2 de janeiro de 2015

Histórias dos Mares do Sul ..


Terminei de ler Histórias dos Mares do Sul do meu querido Maugham. 

Todas as histórias deste livro são maravilhosas. Elas me remeteram à situações inusitadas, chocantes e ... perfeitas. Maugham é fantástico. Que tato delicado em compreender e transcrever a alma humana. 
Eu não quero me delongar neste post, pois tenho a impressão que não conseguirei fazer jus à obra. Ele é incrível.
Deixo a seguir o post scriptum como gostinho para ativar o paladar literário, querido leitor.
Leia Maugham!

Quando o nosso navio parte de Honolulu, penduram-nos ao pescoço leis, que são grinaldas de flores suavemente odoríficas. O cais regorgita de povo, e a banda toca uma derretida melodia havaiana. Os passageiros lançam serpertinas coloridas aos que ficam, e a amurada do navio engalana-se toda com as finas tiras de papel, vermelhas, verdes, amarelas, azuis. E quando o navio começa a mover-se devagar, as serpentinas rompem-se docemente, com um leve estalido. É como a ruptura dos laços humanos. Homens e mulheres são momentaneamente reunidos por uma fita de papel de cor alegre, vermelha, azul, verde ou amarela. Depois a vida os separa, e o papel se rompe, tão facilmente, com um pequeno estalido! Por uma hora ainda, os fragmentos tremulam ao longo do casco. Afinal o vento os leva. As flores da nossa grinalda murcham, e o seu aroma torna-se opressivo. Então jogamo-las ao mar.


Omnia Vanitas.

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