"Escrevo-te estas mal traçadas linhas meu amor Porque veio a saudade visitar meu coração" (Renato Russo, A Carta) |
Existem coisas que são singulares. Por mais que se receba algo em quantidade ou frequência, uma delas se torna singular.
Eu tenho o hábito de escrever e receber cartas desde os meus catorze anos. Primeiramente, por não haver o benefício do correio eletrônico, as cartas físicas foram, e ainda são, a forma mais concreta de receber notícias de alguém.
Certa vez, visitando minha irmã que morava em Curitiba/PR, percebi que a caixa de correio dela continha apenas contas e propaganda. Achei isso muito sem graça. Decidi, então, começar a escrever para ela cartas e contar as notícias que aconteciam na família e, de modo singular, comigo. Ela adorou. A caixa de correio dela agora tinha outra "cor".
Depois, veio o interesse de trocar cartas com um grupo de leitura. Adorei! Achei o máximo. Por pura coincidência, a maioria dessas cartas chegavam na Sexta-feira. Nada programado, apenas acaso.
Mas, entre todas as cartas que costumo receber ainda, em uma Sexta-feira, uma correspondência em especial estava na mesa do meu escritório. Nesta carta não havia menções de um cotidiano ou recomendações de leituras ou de velhas aventuras que amigas costumam recordar.
Esta carta veio com um sentimento forte de amor, sonhos, desejos e vontade de realizações. Nesta carta há a vontade de crescer junto, de sonhar junto, de conhecer junto. Meu namorado, LCF, dedicou seu tempo para escrever uma carta para mim. Mesmo podendo entregá-la em mãos à mim, ela veio pelo "modo antigo": selada e endereçada ao destinatário: eu.
Eu nem sei onde devo guardá-la. Ainda está vagando pelo meu quarto. Parece que nenhum lugar é digno dela.
Obrigada, LCF, pelo carinho, amor, atenção e tempo dispensado, não somente ao escrever esta carta, mas por todo o tempo, até o fim! Te amo!
"E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu..."
Do sempre, sempre teu..."
(Renato Russo, A Carta)
Omnia Vanitas