30 de abril de 2015

Leitura no Hospital..

Um quarto de enfermo pode dar assunto para muitos livros (Jane Austen)


O ano foi 2012; o mês foi fevereiro. 

Depois de uma noite muito ruim com dores de estômago e um dia inteiro com dores abdominais, o médico constatou: apendicite. 

O que restou para mim, foi me levantar da cama, trocar de roupa, pegar meus documentos pessoais e ir com a ambulância até o hospital. E, para me acompanhar nesta jornada (que eu não saberia quanto tempo levaria) eu levei meu livro.Minha leitura era "Persuasão".

Lá estava eu, sedada e com meu livro na mão, jurando que conseguiria ler sob o efeito do anestésico.
Depois de ir para lá e para cá; de passar por um jejum horrível com pessoas comendo e bebendo ao meu redor, eu estava sentada no leito do quarto do hospital, de frente para a janela e lendo meu querido livro. Foi minha primeira leitura desta obra.

Sentada, esperando pelo enfermeiro que chegaria a qualquer momento, eu me distraí com Jane Austen, mais especificamente com o Almirante Croft. Talvez, em uma próxima leitura, eu seja cuidadosa ao olhar para o simpático casal Croft, pois acho ambos hilários. 
E, sentada à espera do chamado para a cirurgia, eu li (e ri) com o seguinte trecho:

"Anne estava sempre com lady Russel e por isso raramente passeava sozinha; mas aconteceu de, certa manhã, cerca de uma semana ou dez dias depois da chegada dos Croft, achar melhor separar-se da amiga, ou melhor, da carruagem da amiga, na parte baixa da cidade, e voltar sozinha para Camden Place, e ao caminhar por Milsom Street teve a boa sorte de topar com o almirante. Estava sozinho junto à vitrina de uma loja de gravuras, com as mãos para trás, em atenta contemplação de alguma gravura, e ela não somente poderia ter passado despercebida dele, como foi obrigada a tocar nele e falar com ele até que ele a percebesse. Quando, porém, a percebeu e reconheceu, fez isso com toda a espontaneidade e todo o bom humor de sempre.
- Ah! É você? Obrigado, obrigado. Esse é um tratamento de amiga. Cá estou eu contemplando um quadro. Não consigo passar por esta loja sem parar um pouco. Mas veja só que barco é este! Olhe só. Já viu uma coisa dessas? Que sujeitos estranhos devem ser esses seus pintores, para pensar que alguém arriscaria a vida numa velha concha disforme como essa? E no entanto aqui estão dois cavalheiros de pé dentro dela, muito à vontade, a contemplar os penedos e montanhas ao seu redor, como se o barco não pudesse virar de um momento para o outro, o que certamente era o caso. Gostaria de saber onde esse barco foi construído! - morrendo de rir. - Não me arriscaria nem nem que fosse para atravessar só um bebedouro. Muito bem - afastando-se da vitrina -, aonde você vai? Posso ir a algum lugar para você ou com você? Posso ser útil em alguma coisa?
- Nada, muito obrigada, a não ser que me dê o prazer da sua companhia no trecho em que nossos caminhos se unem. Estou indo para casa.
- Com todo o prazer, e até mais adiante também. É, sim, faremos um belo passeio juntos, e eu tenho algo a lhe dizer enquanto caminhamos. Vamos, dê-me o seu braço; assim mesmo; não me sinto à vontade se não tiver uma mulher apoiada em meu braço. Meu Deus! Que barco é esse! - lançando um último olhar ao quadro, quando começavam a caminhar".

Existe um momento na leitura em que ela deve ser pausada para admiração (ou algo semelhante). Depois que terminei a leitura deste trecho, eu fechei meu livro e deitei na cama e fiquei me divertindo com a imagem do simpático almirante junto a vitrina.

Pouco tempo depois, o enfermeiro chegou e perguntou:

- Pronta para sua cirurgia, Adelita?

Eu não tinha escolha, eu fui com ele.

Assim, sendo esta minha terceira leitura de Persuasão, a imagem daquele dia do hospital esta registrada na minha memória e, todas as vezes que leio esta parte do capítulo 18, lembro da cena em que fui protagonista.

29 de abril de 2015

Recordações..


Ontem, na aula de francês, estudamos a conjugação de verbos no passado.

E, para aprender a conjugar no passado foi preciso conversar sobre o assunto. Cada aluno deu sua experiência sobre alguma coisa que lhe aconteceu no passado (infância ou juventude). E, para cada assunto havia uma risada pois algumas lembranças tinham mais aparência de "trauma" (hahaha).

E, quando chegou a vez de contarmos sobre o primeiro livro, eu não pude deixar de lembrar deste querido livro que li na minha infância. É uma história muito divertida de como as coisas podem ter dois lados, se soubermos de onde olhar. 
Este mesmo livro eu dei de presente para minha afilhado, logo que ele completou o primeiro ano do primário. Foi um presente de Natal, e ele adorou. Ele foi um bom leitor, líamos juntos. Lembro que lemos, em uma linda tarde de domingo, o HQ de O Hobbit! Ele adorava imitar a voz do Sméagol:
- É assim que ele faz, né, Dinha! 

Atualmente, ele não é tão bom leitor, lê somente mensagens de whatsapp - o que corta o coração da pobre madrinha (rs).

Mas esse livro foi muito especial para mim. Eu o folheei várias vezes e o li outras tantas. Bons tempos que deveriam ser conjugados com um verbo chamado "Saudade".




Desabafo

Quanto mais conheço o ser humano, mais nojo lhe tenho!

Antagonismo..

Dias atrás eu estava assistindo uma novela com a minha mãe. Ela estava jantando na sala e eu fui lhe fazer companhia.

No capítulo daquele dia, dois personagens "A" e "B" estavam discutindo sobre o comportamento corrupto de "C" que permitiu ser corrompido por "D". Listaram as baixas característica de "C" por aceitar o suborno e, desta forma, prejudicar os planos deles.

Antes do final dessa cena, "B" decidiu que faria uma proposta mais vantajosa para "C", então poderiam deixar o plano seguir conforme eles haviam planejado.

Veja só, anônimo leitor, quem são os novos mocinhos da nossa Era. Ao invés de servirem de bom exemplo para "C" e "D", eles mesmo entram no jogo dos "vilões" e fazem sua proposta.

Onde foi parar o bom senso para discernir o certo do errado (para aqueles que acreditam nessa tese).

É um tempo muito contraditório que vivemos. Nesta mesma novela, a moça quer a prova de amor do rapaz fazendo com que ele receba na mesma moeda o mal que ele fez a ela. E pasmem...vai dar certo! O casal ficará junto!

Eu realmente devo ser de outro planeta! Eu acredito que única coisa que pode vencer o "mal" é o "bem". E essa forma de "bem" é contrária as atitudes "más". Será que estou tão errada assim?
Como é possível ser contrária a uma atitude e mesmo assim praticá-la? Como é possível conseguir seguir dois caminhos tão antagônico?

Termino esta publicação com uma frase do meu querido Somerset Maugham e a sua verdade sobre o caráter humano (o qual ele sabe escrever como poucos).



Omnia Vanitas.

28 de abril de 2015

Arquivo X: O Raio da Morte

Até os grandes mitos algumas vezes se baseiam em fatos (Fox Mulder)

Voltando com a minha Leitura de Domingo na companhia do agente federal Fox Mulder! 

Neste episódio, Mulder "arrasta" Sculy para Connerville - a cidade dos raios. 
Misteriosamente, cinco pessoas foram atingidas por raios - nada estranho até aí, pois isso é possível. Porém, Mulder enxerga além da imaginação e dos fatos, há algo de podre nessa podridão, diria o Pica-Pau. E o faro do agente não estava errado.
Ele deixou Scully encarregada de incomodar-se com o xerife John Teller e foi procurar por provas concretas para sua fantasia. Como responder a formação de um fenômeno fora da sua área de concepção?

A resposta de Mulder estava em Darin Peter Oswald:

"Fazia cinco meses que vivia daquele jeito, sabendo que tinha o poder supremo guardado dentro do seu corpo.
Ele achara que ia morrer, quando o relâmpago o atingiu pela primeira vez. Tinha sido uma tempestade muito estranha, que parecera de repente, sem ninguém perceber. E Darin menos ainda.
(...)
Darin procurava correr para atravessar o campo, ensopado até os ossos. Dava para ver sua casa ao longe. Tentou correr o mais que podia, mas a grama alta e molhada prendia-se em suas botinas, tornando a fuga quase impossível.
De repente veio - BUUMMM! - o raio bem na direção dele, como se fosse um punho fechado que caía do céu. Seu corpo tinha explodido com uma dor tão intensa que ele teve vontade de gritar. Mas todos os seus músculos ficaram rígidos e contraídos por causa da força da energia do raio. Essa energia atravessara seu crânio, ateando fogo aos seus cabelos. E havia passado por todo o seu corpo para sair pelos pés e mergulhar no chão".
Correndo contra o tempo e atrás de adolescente que explodia hormônios e raios, Mulder precisava conter essa fúria púbere antes que ele atingisse mais alguém.

Será que Mulder conseguirá?

Omnia Vanitas.

27 de abril de 2015

Clube das Nove

O Clube das Nove (sem a SKD)

Senhoras e senhores, eis o Clube das Nove! (com oito).

Mas é assim mesmo, nunca conseguimos reunir todo o contingente: alguém tem um compromisso aqui, outra um ali, uma desculpa acolá ... E, a foto oficial, sempre fica pela metade. 

Mas estas mulheres são as mulheres da minha vida. Algumas eu conheço desde a minha infância, outras eu conheço de ver passear pelo bairro, outra é a prima da amiga e tem uma que eu nunca tinha visto antes (mesmo morando no mesmo bairro que eu). 

Por mais que achem que reunião de mulher é para falar sobre homem (também), sinto decepcionar, mas reunião do Clube das Nove é para rir da gente mesmo. Da gafe que a outra fez há quase dez anos atrás, dar risada da cara da outra que falou algo errado e, para infelicidade dela, na frente das pessoas erradas (nós).

Reunião do Clube das Nove é para comer, rir, falar (sem nunca conseguir terminar a história porque a outra já cortou o assunto), beber (seja suco, refrigerante, cerveja, chá, vinho, água ...). Mas o mais importante é reunir a mulherada. Reunião do Clube começa com voz alta e termina com a voz alterada - porque louco se diverte assim.
A loucura é deixada de lado quando há um problema, um desabafo, uma confissão, um choro.. porque o importante é a pessoa se sentir bem novamente, é que ela saiba que pode confiar naquele grupo de piradas. Ela pode saber que uma oração será feita, um apoio oferecido.

O que eu mais gosto nesse Clube é o respeito que existe neste convívio. Elas são minhas amigas, mas nem por isso precisam contar tudo o que lhes acontece. E, de mim, também, não é feito essa cobrança. Nossa amizade desfruta do direito de ser livre para se abrir no momento que quiser, e em nada será desmerecido da amizade.

Mulheres das Nove, muito obrigada por todas as reuniões que vivemos e por todas que virão!

Omnia Vanitas.
 


Voyage au Centre de la Terre..

"Je ne peux plus avoir de doute sur l'existence du voyageur et la réalité du voyage"

A segunda parte é o texto que enviei para correção. A primeira parte é a parte corrigida pelo meu professor!

Merci beaucoup, prof Vilaz ;)




Salut, mes chers lecteurs! Voici ma deuxième lecture en français. Et c’est encore Jules Verne!

Je ne sais pas qu’est-ce que c’est mieux: avoir un oncle qui écrit des histoires d’aventure ou avoir un oncle qui m'amène à une aventure. Bien, je n'ai ni l’un ni l’autre! Alors, je lis le livre d’aventure écrit par l’oncle d'une autre personne.

L'oncle de cette histoire s'appelle Otto Lidenbrock et il est un savant. Le neveu s'appelle Axel et il aime sa fiancée Grauben.

Pardon ... j'ai oublié d’écrire le titre du livre: Voyage au Centre de la Terre.

Synopsis:
Otto Lidenbrock, professeur de sciences à Hambourg, découvre par hasard l'étrange secret laissé par un autre savant islandais, du XVIsiècle: le chemin qui mène au centre de la Terre. Il met aussitôt sur pied une expédition et accompagne son neveu Axel, il part pour l'Islande. Là, ils pénètrent dans un volcan, début de la descente dans le ventre mystérieux de la Terre ... un voyage fantastique commence, marqué de rencontres étranges.
En compagnie de l'oncle et le neveu, il y a un homme islandais qui s'appelle Hans. Ce personnage est très important pour le voyage: il est la main qui construit toutes les choses importantes pour les voyageurs, comme le radeau.

Les trois hommes sont l’équation correcte pour un voyage réussi: la force, la jeunesse et la connaissance.

Pendant le voyage, ils rencontrent des créatures qui ne vivent plus dans la nature: ce sont des poissons et des os qui concernent de nombreuses années passées.
C'est une référence à l’idée que dans le centre de la Terre nous allons avoir laclé pour tous les mystères que nous ne pouvons pas expliqués aujourd'hui: une idée enfant sur le centre de la Terre, mais le créative imaginaire toujours est accepté pour les lignes d'un livre.

Jules Verne c'est un très bon écrivant sur les mystères et une oncle qui je voudrais avoir: pour une vraie aventure ou une aventure écrite.


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Voilà, mon cher lector! Cette est ma deuxième lecture en français. Et il est Jules Verne, aussi!

Je ne sais pas quel est mieux: avoir un oncle qui ecrit histoire sur aventure ou avoir un oncle qui m'amène à une aventure. Bien, je n'ai pas aucun! Alors, je lit le livre de aventure écrit pour le oncle d'autre personne.

L'oncle de cette histoire s'appelle Otto Lidenbrock et il est un savant. Le neveu s'appelle Axel et il aime sa fiancée Grauben.

Pardon ... j'ai oublié de écrit le titre du livre: Voyage au Centre de la Terre.

Synopsis:
Otto Lidenbrock, professeur de sciences à Hambourg, découvre par hasard l'étrange secret laissé par un autre savant,islandais, du XVI siècle: le chemin qui mène au centre de la Terre. Il met assitôt sur pied une expédition et, accompagné de son neveu Axel, il part pour l'Islande. Là, ils pénètrent dans un volcan, début de la descente dans le ventre mystérieux de la Terre ... un voyage fantastique commence, marqué de rencontres étranges.
Avec l'oncle et le neveu, un homme islandais qui s'appelle Hans. Ce personage est très important pour le voyage: il est le main qui construit tout les choses important pour les voyageurs, comme le radeau.

Les trois hommes sont équation correcte pour un voyage réussi: la force, de la jeunesse et de la connaissance.

Pedant le voyage, ils rencontrent des créatures qui ne vivent plus dans la nature: ce sont des poissons et des os qui se réfèrent à de nombreuses années passé.
C'est une réference à la idea de que dans au centre de la Terre nous allons avoir le cle pour tout les mystérieux que nous ne pouvons pas expliqué aujourd'hui: une idea enfant sur le centre de la Terre, mais le creativé imaginaire toujours est accept pour les lignes d'un livre.

Jules Verne c'est très bonne écrivant sur les mysterieux et une oncle qui je voudrais avoir: pour une vraie aventure ou une aventure écrite.

23 de abril de 2015

O Primeiro Namorado..

"Você foi a única que eu amei de verdade!"


Eu tinha quinze anos quando ele começou a estudar comigo. E eu detestava ele. Paulista metido que veio de Sampa pagar de moderno para catarina do interior. 
Ele adorava encher meu saco quando o meu time perdia e o dele, ganhava. E ficava todo faceiro quando eu pagava a promessa de usar a camisa do time dele quando o meu perdia. Que vergonha!
Sem contar quando fazia elogios que me deixavam com o rosto vermelho no meio da sala de aula.

Mas nem tudo era ruim. Éramos ainda adolescentes e cheios daquela alegria que só sabemos reconhecer algum tempo depois. E, eu não sei porque, ele se apaixonou por mim - uma garota temperamental, que torcia contra o time dele e que falava pelos cotovelos. 
E assim foi o primeiro ano do ensino médio, o segundo e o terceiro. Tivemos nossa formatura em 1997, e somente em 1998 ele pediu para namorar comigo. Eu aceitei. 

Namoramos pouco tempo. 
Era aquela época que ainda sentávamos no sofá lá da sala, na casa da minha mãe. Ainda existe esse sofá. Eu lembro que, aos sábados à tarde, depois que ele saia do trabalho, eu ficava sentada lá, naquele dito sofá, esperando ele buzinar para eu ir recebê-lo portão. 
Meu pai tinha uma colheita de milho, bem pequena, na frente da nossa casa. Toda as vezes que ele chegava, me dizia:

- Cheguei na Colheita Maldita! (filme baseado em um conto do Stephen King, chamado de As Crianças do Milharal).

Era divertido. Dias do único verão que passamos juntos, na frente de casa, deixando a brisa da noite nos refrescar. 
Também tínhamos o hábito de jogar general, à noite, na cozinha da minha casa e, também, fazer nossas compras "sagradas": amendoim com cobertura de chocolate e jujubas. Havia um vidro especialmente pronto para receber essas iguarias; mas o vidro esvaziava no mesmo dia - com ou sem sessão de cinema.
E quando ele entrava no meu quarto impecavelmente arrumado, ele dizia que parecia estar tudo bagunçado. Roubava meu diário, enquanto eu estava no banho,  para ler o que que escrevia sobre ele (rs).
Quando ele tomava café eu fazia ele chupar uma bala de fruta para tirar o gosto do café (porque detesto café). E ele fazia essa minha vontade.
E como esquecer dos longos beijos que dávamos escondidos dos meus pais ou, das longas despedidas quando ele trazia de volta da casa dele. 

Lembro da nossa viagem para Curitiba. Do meu mau humor durante o segundo dia de viagem (Deus! Como ele podia me aguentar?!)
Lembro, também, do dia que ele voltou de viagem de carnaval com a família dele. Eu fui recebê-lo, como toda boa namoradinha, no portão da minha casa. Ele saiu do carro e começou a reclamar que estava com uma dor nas costas. Preocupada, pedi para ele me mostrar onde doía. E, então, para minha grata surpresa, havia um enorme algodão doce escondido atrás dele - ele sabia que eu adoro algodão doce. E, de brinde, veio um balão para estourarmos depois. 

Ontem, relembrando o tempo de colégio com um amigo em comum, eu tive a  triste notícia de saber que meu primeiro namorado (e guerreiro rs), faleceu de câncer há, mais ou menos, dois anos. 

Ele já estava casado e com dois filhos; eu soube quando ele me ligou, quase oito anos atrás, para se desculpar pelo o modo como nosso namoro terminou. Claro que não havia motivos para desculpas, afinal, éramos dois jovens tolos que estavam brincando de amar. Mas, aceitei as desculpas e ofereci as minhas, também. E, uma coisa que ele me disse - e que não confessei na época por conta do estado civil dele - foi que ele sonhava comigo. E, todas as vezes ele acordava inquieto. Ele me disse, ao telefone, que se ele sonhasse comigo mais uma vez, ligaria para pedir desculpas à mim. Foi o que ele fez. Mas eu nunca confessei, pelo motivo que já expliquei, que eu também sonhava com ele. E, depois que nós tivemos aquela conversa, eu nunca mais sonhei com ele. Exceto, por essa noite. 

A notícia da morte dele foi um choque! Eu senti que uma parte da minha história se foi com ele. Ele não foi somente meu primeiro namorado, foi um amigo e "rival" que tive a alegria de ter por perto. 

Gostaria de contar mais sobre o significado daquele tempo, mas fica para outra publicação. Essa é só para ele e a dor que ausência dele, tão precoce, deixou em todos que o amam. 

In memorian de W.C.R.F. (Mor).


22 de abril de 2015

Morto do Dia ..



A primeira vez que li algo de Miguel de Cervantes, foi quando eu tinha treze anos. Eu li uma adaptação feita por Monteiro Lobato: "Dom Quixote de La Mancha para Crianças". Lembro ainda de como a Emília ficou irritada com o final do Cavaleiro da Triste Figura. Se lhe serve de consolo, Boneca de Pano, eu também não aceitei, mas concordei com a ideia do autor sobre o personagem. E, para a biblioteca infantil que estou preparando para minhas sobrinhas-netas (Amanda e Ágata têm esse luxo), eu comprei este exemplar para que elas possam ler um pouco do que tive na minha época! Espero que gostem de leitura tanto quanto a tia-velha gosta! ;)

Miguel de Cervantes foi um dos raros escritores de quem li uma biografia. Certa vez, ao entrar entrar em um sebo aqui da cidade (e jurando não comprar nada para mim, somente fazer os pedidos da minha mãe para comprar livros para ela) eu encontrei um título de Fernando Arrabal: "Um Escravo Chamado Cervantes". Eu não pensei duas vezes e comprei o exemplar para mim. Não sei o que sinto sobre Cervantes - ele é um tipo diferente de escritor que chama minha atenção.
O livro de Arrabal é mais uma narrativa histórica do que uma verdade sobre fatos da vida do espanhol. A narrativa biográfica está ligada ao que estava ao redor de Cervantes, pois, realmente, há pouquíssimo material sobre a vida deste. Atualmente, há uma busca dos ossos do escritor de Dom Quixote. Na última tentativa de "tomara que seja ele" havia somente duas letras no caixão "M.C.". O que escrever sobre isso? "Boa sorte, rapazes!"

Já adulta, eu ganhei de aniversário os dois volumes da obra de Dom Quixote. E, a primeira parte é apaixonante e hilária! Eu ria muito com os ditados fora de hora do Sancho e, coitado!, a manteada que ele sofreu foi muitíssimo engraçada tanto quanto a briga na estalagem! E.. como comem! Deus !!! Certo domingo, enquanto lia um trecho do livro na frente de  casa, precisei ir até a cozinha e preparar um pão quente com queijo e encher um cálice de vinho para acompanhar o fiel escudeiro em sua refeição, tamanha foi a vontade que a leitura de meu! 

Porém, a "paixão" pela segunda parte não aconteceu, exceto pelo maravilhoso prólogo que o autor fez para esta em crítica ao "ladrão" que publicou a segunda parte de Dom Quixote sem consultá-lo! Por esse motivo, eu aceito o final escrito ao personagem título!
Um dos motivos para eu não apreciar da segunda parte é, por eu gostar muito do protagonista, não conseguir ler Dom Quixote sofrer tanta injúria em sua estadia na casa de um tal Duque. Meu coração ficava doído por tantas brincadeiras de mal gosto feitas ao meu querido Cavaleiro! E, ele, tão inocente e louco, as aceitava como elogios e cumprimentos educados! Demorei muito para terminar de ler pois quando me irritava, fechava o livro e me negava a ler (como se isso fizesse a leitura seguir adiante).
Sancho Pança também não ficou fora do péssimo tratamentos do casal "hospitaleiro". E, não consegui segurar o choro quando ele abraça seu burro e chora com ele a sua má sorte! 
Um ponto positivo para esta segunda parte da história de Dom Quixote,  não posso negar, o Cervantes é muito espirituoso ao citar os eventos escritos seu "rival" dentro da sua narrativa. Ele não poupa ironia quando escreve um possível momento de "confusão" sobre as aventuras do protagonista.

Outras obras de Cervantes que li foram "A Prisioneira" - uma leitura de domingo - e "Novelas Exemplares". Ambas interessantes e que possuem histórias iguais. A publicação, antigamente, tinha um modo interessante de edição: normalmente se encontra uma obra com títulos diferentes. Em Dumas, eu me engano muito fácil por haver uma obra com dois títulos. Exemplo (em Dumas): O Castelo de Epstein e O Quarto Vermelho são a mesmíssima história; mas se você, leitor, não leu a segunda, acabará se enganando ao comprar a primeira. Coisas de antigamente! (rs).

Ler Cervantes é sempre uma aventura. E, quando se trata de "descobrir" novas palavras, este clássico não deixa dúvidas de quão vasto pode ser o vocabulário clássico. Nas duas primeiras páginas do livro Dom Quixote eu tenho mais de quinze anotações de palavras que tive que buscar em um dicionário na internet para poder esclarecer o significado. Então, ler Cervantes é quase uma ato de fé! (rs).


Omnia Vanitas.

21 de abril de 2015

Anne Elliot e Seu Capitão ..


Ontem, enquanto esperava minha irmã para irmos para a aula de natação, li um capítulo do livro "Persuasão" de Jane Austen. É o terceiro livro dos seis (publicações completas da senhorita Austen) que me propus a ler neste ano. 

E, em se tratando de uma releitura, é muito melhor para ler. O conhecimento dos fatos torna melhor a análise de outros pontos que ficaram para trás, ou aqueles que passaram sem serem percebidos tem a sua vez na leitura. A ansiedade pelo final não é mais o foco - o desenvolver até o ponto é que torna mais agradável a leitura - pelo menos no meu ponto de vista.

Ao contrário das outras obras que conheço da senhorita Austen, esta não começa com dois jovens que se conhecem, mas dois adultos que se reencontram. "Persuasão" será uma segunda change para um casal que se separou por circunstâncias - aparentemente sensatas - adversas ao desejo de ambos. 

Anne Elliot foi persuadida a desfazer o compromisso de noivado com o Capitão Wentworth. O pai da moça não o aceitaria por ele não vir de um berço nobre - o que ofenderia seu baronato. Anne estava disposta a sofrer a indisposição do pai para ficar com seu querido Capitão, porém, o desejo da madrinha (melhor amiga dela e da falecida mãe) pesaram quando esta manifestou-se contra o enlace matrimonial. Anne cedeu!

E, talvez, leitor, você possa pensar que Anne foi fraca ao deixar o homem que ama em favor de alguns conselhos de uma senhora viúva. Mas, na minha análise - quem sabe eu esteja sendo cruel - eu concordaria com lady Russel (a madrinha). Lê-se, a seguir, a situação dos jovens apaixonados:

"Anne Elliot, com todas as suas qualidades de berço, beleza e inteligência, desperdiçar sua própria vida aos dezenove anos; envolver-se aos dezenove anos num noivado com um rapaz que nada tinha além de si mesmo para recomendar-se, e sem esperanças de obter nenhum dinheiro, senão nos acasos de uma profissão mais do que incerta, e sem relações até para garantir seu avanço profissional, seria, de fato, um desperdício, em que lhe era doloroso pensar! Anne Elliot, tão jovem; conhecida de tão pouca gente, deixar-se agarrar por um estranho sem alianças ou riqueza; ou. antes, deixar-se afundar por ele num estado de dependência desgastante e angustiante, fatal à sua juventude! (...)"
Eu sei que soa cruel, mas, querido leitor, acompanhe meu pensamento em mais um trecho sobre o assunto:

"O capitão Wentworth não tinha posses. Fora feliz na profissão; mas, gastando mais em abundância o que ganhara em abundância, nada poupara. Estava confiante, porém, de que logo se tornaria rico: cheio de vida e entusiasmo, sabia que logo teria um navio e logo estaria em condições de obter tudo o que queria. Sempre tivera boa sorte; sabia que ainda o acompanharia. (...) O temperamento sanguíneo e a mente destemida do capitão tiveram nela [lady Russel] um efeito muito adverso. Viu naquilo só um agravante do mal. Aquilo só acrescentava a ele mais uma qualidade perigosa. Ele era brilhante, era obstinado (...)".

Estas duas citações fazem parte da opinião de lady Russel sobre o noivado de Anne com Frederick Wentworth.  Em alguns pontos, como na citação de status social tão diferente entre ambos (ela vindo da nobreza e ele ascendendo através da guerra) é dispensável, porém, o que não pensar sobre o restante. Parece pura maldade separar um casal tão apaixonado, como Anne mesmo cita a relação de ambos:

"(...) não poderia haver dois corações mais abertos, gostos tão parecidos, sentimentos tão uníssonos, rostos tão bem amados".
E, infelizmente, lady Russel não erra quanto ao caráter do noivo da afilhada. Mesmo quando retorna, depois de oito anos, ele volta com mágoa e disposto a esnobar Anne, e o confessa em carta a ela:

"(...) Posso ter sido injusto, fui fraco e ressentido, mas nunca inconstante".

Eu acho muito interessante, nesta obra de Jane Austen, a composição do caráter de Frederick. Ele não o ideal romântico, e, ouso dizer que nem Mr. Darcy o é por todo o seu preconceito; nem Edmund o é em Mansfield Park, ou Edward Ferrars em Razão e Sensibilidade e, no mesmo caminho destes segue Henry Tilney em A Abadia de Northanger. Então, o único que pode ser "catalogado" como "perfeito" é o querido Mr. Knightley, de Emma. Todos eles, salvo a exceção em Emma, seguem o ritmo de caráter de Frederick Wentworth - não que todos sejam sanguíneo como este, mas lhes falta o caráter firme de "herói" que há em Mr. Knightley.

Então, anônimo leitor, eu também não daria crédito ao bom futuro deste relacionamento. Portanto, apesar do preconceito que consta na observação de lady Russel, ouso dizer que ela não estava cem por cento errada ao afastar Anne de seu capitão. 

Para finalizar, deixo a carta, em francês (já que minha tarde será em trabalhos desta língua) do Capitão Wentworth à sua amada Anne.

Au Revoir! ;)



20 de abril de 2015

Aversão..




Ultimamente, nada me dá mais nojo do que ouvir ou ler a palavra "celular". Parece, para mim, que essa palavra se tornou tão viral quanto um video ruim na internet.

De repente, tudo esta em torno de um objeto! A vida deixou de acontecer ao redor e se concentrou em uma tela minúscula.

Sábado, eu sai com um grupo de amigos. Dos seis que eramos, cinco estavam mexendo no celular enquanto estavam no bar!
Vi um cara deixando a namorada com " cara de paisagem " para mexer no celular!

O que há com o mundo?

Estou pensando, seriamente, em me rebelar e desistir do meu aparelho! Se não querem socializar, não preciso da atenção em migalhas!




Elogios que não elogiam..



Eu já mencionei que sou contra elogios exagerados e coisas do tipo e que, também, sou contra essa ideia de mulher ser tratada com beata.

Porém, há um assunto que estou remoendo há muito tempo. Às vezes, tenho vontade de escrevê-lo, em outras prefiro ignorar minhas ideias. Mas, nesta nublada manhã de segunda-feira, eu li um texto que foi um empurrão para eu fazer esta publicação. O texto "motivacional" está neste blog.

Depois de ter ativado, novamente, minha conta no Facebook, resolvi fazer uma limpa em algumas páginas (e contatos, também). Porém, excluindo alguns, inclui outros. E nesse mexe-mexe de põe e tira, eu encontrei coisas interessantes. Uma delas é sobre "feministas". Na verdade, pseudo-feminista (que acham que esculachar os homens é valorizar o próprio sexo). Mas, algumas coisicas são engraçadinhas e, portanto, lá eu fico. Mas, como já disse, nessa manhã, eu li algo que me "inspirou" a escrever. Esse texto - que está linkado lá em cima - fala sobre as vantagens de namorar/ficar com um gordinho. 

Eu não tenho nada contra gordinhos, fortinhos, magrinhos, sarados, metrossexuais etc e tal. Por mim, sejam felizes como preferem ser.
Mas, não há pior do que "elogiar" em detrimento ao outro. Para um ser bom, é preciso diminuir o outro? Que triste! É isto que eu concluí ao ler aquele texto. E, esta não será a última vez que isso acontecerá.

Esse tipo de "elogio" é tão comum quanto você, querido leitor, pode imaginar. Quantos "conselhos" você já ouviu semelhantes a esse "elogio"? Pense! Quantas vezes um elogio lhe foi dado em detrimento de outra pessoa?

Ser magra não me torna uma pessoa má e fria! Ser gorda não me torna uma pessoa boa e carinhosa! Isso se chama caráter! E daí ...isso é outro post! ;)

18 de abril de 2015

Quarto de Cara Nova ..


E, hoje, eu decidi colocar alguns livros em ordem! 

Fazia tempo que os meus "Não Lidos" precisavam de um "novo ar". Foi  o que fiz. Comprei mais uma prateleira e um suporte e fixei-os na parede. E, assim ficou: 

- Stephen King e Maugham (dividindo, novamente, a mesma prateleira)
- Alexandre Dumas
- Cesta com autores diversos (desde a letra P - Raul POMPÉIA - até a letra W - Virgínia WOOLF) e, também, minha coleção de livros da série "Arquivo X".

Stephen King ocupava a cesta e adjacências. Decidi tirá-lo da cestinha e colocá-lo em um lugar mais 'aberto'. A "prateleira King" está assim composta:

- A saga "A Torre Negra" + o especial "A Vento Através da Fechadura" + Sob a Redoma + A Dança da Morte + Dança Macabra + As Quatro Estações.  Todos estes livros são publicados ainda hoje. À seguir, os raros: A Metade Sombria (edição portuguesa porque não encontrei a versão BR, chamada A Metade Negra) + A Incendiária + Os Estranhos. A continuação da prateleira segue com meu amado Somerset Maugham: O Traidor + O Mágico + O Pecado de Liza + O Agente Britânico/A Carta e, por fim, um dos poucos livros de Maugham que ainda é publicado: Servidão Humana. 

É isso .. Prateleira nova, quarto com nova cara! Agora é colocar tudo no lugar e esperar pela nova mudança! ;)

Omnia Vanitas.



17 de abril de 2015

C'est Fini..


Foi quase uma saga, mas cheguei ao fim! 

Eu não gosto de ficar muito tempo com livro para ler - diga-se de passagem que tenho um limite de, no máximo, 20 dias para ler um livro de 400.
A Juvenília contém 442 + Notas Explicativas. 
Eu teria terminado no prazo, se não fosse a confusão que fiz com a leitura inicial da Juvenília de Charlotte Brontë (vide publicação Recomeçar). Mas nada é perdido quando há o empenho em compreender!

Fim!

O livro das rivais chegou ao fim e, notei ao fim da leitura de "Elizabeth Hastings" o mesmo que notei ao fim de "Amor e Amizade" de Jane Austen: o melhor conto ficou para o final.

"Elizabeth Hastings" teve bom humor, investição e perseguição policial e amor. Mas não pense que "amor" em Charlotte Brontë tem a denotação de "sentimentalismo barato". Ela é dramática e suas paixões estão longe de serem eufóricas ou choramingas. Charlotte Brontë é uma mulher de convicções fortes e marcantes, e quem LEU alguma obra desta autora sabe sobre o que estou escrevendo. Suas heroínas são plenas conhecedoras de si mesmas, são intelectuais, morais e, principalmente, vivas! Charlotte critica Jane Austen e suas personagens:

"(...) o que pulsa rápido e pleno, embora oculto, o que o sangue atravessa, aquilo que é a morada invisível da vida e o alvo consciente da morte - isso a srta. Austen ignora".
Malvadinha essa Charlotte!  Mas é isso, as  personagens de C.B. amam beirando o abismo e permanecendo fiéis ao amor, mas não se jogam em honra de si mesmas!

"Elizabeth Hastings" termina com a lembrança de Jane Eyre e sua fuga de Mr. Rochester no pós quase casamento (rs).

Como é escrito na introdução desta obra "essa juvenília é, claro, às vezes, imperfeita e infantil". Algumas histórias terminam sem pé ou cabeça e deixa o leitor (no caso, eu) com um Hã?! sem explicação.

É isso, meninas e meninos, senhoras e senhores, leitoras e leitores! Divirtam-se com essas adolescentes que se tornaram mulheres marcantes na literatura universal - que nasceram imperfeitas e terminaram aclamadas como mulheres que contribuíram para a que outras do mesmo sexo possam mostrar seu valor! 

Omnia Vanitas.

16 de abril de 2015

Vamos pontuar..




Têm coisas que me tiram do sério! Pontuação errada é uma delas! Pior do que pontuação errada é a conveniência em achar que pontuar errado é romântico! Que ridículo!

Estava vagando pelo Facebook (quando deveria estar lendo meu livro, na verdade), e me deparei com o texto da imagem acima! 

Que desfaçatez!!! Desmerecer a beleza de uma pontuação em nome de um romantismo piegas!!

No romance, e na vida, a pontuação é muito bem vinda! Que loucura é escrever um texto corrido onde a leitura tira o fôlego do leitor e, desta forma, promove uma leitura sem coerência! Que tipo de vida é essa que não respeita o momento de parar para dar continuidade ao pensamento, que não respira enquanto cresce e se desenvolve! Que cansativo é não fazer uma pausa ou  colocar um ponto final em temas e momentos. Quanto se perde fazendo o mau uso da boa pontuação!

Omnia Vanitas.

14 de abril de 2015

Prostituto de Luxo ..


Ainda estou lendo a Juvenília de Jane Austen e Charlotte Bronte! Estou na última parte, que cabe a Charlotte e, no início desta última parte, o prólogo chamou minha atenção. Eu achei divertido e original no melhor estilo do estilo "Homem Solteiro Procura..". Segue:

"Um jovem de aparência cativante, eloquência elegante e comportamento cavalheiresco deseja obter seu pão sem esforço e viver desfrutando do nível mais alto possível de conforto e esplendor através do nível mais baixo possível de labuta ou fadiga. Com esse objetivo, pede permissão para informar o público de que lhe seria extremamente conveniente uma fortuna de herança ou se casar com uma mulher cujo menor mérito não deve ser seu dote pecuniário.
O anunciante não é rigoroso quanto à idade nem enfatiza os encantos transitórios meramente físicos - que, de acordo com a opinião dos melhores médicos de todas as eras, podem ser removidos apenas por uma doença que dure alguns dias ou pelo mais trivial dos acidentes.
Ao contrário, uma forma simetricamente imperfeita - um membro que esteja lateral, horizontal ou obliquamente fora da linha da mais rígida retidão; ou mesmo a ausência de uma feição, como um olho ou uma fileira de dentes a menos - não será uma grande objeção para este este indivíduo esclarecido e sincero, contanto que sejam oferecidas provas satisfatórias da posse dessa grande e essencial virtude, desse eminente e irresistível charme: D - I - N - H - E - I - R - O! Escrever para C.T. - aos cuidados do sr. Graeme Ellrington, nº 12, rua Capela, Verdópolis. 
P.S. - Não deve se oferecer para a posição ninguém que tenha uma fortuna em cédulas, terras ou títulos de menos de vinte mil libras. O anunciante se considera uma barganha pelo dobro do preço".

Depois eu conto se houve respostas ao sincero pretendente! ;)

Maugham..


Agora eu tenho o meu "traidor". (rs).

"Em todos estes anos nesta indústria vital..." eu nunca li um livro do Maugham que fosse do gênero policial. Eu conheço o Maugham "filósofo" - que sabe descrever a alma humana com uma facilidade e simplicidade que é maravilhosa!!! 


Além deste livro "O Traidor", eu também tenho "A Carta" e "O Agente Britânico" que são do gênero policial - mas ainda não li nenhum destes. Eles fazem parte da lista (quase infinita) de "Não lidos" que povoam meu quarto de dormir! 

Bom, para melhor saber do que se trata este livro, deixo a sinopse que está contido nele:

"Quando Ashenden, encarregado de um grupo de espiões trabalhando na Suíça, foi enviado para lá pela primeira vez, R., desejando que ele visse o tipo de relatório de que precisaria obter, entregou-lhe as comunicações: um maço de documentos datilografados, de um homem conhecido no serviço secreto como Gustav.
- É o melhor homem que temos - disse R. - As informações dele são sempre completas e circunstanciais. Quero que dê a sua melhor atenção aos seus relatórios. É claro que Gustav é um sujeito inteligente, mas não há razão para não recebermos relatórios tão bons dos outros agentes. É apenas uma questão de explicarmos exatamente o que desejamos.
Gustav, que morava em Basle, representava uma firma suíça com agências em Frankfurt, Mannheim e Colônia e, em razão dos seus negócios, podia entrar e sair da Alemanha sem risco. Viajava abaixo e acima do Reno e obtinha material sobre o movimento de tropas, a fabricação de munições, o estado de espírito do país (ponto que R. frisou com muita ênfase) e outros assuntos sobre os quais os aliados desejavam informações. As suas cartas frequentes à esposa ocultavam um código engenhoso e no momento em que ela  as recebia em Basle mandava-as para Ashenden em Geneva, que extraía delas os fatos importantes e os enviava a quem de direito. De dois em dois meses, Gustav vinha para casa e preparava um dos relatórios que serviam de modelo aos outros espiões daquele setor do serviço secreto..
Seus superiores estavam satisfeitos com Gustav, e Gustav tinha razões para estar satisfeito com eles. Seus serviços eram tão úteis que ele não só ganhava mais do que os outros mas, por certos "furos" de informação de tempos em tempos, recebia um bônus aprazível.
Isso continuou por mais de um ano. Então, algo provocou as suspeitas de R.: ele era um homem de espantosa agilidade, não tanto mental, mas instintiva e de súbito, teve o pressentimento de que estava havendo alguma trapaça.
Gustav, naquela ocasião, encontrava-se na Alemanha. Não disse nada de definitivo para Ashenden (todas as suposições R. guardava para si), mas disse-lhe para ir a Basle conversar com a esposa de Gustav. Deixou a cargo de Ashenden decidir o teor da conversação".
Este livro foi publicado, pela primeira vez, em 1927. Minha edição data de 1954.

Omnia Vanitas.

13 de abril de 2015

Eu me escolhi..


Este ano eu decidi escolher à mim! 

Decidi que quero sair mais e conhecer mais pessoas diferentes. Decidi que não quero esperar por pessoas que não tem escolha sobre aquilo que querem. 

Este ano eu não estou esperando por alguém me convidar para sair: eu convido, quem quiser vir junto, venha! Eu não tenho mais ânimo para ficar insistindo ou lamentando não ter ido à aquele lugar ou outro porque alguém não quis ir comigo: vou. E, se eu quiser ficar em casa curtindo meu livro e minha música, ficarei! Porque este ano eu estou escolhendo à mim! 

Eu não estou esperando por migalhas no meio do caminho, não espero por sinais mínimos de afeição ou amizade: eu quero, eu faço, eu posso e, principalmente, eu mereço o melhor - e não migalhas. Eu não me dou pela metade, logo, não quero receber nada parcial - quero o inteiro ou nada!

Conheço minha capacidade e, quando estou à fim, vou além dela. Mas não vou atrás de ninguém! Não imploro, não suplico: comunico. Venha quem quiser vir, mas que venha inteiro, não pela metade!

Omnia Vanitas.

12 de abril de 2015

Número 143, se apresentando, senhor! ..



Enquanto meu bolo está terminando de assar, deixe-me, anônimo leitor, lhe apresentar minha nova aquisição:

MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS, de Manuel Antônio de ALMEIDA.

Caso você pense que eu gastei um tostão por esse livro, sabia que está enganado, leitor. Este livro chegou até mim gratuitamente. Não, ele não foi presente de algum amigo de alma sensível à minha paixão por livros e, principalmente, por clássicos da literatura. Este livro faz parte de um projeto que conheci através do Facebook, chamado Prateleira. A Prateleira visa distribuir livro de maneira gratuita para todo este Brasil de meu deus! E é bem simples ganhar um exemplar.
Na página deste projeto é disponibilizado fotos dos livros recebidos (por doação). Se você for o primeiro deixar um comentário na foto do livro desejado, escrevendo EU QUERO!, pimba! O livro será seu e enviando gratuitamente para sua residência. Isso é maravilhoso!!!! Este é o terceiro livro que recebo deste projeto! "1984" de George Orwell, "Se Houver Amanhã" de Sidney Sheldon (que dei de presente para minha mãe) e, agora "MDUSDM", de Manuel Antônio de Almeida.

Para ajudar este projeto é fácil! Basta depositar QUALQUER VALOR na conta abaixo:

Banco do Brasil
Ag. 7073-4
conta num.465-0
Variação: 51
Titular: Leonel Pons Napoli

Eu escolhi este livro de Manuel A. de Almeida por ser um dos clássicos que precisei ler durante o período que cursei o segundo ano de Letras. Foi uma leitura muito gososa, mas, naquela época, pela demanda de leitura, eu não me dava ao luxo de comprar todos os livros indicados. Porém, quando vi este título disponível na Prateleira, assegurei que seria meu! E o é!

Como faz muito tempo que li este livro, fui buscar por fontes cibernéticas (rs) para elucidar o conteúdo da obra e seu autor. Segue:

A narrativa, que se apresenta como uma sucessão de aventuras do jovem Leonardo, tem início antes mesmo de seu nascimento, relatando o primeiro contato entre seus pais, Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca, no navio que os traz de Portugal para o Brasil. Ambos trocam “uma pisadela” e um “beliscão” como sinais de interesse mútuo e passam a namorar. Maria da Hortaliça abandona o marido e retorna para a terra natal. Pataca, por sua vez, recusa-se a criar o filho, deixando-o com o padrinho, o Barbeiro, que passa a dedicar ao menino cuidados de pai.
Pataca se envolve com uma cigana, que também o abandona. Para tentar recuperá-la, recorre à feitiçaria, prática proibida na época. Flagrado pelo Major Vidigal, conhecido e temido representante da lei, vai para a prisão, sendo solto em seguida.
Enquanto isso, seu filho Leonardo, pouco afeito aos estudos, convence o padrinho a permitir que ele frequente a Igreja na condição de coroinha. O Barbeiro vê ali uma oportunidade para dar um futuro ao afilhado. No entanto, Leonardo continua aprontando das suas e acaba expulso. Conhece o amor na figura de Luisinha, uma rica herdeira, mas sua aproximação é interrompida pela ação do interesseiro José Manuel, que conquista e casa com a moça.
O livro Memórias de um Sargento de Milícias está disponível para download.
O Barbeiro morre e deixa uma herança para o afilhado. Leonardo volta a viver com o pai, mas foge após um desentendimento. Envolve-se com a mulata Vidinha e passa a sofrer as perseguições do Major Vidigal, caçador dos ociosos do Rio de Janeiro. Para não ser preso, é forçado a se alistar.
A experiência militar não é menos problemática: continua a participar de arruaças e desobedece seguidamente o Major. Por isso, acaba preso. Consegue a liberdade graças à ação de uma ex-namorada de Vidigal, Maria Regalada, que lhe promete, em troca, a retomada do antigo afeto. Leonardo não só é solto, como é promovido a sargento da tropa regular. Reencontra-se com Luisinha, então recém-viúva, e os dois reatam o namoro. Ainda com a ajuda do Major Vidigal, Leonardo se torna sargento de milícias e obtém permissão para se casar.
CONTEXTO
Sobre o autor
Manuel Antônio de Almeida viveu em meados do século XIX, quando o Romantismo brasileiro estava no auge. Sua carreira foi interrompida por uma morte precoce, mas o escritor deixou uma marca profunda em nossa literatura: o romance Memórias de um Sargento de Milícias. Publicado em um suplemento que tratava, entre outras coisas, de assuntos políticos, integrava-se perfeitamente a ele, divertindo o público da época e dando o que pensar aos leitores de todos os tempos.
Importância do livro
O romance de Manuel Antônio de Almeida destoa do romantismo convencional. Isso dá um sabor especial ao livro, menos pelo fato em si, e mais por mostrar a precariedade de certas classificações excessivamente redutoras. A narrativa tem o poder de ampliar a concepção de literatura romântica, mostrando que os escritores da estética sabiam explorar tanto o sentimentalismo quanto o humor em suas obras.

Período
A frase inicial do livro explicita o momento histórico em que se passa a ação: “Era no tempo do Rei”. Trata-se do início do século XIX, período em que D. João VI ficou no Brasil (1808-1821). Escrevendo algumas décadas depois, o narrador estabelece um diálogo entre seu tempo e o tempo da ação.
Fonte: Literatura e Educação 
Ainda neste link, se lhe for interessante, leitor, você poderá fazer o download desta obra de Manuel Antônio de Almeida.

Omnia Vanitas.


P.S.: O bolo está com uma aparência deliciosa e, desconfio, que o sabor dele não está longe da aparência! ;)

10 de abril de 2015

À Moda Antiga

Não temos wi-fi, conversem ENTRE SI!


Eu gosto da internet! Sem ela, minhas publicações neste blog e outros não seria possível.
Gosto dessa ideia de aproximar pessoas quando parece que estou isolada do mundo: gosto de chats, papos descontraídos com pessoas que estão do outro lado do mundo - que eu nunca conheceria se não fosse a internet.
Gosto da conversa imediata, da troca de informações e conhecimento na velocidade da luz (que sonho, hein - vamos torcer por uma conexão assim ;) ).

Mas preciso confessar que, há algum tempo, algo vem me irritando. 

Estou reunida com amigos e, de repente, todos se desligam e viram zumbis olhando para a tela de um celular. Todos off line enquanto eu estou totalmente on para eles. Seja em bares ou reuniões íntimas: a droga da internet me substitui. Então, a minha pessoa que está disposta a conversar e rir já não é mais importante porque um video, um texto, uma imagem é mais importante do que qualquer coisa que eu diga.

Mas eu não vou me dar por vencida! Vou começar a ignorar do meu jeito! Vou me rebelar à forma antiga!
Para qualquer evento que eu esteja, vou levar meu livro! Quando alguém sacar o celular, eu sacarei meu livro! Seja qual for ele: mesmo o volume único da trilogia de Tolkien, O Senhor dos Anéis, seja o volume único de Lewis, As Crônicas de Nárnia ... Seja Dumas com o meu volume de "Capa e Espada" de O Conde de Monte Cristo. Vou ignorar também! Se a minha presença é tão insignificante que precisa ser trocada por uma imagem insignificante... eu me nego a conversar com você que me ignora! Vou ler! Sim! Isso mesmo! LER!!

Que lástima é perceber que o ser humano trocou o humano pelo eletrônico! 

Omnia Vanitas.

Carta! Carta! Carta!


Já estou me acostumando a chegar em casa às sextas-feiras e encontrar uma carta do Clube de Leitura.
Hoje, não foi diferente! Esta carta veio lá de São João Del Rei/MG.

"...Que tal me acompanhar em um chá enquanto conversamos por essa cartinha?"

Que encantador! Fervi uma porção de água e escolhi um dos dois chás que ela mandou como sugestão. Que delícia!!
E, junto com o chá, veio um postal da cidade com um lindo pôr-do-sol! Adorei!!!

Agora só me falta respondê-la!

Omnia Vanitas.

Ponte de Outono..


Continuando a saga "Eu recomendo" (rs), hoje eu quero escrever um pouco sobre esse estranho no ninho que se chama "Ponte de Outono", de Takashi Matsuoka.

Encontrei esse livro no twitter pouco mais de três anos. Foi uma garota que comprou o livro para "teste" (vou comprar mesmo sem conhecer o autor). Eu entrei na dela. Deixei ele na minha lista de "Pedidos" que eu tinha na época no Facebook. E, para minha surpresa, ganhei de presente de aniversário da minha amiga querida GLN.

Sinopse:
No ano de 1311, na torre principal do Castelo do Bando de Pardais, uma bela mulher sentada à janela contempla o exército inimigo reunindo-se lá embaixo, fogueiras acesas iluminando a escuridão da noite. Enquanto aguarda calmamente a sua morte, ele começa a escrever a história secreta do clã Okumichi: a revelação por trás do dom profético compartilhado por todas as suas gerações e o notável destino que as espera. Por seis séculos, estes escritos permanecem ocultos, até serem descobertos por uma americana, que desembarca no porto de Edo em 1861, fugindo de um passado trágico. Em Ponte de Outono, o escritor nipo-americano Takashi Matsuoka, autor do cultuado Bando de Pardais, retoma o fascinante estilo de escrita que marcou a obra anterior. O autor descortina uma trama de ação e emoção, honra e traição, que atravessa séculos e continentes, do violento e majestoso Japão feudal às ruas apinhadas da cidade de São Francisco do século 19.
Ao traduzir a história dos ancestrais do Senhor Genji, do clã Okumichi, Emily acaba se envolvendo em uma narrativa épica de heroísmo e amor proibido: a trajetória da Senhora Shizuka, uma bela princesa feiticeira que durante muitas gerações encantou os homens do clã Okumichi. Examinando os frágeis pergaminhos, Emily descobre que a trama da sua própria vida está interligada à dos antigos escritos. No encontro do passado com o presente, surge uma história jamais descoberta. E a profecia secreta, há séculos protegida, corre o risco de ser finalmente revelada.
Ponte de Outono, de Takashi Matsuoka, é um romance único, ambientado num passado envolto em mistério e misticismo, um mundo habitado por samurais e ninjas, mas repleto de uma filosofia que ultrapassa as barreiras temporais e culturais.

Mesmo nunca tendo lido nada tão oriental quanto essa obra, eu arrisquei na leitura e não me decepcionei. A narrativa não é linear e esse fato dá um "charme" durante a leitura.  A presença do elemento místico é por deveras interessante pois permite que o leitor espere, mesmo que sem esperança, que o final não seja conforme predestinado.

Eu recomendo esta obra, porém, alerto que seja interessante ler, primeiro, "Bando de Pardais" por se tratar do primeiro livro de Matsuoka - percebo que deve haver uma prévia apresentação para esta leitura. À mim, não atrapalhou esse embaraço de publicações, mas talvez, anônimo leitor, queira ser mais prudente do que eu. ;)

Sobre o autor: nascido no Japão, Takashi Matsuoka mora, atualmente, em Honolulu, no Havaí.

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...