Como negar a máxima de Antoine-Laurent de Lavoisier que diz:
"Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma"
Isso se aplica a quase todo o tipo de situação, e, principalmente a respeito dos programas de televisão.
Assisti, ontem, um episódio da terceira temporada de Sobrenatural: Time is on my side.
Os irmãos Winchester estão a procura de uma "mágica" ou qualquer outra solução para livrar Dean, o mais velho, do pacto que ele fez com um demônio (vide final da segunda temporada). No episódio de ontem, Sam encontra um caso que eles acharam que seu pai (ui), John Winchester, havia terminado. Trata-se do Doutor Benton, um médico que estudou alquimia a fundo para encontrar a fonte da imortalidade (sem a pedra fundamental). Nos seus estudos, doutor Benton percebeu que renovando periodicamente seus órgãos vitais poderia ser imortal. Sam invadiu a casa do médico e roubou seu diário e descobriu que o funesto doutor Benton praticava a pura e simples medicina - bom, mas para ter órgãos "frescos" ele assassinou pessoas.
Realmente, doutor Benton foi duro na queda. Sam o atropelou duas vezes e Dean atirou nele outras tantas e, doutor Benton olhou para o caçador e perguntou:
Qual a parte de "imortal" que você não entendeu?
Impossível de assassiná-lo, os irmãos resolveram trancar o médico dentro de uma caixa e enterrá-lo vivo - já que ele não morreu por bem, passaria a eternidade vivo dentro de seu "caixão". Para não terem demais problemas, Dean e Sam enterraram o diário com médico.
Qualquer pessoa que tenha, pelo menos, ouvido falar em Frankenstein, associou o episódio que mencionei com o livro de Mary Shelley; com a diferença que o médico da série foi a Criatura de si mesmo.
Somente um breve esclarecimento: Frankenstein é o nome do médico - Victor Frankenstein. A sua criação médica é chamada pela alcunha de Criatura, Monstro, Demônio. Em 1933, com o lançamento do filme, o monstro foi "batizado" de Frankenstein.
O que eu acho fascinante com algumas obras é a simplicidade com que foram criadas. Sem querer obter o estrelado ou sobreviver com a literatura, a sra. Shelley compôs a obra para um sarau de terror que acontecera no castelo do poeta Lord Byron.
Criada em uma época que a medicina galgava a passos largos, Frankenstein trouxe a tona algumas questões pertinentes ao seu tempo que ainda percorrem o nosso contemporâneo.
Ao ler Frankenstein percebi como a questão criador versus criatura é flagrante. Somos, como humanidade, incapazes - na maioria das vezes - de assumir alguma responsabilidade; ainda mais quando ela não sai da forma que imaginávamos.
A Criatura não era para ser esse Monstro que Frankenstein repudiou após o seu "nascimento".
Outra nota: o criador não gritou "Ele está vivo!". Quando percebeu que a criatura tinha vida, saiu correndo de horror para fugir dela.
A história da Criatura é muito interessante, e, retrata muito o caráter humano a respeito do que é belo e do que é bom.
Frankenstein foi seguido e perseguido por sua Criatura até os confins da Terra. Estavam ligados, indefinidamente.
Somos nós também, eternamente ligados por ações e criações que façamos.
Vanitas Vanitatum et Omnia Vanitas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário