25 de agosto de 2016

Um Viajante que teve o Sonho Frustrado..



Nobre leitor, eu acredito que você deva estar um pouco cansado de ouvir sobre um tal espanhol chamado Miguel de Cervantes y Saavedra.
Mas, permita-me aproveitar este momento histórico que contempla os quatrocentos anos da morte deste escritor e "roubar" tudo o que possa servir para acrescentar conhecimento sobre este ícone da literatura universal.
Encontrei no site da Folha alguns artigos interessantes que farei "Crl+C Crl+V" para nosso deleite, anônimo leitor!

Primeiro artigo é de Sylvia Colombo e intitula-se Um Viajante que Teve o Sonho Americano Frustrado.

Crl+V:

Não foi por falta de insistência. Entre 1582 e 1590, Miguel de Cervantes fez vários pedidos à Coroa espanhola para viajar para as Américas. Não se tratava de um desejo abstrato, o escritor-aventureiro esteve obcecado com a ideia. Postulara a cargos na Guatemala, no México e no que hoje seria a Colômbia.

Não teve jeito. A resposta que recebia era sempre a mesma: Peça algo por aqui. Chegou mesmo a ir a Lisboa, na tentativa de embarcar de qualquer jeito em algum navio para o Novo Mundo. Poderíamos ter um dos mais importantes escritores da história desembarcando em nossas praias. Porém, se isso de fato ocorresse, talvez jamais tivéssemos conhecido o Dom Quixote.

Afinal, biógrafos concordam que sua grande obra, que conta a história do fidalgo que enlouqueceu por ler muitos romances de cavalaria, é em parte fruto de sua frustração. Mas por que Cervantes queria deixar a Espanha?

Primeiro, porque se sentia desprestigiado. Achava que merecia uma recompensa por ter lutado corajosamente na batalha de Lepanto contra os turcos, em 1571, onde levou três tiros de arcabuz um deles praticamente destruiu sua mão esquerda. Iniciava-se, então, um período de andanças e dificuldades.

Após Lepanto, seguiu mais uns anos na Itália, onde já havia sido camareiro de um nobre. Após a guerra, como soldado inutilizado, entregou-se às noites nas tavernas e às bebedeiras em Nápoles.

Em 1575, ao tentar voltar à Espanha, teve o navio em que viajava abatido e ele, levado prisioneiro para a Argélia. Passaria ali cinco anos, tentando escapar quatro vezes, todas fracassadas.

Quando de fato conseguiu retornar à Espanha, teve dificuldades financeiras. Mesmo tentando diversos serviços, nada lhe garantia renda fixa.

Não se sabe quando, exatamente, começou a escrever regularmente. Em 1585, publica La Galatea e arrisca suas primeiras obras de teatro, mas não consegue emplacar.

Quando vê enterradas as expectativas de ir à América, consola-se com o posto que lhe é conferido de arrecadador de impostos e, depois, de víveres para a famosa Armada espanhola, conhecida como invencível até ser derrotada em 1588 pela Inglaterra.

Apesar de haver discrepâncias, a versão mais aceita é a de que Cervantes começou a escrever o Quixote quando esteve preso em Sevilha, a partir de 1597, acusado, supostamente, de ter desviado bens da própria Armada.

Quando o Quixote veio à público, em 1605, Cervantes já tinha 58 anos, um idoso para a época. Só então passou a conhecer algo de fama. Lançou outros livros importantes, como a coletânea Novelas Exemplares, em 1613. Dois anos depois, a segunda parte do Quixote.

Porém, em 22 de abril de 1616, fragilizado pela diabetes, morre não sem antes descrever como via o próprio fim, na dedicatória de Los Trabajos de Persiles y Sigismunda.

Paciente leitor, em seguida {porque eu não descanso nunca} farei a outra publicação que encontrei neste site.



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