Eu gostei desta leitura, mas não haverá uma segunda vez para Aventuras de Arthur Gordon Pym de Edgar Allan Poe.
A minha publicação é de MXMLXVII, da edição Biblioteca Idade de Ouro número 731. A "falecida" Cosac & Nayfi lançou uma nova edição - e custa muito caro e entrou para a lista de "raro". Com essa afirmação, não quero garantir que não há mais publicações atuais, apenas que esta edição de luxo da C&N não será mais impressa - o que é uma pena.
A história de Arthur Gordon Pym foi parar nas mãos de Edgar Allan Poe, segundo conta prefácio, para que fosse narrada como ficção. Como foi bem aceita, o restante da narrativa foi impressa para o periódico que Poe trabalhava.
Edgar Allan Poe se põe na história.
Narrado em primeira pessoa, Pym expõe sua aventura junto a um navio que sofreu embuste dos marujos, a recuperação do assalto, o canibalismo dos membros à deriva, a salvação e novamente, da perdição da nova tripulação.
Se você, leitor, espera encontrar nesta Narrativa alguma coisa de Poe que lembre as histórias de horror que são conhecidas deste americano, esqueça. A única mensão "mais ou menos" acontece quando os sobreviventes do naufrágio encontram um brigue tripulado por cadáveres.
Quando se trata de navegações, todo marinheiro tem algo para escrever sobre a fauna local e sobre as ilhas desconhecidas habitadas por humanos "selvagens".
A leitura não foi muito do meu agrado, com isso, não afirmo que seja ruim, apenas que não me aguçou a imaginação. Há partes muito interessantes e, uma delas, quero deixar registrado que o esconderijo de Pym:
E, ainda tenho uma pergunta sobre um personagem: onde ficou Tigre?
Recomendo a leitura, mas à mim será apenas esta; o livro irá para venda no Sebo.
Omnia Vanitas.
Meu companheiro mostrou-me depois que um dos lados do caixote podia ser removido à
vontade. Fê-lo correr para um lado e exibiu o interior, o que muito me agradou. Um colchão de uma das camas da cabine cobria por inteiro o fundo do caixote em que se continham quase todos os artigos de simples conforto que puderam ser amontoados em tão pequeno recinto, fornecendo-me, ao mesmo tempo, espaço suficiente para acomodar-me, tanto sentado como deitado de comprido. Entre outras coisas, havia alguns livros, penas, tinta, papel, três cobertores, uma grande bilha cheia de água, um barrilzinho de biscoitos de água e sal, três ou quatro imensas salsichas bolonhesas, um enorme presunto, um pernil frio de carneiro assado, e meia dúzia de garrafas de licores e remédios. Imediatamente tomei posse de meu pequeno apartamento, com tais sentimentos de satisfação que, acredito, nenhum monarca experimentou maiores ao entrar num palácio novo. Augusto então ensinou-me a maneira de afastar o lado aberto do caixote e depois, levando a vela até perto do forro, mostrou-me um pedaço de corda
trançada e escura estendendo-se nele. Ela — disse — prolongava-se do meu esconderijo
através de todas as necessárias voltas por entre os trastes até um prego cravado no forro do porão, mesmo por baixo do alçapão que levava ao camarote dele. Por meio dessa eu poderia facilmente sair dali, sem que ele me guiasse, no que qualquer inesperado acidente tornasse tal passo necessário. Despediu-se, em seguida, deixando-me a lanterna, bem como suficiente provisão de velas e fósforos, e prometendo visitar-me logo que o pudesse fazer sem ser observado. Era o dia 17 de junho.
E, ainda tenho uma pergunta sobre um personagem: onde ficou Tigre?
Recomendo a leitura, mas à mim será apenas esta; o livro irá para venda no Sebo.
Omnia Vanitas.
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