Terminei de ler Histórias dos Mares do Sul do meu querido Maugham.
Todas as histórias deste livro são maravilhosas. Elas me remeteram à situações inusitadas, chocantes e ... perfeitas. Maugham é fantástico. Que tato delicado em compreender e transcrever a alma humana.
Eu não quero me delongar neste post, pois tenho a impressão que não conseguirei fazer jus à obra. Ele é incrível.
Deixo a seguir o post scriptum como gostinho para ativar o paladar literário, querido leitor.
Leia Maugham!
Quando o nosso navio parte de Honolulu, penduram-nos ao pescoço leis, que são grinaldas de flores suavemente odoríficas. O cais regorgita de povo, e a banda toca uma derretida melodia havaiana. Os passageiros lançam serpertinas coloridas aos que ficam, e a amurada do navio engalana-se toda com as finas tiras de papel, vermelhas, verdes, amarelas, azuis. E quando o navio começa a mover-se devagar, as serpentinas rompem-se docemente, com um leve estalido. É como a ruptura dos laços humanos. Homens e mulheres são momentaneamente reunidos por uma fita de papel de cor alegre, vermelha, azul, verde ou amarela. Depois a vida os separa, e o papel se rompe, tão facilmente, com um pequeno estalido! Por uma hora ainda, os fragmentos tremulam ao longo do casco. Afinal o vento os leva. As flores da nossa grinalda murcham, e o seu aroma torna-se opressivo. Então jogamo-las ao mar.
Omnia Vanitas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário