Olá, leitor!
Essa semana começou com uma conversa literária na agência dos Correios que frequento: Cervantes tem ou não um biografia paupável - além das obras que deixou?
Enquanto eu coloquei em dúvida a existência de uma biografia do autor de Dom Quixote, o atendente dos Correios foi contra minha opinião.
Com uma pitada de rivalidade literária, foi proposta uma leitura a partir da biografia que cada um tem em sua biblioteca - no meu caso, Cervantes de Jean Canavaggio. E, meu colega atendente, esta edição de Roger Chartier.
Para efeito de biografia, o francês não tem nada a oferecer; apenas a história sobre um conto que se encontra na primeira parte do livro O Engenhoso Dom Quixote da Mancha: Cardenio.
Eu lembro desta história em especial por conter duas citações de que sou apaixonada:
Quem não tenciona satisfazer não regateia condições no contratar.
e
Se aos céus piedosos apraz que chegues a gozar algum descanso, em nenhum lugar, leal, firme e formosa senhora minha, o encontrarás ao meu parecer mais seguro que nestes braços que te agora recebem, e que já em outro tempo te receberam quando a fortuna permitiu que eu pudesse chamar-te minha.
Neste livro, Roger Chartier traz documentos factuais que apontam que este mesmo conto "Cardenio" foi apresentado por Shakespeare.
Ainda estou nas primeiras páginas, mas a viagem até uma época de publicações obscuras de autores esquecidos é maravilhosa. Um simples conto traz em si muitas facetas de um período que as traduções e publicações ainda engatinhavam.
Se eu conseguir ler até o final - pois trata-se de uma leitura pesada (com datas, nomes e períodos desconhecidos para mim), trarei um breve esboço da obra.
Torça por mim, anônimo leitor!
Omnia vanitas. 💀💪