29 de novembro de 2014

Bailinho ...


Bom dia, querido leitor! Veja só até onde pode chegar a insanidade de uma mulher!

Tive a tarefa de comprar livros para minha mãe! PARA MINHA MÃE!! Mas como eu poderia entrar em um sebo e ficar indiferente à minha atração por boas obras? 

Eu já havia escolhido para minha mãe "A Procura da Felicidade" (Chris Gardner) - que deu origem ao filme estrelado por aquela coisa linda do Will Smith - e para mim "A Taça de Ouro" de Henry James. Prateleiras adiante eu achei um para ela "A Montanha e o Rio" de Da Chen - eu uso com a minha mãe o mesmo sistema que uso comigo: não importa se o autor é desconhecido ou não é "best seller", arrisco comprar pelo prazer de ler algo diferente da maioria. Com Da Chen eu fiz isso. Achei para mim um livro do Jack London "De Vagões e Vagabundos". Eu sabia que minhas escolhas não eram  equivocadas pois Henry James e Jack London são à prova de qualquer erro.

Mas daí, eu achei o homem da minha ruína: Stephen King. Na minha cesta de Livros Não Lidos, o sobrenome dele faz jus à situação que ele ocupa entre outros: é Rei da cestinha.

Lá estava eu com "Dança Macabra" nas mãos e olhando, de maneira cobiçosa, para "A Dança da Morte" e, de repente, minha visão alcança "Sob a Redoma". Senhor! Que loucura!!! O que fazer? Quais escolher?  Fato que ainda não mencionei é que, na entrada, no expositor de mesa, estava "Dumas Key" sorrindo para mim. Tantos King dizendo ao meu coração "Leve-me! Adelita, leve-me!". Como é difícil escolher um filho preferido, mas foi necessário ou meu orçamento, tão debilitado, ficaria precário.

Aí estão, na foto, minha ruína em uma simples compra que nem era para ser minha. 

Para finalizar a compra para minha mãe, escolhi "Lago dos Sonhos" (Kim Edwards) - autora que ela já leu outras obras; e, "Vale a Pena Arriscar" do filho de Rosamunde Pilcher, Robin. 

E foi assim, anônimo leitor, que minha lista de Livros Não Livros somou mais duas obras em espera! :) 

Omnia Vanitas.

28 de novembro de 2014

Le Père ...


Je toujours lit le père, non le fils. Pourquoi? Je ne sais pas, mais j'aime tout le oeuvre de Dumas père, et je lit beaucoup le livre de lui.
Je n'ai pas interresse pour le fils, mais je sais que lui est bon aussi. Un jour, peut-être, je commence a lire Dumas fils aussi.
 Se liga, leitor anônimo, no meu francês! Suado, mas consegui. Minhas aulas de língua francesa não são somente risada, piada e comida... A gente estuda, também, e muito!

Mas tudo isso foi para dizer que, hoje, eu comprei duas obras do meu  amado Xandão Dumas EM FRANCÊS!!!! 
Claro, sei que minha leitura ainda é lenta e minha compreensão em francês também, mas aaahhh eu estou lendo um livreto para as aulas de francês (em francês, claro) e pensei:

- Ah! Eu quero Dumas! Mas Dumas de verdade! (não em  livreto).

Então, comprei "La Tulipe Noire" e "L'Histoire D'un Crime". São obras de Dumas que eu nunca li antes, então, será totalmente fresquinha estas histórias pour moi! rs Que maravilhosa aventura será esse desafio em ler Dumas em língua francesa!!! Abandonner, jamais!

Para aqueles que tiverem interesse na obra L'Histoire D'un Crime, este é o link para o livro em PDF.

Au revoir, mes amis!
Tous Vanité! :)


26 de novembro de 2014

Complemento de Leitura ..


Olá, quem me lê!! :)

Ontem, depois um dia mega cansativo de trabalho, fui recompensada com a chegada deste querido livro: Papisa Joana, de Lawrence Durrell. Eu sei que eu já li um livro com o mesmo título, mas este foi escrito em 1886 e  sua publicação ocasionou a excomunhão do autor da igreja.
Logo, em relação ao livro de Donna W. Cross, este é o proto de Papisa Joana.

Por enquanto, ele ficará sob a tutela do Presley - O Senhor dos Livros Não Lidos. Assim que todos os outros permitirem, eu o lerei!

Au revoir!
Omnia Vanitas.


25 de novembro de 2014

Platão, volume I



Veja só, eu me aventurando pelas linhas da filosofia!

A intenção não era trilhar o caminho sozinha mas, nada aconteceu como o planejado e cá estou eu, percorrendo por esta estrada tão desconhecida para mim.

Fiz de Platão minha Leitura de Domingo. Porém, não é possível ler um livro deste filósofo em apenas um domingo e achar que entendi tudo (rs). Comecei domingo passado (16) e reli no último domingo (23). E a releitura foi muito agradável! Alguns pontos que pareciam um pouco "obscuros" foram clareados na segunda tentativa - ainda brinquei em casa dizendo que "...se eu acho que estou entendendo Platão, é porque não o estou compreendendo". E, ao final da minha leitura do Livro I de A República, termino como ele dizendo: só sei que nada sei.

 É estranho pensar que depois de uma leitura tão complexa (para mim) eu não consiga chegar à um ponto final. Acho que filosofia é isso - permitir pensar a todo o instante sem querer fechar o ciclo, pois pensar não é chegar ao ponto final mas seguir adiante sempre.

Bom, deixe-me colocar minha impressões aqui, anônimo leitor. Espero que eu não esteja destruindo esta obra do fundamento filosofal.

Primeiro preciso dizer que é muito estranho ler Platão e, de repente, a narrativa fala de Sócrates (?). Então, eu descobri que este livro faz parte dos "Discursos Socráticos" de Platão, logo, o seu mentor, Sócrates, tem o palco somente dele. E, para outros iniciantes como eu, esclareço: Sócrates foi mentor de Platão que foi mentor de Aristóteles.

Continuando: neste primeiro livro de A República, Platão esta apresentando um sociedade ideal baseada na justiça. O discurso começa quando uma visita - inquirida - à Céfalos acontece. Quando o ancião fala sobre a morte e suas ansiedades, ele entra no quesito da Justiça/Justo. 

E aquele que encontrar em sua vida pregressa muitas maldades intimida-se, seja acordando numerosas vezes durante a noite, da mesma forma que as crianças, seja esperando alguma desgraça. Ao contrário, aquele que sabe não haver cometido injustiças sempre alimenta uma doce esperança, benévola ama da velhice, (...)

O velhinho põe o fogo na lenha e vai embora, deixando Sócrates e Polemarco (o herdeiro do discurso) conversando sobre o que é justiça, quem é justo, como definir o que justo e justiça etc.

Eu entendi, na conversa entre os dois, que ser justo (não parecer ser) é, algumas vezes, algo indispensável. Em negócios, transações ou no simples dia-a-dia, há situações em que o justo é dispensável. Ele só serviria para  situações inúteis - assim, através das perguntas feitas à Polemarco e das respostas que este deu, chegou-se, inicialmente, a esta ideia.

Logo, meu amigo, a justiça é muito pouco importante, se ela se aplica somente a coisas inúteis. (Sócrates)

Outra concepção foi abordada: o justo faz justiça somente aos amigos? E ao inimigos? É capaz do justo ser bom somente com os amigos? E, se por acaso, seus amigos estiverem agindo de forma injusta, você estaria elogiando a injustiça em detrimento à justiça que seus suposto inimigos fazem?
Logo, a justiça não deve ser aplicada somente à uns, mas a todos. Será?

Então, para numerosas pessoas, Polemarco, que se enganaram a respeito dos homens, a justiça significará prejudicar os amigos — sendo que possuem amigos maus — e ajudar os inimigos — os quais, em verdade, são bons .
Amigo é aquele que parece e realmente é honesto. Aquele que parece honesto, mas não é, apenas aparenta ser amigo, sem sê-lo. A definição é a mesma a respeito do inimigo. (Polemarco)
 Por outro lado, não pode o justo deixar de ser justo. Se o caráter é exprimir justiça, ele não consegue fazer vilanias à outro se a situação lhe convier.
E, então, chega-se a outra verdade de Platão, o ser e o parecer - que não foram discutidos neste livro, mas até onde li, é algo presente na literatura deste filósofo. Ainda não o entendi completamente, então, fica um pouco complicado explicar além disso.

Entre os ouvintes da palestra estava Trasímaco. Este ficou observando a conversa dos dois e ficou com comichão para interferir. E, na primeira oportunidade, o fez.

Que tagarelice é essa, Sócrates, e por que agis como tolos, inclinando-vos alternadamente um diante do outro? Se queres mesmo saber o que é justo, não te limites a indagar e não teimes em refutar aquele que responde, mas, tendo reconhecido que é mais fácil indagar do que responder, responde tu mesmo e diz como defines a justiça. E abstém-te de pretender ensinar o que se deve fazer, o que é o útil, proveitoso, lucrativo ou vantajoso; exprime-te com clareza e precisão, pois eu não admitirei tais banalidades.

Com essa sutilidade, Trasímaco entrou na conversa. Quis ele, e a assim o fez, dar a sua contribuição para a palestra, ou melhor, quis desmerecer àqueles que antes conversavam enquanto ele ouvia. Porém, na fala deste irado locutor, encontra-se o fundamento da filosofia de Sócrates: perguntas e respostas simples acerca de ideias complexas.

Trasímaco é maravilhoso. Além de ele interromper uma conversa, desmerece os que antes dialogavam. Ele nem fica tímido em expressar toda a sua ira por Sócrates, fala "na lata":

E esta a sabedoria de Sócrates: recusar-se a ensinar, ir instruir-se com os outros e não se mostrar reconhecido por isso!
Eu duvido que ele tinha algum amigo (rs), mas não é sobre isso que quero falar, continuo com Trasímaco à partir da conversa que ele interrompeu sobre o assunto "Justiça". A definição deste pensador é esta:

Aqui tens, homem excelente, o que afirmo: em todas as cidades o justo é a mesma coisa, isto é, o que é vantajoso para o governo constituído; ora, este é o mais forte, de onde se segue, para um homem de bom raciocínio, que em todos os lugares o justo é a mesma coisa: o interesse do mais forte.
Logo, para Trasímaco, a justiça está sempre a favor do forte, nunca do oprimido. Sócrates não contestará, mas apresentará circunstâncias que tornam a afirmativa abjeta.  E, neste vai e vem de perguntas, Trasímaco se confunde:

Não concordamos que, às vezes, os governantes se enganam quanto ao que é o melhor, impondo determinadas leis aos governados? E que, por outro lado, é justo que os governados obedeçam ao que lhes ordenam os governantes? (Sócrates)

Então, Sócrates apresentará uma contra-opinião (sem ir contra, apenas refletindo). Lê-se:

Se me perguntasses se é suficiente ao corpo ser corpo ou se tem necessidade de outra coisa, responder-te-ia: Certamente que tem necessidade de outra coisa. Para isso é que a arte médica foi inventada: porque o corpo é defeituoso e não lhe é suficiente ser o que é. Por isso, para lhe proporcionar vantagens, a arte organizou-se’. Parece-te que tenho ou não razão?

Logo, na aplicação da ideia de Trasímaco, Sócrates rebate com o exemplo acima, declarando que o corpo humano é quem rege a medicina, e não o contrário. A medicina está à favor do corpo, logo, conforme a explicação de Trasímaco, o forte (governo) deve ser submetido ao fraco (governado).

Sendo assim, Trasímaco, nenhum governante, seja qual for a natureza da sua autoridade, na medida em que é governante, não objetiva e não ordena a sua própria vantagem, mas a do indivíduo que governa e para quem exerce a sua arte; é com vista ao que é vantajoso e conveniente para esse indivíduo que diz tudo o que diz e faz tudo o que faz.

Daí vira bagunça! (rs). Trasímaco apela, descaradamente, para a posição inversa da sua fala pelo simples prazer de "derrubar" Sócrates.

(...) acreditas que os governantes das cidades, os que são realmente governantes, olham para os seus súditos como se olha para carneiros e que objetivam, dia e noite, tirar deles um lucro pessoal. Foste tão longe no conhecimento do justo e da justiça, do injusto e da injustiça, que ignoras que a justiça é, na realidade, um bem alheio, o interesse do mais forte e daquele que governa e a desvantagem daquele que obedece e serve; que a injustiça é o oposto e comanda os simples de espírito e os justos; que os indivíduos trabalham para o interesse do mais forte e fazem a sua felicidade servindo-o, mas de nenhuma maneira a deles mesmos.
O convercê não mudará. Ambos refutarão as ideias de um e outro, mas quando Sócrates tenta fechar a ideia, bom...

(...) lancei-me numa discussão para analisar se ela é vício e ignorância ou sabedoria e virtude; tendo surgido em seguida outra hipótese, a de saber que a mjustiça é mais vantajosa do que a justiça, não pude evitar de ir de uma para outra, de modo que o resultado da nossa conversa é que não sei nada; porquanto, não sabendo o que é a justiça, ainda menos saberei se é virtude ou não e se aquele que a possui é feliz ou infeliz.
Parece desanimador fechar uma leitura com a ideia acima, mas, afinal de contas, penso eu, será que conseguimos chegar à verdade sobre o que é justiça/injustiça sem pesar a própria satisfação?

Ominia Vanitas
Venha Livro II

21 de novembro de 2014

Baggins? Sure I know a Baggins...


"Eis-que" chego em casa, ontem, e me deparo com um embrulho em cima da cristaleira. Pelo formato, percebi que era um livro. Um livro? Mas eu não havia encomendado nenhum! O que poderia ser?

E, para meu deleite, o remetente era, ninguém mais ninguém menos, que  BILBO BOLSEIRO! hahahaha

E eu pensei uma vez e na metade da segunda tentativa eu já tinha sacado de quem se tratava!!! 

Meua-migo adorei o presente! Nada melhor para uma iniciante de filosofia do que ler sobre um assunto que ama "misturado" com filosofia!   E já o primeiro capítulo me deu "ânsias": Descubra o Tûk dentro de você

Logo que eu terminar de ler Platão - espero que ele não acabe comigo antes (rs), lerei com muito prazer seu presente! Obrigada! 

Omnia Vanitas.

20 de novembro de 2014

Carinho..


Vixi! Hoje eu estou "escrevinhadeira". Mas esse peito precisa desabafar as saudades, as vontades, as ânsias para não morrer sufocado.

E eu estou estou com saudade de Maugham! Sim, eu sei que comecei a ler a senhorita Brontë, e não a desmereço e nem o faço com a minha escolha; mas, Maugham, é o meu queridinho. Maugham é aquele escritor que fala direto à minha alma, que atinge meu coração e que me leva às lágrimas. Eu amo Maugham!  Amo a sua simplicidade ao escrever sobre sentimentos tão puros e nobres como em O Fio da Navalha (onde mora meu inesquecível Larry). Ah! Larry! Quantas vontades você deixou no meu coração! Quantos desejos foram despertados, meu querido! Todos por sua causa! Tudo em mim suspira de saudade de você! Eu não me permito esquecê-lo! Nada poderá me separar do tempo que estive nessa leitura!

E O Véu Pintado? Maravilhoso! Lembro que na madrugada de uma segunda-feira de janeiro em dois mil e treze, eu coloquei esse livro na prateleira aos prantos! Oh! Kitty! Quanto aprendi contigo! Quanto chorei contigo, minha querida! Senti seu sofrimento e sua angústia (ou eram minhas?). Nunca irei esquecê-la! Você é uma mulher incrível, minha heroína.

Como esquecer as aventuras no Oriente em Um Drama na Malásia. O que dizer da riqueza de personagens tão complexos e simples. Que sentimentos um homem pode carregar dentro de si sem que os outros o entendam? Que consequências o ser humano está disposto a suportar em nome de seus ideias?

Maugham é meu amante! Ainda tenho algumas obras suas na minha cesta de Não Lidos. Todas esperando para mudar minha visão de mundo! E eu, ansiando por elas.

Sabe, anônimo leitor, eu não sou leitora de bula de remédio, portanto, quando um livro ou autor me cativam, eu me entrego. E, Maugham é o meu bálsamo para dias enfadonhos. E, hoje, eu estou morrendo de saudade dele - perdão, Charlotte! Saudade das suas palavras francas, hábeis, cheias de substância humana genuína - pois isso é Maugham: um psicólogo sem o ser. Ele é um escritor que consegue atingir a alma em cheio com suas palavras abertas, seu pensamento livre e sua vontade espontânea.

Eis a minha saudade de Maugham ser tão explícita!

Omnia Vanitas.

Referência Literária ..


Aos catorze anos, eu entrei na biblioteca da escola e escolhi um livro. Essa era a tarefa que a professora de Língua Portuguesa - na época foi a querida professora Maria Clara - designou para sua turma do sexto ano.

Lá vim eu com meu livro nas mãos: Verde Vale de Urda Alice Klueger.
Naquele tempo eu não tinha meu sustento para comprar livros, então, eu tinha que me favorecer daquilo que a biblioteca escolar me fornecia. Infelizmente, havia somente esse livro da Urda.

Urda Alice Klueger é uma escritora e historiadora blumenauense. Além de Verde Vale, ela tem outros livros publicados (grifo daqueles que foram adquiridos por mim e pela minha mãe, que adora a Urda):
  
Verde Vale, romance-histórico,
As Brumas Dançam sobre o Espelho do Rio, romance-histórico,
No Tempo das Tangerinas, romance-histórico,  - continuação de Verde Vale
Vem, Vamos Remar, relato,
Te Levanta e Voa, romance,
Cruzeiros do Sul, romance-histórico,
Recordações de Amar em Cuba II, relato,
A Vitória de Vitória, romance infantil,
Entre Condores e Lhamas, relato,
Crônicas de Natal e Histórias da Minha Avó, memórias,
No Tempo da Bolacha Maria, crônica memorialista,
Amada América, crônicas de viagem,
O povo das Conchas, paradidático sobre sua pesquisa pré-histórica (Sambaquianos),
Histórias D´Além Mar, crônicas de viagem,
Sambaqui,
Meu Cachorro Atahualpa,

Bom, mas se você, anônimo leitor, não conhece essa escritora da minha terrinha de Santa Catarina, deixo abaixo uma crônica dela, publica em 2003, chamada Vereda Tropical.

É um grande terreno baldio bem no centro de Blumenau, coisa espantosa nestes tempos de especulação imobiliária.. Eu passo muito ali, mas só comecei a prestar atenção num dia do último verão, no auge do calor, tempo em que parecia que todas as plantas do mundo, grávidas de sementes, preparavam-se para a reprodução.
Naquele dia em que olhei primeiro, o terreno todo estava coberto por generoso capinzal de folhas finas, coisa assim de quase um metro de altura, explodindo de tanto verde, sendo que cada pé de capim tinha um longo fiapo carregado de espigas pejadas de sementes maduras. Tudo era fino, leve e bonito, naquele capinzal; parecia-se com um quadro holandês do século XVII. E lá, pousado nos finos fiapos que sustentavam as espigas, um imenso bando de passarinhos se deliciava comendo as sementes maduras. Era uma barbaridade de passarinhos, penso que centenas e centenas, pequenos e finos passarinhos que deveriam ser muito leves, pois conseguiam pousar sem problemas naqueles fiapos de capim. Eu fiquei a olhá-los, e de repente eles devem ter se assustado com alguma coisa, pois saíram numa revoada, fizeram uma curva no ar – e, sossegados, voltaram ao seu banquete, os pequeninos pés pousados naqueles finos fiapos de capim cheios de espigas maduras. Olhei-os por bastante tempo, e por diversas vezes se assustaram e revoaram – mas sempre voltaram àquela seara generosa feita de sementes de capim. No outro dia eles estavam lá de novo, e no outro também.
Um dia, os passarinhos sumiram – as sementes tinham-se acabado. Mas eu tinha ficado encantada com aquele capinzal que parecia até translúcido de tão verde, bem assim no meio da cidade, e não deixei mais de prestar atenção nele. E o verão acabou, e veio o outono, e o capim continuava lá, já um pouco menos viçoso, agora que passara sua época de reprodução. Imagino que os passarinhos não tenham comido todas as sementes, que muitas delas tenham caído ali no chão, prontas para hibernarem por alguns meses e nascerem na próxima primavera..
E o outono foi fazendo seu trabalho de destruição. A cada dia o capinzal perdia um pouco do seu viço; a cada dia o seu verde ia ficando mais próximo do marrom. Dia a dia, acompanhei o que acontecia naquele terreno baldio.
Um dia, o capim começou a cair, a morrer. E agora já não há mais capim, mas apenas uma palha escura e morta, agora que o inverno chegou mesmo. E então voltou aos nossos olhos o que houvera o tempo todo ali naquele terreno baldio: pedaços de plástico, de vidro, coisas de borracha, sobras de concreto – o lixo que as cidades produzem. Na minha mente, inclusive, ressurgiu o que houvera ali antes: um bar mal-afamado, chamado Vereda Tropical, que criava um certo escândalo na cidade, pois seus freqüentadores amanheciam o dia bebendo e às vezes punham-se a brigar já em plena luz do sol, quando esta é uma cidade que leva muito a sério a coisa da ordem e do trabalho, e se escandaliza quando há quem não vá para as fábricas antes das cinco horas da manhã, e acha que desempregado é alguém cheio de preguiça. Tanto escândalo causou aquele bar que a sociedade constituída não descansou enquanto não lhe passou um trator por cima.
E então, a natureza, benéfica, foi lá e criou aquele emocionante capinzal cheio de passarinhos, para mostrar às pessoas que aquela esquina podia ser LINDA! Pena que o inverno chegou, e eu descobri que debaixo daquele capinzal há o que sobrou do tempo das raivas e dos preconceitos, que nas raízes das coisas belas às vezes pode haver as sobras das coisas ruins. Pode funcionar como uma lição para as nossas vidas. Sempre poderemos criar capinzais cheios de passarinhos nos nossos corações.

Blumenau, 17 de Julho de 2003.

Conselhos de Emily Bronte..


Quando eu olhei esse livro pela primeira vez, eu ri muito! E, lembro que em outra ocasião eu comentei com minha amiga Gisele:

"Imagino que tipos de conselhos esta senhorita Brontë pode dar: 
- seja a melhor amiga do seu amado e depois case com outro porque quem você ama é pobre,
- provoque seu marido com a presença do amor da sua vida dentro da sua casa,
- fale mal dele para sua cunhada que é apaixonada por ele,
- morra, mas antes o responsabilize por isso".

É engraçado pensar que, justamente, Emily Brontë tenha algo a aconselhar na área amorosa, já que morreu solteira e prematura - assim com sua outra irmã, Anne. Se deste trio de irmãs alguém está apta a dar "pitaco" amoroso, eu escolheria Charlotte Brontë, a última a morrer e a única a casar - sem contar que ela tem todo o crédito por criar o sarcástico Edward Rochester (minha versão preferida deste personagem é da edição da BBC de 2006 - uau!).

Mas, não tirando qualquer mérito do livro, deixo a sinopse para quem possa se interessar nele - eu, na minha escolha literária, deixo passar essa aquisição (risos).

Se eu apenas tivesse outra vida, eu conseguiria fazer tudo melhor?
Fiona tem como modelo para a vida a escritora Emily Brontë, que a emociona desde que era criança. Tão profunda e reflexiva quanto a sua ídola, Fiona conta a sua passagem da infância para a vida adulta como uma garota de família simples em Glasgow, na Escócia.

Entre suas irmãs gêmeas irritantes, seus primeiros casos amorosos, a morte de sua mãe, e uma série de acontecimentos que poderiam se passar com todos nós, Fiona, uma sobrevivente nata, encontra na vida de Emily e da família Brontë a inspiração para se tornar uma grande mulher. 


Omnia Vanitas.

19 de novembro de 2014

Nova Leitura ..


Quando a minha leitura está a cem páginas do final, eu olho para minha prateleira de Não Lidos e começo a pensar em um substituto.

Pensei em Stonehenge, do Cornwell; mas minha última leitura, ao final, me inspirou a continuar no campo feminino da literatura. A escolhida foi Charlotte Brontë e sua obra Villette.

Segundo as boas línguas literárias, Villette é a obra arrebatadora desta irmã Brontë. Se você pensou E Jane Eyre? Digo que seu pensamento foi o meu também, mas, como disse, Villette suplanta a sombria senhorita Eyre e sua louca do sótão.

Vou tirar a prova, anônimo leitor.

Omnia Vanitas

Joanas..


Fim.

Há mulheres que servem aos homens; há mulheres que deles se servem.

Ontem terminei minha leitura de Papisa Joana, de Donna Woolfolk Cross. Que leitura maravilhosa.

Continuei a leitura enquanto estava no ponto de ônibus, esperando a condução. Li durante a viagem. E, depois, mais confortável, pedi um suco e fui sentar na praça de alimentação para concluir minha leitura antes da aula de francês.

Que alegria senti. Claro, o final de Joana e do meu querido Gerold foi triste, mas a nota histórica do livro me arrebatou. Eu não ficarei aqui dizendo isso e aquilo, vou apenas deixar abaixo o que me interessou, realmente.

A vida naqueles tempos conturbados era especialmente difícil para as mulheres. Era uma época misógina, informada pelas diatribes contra as mulheres de padres da Igreja como São Paulo e Tertuliano:
E tu não sabes que és Eva?... Tu és a porta do diabo, a traidora da árvore, a primeira desertora à Lei Divina, tu és aquela que seduziu aquele de quem o diabo não se atrevia a aproximar-se... por causa da morte que tu mereceste, o próprio Filho de Deus teve de morrer.
Acreditava-se que o sangue menstrual azedava o vinho, arruinava as colheitas, tirava o fio das lâminas, enferrujava o metal e infectava as mordidas dos cães com um veneno mortal. Salvo raras exceções, as mulheres eram tratadas como se fossem sempre menores de idade vitalícios, sem quaisquer direitos legais ou de propriedade. A lei previa que pudessem ser espancadas pelos maridos. A violação era considerada uma forma menor de roubo. A educação das mulheres era desencorajada porque uma mulher instruída era considerada não só contra a natureza como também perigosa.
Sendo assim, não admira que uma mulher optasse por se disfarçar de homem para escapar a tal existência. Para além de Joana, houve outras mulheres que conseguiram viver sob essa impostura. No século III, Eugênia, filha do Prefeito de Alexandria, entrou num convento disfarçada de homem e acabou por ascender ao cargo de abade. O seu disfarce resultou até ela ser forçada a revelar o seu sexo, numa última tentativa de refutar a acusação de ter desflorado uma virgem. No século XII, santa Hildegunda, utilizando o nome de José, tornou-se irmão da Abadia de Schönau e viveu disfarçada entre os irmãos, até morrer muitos
anos mais tarde. A luz da esperança lançada por estas mulheres brilhou suavemente numa grande escuridão, mas nunca se extinguiu completamente. Se as mulheres quisessem, podiam sonhar. A Papisa Joana é a história de uma dessas sonhadoras.
Existem outros exemplos, mais atuais, de mulheres que conseguiram fazer-se passar por homens, incluindo Mary Reade, que viveu como pirata no início do século XVIII, Hannah Snell, soldado e marinheiro da marinha britânica, uma mulher do século XIX, cujo verdadeiro nome é desconhecido, mas que, sob o nome de James Barry, ascendeu ao posto de inspetor-geral dos hospitais britânicos, Loreta Janeta Vasquez, que combateu do lado dos Confederados na Batalha de Bull Run, sob o nome de Harry Buford. Mais recentemente, Teresinha Gomes de Lisboa passou dezoito anos da sua vida fazendo-se passar por homem, soldado altamente condecorado, ascendeu ao posto de general no exército português e só foi descoberta em 1994, quando foi presa por fraude fiscal e foi forçada pela polícia a submeter-se a um exame físico.

Não é incrível o que mulheres determinadas a sair da ignorância que lhes é imposta se dispuseram à fazer por acreditar no seu valor? Eu fiquei apaixonada por essas mulheres que não permitiram que o fardo do seu sexo lhes oprimisse. Ah! Quem dera as mulheres de hoje pensassem também assim, ao invés de .. deixa para lá! Cada século tem o seu mal, não é mesmo? Nos cabe suportar e suplantar a ignorância que abafa a sabedoria. 

Omnia Vanitas.



18 de novembro de 2014

Me leve mas não me faça voltar...

"Vento Ventania me leve para as portas do Céu, pois vou puxar as barbas de Deus" (Biquini Cavadão)


Ah! Se eu pudesse escolher como seria meu dia, hoje!

Queria ser raptada pelo meu livro, viver na sua grande viagem e esquecer que tudo o mais me aborrece ou me pede responsabilidade.

Queria colocar minha razão fora dessa realidade louca e, muita vezes, penso eu, desnecessária.

Quero minha vida simples, com minha caneca de chá, meu livro e minha Costelinha.

É incrível como corremos atrás das coisas que julgamos necessárias e, na verdade, não são. Essas "necessidades" são aquilo que nos dizem ser certo escolher... Mas eu não quero a vida de ninguém, quero a minha, com as minhas escolhas que cabem bem no meu tamanho. Não quero carro do ano, não quero celular da última moda, não quero roupa cara me vestindo. ..

Quero meu livro na mão, minha mente livre e meu pensamento aberto. E querer tudo isso já é muito.

Omnia Vanitas

13 de novembro de 2014

Mulheres de Tinta ..

Al Buell - 1944
A Tight Draw
A Tight Draw

Hoje, enquanto eu procurava uma imagem na internet, me deparei com uma pin up. Acho essas mulheres muito charmosas e sensuais. Há muito tempo atrás, eu tinha vários arquivos com fotos dessas damas de tinta.

Então, decidi escrever sobre elas, hoje. 

Primeiro, anônimo leitor, "pin up" eram garotas que ficavam "penduradas" em uma parede. 

Várias mulheres famosas eram pintadas por artista que se utilizavam desta arte.  E, se a mulher atual acha que o photoshop é sua ruína, em 1910 as coisas não eram diferentes. Imagine que estas lindas pinturas, sem imperfeições, eram cobiçadas pela maioria dos homens e, você mulher comum, nunca chegaria naquela medida e seria frustrada com nossa veterana Marta Rocha. 
Elas seduzem com o rosto angelical e tímido e seu olhar inocente. Se, hoje em dia, as mulheres fazem "biquinhos" para fotos, isso não é criação delas - o imaginário masculino  desde sempre se utilizada dessas expressões para suas mulheres de tinta.
A inclinação do corpo, seu modo de sentar e olhar faziam de uma simples mulher um furacão. 
Uma das coisas que acho interessante é a mulher que servia de "inspiração", ou seja, aquela mulher simples que servia de base para a gravura.

Atualmente, essas deusas não perderam a majestade. 

 Dita Von Teese é uma representante forte desta classe clássica de mulheres de tinta. Pé pequeno, cintura fina, boca e olhos expressivos, deixa muito marmanjo "chorando" quando ela deixa os palcos. 

Artistas como a cantora Pitty e Katy Perry  também já brincaram de serem essas bonecas.

Porém, há outra forma de pin up que, talvez, não tenha tanta força como as demais, mas, mesmo assim, eu adorei o estilo. Chama-se Hilda.
Como não sei muito sobre ela, deixo uma reportagem que ajude você, leitor anônimo, e eu a conhecermos melhor essa incrível figura que é Hilda.

O estilo não caiu de moda. Muitas mulheres ainda se vestem neste estilo ou utilizam alguma peça do vestuário de uma pin up para expressar seu gosto por essa arte.

Deixo este link com as mais diversas formas que atualmente existe para estas mulheres de antigamente. Eu prefiro as clássicas com Al Buell, Rolf Armstrong, Edward D'ancona, Peter Driben, Gil Elvgren etc.


Omnia Vanitas




12 de novembro de 2014

Documentários..


Pois é, senhora Cross, a Papisa Joana está me enlouquecendo de curiosidades! Quanto mais leio, mas interessada fico sobre a vida desta suposta papisa.

Ontem, meu querido Gerold encontrou, finalmente, Joana! Ah! Lá estava eu, às quase duas da manhã, devorando meu livro para saber mais sobre esse infortunado casal (rs). Olheiras - é o que tenho hoje! 

Então, enquanto fazia minha leitura dentro do ônibus, fiquei mais curiosa ainda para saber sobre esta enigmática e poderosa mulher. 

Para saciar minha ânsia, busquei alguns documentários que podem contribuir para a minha necessidade de saber (rs). Deixo-os linkados abaixo.

Outra forma de aliviar minha "tensão" foi comprando o livro de Lawrence Durrell (um daqueles que conseguiu deixar sua literatura sobre a papisa entre nós, mortais). Infelizmente, eu não encontrei este livro na minha busca na Biblioteca Pública aqui da cidade, logo, fui "forçada" a comprá-lo na Estante Virtual (a preço de pechincha - ufa!).

O que eu adoro nesses documentários é que, mesmo sendo bem feitos, há sempre o outro lado da moeda. Explico melhor: a Igreja Católica nunca dirá que Joana foi real. Em contra partida, "ex" padres, angustiados por algo, dirão que ela existiu. Os historiadores, sem quase papel nenhum à averiguar (pois trata-se de um período contraditório e frágil dos relatos eclesiásticos) trarão à tona qualquer coisa para encher seus documentários. Não desmereço essas fontes de pesquisa, mas, não me iludo em achar que cada coisa que apresentam é uma verdade absoluta, porém, reflito à respeito. Cada qual trará seu ponto de vista a ser provado - seja contra ou a favor da existência, neste caso especial, da Papisa Joana. Ou seja, como diz a própria Bíblia, vasculhe tudo e retenha o que é bom!

Agora, seguem os links...


e, o filme:


Omnia Vanitas

11 de novembro de 2014

Beatas..


Há situações nas quais eu prefiro, às vezes, nem comentar. Mas, hoje, estou com um espírito justiceiro a aflorar em minha pele. Então, anônimo leitor, caso não esteja sensível - leia meu desabafo, ou, caia fora e deixemos as coisas como elas estão.

Mas eu escreverei minha indignação.


Estava eu à vasculhar estas loucas páginas da internet quando me deparei com a publicação viral de que Dani Calabresa (humorista conhecida por estas terras) perdoou, publicamente, seu marido Marcelo Adnet (também humorista) pela traição que esta sofreu dele.

Cada qual faz o que quer da vida conjugal.

O que me deixou "revoltada" e me levou a "rebelar-me" contra a publicação e que, agora, manifesto aqui é:
porque nós, mulheres, somos OBRIGADAS à perdoar? Diga-me, leitor oculto!? Porque somos mulheres? Porque não temos pênis e sim uma vagina? Somos inferiores por causa do nosso sexo?

Mundinho hipócrita esse nosso, hein? Querem que sejamos "liberais" com nosso sexo e, depois, chamam-nos de "puta", "vadia", "fácil" ...porque nos damos a liberdade de transar com quem queremos.

Na verdade, esse mundo mascarado de moderno ainda está na idade medieva, ou pior, em tempos viquingues quando se trata de "condenar" a mulher. Antes, éramos bruxas, agora somos vadias. Não tente amenizar o valor torpe com novas palavras - a ideia é a mesma.

Imagine se fosse ao contrário. Imagine se fosse um homem traído. Perdão? Nunca! Porque homem é homem chuta a bunda da safada e sai para "pegar" outra. Isso é a atitude louvável de um Viking.

À nós, mulheres, cabe a vergonha, a cabeça baixa, o "perdão".

Não pense você, que sou contra o ato de perdoar. Não sou! Sou muito à favor, porém, me irrita o hábito de essa ação pertencer somente à mulher - como se fosse uma marca de como somos frágeis e dependentes de um homem. Engana-se, você, meu caro homem Viking que se esconde atrás da sua máscara de homem moderno: somos bem mais independentes do que vocês pensam ou julgam.

E, não me venha você, "religioso", falar em SUBMISSÃO e jogar a Bíblia para cima mim. Conheço a passagem bíblica que tanto os homens "fiéis" usam contra suas mulheres. Porém, se queres jogar a Bíblia na minha cara, eu digo... LEIA GÊNESIS: onde a mulher é idônea e não capacho. Ou melhor, deixe-me citá-lo, no contexto da submissão feminina, o que o Evangelho que tanto alisas para seus próprios prazeres, lhe diz sobre a obrigação masculina sobre a mulher.

Não sou à favor da traição ou contra o perdão. Apenas acho injusto e hipócrita que somente um lado da face de um casal seja OBRIGADA a perdoar, quando o outro lado não tem a mesma atitude.

Somos todos humanos e fadados ao erro. Em relacionamentos, a manutenção é mais complexa e árdua do que a conquista - sempre. Porém, não se esquive em desculpas mesquinhas para justificar a atitude contra o cônjuge.

Perdoar é bonito e manter um relacionamento,  em meio às "exigências" deste mundo decaído, é louvável.

Omnia Vanitas.

10 de novembro de 2014

Conde Vlad ...o Empalador


Sábado dei crédito à mim mesma e fui ao cinema! Foi a primeira vez no ano que fiz isso - o que é péssimo.

Lá estava eu, na sala de cinema assistindo ao filme DRACULA: Untold.

Aahh Quantos bons predicativos dei a Luke Evans (rs) - principalmente depois do banho de banheira dele (rs).

Maass, nem só de delírios de uma solteira foi feita minha ida ao cinema. Drácula é um dos meus clássicos preferidos. Logo, não poderia deixar de passar esse filme "batido"

Quando se tem a proposta de apresentar o "início" de algo, é muito importante, ao meu ver, tentar buscar uma referência para o projeto.

O filme trouxe o "Conde Drácula" clássico: que não suporta a luz do dia, que tem aversão à cruz, prata e claro, a significativa estaca no peito para matar o "bicho". Tudo isso havia no filme, e eu amei - graças à deus não houve purpurina e outras coisas fantasiosas dos vampiros contemporâneos.

Lá estava ele, o bom e velho Vlad, príncipe que lutou ferozmente contra a invasão turca.
Adendo: adorei a aplicação histórica do domínio turco - o poder e o medo que este povo causava ao mundo que o cercava.

Motivado pelo amor à família, Vlad procura pelo "monstro" que vive dentro da Montanha do Dente Quebrado - nomenclatura brega, mas "tá" valendo. Mesmo o mal tem o seu início, e este foi o início do Conde Drácula - que significa "Filho do Dragão" e, depois, alterado para "Filho do Demônio".
Uma explicação melhor: Vlad lutou à favor dos turcos durante um bom tempo, porém, quando esta nação desejou tomar o seu reino, o Conde procurou "ajuda" na criatura da Montanha. E o desafio foi esse: manter-se longe de sangue humano durante três dias para não se tornar o "monstro". Caso ele falhasse, a criatura teria sua vida "livre" e Vlad seria a maldição.

Nem preciso dizer o que aconteceu - e nem vou detalhar como aconteceu, pois recomendo o filme.

Porém, não quero deixar de lado esta declaração no mínimo "estranha". Durante o confronto entre o príncipe turco e Vlad, eu não pude deixar de torcer pela vitória do Conde. Tudo é muito estranho não é mesmo? Mas, ao meu ver, ambos eram "ruins", mas Vlad havia sido empurrado para aquilo, enquanto o príncipe turco o fazia de forma espontânea. Talvez, essa seja uma explicação. Ou, talvez, porque eu achei Luke Evans mega sexy e sedutor naquela armadura vermelha de Dragão! Ui! ... Vai entender!

Ainda quero trocar algumas palavras com você, anônimo leitor, sobre como alguns mitos, lendas e "faz-de-conta" enraízam durante séculos em tradição literária ou cinematográfica.

De onde, realmente, surgiu esse mito do Conde Drácula? Em um post antigo, eu já escrevi sobre o tema drácula e não quero me repetir. Apenas quero dizer que acho fantástica a mente humana e a sua fantasia em criar como "mau" aquilo de que não tem compreensão.
Um pouco mais adiante, pode-se pensar, quem "criou" a criatura da Montanha do Dente Quebrado? Como ela surgiu? Mitos, lendas e a mente humana em ação nos dão um prato cheio. 

Estou lendo Papisa Joana e estou fascinada com algumas descobertas como, a transmissão de doenças através da Santa Eucaristia que era bebida do mesmo cálice, tanto por pessoas sadias como por pessoas enfermas - logo a transmissão de doenças era inevitável. Em Drácula, de Bram Stoker, pode-se encontrar outro ramo da medicina que choca - pelo menos à mim: a transfusão de sangue. Era feita sem nenhum cuidado e conhecimento do grupo sanguíneo do receptor versus doador. Logo, muitas doenças eram proliferadas pela ignorância do assunto e, nestas doenças, mitos como o do Conde Vlad se espalharam.

Finalizando, adorei o filme Dracula Untold, adorei Luke Evans (já o gostava por interpretar meu teólogo mosqueteiro Aramis); e é isso...

Omnia Vanitas.


5 de novembro de 2014

SÉRIE A, PORRAAAAA!!!!!


MEU TIME ESTÁ GARANTIDO NA SÉRIE A!!!!!!! MUITO BOM !!!!!! É JEC, POORRAAAA!!!!
HAHAHAHAHA

2 de novembro de 2014

Ansiedade literária ..


Antes de começar este post, quero deixar claro que não promovendo nenhum  ataque à fé católica.

Estou muitíssimo empolgada com a minha leitura de Papisa Joana de Donna Woolfolk Cross. Se tal mulher é verdadeira ou não dentro da história da igreja, não posso comprovar, mas, confesso, que ela é uma mulher intrigante.

Mesmo não estando nem na metade do livro eu não consigo deixar de ler a respeito desta tal Joana que, alguns, dizem ter sido vendida pelos pais para um mosteiro, outros que ela foi introduzida sorrateiramente neste meio por modos escusos. Na minha leitura, Cross descreve que ela chegou ao papado por substituir seu irmão João - morto em uma batalha.

Mulher letrada em grego e latim e refinada com a filosofia, chegou ao mais alto cargo da igreja católica por seus méritos como pietista e inteligente. Porém, talvez nem mesmo a própria Joana, ninguém contava com um desfecho natural ao ser humano: a paixão.

Joana se  apaixonou por um certo Conde - segundo alguns apontam - e dele engravidou, parindo a criança em meio a uma procissão.

E o fim dela? A morte, claro! Estamos situados, nesta parte da história, onde a igreja católica e manifestações de fé daquela época eram representadas com severos castigos infligidos ao corpo. Joana, claro, foi morta para servir de exemplo.

Na minha leitura, Cross escreve sobre o que aconteceu no pós-morte desta Joana. Resta-me sentar e chegar ao fim e depois colocar as impressões aqui.

Deixo para você, anônimo leitor, um  link  sobre as alegações de falsidade referente a presença de Joana no papado.

Omnia Vanitas.

Azincourt



Eu sei que o que escreverei sobre Azincourt não deveria ser registrado, mas não posso deixar para trás esta leitura.

Bernard Cornwell é muito bom! Isso é indiscutível quando se trata de trabalhar a história dentro da ficção. E, sem deixar de mencionar que suas descrições de batalhas são arrebatadoras! É impossível querer fechar o livo antes da batalha terminar.

Outra coisa que eu acho interessante na literatura de Cornwell - pelo menos naquelas que tive o prazer de ler - são os seus clérigos. Você consegue odiar alguns (como o padre Martin - safado, cafajeste e cretino) e amar o padre Christopher e torcer para ele não morrer com a epidemia. 
Esse tipo de conotação eclesiástica lembra, para mim, muito Jane Austen - que sempre mantém seus clérigos como pessoas estúpidas e ignorantes (mesmo o pai dela sendo um deles).

Azincourt foi uma batalha, como outras descritas por Cornwell, vencida pela minoria. Lá estava o rei da Inglaterra (Henrique V) com seus soldados doentes e desnutridos e seus famosos e destemidos arqueiros. Eu sou apaixonada por esses arqueiros desde que conheci Thomas de Hookton em "A Busca do Graal". A descrição da atuação rápida de um arqueiro - e por vezes decisiva - em demérito ao besteiro é sensacional. Cinco flechas podem ser disparadas por um exímio arqueiro (como Nicholas Hook e Thomas de Hookton - que foram preparados desde a infância nesta arte) quando um besteiro dispara somente duas flechas. E, Cornwell é detalhista ao explicar quais flechas devem ser disparadas quando o ataque é contra um homem sem proteção de metal, ou protegido pela armadura ou disparada em um cavalo em movimento. A sensação que o escritor dá é que estou segurando o arco e disparando a flecha. Porém, o contrário também é verdadeiro - é possível sentir a flecha penetrando e rasgando carne e músculo. 

Antes de iniciar esta leitura eu li algumas críticas sobre a obra. Primeiro, os amantes do escritor exaltam qualquer linha que ele escreva: isso é perigoso quando se procura por um norte para a descrição precisa do que se trata. Segundo: há os insatisfeitos que pensam que tudo é mera repetição da obra anterior.
Então, precisei definir qual seria a minha visão. 

Aos entusiastas eu digo que Cornwell é muito bom, mesmo! Exímio escritor. 
Aos insatisfeitos eu respondo: quando se trata de escrever uma batalha dentro de guerra específica é impossível não se repetir. A Guerra dos Cem Anos (que durou em torno de cento e dezesseis anos), foi longa e exaustiva. Ambos os países estavam já devastados por esta praga ambiciosa que parecia não ter  fim. Logo, depois de anos (em comparação à época de Hookton com a época de Hook), pouquíssima coisa mudou na arte de guerrear - portanto, me prevalecendo de um título conhecido, respondo: não houve nada de novo no front . E, para aqueles que comparam meu querido Thomas de Hookton à Nicholas Hook - não há semelhança entre eles, exceto a profissão.

Enquanto Thomas de Hookton é um erudito, filho bastardo de um padre com uma governanta, Nick Hook é um guardador de pasto que mal sabe dizer o que significa a palavra "herege". Mas eu não desmereço Hook à Hookton. Ambos são fantásticos, arqueiros desde a infância, matadores e apaixonados por suas mulheres. Mesmo Hook tendo sua fé em uma fantasia - e a Inglaterra precisava disso para seguir em seu sonho que ganhar o território Frances; tão certo como a França precisou da sua "feiticeira" e guerreira Joana D'arc - Hook foi um exemplo (literário) de que a guerra possui seus mais diversos soldados e, no final, não é somente a inteligência que vence, mas a destreza no manuseio da arma.

No que diz respeito sobre  a quantidade de soldados que haviam para cada lado, os números não são exatos. Há historiadores que dirão que a Inglaterra possuía quase dez mil soldados contra os seis mil franceses em campo. Porém, em Cornwell, ele seguirá a linha de que para o batalhão de trinta mil franceses havia, somente, oito mil ingleses (três mil homens de armas e cinco mil arqueiros). 

Não há como precisar essa matemática de forma exata - cada qual contará sua vantagem. 

Termino este post dizendo que a Nota Histórica de Cornwell é minha parte preferida.

Omina Vanitas.




1 de novembro de 2014

Visita de Sábado ..


Depois das atividades principais da casa estarem em dia, calcei meu all star velho e fui em direção à livraria da minha professora de Língua Hebraica. Por mais que eu não seja mais estudante na classe dela, nunca conseguirei pronunciar que ela é "ex"-professora, sempre serei sua estudante pois ela é minha "guia" para a compreensão desta língua enigmática que se chama hebraico. E, eu sempre me pergunto porque Jesus não poderia ter nascido na França - seria bem mais "chique" e sexy levar o Evangelho. Mas, deixa pra lá, ficamos com as complicações do Hebraico e Aramaico.

Depois de rasgarmos elogios uma para outra - é impossível evitar: se ela diz que eu sou orgulho e não posso deixar de dizer que ela é minha inspiração (que é verdade).

E, eu entrar em uma livraria somente para levar um texto de hebraico e sair de lá como se tivesse entrado em uma farmácia é impossível. Adquiri um livro, de Franz Kafka, O Castelo. Pouco sei sobre esta obra, exceto aquilo que estava na "sinopse" e achei na internet, agora. Mas, eu deixo todo o crédito para esta escritor perturbado representado naquilo que já li dele: "A Metamorfose" e "O Veredicto". Então, agora compõe a minha extensa e "eterna" lista de Livros Não Lidos, o estranho senhor Kafka.

Omnia Vanitas

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...