29 de julho de 2017

Décima sétima leitura...{parte 2.2}


Olá, precioso leitor!

Fim de mais uma etapa de leitura de O Senhor dos Anéis, As Duas Torres.

O livro quatro - segundo livro do segundo volume da trilogia - narra a saga de Sam e Frodo após o rompimento da sociedade:

- Sméagol Domado - é o primeiro capítulo. Narra a aproximação do silencio seguidor dos hobbits e a sua captura e o trato que o safado fez com eles.

- As Escolhas de Mestre Samwise - é o último capítulo deste quarto livro. Frodo e Sam encontram a Nobre Senhora de Mordor - através de uma singular apresentação de Gollum.

As notas que marquei desta leitura são referentes à Sméagol e Faramir. 

Sobre o primeiro, há algo que deixei passar em minhas leituras anteriores: a fala de Gollum muda de acordo que o relacionamento dele com os hobbits sofre alteração. E eu achei muito sinistro. A primeira que notei aconteceu quase no mesmo instante que Sam percebeu. Segue um exemplo:

- a fala comum:
Onde esstá, onde esstá: meu Precioso, meu Precioso? É nosso, é sim, e nós quer ele. Os ladrões, os ladrões, os ladrõezinhos nojentos. Onde estão com meu Precioso? Malditos! Nós odeia eles.
A fala desta personagem é a mesma que o acompanha ao longo do filme.
O trecho seguinte remete a mudança na fala de Sméagol:

— Isso é mentira! — chiou Gollum, e uma luz maligna surgiu em seus olhos à menção do nome de Aragorn. — Ele mentiu a meu respeito, mentiu. Na verdade eu escapei, sem que ninguém me ajudasse. De fato, foi-me ordenado que procurasse o Precioso; e eu procurei e procurei, é claro que eu procurei. Mas não para o Senhor do Escuro. O Precioso era nosso, era meu, digo a vocês. Eu realmente escapei.
No Pântano Mortos já é possível perceber essa mudança. E Sam nota a mudança durante a passagem no pântano.

(...) Sam teve a impressão de sentir uma mudança em Gollum de novo. Estava mais carinhoso e supostamente amigável; mas Sam algumas vezes o surpreendia lançando uns olhares estranhos, especialmente em direção a Frodo; e ele voltava cada vez mais à sua velha maneira de falar.

Aproveitando esse trecho, mais uma coisa que acontece em Sméagol: os olhares. Cinquenta tons de verde nos olhos de antigo portador do Anel. A única vez que o olhar perde uma tonalidade significativa, é quando ele encontra Frodo e Sam dormindo - antes de apresentá-los a Nobre Senhora:
Sam estava sentado, recostado na pedra, a cabeça caindo de lado e com a respiração pesada. Em seu colo a cabeça de Frodo, imersa num sono profundo; sobre sua fronte branca descansava uma das mãos morenas de Sam, e a outra pousava suavemente sobre o peito de seu mestre. Havia paz no rosto dos dois. Gollum olhou para eles. Uma expressão estranha passou por seu rosto magro e faminto. Apagou-se o brilho de seus olhos, que ficaram opacos e cinzentos, velhos e cansados. Um espasmo de dor pareceu contorcer seu corpo, e ele se virou, olhando para trás na direção da passagem, balançando a cabeça, como se empenhado em alguma discussão interior.
A segunda personagem é Faramir. Capitão de Gordon e líder dos guardiões de Ithilien. Seu irmão é Boromir, seu pai Denethor - regente de Gondor.
Faramir e Boromir são figuras iguais mas com características intelectuais distintas. O irmão de Boromir não é apenas um bom soldado, ele é também interessado na história dos seus antepassados.
Uma das minhas frases preferidas de Faramir é a seguinte:

(...)A guerra deve acontecer, enquanto estivermos defendendo nossas vidas contra um destruidor que poderia devorar tudo; mas não amo a espada brilhante por sua agudeza, nem a flecha por sua rapidez, nem o guerreiro por sua glória. Só amo aquilo que eles defendem (...)
 Faramir é apenas um guerreiro, mas é sábio também. Enquanto Boromir sucumbiu ao poder do Um, o irmão deste se manteve firme na decisão de não conhecer além do limite de si sobre algo que destruiu seus antepassados. Para este personagem, a guerra era iminente, mas não somente a bravura era necessária. Ele sabia que o critério para se tornar um líder estava limitado pela necessidade urgente da sua época:
(...) e, embora ainda consideremos que um guerreiro deve ter mais habilidades e conhecimentos além do oficio das armas e da morte, estimamos um guerreiro, não obstante, acima dos homens de outros ofícios. Essa é a necessidade de nossos dias. Até Boromir, meu irmão, era assim: um homem de bravura, e por esse motivo era considerado o melhor homem de Gondor. E realmente era muito valoroso: nenhum herdeiro de Minas Tirith foi por tanto tempo tão dedicado em seu trabalho, tão entusiasta na batalha, nem tocou nota mais poderosa na Grande Corneta.
 Este é um dos personagens dos quais tenho mais carinho. Na minha opinião, Faramir é Aragorn sem a coroa.
Para conhecer melhor este personagem, clique aqui e aqui e conheça o trabalho dos rapazes do Tolkien Talk sobre o assunto.

Isto é tudo, anonimo leitor, logo estarei indo para o terceiro - e último - volume da trilogia.

Omnia Vanitas.

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