9 de março de 2015

A Diplomacia de Elinor Dashwood - parte 2


Continuando a escrever sobre “A Diplomacia de Elinor Dashwood”, eu dividi o capítulo vinte e três em algumas partes. Em cada parte eu pretendo mostrar toda a sutileza desta heroína ao “confrontar” sua ignorante rival depois que esta declarou, de modo tosco, um guerra fria ao bom senso de Elinor. A primeira, chamo de...

A Reflexão de Elinor Dashwood:

Ainda o primeiro parágrafo do capítulo vinte e três, Elinor está convencida do amor de Edward por ela e do erro que ele cometeu ao firmar noivado com a senhorita Lucy:

(...) Não se tratava de ilusão ou de vaidade de sua parte: era certo que Edward a amava. E esta certeza lhe fazia tanto bem ao coração!

Não sei sua opinião, quieto leitor, mas eu tenho algo a declarar sobre Elinor: ela é consciente do seu valor! Entre ela e Lucy era impossível haver dúvida de quem era mais cara ao apático Edward. É Elinor a preferida, a amada. É Elinor a melhor companhia, conversa e risada. Lucy Steele foi um erro e logo seria descartada (chupa essa, Lucy!).

Mesmo nesta certeza do amor de Edward, Elinor não se imporá entre ele e a sua noiva. Ele não confrontará o Sr. Ferrars na questão: “Ou ela ou eu”. Ela não fará escândalo algum, apenas chorará, não por ela [Elinor], mas por ele – pois sabe que ele será infeliz ao lado da jovem senhorita Steele. Que mulher superior!

A outra divisão neste capítulo eu nomeei como ...

A Estratégia de Elinor...

Mas Elinor não deixará barato e irá confrontar, de maneira diplomática, os sentimentos de Lucy para com Edward. Fazendo essa análise, ela obteria informações suficiente sobre a força ou fragilidade daquele compromisso de Edward e Lucy.

Apesar de ter sofrido muito durante a primeira conversa que tivera com Lucy sobre o penoso assunto, Elinor logo passou a sentir o premente desejo de renová-la, por muitos motivos. Queria ouvir novamente os muitos detalhes sobre o noivado deles, queria compreender com maior clareza o que Lucy sentia de fato por Edward, queria ver se havia sinceridade nas declarações dela ao dizer que o amava e, o principal, queria convencer Lucy, pela brevidade com que voltaria a falar a respeito e a calma com que mencionaria os fatos, de que não tínha nenhum outro interesse por Edward a não ser amizade e que temia ter deixado dúvidas a esse respeito devido a sua involuntária agitação durante a primeira conversa que haviam tido sobre esse assunto. Era muito provável que Lucy estivesse com ciúme dela; ficara claro que Edward falara a seu respeito com palavras elogiosas, não só pelo que Lucy lhe dissera, como também pela pressa demonstrada em confiar nela depois de conhecê-la havia tão pouco tempo e, depois de um relacionamento tão superficial, por contar-lhe um segredo que considerava muito importante.

Pobre e apática Lucy.

Elinor precisava esperar pela oportunidade e saber usá-la de forma adequada para não levantar suspeitas das outras pessoas, ou seu plano falharia antes de ser posto em prática. Neste caso, quanto menos soubessem mais certo certo seria o sucesso da empresa.

A oportunidade chegou. Em outra reunião em Barton Park, Elinor, de maneira paciente, aguarda o momento oportuno para ficar a sós com sua “amiga” e “confidente”.

Lucy fica destinada a terminar um cesta para a pequena Annamaria, filha mais nova da dona da casa, ficando, desta forma, fora da roda “animada” de cartas. Essa é a oportunidade de Elinor e ela é perfeita.

Marianne, ignorando o plano da irmã, acaba prestando um favor boníssimo para Elinor ao se negar jogar cartas e preferir tocar piano. Um grupo se forma para os jogos e Lucy se afasta para terminar sua cesta. Elinor, de maneira estratégica, se desculpa por não participar da mesa de jogos, pois prefere ajudar Lucy a terminar a cesta.

Então, a senhorita Dashwood possui o ambiente perfeito: a companhia da Lucy somente para ela, uma mesa distraída de carteado e a música de Elinor que “abafa” a conversa íntima das duas mulheres de Edward Ferras – cara! Ele nem merece isso tudo! Não sei o que Elinor viu nele, mas paciência!

(...) com um pouco daquela diplomacia que Marianne jamais concordaria em conceder, jogou, ganhou e agradou (...). Lucy fez-lhe lugar à mesa com grande disposição e as duas rivais pouco depois encontravam-se lado a lado à mesma mesa, unidas pela harmonia da execução de um trabalho em comum. Ao piano, Marianne empolgou-se com sua música e seus pensamentos (...). Então, a srta. Dashwood concluiu que, com todo aquele barulho, poderia conversar com Lucy sobre o assunto que tanto a interessava sem que corressem o risco de serem ouvidas na mesa de jogo.

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