Minha paixão por este mosqueteiro não é secreta!
Estava hoje lendo O Visconde de Bragelonne quando vi, pela primeira vez, meu amado Athos em uma saia justa com seu filho Raul, o visconde de Bragelonne.
Foi no capítulo CCXXXIII intitulado "O Inventário de Planchet" que a cena aconteceu:
"- Mas, senhor conde, nós estamos aqui mal, a maldita poeira do meu fato fá-lo tossir, com a fortuna! Não quero envenenar o mais digno fidalgo deste reino.Athos não sorriu a este gracejo dito por Planchet.- Sim, disse ele - aqui não estamos bem, temos que conversar; em sua casa por exemplo; tem uma casa, não é assim?- De certo tenho, senhor conde.- Lá em cima, talvez.E Athos, vendo Planchet embaraçado, quis animá-lo passando adiante dele.- É que... - disse Planchet, hesitando.Athos não compreendeu o sentido dessa hesitação, julgou que o merceeiro receava oferecer-lhe uma hospitalidade pouco digna.- Não importa, não importa - disse o conde continuando a andar; - a habitação dum merceeiro deste bairro não pode ser um palácio. Vamos lá.Raul precedeu-o lestamente e entrou. Dois gritos se fizeram ouvir simultaneamente, ou por melhor dizer três. Um destes gritos dominou os outros dois, era dado por uma mulher. O outro saiu da boca de Raul, e era de surpresa. Apenas abriu a porta e tornou a fechá-la vivamente. O terceiro era de medo. Tinha sido proferido por Planchet.- Perdão, senhor, é que a senhora estava se vestindo.Raul sabia sem dúvida que Planchet dizia a verdade, porque deu um passo para descer.- Oh! Amigo! - disse Athos - desculpe, Planchet, não sabíamos que lá em cima tinha..." Ed. Lelo&Irmão, 1970, p. 247,8
Outra cena semelhante que tirou Athos de sua fleuma foi em Os Três Mosqueteiros, quando ele viu D'Artagnan vestido de mulher. Nunca esqueço do sorriso que ele deu ao ver o aspirante a mosqueteiros em traje feminino:
"Grimaud contentou-se em levantar o dedo em direção a D'Artagnan, apontando-o para seu patrão.Athos reconheceu o companheiro e, por mais fleumático que fosse, caiu na gargalhada mais do que compreensível, a julgar pela estranha alegoria que tinha à sua frente: uma touca atravessada, uma saia caindo até os sapatos, mangas arregaçadas e bigodes espetados de emoção". Ed. Zahar,2011, p. 472
Tudo é Vaidade!
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