente, descobri somente na semana passada que se tratava de um francês {rs}.
O livro conta a história de uma adolescente {Ana Maria} descrita em seu diário - óbvio, hein! E é uma história simples: ela detalha a vida escolar, amizades, paqueras, convívio familiar etc. E, o que eu mais gostava nesta leitura é que ela trocava cartas com Nicole, à quem ela carinhosamente chamava de minha grande irmã querida. E, Nicole, contou à Ana Maria sobre as mudanças no corpo da adolescente, e também as mudanças psicológicas que estavam acontecendo com ela. Um dos temas que eu mais gostei foi sobre o ciclo menstrual - importantíssimo para mim naquela altura da minha humilde existência no mundo - pois eu estava ignorante sobre o assunto tão importante para uma garota na minha idade escolar.  
As cartas de Nicole eram coladas no diário de Ana Maria e, seguindo o exemplo, eu fiz o mesmo com a correspondência que trocava com um amigo da época {ele morava em uma pequena cidade aqui do Estado}.

Sinopse da edição em língua portuguesa (BR):

Michel Quoist elaborou este livro a partir da leitura de diários de adolescentes, fazendo anotações, estudando seus vários aspectos, realizando entrevistas, mantendo contatos, e, através dessa experiência acumulada, deu vida a essa Ana Maria, adolescente como muitas outras, adolescente capaz da fazer com que outras adolescentes nela se reconheçam e por se afirmem.
Baseado em fatos do cotidiano, o autor dá ênfase às principais características da adolescência feminina - a curiosidade ante o mistério da maternidade, a sede de independência, a sensibilidade, a procura do seu eu - e mostra com muita naturalidade como todas essas forças devem ser canalizadas e orientadas em vista de um grande missão: a plena realização da mulher.
O Diário de Ana Maria ajudará as adolescentes e também seus pais e educadores. Quem sabe mesmo não poderá ser a "ponte" que vença as barreiras que muitas vezes a timidez estabelece entre mães e filhas?
Foi uma leitura muito enriquecedora para mim e eu devorei cada página. E, como descobri que o escritor desta obra é um francês, comprei a edição francesa de 1962 para mim. Chegou hoje  esta compra, e fiquei folheando e lendo esta história que é tão querida para mim.
Uma curiosidade que descobri é que existe um diário para os meninos, também. Chama-se O Diário de Dany. Não lembro de o ter visto na escola {rs}.

Omnia Vanitas.





23 de junho de 2016

Minha Filosofia..


Desde que li Um Estudo em Vermelho, eu estou com uma ideia fixa: eliminar o superficial.

A primeira coisa que fiz foi passar pelo funil os meus estudos. Fixei minha meta de aprendizagem em duas matérias: Hebraico e Francês {por motivos adversos à minha vontade, tenho somente a língua francesa na minha lista; mas pretendo voltar com os estudos de Hebraico no ano que vem}.
Separei o material {literatura, dicionários e material integrante ao estudo}. Apesar de não estar conseguindo manter o estudo de Hebraico, estou satisfeita com os estudos de língua francesa.
Outrora, eu queria estudar latim, análise sintática da língua portuguesa {realmente amo}, francês, hebraico... Complicado ter tempo para tudo quando ele é mínimo. Então, adotando a filosofia de Sherlock Holmes, eu decidi direcionar meus estudos de maneira que pudesse aproveitar melhor o que estava estudando. 

Agora, foi a vez de mexer no meu perfil no Facebook. 
Algumas vezes, eu decido fazer uma "garimpada" para eliminar o excedente: pessoas que não curtem/comentam/compartilham algumas postagens eu elimino. Se não está lá para interagir comigo, o que está fazendo no meu perfil? 
E, desta vez, eu estou selecionado páginas. Eu já "J'aime" tantas páginas que nem lembrava mais o que eu tinha curtido. Cliquei em "Je n'aime plus" em algumas fan pages que estavam no meu perfil e deixei somente o que me interessa; nada de páginas de piadas, bichinhos, filmes etc.. Eu sei que isso é legal, mas essas páginas suprimem as outras que tem mais conteúdo do meu atual interesse. Quero dizer que não tenho nada contra quem curte esse tipo de página, mas para mim não tem mais graça. Como disse Renato Russo é só "mais do mesmo"
Além de deixar de seguir fan pages, eu também deixei de seguir algumas pessoas - nada pessoal, mas vou dar mais atenção àqueles que curtem o que escrevo/compartilho. 

No mais, a vida continua {e agora mais solta}! 

Omnia Vanitas.

20 de junho de 2016

Um louco chamado Quixote..

Ilustração de Gustave Doré

Se na postagem anterior escrevi sobre o homem, nesta, permita-me, desocupado leitor, escrever sobre a criação deste escritor.

Alonso Quixano é o nome de batismo do Cavaleiro da Triste Figura, chamado de Dom Quixote de La Mancha.
Quixano leu tantos livros que ficou louco! Louco?

O autor deste artigo escreveu o seguinte:

"Numa leitura superficial, Dom Quixote e só a narrativa das aventuras tragicômicas de um cinquentão remediado chamado Alonso Quixano, fidalgo de baixa extração. O juízo de Quixano, informa o narrador logo de saída, foi avariado pela leitura dos romances de cavalaria que tinham sido populares no fim da Idade Média, com seus heróis inverossímeis que dedicavam a vida a corrigir as injustiças do mundo (...). O alucinado Quixano se transforma em Dom Quixote pela força da imaginação e de alguns adereços improvisados. Acompanhado de um escudeiro realista, sai em incursões pela região da Mancha, no coração da Espanha, atrás de oportunidades para realizar seu destino heroico e impressionar sua amada Dulcineia del Toboso (...)".

Este é um resumo rápido, preguiçoso leitor, da narrativa da obra cervantina. 
Eu não quero tirar o mérito do escritor deste artigo, mas eu achei um pouco desnecessário usar mais meia página para fazer o resumo de algo óbvio; pois a obra é tão conhecida como uma tia-velha em nossa família de quem conhecemos o básico e o que não se sabe pergunta-se para outro parente. 
Tratando-se de uma revista que atinge o público que já possui, assim gosto de pensar, um pouco de conhecimento literário, usar de um pouco mais de objetividade e menos gravuras seria de melhor valia para compor o artigo.

Feito isso, deixe-me continuar nas palavras do autor do artigo:

"(...) A certa altura já na parece tão louco imaginar que o 'louco' Quixote sabe bem o que faz, usando a falta de juízo como álibi para a afirmação de uma vontade radicalmente livre que não se curva ao Império, à Igreja nem a poder algum. E Sancho, a princípio porta-voz de um bom senso camponês, torna-se cada vez mais sábio e complexo sob a influência do amo".

Eis algo que gostei durante a obra, que não pode ser visto em um simples resumo:

"(...) o romance de Cervantes segue em frente entre dobras metalinguísticas e histórias dentro de histórias. O bastão de narrador é assumido em parte por um certo Cide Hamete Benengeli, historiador que é apresentado como tradutor - do árabe para o espanhol - e comentarista daquelas aventuras".

Este tipo de narrativa é espetacular. Quando li a obra, realmente, fiquei surpreendida com essa mudança de voz. Sem contar que há um livro dentro do livro: "A Novela do Curioso Impertinente" é fantástica e, contada, não por Dom Quixote ou Sancho, mas por personagens que tem uma história inteira para narrar ao leitor. E, nesses personagens está uma das minhas falas preferidas - ainda lembro o local em que eu estava quando li pela primeira vez e o suspiro que me causou a leitura:

Se aos céus piedosos apraz que chegues a gozar algum descanso, em nenhum lugar, leal, firme e formosa senhora minha, o encontrarás ao meu parecer mais seguro que nestes braços que te agora recebem, e que já em outro tempo te receberam quando a fortuna permitiu que eu pudesse chamar-te minha.

#Óin! Um pouco mais do texto você poderá ler aqui, curioso leitor.

O impacto literário foi tão grande que no século XX alguns escritores renomados deram sua contribuição sobre como interpretam a obra e o criador:

"Franz Kafka imaginou Sancho Pança como o verdadeiro herói e Dom Quixote como seu demônio obsessor. Vladimir Nabokov declarou-se impressionado com o compêndio de maldades abarcado pelos dois volumes. (...) Salman Rushdie leu ali a prova de que 'uma obra literária não tem de ser apenas cômica, trágica, romântica ou histórico-política: se for concebida direito, poderá ser muitas coisas ao mesmo tempo (...)". 

Bom ..acho que é isso que extraí de bom do artigo. Não pretendo escrever sobre Shakespeare - talvez eu me arrependa, mas vou esperar para ver.
Ler sobre Cervantes e sua obra, lembrou-me que tenha uma revista inteira sobre o espanhol. Preciso buscá-la na casa da minha mãe e deixar a preguiça de lado! (rs).

Ah! Uma nota sobre a imagem da postagem: Sancho Pança ilustrado por Gustavo Doré, no livro dois quando o escudeiro se lamenta com seu burro os infortúnios pelo qual passou. Eu chorei com ele.

Omnia Vanitas.








Um homem chamado Cervantes..




Faz algum tempo que chegou em minhas mãos uma revista* que contém um artigo em "comemoração" dos quatrocentos anos da morte de dois ícones da literatura universal: Miguel de Cervantes e William Shakespeare.

A parte da reportagem sobre o inglês eu passei; eu preferi ler apenas Cervantes.
Mas o que dizer sobre este espanhol que não permitiu que sua intimidade fosse alvo de curiosos?

Permita-me escrever o que discorrem sobre o homem Cervantes:
"Só no século XVIII descobriu-se a certidão que provava o nascimento de Miguel na cidade universitária de Alcalá de Henares, na periferia de Madri (...). A data pode ter sido 29 de setembro, dia de São Miguel embora o batismo só fosse feito em 9 de outubro. O ano não se discute: 1547".
Há  poucas certezas sobre Cervantes. Segundo Jean Canavaggio:
 "O período da infância e adolescência é um borrão. Vamos encontrá-lo no início da juventude fugindo para a Itália depois de ferir um rival em um duelo (...). Lutou em 1571 na grande batalha de Lepanto - um golfo da Grécia -, em que o Império Otomano sofreu uma dura derrota diante da chamada Liga Santa, (...) ali perdeu a mão esquerda" [para glória da direita - acréscimo]
Em 1575, ao retornar à Espanha, Cervantes foi capturado por piratas e liberto apenas cinco anos depois; fato este que deu origem à uma das frases do Cavaleiro da  Triste Figura:
"A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens".
O outro sobrenome de Cervantes (Saavedra) é adotado após seu casamento; e foi neste período ele atuou em duas funções: escritor literário e coletor de impostos. 
Nota pessoal: no livro Um Escravo Chamado Cervantes, Fernando Arrabal descreve Cervantes como, possivelmente, homossexual. 

A vida de Miguel de Cervantes é especulada há muito tempo; e nada é encontrado para que se escreva algo sobre a intimidade do espanhol. Diários, cartas, anotações; nada. Certa vez li uma reportagem em uma página oficial sobre Cervantes, afirmando, ou especulando, que a ossada o escritor havia sido encontrada. As iniciais MC estavam junto ao lugar que o esqueleto foi encontrado. Porém, sem nenhum outro parente para comparar o DNA do escritor, fica-se somente a interrogação sobre de quem serão os ossos.
Na obra de Arrabal, que citei acima, pouco se sabe, exatamente, sobre a vida de Miguel de Cervantes. Ele, Arrabal, descreve fatos históricos interessantíssimos que fazem parte do contemporâneo do espanhol, mas pouco sobre seu objeto de estudo. 

Há mais informação sobre Cervantes nesta postagem que escrevi sobre outra comemoração da sua morte.

O artigo da revista* também descreveu a obra principal deste espanhol: As Aventuras do Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha. Mas deixarei para escrever em outra postagem, para que não fique cansativo e perca o valor da obra.

Omnia Vanitas.


*RODRIGUES, Sergio. Os Inventores do Mundo: entre o ideal e a realidade. Revista Veja, edição 2475 - ano 49 - nº17; página 94 à 99. 27 de abril de 2016

19 de junho de 2016

La Mer est Le Cimetière du Château d'If



Esta manhã, Edmond Dantès foi atirado ao mar. Seu corpo, trocado pelo corpo sem vida do abade Faria, foi sepultado no cemitério do castelo de If.

En même temps Dantès se sentit lancé en effet dans un vide énorme, traversant les airs comme un oiseau blessé, tombant, tombant toujours avec une épouvante qui lui glaçait le cœur. Quoique tiré en bas par quelque chose de pesant qui précipitait son vol rapide, il lui sembla que cette chute durait un siècle. Enfin, avec un bruit épouvantable, il entra comme une flèche dans une eau glacée qui lui fit pousser un cri, étouffé à l’instant même par l’immersion.
Dantès avait été lancé dans la mer, au fond de laquelle l’entraînait un boulet de trente-six attaché à ses pieds.
La mer est le cimetière du château d’If.

E lá ele ainda está pois minha leitura não continuou desde esse momento.

Para mim, a melhor parte do livro começa quando ele reencontra os antigos "amigos"; e, Mercèdés é o melhor encontro.
Lembro quando estava lendo, pela primeira vez, a revelação de Mercèdès sobre a identidade do Conde! Eu estava em um ônibus, à caminho de casa depois de um dia de trabalho - lendo avidamente durante o trajeto.. que emoção me trouxe a leitura! Estava tão empolgada que tive vontade de gritar naquele momento:

- Motorista!! Pare o ônibus! Eu preciso dizer: Eu sabia (...) !!! Eu sabia (...) !! HAHAHA

Mas como seria um pouco, apenas um pouco estranho essa ação em público, eu segurei aquele sentimento até chegar em casa, e minha mãe foi a escolhida para receber a explosão emocional que a leitura me fez sentir!

Mas ele ainda está no mar, cortando a corda que lhe prende os pés! Ele sairá, eu sei! E este novo nascimento de Dantès será o fim de seus malfeitores!

Omnia Vanitas.







18 de junho de 2016

O Escaravelho do Diabo


Filminho de ontem!!!! Um clássico literário transformado em filme. Logo, está longe de ser comparado à obra!
Não vou conotar o filme como ruim, eu gostei muito! Mas não se encaixa no livro.

Sinopse do filme:

A pequena cidade de Vale das Flores é marcada por um crime surpreendente: o jovem Hugo Maltese (Cirillo Luna) é encontrado morto com uma antiga espada encravada no peito. O detalhe é que, antes de morrer, ele recebeu uma estranha caixa com um escaravelho dentro. Logo outra vítima é morta, após receber uma caixa semelhante. O delegado Pimentel (Marcos Caruso) e o garoto Alberto Maltese (Thiago Rossetti) começam a buscar este assassino em série, que escolhe seu alvo com uma característica em particular: são todas pessoas ruivas legítimas.


Sinopse do Livro:

Alberto é estudante de medicina, mora com os pais e com o irmão, que é morto com uma espada no peito enquanto dormia e pouco tempo depois de ter recebido um pacote com um escaravelho. Inconformado com a perda do irmão, Alberto decide investigar.
Pouco tempo depois outra morte acontece na pensão da pequena cidade do interior de São Paulo. A polícia acha que os assassinatos não tem nada em comum, mas depois do terceiro assassinato a polícia se convence que três ruivos são mortos depois de receber um escaravelho não pode ser coincidência. A polícia decide não contar para a imprensa o que está acontecendo para não alarmar o assassino, mas todos os ruivos da cidades são avisados para ficarem atentos e se possível sair da região por preucaução.
A polícia e Alberto não tem pista nenhum sobre o assassino, qualquer pessoa pode ser ele. Mas Alberto desconfia que a chave para o mistério e o assassino estão relacionado com a pensão da senhora Cora O’Shea. Alberto não vai sossegar e desistir da busca até descobrir quem matou seu irmão.

O que eu gostei no filme foi justamente essa mudança na idade do protagonista. Alberto, um pré-adolescente ousado que, ao sofrer com a morte do irmão, busca solucionar o crime. A atitude de um pré-adolescente me deixou encantada. Atualmente, vemos meninos da faixa etária de Alberto tão opostos à personalidade do protagonista. Eu vejo um adolescente, hoje em dia, e eles tem um aspecto de sempre cansados e desligados do mundo que os cerca;  Alberto foi uma esperança para uma geração futura! 

E, mesmo sendo uma produção cinematográfica com elenco infanto-juvenil, existe um "medo" muito bom ao longo do filme. Ele da uma sensação de terror acompanhada com um sabor cômico em alguns personagens. 

O Escaravelho do Diabo é um clássico da literatura infanto-juvenil do Brasil, escrito pela mineira Lúcia Machado de Almeida (1910-2005), formada em jornalismo e vencedora de vários prêmios literários. Este livro ficou bem conhecido com a publicação na Coleção Vaga-Lume - que foi leitura de muitos pré-adolescentes (como eu) da minha época escolar.

Omnia Vanitas.



16 de junho de 2016

Raça..



Ontem foi noite de filme na casa dos Ferreira! Race foi o escolhido! E não foi escolhido à toa. 
Certo domingo, meu marido e eu estávamos procurando "coisas interessantes" para assistir na web e nos deparamos com uma reportagem sobre o período nazista livre e "conhecemos" Owens. Então, resolvemos assistir a película. Adoramos!!

O filme conta a história (real) de James Cleveland Owens (chamado de Jesse Owens), um corredor negro que ganhou QUATRO medalhas de ouro na cara do Hitler! (rs). 
O ano foi 1936, a Alemanha respirando nazismo e desejando sediar as Olímpiadas para  fazer "boa figura" para os outros países.
Não preciso lembrar que além dos judeus, nazistas odeiam negros, também. E, J.C. era um homem de pele negra. 
Adoramos o filme e as conquistas do protagonista; mas, se você, esforçado leitor, pensa que a Alemanha nazista foi algo desafiador para J.C., pense mais um pouco. A grande América não tratava o seu ilustre corredor melhor do que os nazistas. Racistas. 
J.C. teve reconhecimento do seu esforço e glória somente depois da sua morte..e muito tempo depois da sua morte. 

E não adianta culpar os nazistas ou os americanos, ainda há entre nós aqueles inferiores que praticam o racismo em suas várias formas. Escolha a sua.

Omnia Vanitas.

14 de junho de 2016

Nicholas Sparks..



Ontem foi dia de filme na casa dos Ferreira! Pipoca, cobertor e filminho na televisão.
Assistimos um filme que o maridão escolheu: Noites de Tormenta, baseado no livro homônimo de Nicholas Sparks. Apesar do filme não ser o que meu marido achava que seria, eu, antes do final da trama, ditei "a dança" sobre como seria o término do filme.
Portanto, se você quer assistir ao filme ou ler o livro, não leia adiante.

E na despedida do casal, eu disse:

- Ele vai morrer!
- Você já assistiu?
- Não. Mas 'tá na cara que ele vai morrer.
Eu não gostei muito dos personagens pois são personalidades carimbadas de filmes românticos.
Uma das coisas que me deixou chocada foi como Adrianne abriu sua vida no primeiro dia que ela encontrou o Paul (personagem do Richard Gere). Carambola! Na primeira frase ela já declarou que era divorciada, que o pai morreu, que o ex- não ajudou em nada, que a filha é rebelde, que ela pretende voltar com o marido.. e.. DEUS! Dá um tempo! Se eu fosse um homem na situação do Paul, pegaria meu prato com comida e iria cear sozinho! Uau!!
Ah! E por falar em filha.. Gente! O que é aquela menina!? Na primeira cena, eu teria dado uns bons tapas nessa garota! Desbocada que só ela! Por vezes eu tive vontade de pegar um varinha de pêssego e fazer a obra! Filha minha abre a boca para falar comigo nesse tom e perderá dois dentes! Credo!

Bom ..no fim, os dois "se gostaram". Ele foi embora! Ela recebeu cartas dele - adorei essa parte! E, quando ela estava sentada no sofá esperando por ele, eu declarei de novo: ele morreu.
Quando a porta se abre e o filho do Paul está parado do lado de fora, eu olhei para meu marido e disse:

- Viu, ele morreu!

Para que eu não pareça chata demais para filmes deste tipo, quero deixar registrado coisas que gostei muito nesta película.

Primeiro, a casa. Nossa! Adorei a casa/hotel que eles ficaram. Tudo é lindo, desde a localização. O que eu achei fantástico é que, na primeira vista que se tem da casa/hotel, parece apenas um mausoléu perdido na costa do mar. Porém, quando a câmera contorna a casa, ... Uau! Que lindo! As varandas são lindas..tudo é lindo! As janelas azuis são maravilhosas! 

A segunda, e última coisa que gostei no filme foi a música que toca no Festival do Carangueijo. Chama-se "Before I Met You". Linda! Linda! Linda! ..Algumas coisas eu entendi "de ouvido" e traduzi para meu marido que, imediatamente, também, gostou da música!
E, confesso: quase chorei quando ela leu a última carta dele, mesmo sem saber o que estava escrito nela! Ooh! 

E é isso! Para quem gosta de filmes românticos, é um prato cheio. Eu adorei a fotografia e a música! E, por mencionar a música novamente, deixo a letra à seguir.


I Thought I Had Seen Pretty Girls In My Time
But That Was Before I Met You
I Never Saw One That I Wanted For Mine
But That Was Before I Met You

I Thought I Was Swinging The World By The Tail
I Thought I Could Never Be Blue
I Thought I'd Been Kissed And I Thought I'd Been Loved
But That Was Before I Met You
I Wanted To Ramble And Always be Free
But That Was Before I Met You
I Said That No Woman Could Ever Hold Me
But That Was Before I Met You

They Tell Me I Must Reap Just What I Have Sown
But Darling I Hope It's Not True
For Once I Made Plans About Living Alone ...But That Was Before I Met You
Before I Met You [Pride Charlie]

Omnia Vanitas.



13 de junho de 2016

Adieu, mon ami! ..

— Monte-Cristo ! dit-il, n’oubliez pas Monte-Cristo!

Abade Faria se foi! Mais uma vez, Edmond Dantès está sozinho! Solidão novamente.. (ou não!)

Eu gosto muito do personagem do abade. Dumas tomou esse personagem histórico e o colocou como mentor do seu protagonista! E o fez de modo supremo.
Faria e Dantès, depois de decidirem que fugir pelo túnel que Faria fez ou matar o guarda não era uma boa ideia para escaparem da prisão, começaram a se relacionar como professor e aluno.
Faria ensinou a Dantès tudo o que aprendeu na casa do seu antigo "patrão", o conde Spada; e, Dantès, estava pronto para aprender tudo o que Faria poderia ensiná-lo. 
Como diria Andy Dufresne em sua máxima sobre o tempo:

Ocupar-se de viver ou ocupar-se de morrer*.

Ao contrário de Dufresne, eles não cavaram um túnel, mas ocuparam-se de tornar a vida de cada um suportável dentro do calabouço que estavam encarcerados. 

Toda a base para a próxima  vida de Dantès no pós-prisão, ele deve à este servo do Senhor. Amém!

O abade Faria tem uma aplicação para seus estudos que muito me lembrou outro personagem: Sherlock Holmes. A citação à seguir esta no primeiro romance do detetive (escrito pelo fiel médico Watson):

...considero que o cérebro de um homem é originalmente como um pequeno sótão vazio, que temos que encher com os móveis que escolhemos. Um tolo recolhe todo tipo de trastes com que depara, de modo que o conhecimento que lhe poderia ser útil fica atravancado, ou na melhor das hipóteses misturado com muitas outras coisas, de modo que ele tem dificuldade em localizá-lo.

O abade, em seu conhecimento, focou sua atenção para aqueles estudos que ele tinha por escolha criado como alvo para sua educação. Dantès, malgrado sua ignorância da juventude, estava com o "sótão" livre para enche-lo com o que realmente era interessante: filosofia, línguas, matemática, filologia etc.. E, então, inteligente e rico, Dantès dá vida ao mais perfeito personagem já criado:

O Conde de Monte-Cristo. 

Juro, eu acho o Conde sensacional! Ele elabora cada movimento, cada situação..nada lhe passa desapercebido, nem o mármore ordinário que orna sua nova residência.
E, por coincidência, o primeiro volume desta história (na edição que comprei), termina com uma das minhas frases favoritas:

"Je viens de découvrir le moyen de délivrer un jardinier des loirs qui lui mangeaient ses pêches".

Ele é FAN-TÁS-TI-CO! E eu ponho na conta do papa!, digo, do abade!

Sinto muito a morte deste personagem! É um dos meus preferidos! Ah..quisera eu ter tido alguém com paciência para me ensinar "as coisa" da vida!

Omnia Vanitas. 


*frase do filme Um Sonho de Liberdade (baseado no conto de Stephen King, Primaveira Eterna, do livro As Quatro Estações)

8 de junho de 2016

Chegaram!!!



Preciso sossegar! 
Eu amo ler! E ler Dumas em francês está me deixando louca - no bom sentido da loucura! 

Ler livros escritos em francês é um sonho que realizei! Mas, como sou iniciante, este sonho está sendo lapidado - palavra por palavra; página à página! Porém, deu a doida em mim de comprar livros escritos em francês. Hoje mesmo, enquanto catalogava livros para o sebo, encontrei o livro de um escritor francês e fiquei procurando o título em francês. Sossegar! Mas sempre que puder, Verner, Dumas, Orsenna, Proust...

Hoje chegaram os novos livros que encomendei pelo trato que fiz com meu marido! Eles já foram guardados na minha mochila, depois de rigorosa vistoria em cada um. 
Eu fico pensando...que desafio!! Mas não irei parar! Posso ir devagar, mas não vou desistir de começar a ler em francês; nem que tenha que fazer mil caderninhos com anotações de verbos, substantivos e afins! ...

Omnia Vanitas.

7 de junho de 2016

Esconderijo francês..


Tem coisas que só ficam lindas na França!

Este espaço fica no quartier du Panier, em Marselha. É uma deliciosa casa de chá e, também, livraria. A carta de chás é extensa e diversificada.

Eis a postagem sobre o local:

Les improbables étaient à Marseille...

Cup of Tea

C’est dans le quartier du Panier, tout près de l’Hôtel de Ville que se trouve le salon de thé Cup of Tea qui fait aussi librairie. Les amateurs de thés et infusions y trouveront leur bonheur ainsi que les novices grâce aux conseils avisés du personnel de l’établissement. Au moment des beaux jours, vous pourrez même apprécier votre pause en étant attablé à la terrasse extérieure du salon de thé.
Ouvert du lundi au vendredi de 8h30 à 19h et le samedi de 9h30 à 19h.
1 rue Caisserie, 13002 Marseille

Não digo mais nada, apenas desejo minha presença lá! ;)

Au revoir, mes amis!

3 de junho de 2016

Julie & Julia..


Ontem à noite, rolou um filme na casa dos Ferreira: Julie & Julia. Trata-se de duas histórias reais: a história de Julia começou a ser contada a partir da chegada dela (e do marido) à capital francesa, em 1949. A história de Julie começou em 2002 quando ela se mudou para o Queens. 

Enquanto meu marido estava na cozinha preparando a nossa janta, eu parei o filme e fiquei olhando a cena, e gritei da sala:

- Eu poderia passar a noite toda olhando essa imagem!

A cena era de Julia, em frente a Shakespeare and Co. procurando por livro de culinária francesa em inglês. Pobre Julia, não achou o livro! Dá um alívio no coração saber que nem a Shakespeare and Co. tem todos os livros solicitados (rs) - talvez muita coisa tenha mudado desde 1949. 

Ambas adoram cozinhar: Julia descobriu a profissão ao buscar uma distração para passar o tempo enquanto seu marido estivesse no trabalho. E Julie cozinhava para esquecer o trabalho ruim que ela tinha. Segundo Julie, quando o dia é péssimo e nada dá certo, sempre haverá uma receita que, ao ser aplicada, dará certo e tornará tudo melhor! E Julie tem toda a razão. 

Julie, desde a infância é fascinada por Julia e sua maneira de cozinhar; e, depois de uma reunião frustada de amigas e uma entrevista que não a favoreceu como ser humano, Julie decide fazer algo para mudar a situação. Adversa em concluir projetos que iniciou, Julie se propõe a escrever durante um ano (365) as 524 receitas do livro que Julia publicou. Um desafio enorme visto que ela precisava colocar em prática e descrever a experiência que teve ao fazer cada receita.

O filme é fantástico e hilário! E Meryl Streep é uma das minhas favoritas e está fantástica nesse filme! 

Bon Appétit!

2 de junho de 2016

Pedro..


O sebo precisa de compradores e vendedores. Talvez a medida seja a mesma para ambos. Não adianta eu ter muitos compradores e poucos vendedores de livros. Então, quase todos os dias, no balcão da livraria, sempre há pessoas comuns trazendo livros para venda. 

Sem diminuir cada fornecedor, quero escrever sobre um em específico. O nome dele é Pedro. Ele é "figura" carimbada aqui. 
Os primeiros livros que o Pedro me trouxe estavam horríveis. Eram títulos bons, em bom estado, mas com uma sujeira que me deixou irritada. A negociação não foi fácil! Ele querendo um valor e eu oferendo um valor inferior - onde já se viu livros naquele estado! No final, acabei pagando o valor que ele pediu e avisei: Não se repetirá, ok! 
Ele acenou com a cabeça e saiu.
O Pedro é morador de rua e, faz somente 4 dias, que sei o nome dele. Ele sempre entra no sebo, sem não antes pedir licença, e coloca os livros dele no balcão. 
Terça-feira, eu precisei fechar o sebo para ir até a ilha resolver algumas questões desagradáveis e, quando voltei, o Pedro estava sentado na porta do sebo esperando a porta abrir.
Eram livros, óbvio, que ele trouxe para negociar.
De todas as vezes que o vi, esta foi a vez que ele estava mais bem arrumado. Roupa limpa e asseada. 
Porém, na quarta-feira ele estava um pouco alterado e, hoje, ele estava cheirando a cachorro molhado.
O Pedro mora na rua e vende reciclados - eis o motivo de ter tantos livros para vender. E também, ele é usuário de drogas. 
Até hoje eu não tive reclamações com ele - exceto pelos livros sujos na primeira compra. 

Nesta tarde, eu estava trabalhando e ele veio com uma caixa com flores e um saco de lixo no ombro. 
Da caixa ele tirou um vaso com flores e colocou no balcão:

- É presente! (...) Para dar prosperidade para seu negócio!

Depois que agradeci e arrumei o vaso no balcão, ele tirou um mudinha de flores - essa da foto - e disse:

- Essa flor é para a senhora plantar na sua casa. Também é laranja para dar prosperidade.
- É a minha flor preferida - respondi. Vou colocar junto com minhas outras flores! Obrigada, Pedro! 
- Diga para o seu Portuga que é com respeito que lhe dou essas flores pois vocês me tratam sempre com respeito! 

Depois ele tirou do saco três livros infantis - muito bons, por sinal - eu o paguei e ele foi embora.

Espero que esta muda cresça e dê outras lindas flores.

Omnia Vanitas.


Cervantes..


Eu nem havia lido a sinopse da obra, e meu coração disse: Compre! Compre! Compre! Sua vida depende deste livro! Compre!

Mas estou sem um "puto" no bolso! Zerada! Como pode uma livreira estar impossibilitada de comprar livros?
Bom, o dinheiro é para o sebo. O livro é para mim. O sebo em tem dinheiro; eu, não! #Simples

Fato é que não posso comprar, mas minha ansiedade está me matando e estaria disposta a suplicar para qualquer alma a compra deste livro. Mas ainda me resta dignidade e um marido bravo. Então, eu vou ficar olhando esta capa, torcendo para nenhum leitor doido comprar o exemplar que o meu coração deseja...até o dia que eu tomar posse dessa belezura! 

Tem coisas que só Cervantes (Dumas, Verne, King, Maugham, Austen, Brontë, Gaskell, Doyle..) faz comigo! ;)



Sinopse: O livro relata o cerco romano no século II a.C. à cidade de Numância, na Espanha. O cerco terminou com o suicídio de toda a população antes que os inimigos conseguissem penetrar nas muralhas da cidade.

Omnia Vanitas. EU QUERO! 

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...