2 de janeiro de 2015

Ah King..

"Nenhum dos dois notou a aproximação do amor". - Somerset Maugham

No último dia de Dois Mil e Catorze eu terminei minha leitura de Ah King, do Somerset Maugham. Mas, apenas hoje, eu consegui me convencer de que poderia escrever sobre.

Eu já escrevi, anteriormente, sobre este livro - que erro terrível! Não permiti-me terminar para entender o todo do livro - agora, paciência.

Ao concluir a leitura, eu percebi que cada história mostrava um modo de amar.

Em Pegadas na Floresta o amante se submete a assassinar o esposo da mulher que ama para continuar com ela; A Porta da Oportunidade relata a decepção da esposa ao perceber que o homem que ama é covarde e indiferente ao sofrimento alheio - por isso não o suporta e se divorcia dele. O Vaso Ira descreve a engraçada paixão da irmã de um missionário pelo bêbado da cidade - que culmina em casamento feliz. Saco de Livros mostra o retrato da intimidade de dois irmãos que ultrapassa as convenções sociais. Além do Além foi o meu conto preferido. Pode o amor suportar o sofrimento e a honra? E, por fim Neil Mac Adam apresenta a determinação de um jovem em manter-se virgem a todo preço e a sua ira por uma mulher casada que lhe jura amor.

Você e eu, caro leitor, podemos não concordar com algumas "performances" de amar. Mas elas existem. Não podemos colocar a peneira em frente ao sol e achar que elas não são reais. Elas estão presentes desde antes de Maugham as descrever e vivem até hoje. Elas provocam dor, aflição, angústia, medo, sofrimento,  indiferença, alegria, êxtase, prazer etc. 
Eu concordo com Platão quando ele diz que ao toque do amor todos nos tornamos uma porta. 
Leitor, você pode ler vários livros, artigos, revistas, teste de alma gêmea e tudo mais. Mas uma coisa lhe digo, não adianta nada. Quando esse bichinho corroer seu coração, é tarde demais. Não há voz de razão que lhe coloque no prumo. Não há leitura de Jane Austen ou de Irmãs Brontë que lhe diga que a prudência é o melhor remédio. Ninguém é prudente quando se fala de amor e chocolate. 
Foi isso que senti ao terminar de ler este livro: não há regra. É essa delicadeza de Maugham em expressar de forma tão delicada sobre um assunto tão complexo: o amor. 

É isso aí...

Omnia Vanitas.

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