Lá em casa há um ditado para quando uma irmã não quer desapegar de algo: "Mas, também, filha de quem é!".
O lema do meu pai é: "Eu tenho porque eu guardo!". Sempre ouvimos essa frase depois que perguntamos à ele se algo que procuramos ele tem guardado! O problema é que ele guarda muita coisa. A frustração é que de quase tudo o que precisamos, ele tem guardado em algum canto da casa.
Meu pai um homem maravilhoso! Dizem as línguas da família que o gênio forte que tenho é herança que ganhei dele - como se eu fosse a única filha que ele tem (rs).
Uma das manias do meu pai é guardar coisas, qualquer coisa. Ele tem, por hobby (pois não é uma necessidade), reciclar materiais: papel, plástico, vidro, metais ... Eu nem sei como isso começou, mas fato é que, atualmente, todos os conhecidos dele trazem algum desses materiais para ele. Pacientemente, ele vai até o velho rancho perto da nossa casa e separa todo o material que recebe.
Durante esse processo de separação, ele encontra algumas preciosidades, como esse livro da foto. Alguém, sem o mínimo de amor por Cervantes, jogou fora, no lixo, a história do Cavaleiro da Triste Figura: O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha.
Meu pai, conhecendo meu gosto por livros, tirou essa joia do entulho e a deixou no meu escritório (junto com mais dois volumes - de onde aproveitarei somente um). Preciso limpar este livro, tirar um pouco do bolor que ele possui para, então, colocá-lo na minha prateleira! Ah! Esqueci de mencionar: é a edição completa - volume um (publicado em 1605) e volume dois (1615).
Nesse "lixo" do meu pai, eu já achei George Orwell, Rubem Alves, Machado de Assis etc. Um "pecado" de quem jogo fora, uma sorte para mim! (graças ao processo de reciclagem do meu pai). ;)
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