28 de abril de 2012

O Véu Pintado


"Como se uma mulher já tivesse amado um homem por suas virtudes"


Gosto de filmes que tratam relacionamentos como eles são. É algo estilo "Nelson Rodrigues" mas com uma dose de pudor!

Terminei de assistir "O Véu Pintado". Trata de um casal: Dr. Fane e sua mimada esposa Kitty.

Kitty casou com o sr. Fane por insistência da família que não tolerava mais sustentar uma filha solteira em casa - tomara que meus pais não tenham a mesma ideia!

Logo, Kitty não amava o dr. Fane, apenas o suportava. Suportou até encontrar um homem que tornou seu amante.
Descoberta a "pulada de cerca", dr. Fane intimou a esposa a seguir com ele para um lugar inóspito onde a principal atração era a epidemia de cólera. Se ela poderia recusar? Claro! Mas a época era 1925 e era preferível morrer de cólera do que ter um parente - ainda mais uma mulher - divorciada debaixo do teto. Bem que ela tentou buscar consolo no amante, mas sabe como são os amantes: escapam!

Lá foi a esposa dondoca para o fim do mundo, na China, para o meio de uma epidemia de cólera - como se já não fosse o bastante ela suportar a cólera do marido (eu não tiro a razão dele)!

Humberto Gessinger diz que "os dias parecem séculos quando se anda em círculos". Assim foi o primeiro mês da fútil senhora Fane! Mas, como nem tudo está perdido, ela foi convidada a visitar um convento de freiras francesas que ficava no centro da cidade. Foi através dessa visita que ela decidiu fazer algo de útil: ajudar as crianças no orfanato! Aula de música foi a sua ocupação!

A música tem o seu encanto; foi assim que ela voltou a ser a atenção do seu infeliz marido. Foi ajudando que ela percebeu o quanto foi fútil a vida que levava anteriormente.

Reconhecer erros em si é fácil, reconquistar a admiração perdida é que são elas! Mas a prestativa Kitty foi pisando sobre ovos até chegar no coração do tímido esposo.

E no calor da China, em meio à uma noite de conversa, bebida e paixão, ambos se entregaram ao momento!

E, sabe como é a vida, ela nos dá momentos que precisam ser aproveitados da melhor forma!

O ex-infeliz casal já tinha algo em comum: uma vida de ajuda à uma comunidade fadada à morte! Ela se envolveu nos projetos dele, conheceu o que ele tinha além da aparência tímida e rancorosa (graças à ela). Conheceu o homem com quem tinha se casado e descobriu algo maravilhoso.

Eu vou parar por aqui, não vou contar o final nem o que aconteceu depois desse ponto! Espero que você tenha o entusiasmo de assistir essa obra da sétima arte!


Mas quero terminar dizendo algo que somente as pessoas que apreciam compreenderão: Edward Norton, que bundinha linda! Nuuuuss! Desde "A Outra História Americana" e seus 16 pontos que eu digo: Que coisa mais linda! ;)


Tudo é vaidade!

26 de abril de 2012

Ensaiando..

Oi!

Estou em meu horário de almoço e fucei uma livraria online (não vou pagar pau para e dizer qual foi há) quando vi mais uma obra de Bernard Cornwell.
Eu não tenho nenhum livro dele, mas estou assanhada à comprar um faz tempo.
O primeiro que chamou minha atenção foi "As Crônicas de Artur"


Parece ser uma trilogia gostosa de ler! Adoro as histórias sobre Camelot!
Outra trilogia que chamou minha atenção foi "A Busca do Graal"


Como não se apaixonar por todo o misticismo em volta dessa relíquia defendida por arqueólogos como Indiana Jones ;)

E agora eu vi essa saga mega power:


Confesso, que estou louca para adquirir uma delas, mas vou tentar ser prudente, pelo menos dessa vez, e pisar no campo de Bernard Cornwell mais levemente: Azincourt ou O Forte podem ser um bom começo!



Ah! Se quiser saber alguma coisa sobre Bernard Cornwell e não tiver nenhum preconceito com a Wikipedia, olha no link logo ali!


Tudo é vaidade!

23 de abril de 2012

Parabéns, Livro!



Dia do Livro! Que dia lindo! hahaha
Nesta foto estão os livros que ainda não li! Sim.. todos eles! São livros que ganhei (obrigada à todos pelo lindo presente) ou que comprei! "On The Road - Pé na Estrada" de Jack Kerouac foi o último que comprei - sexta-feira (20). Vi o trailer e uma reportagem na internet e foi o suficiente para me convencer a comprá-lo.

E o cheiro? Huuummm! Que cheirinho maravilhoso de livro novo! Não há como resistir! É preciso encostar o nariz na página e respirar profunda e lentamente, como quem está sentindo a fragrância de um perfume francês!

Voltando ao livro! Pois então, não conheço o autor, então, preciso acreditar no que escreveram sobre ele neste livro!A história é sobre três jovens que coloram o pé na estrada! Isso não é maravilhoso? Esse pessoal tem gasolina a toda hora, comem todos os dias ... mas ninguém trabalha! Acho o máximo isso! Pena que para mim é absurdo demais! Talvez, essa seja a magia! Viver no limite! Viver sem ter aquela preocupação sobre o que comer e o que vestir. Hum, isso me lembrou uma passagem da Bíblia: “NÃO VOS INQUIETEIS, POIS PELO DIA DE AMANHÃ, PORQUE O DIA DE AMANHÃ CUIDARÁ DE SI MESMO. BASTA A CADA DIA O SEU MAL.”( Mateus 6.34).

Bom, continuando: é a emoção do momento que não tem a ver com a passagem bíblica! É viver sem regras e sem tabus. Trata do sexo livre, da auto satisfação, da liberdade de expressão; e com essa micro explicação e respondo a pergunta que fiz assim que li a contra-capa do livro: O que é essa tal de Geração Beat! É isso! É um pré movimento hippie!

Termino por aqui, desejando que todos que lerem esse post possam encontrar um livro maravilhoso para ler e viajar!

"Ele veio abrir a porta nu em pelo; poderia ser o presidente dos Estados Unidos batendo que ele estava pouco se lixando. Recebia todo mundo peladão" (On the Road - Pé na Estrada, LPM Pocket, p. 225)


Tudo é vaidade!

20 de abril de 2012

Devaneios ...




Tudo o que eu queria era por o pé na estrada e esquecer das minhas responsabilidades.Não são os romances que me encantam, são as loucas e fascinantes viagens: Gulliver, O Senhor dos Anéis, Dom Quixote de La Mancha ... Mesmo no sofrimento que venha a existir nestes livros, sempre haverá a partida, o novo, a aventura! Nem tudo é somente dor. Nem tudo deve ser conformação.Queria entrar em um carro e desfrutar de uma companhia agradável, com alguém que não julgue meus devaneios loucuras! Alguém que saiba rir alto de alegria...Em algum lugar você existe, venha me encontrar!E tudo é vaidade!

13 de abril de 2012

Sexta-feira 13




Hoje é sexta 13! Que frustante, ninguém quer compartilhar uma noite de leituras "sobrenaturais" comigo! Um dia, espero encontrar essa companhia e curtir muito esse dia tão especial - para aqueles que não supersticiosos como eu! 
Então "forever alone" eu deixo o meu conto preferido, do meu autor preferido para casos de mistério e horror: Edgar Allan Poe, e seu Gato Preto!

Tudo é vaidade!


Não espero nem solicito o crédito do leitor para a tão extraordinária e no entanto tão familiar história que vou contar. Louco seria esperá-lo, num caso cuja evidência até os meus próprios sentidos se recusam a aceitar. No entanto não estou louco, e com toda a certeza que não estou a sonhar. Mas porque posso morrer amanhã, quero aliviar hoje o meu espírito. O meu fim imediato é mostrar ao mundo, simples, sucintamente e sem comentários, uma série de meros acontecimentos domésticos.

Nas suas consequências, estes acontecimentos aterrorizaram-me, torturaram-me, destruíram-me. No entanto, não procurarei esclarecê-los. O sentimento que em mim despertaram foi quase exclusivamente o de terror; a muitos outros parecerão menos terríveis do que extravagantes. Mais tarde, será possível que se encontre uma inteligência qualquer que reduza a minha fantasia a uma banalidade. Qualquer inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que a minha encontrará tão somente nas circunstâncias que relato com terror uma sequência bastante normal de causas e efeitos.

Já na minha infância era notado pela docilidade e humanidade do meu carácter. Tão nobre era a ternura do meu coração, que eu acabava por tornar-me num joguete dos meus companheiros. Tinha uma especial afeição pelos animais e os meus pais permitiam-me possuir uma grande variedade deles. Com eles passava a maior parte do meu tempo e nunca me sentia tão feliz como quando lhes dava de comer e os acariciava. Esta faceta do meu carácter acentuou-se com os anos, e, quando homem, aí achava uma das minhas principais fontes de prazer. Quanto àqueles que já tiveram uma afeição por um cão fiel e sagaz, escusado será preocupar-me com explicar-lhes a natureza ou a intensidade da compensação que daí se pode tirar. No amor desinteressado de um animal, no sacrifício de si mesmo, alguma coisa há que vai direito ao coração de quem tão frequentemente pôde comprovar a amizade mesquinha e a frágil fidelidade do homem.

Casei jovem e tive a felicidade de achar na minha mulher uma disposição de espírito que não era contrária à minha. Vendo o meu gosto por animais domésticos, nunca perdia a oportunidade de me proporcionar alguns exemplares das espécies mais agradáveis. Tínhamos pássaros, peixes dourados, um lindo cão, coelhos, um macaquinho, e um gato.

Este último era um animal notavelmente forte e belo, completamente preto e excepcionalmente esperto. Quando falávamos da sua inteligência, a minha mulher, que não era de todo impermeável à superstição, fazia frequentes alusões à crença popular que considera todos os gatos pretos como feiticeiras disfarçadas. Não quero dizer que falasse deste assunto sempre a sério, e se me refiro agora a isto não é por qualquer motivo especial, mas apenas porque me veio à ideia. Plutão, assim se chamava o gato, era o meu amigo predilecto e companheiro de brincadeiras. Só eu lhe dava de comer e seguia-me por toda a parte, dentro de casa. Era até com dificuldade que conseguia impedir que me seguisse na rua.

A nossa amizade durou assim vários anos, durante os quais o meu temperamento e o meu carácter sofreram uma alteração radical - envergonho-me de o confessar - para pior, devido ao demónio da intemperança. De dia para dia me tornava mais taciturno, mais irritável, mais indiferente aos sentimentos dos outros. Permitia-me usar de uma linguagem brutal com minha mulher. Com o tempo, cheguei até a usar de violência. Evidentemente que os meus pobres animaizinhos sentiram a transformação do meu carácter. Não só os desprezava como os tratava mal. Por Plutão, porém, ainda nutria uma certa consideração que me não deixava maltratá-lo. Quanto aos outros, não tinha escrúpulos em maltratar os coelhos, o macaco e até o cão, quando por acaso ou por afeição se atravessavam no meu caminho.

Mas a doença tomava conta de mim - pois que doença se assemelha à do álcool? - e, por fim, até o próprio Plutão, que estava a ficar velho e, por consequência, um tanto impertinente, até o próprio Plutão começou a sentir os efeitos do meu carácter perverso.

Certa noite, ao regressar a casa, completamente embriagado, de volta de um dos tugúrios da cidade, pareceu-me que o gato evitava a minha presença. Apanhei-o, e ele, horrorizado com a violência do meu gesto, feriu-me ligeiramente na mão com os dentes. Uma fúria dos demónios imediatamente se apossou de mim. Não me reconhecia. Dir-se-ia que a minha alma original se evolara do meu corpo num instante e uma ruindade mais do que demoníaca, saturada de genebra, fazia estremecer cada uma das fibras do meu corpo. Tirei do bolso do colete um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pelo pescoço e, deliberadamente, arranquei-lhe um olho da órbita! Queima-me a vergonha e todo eu estremeço ao escrever esta abominável atrocidade.

Quando, com a manhã, me voltou a razão, quando se dissiparam os vapores da minha noite de estúrdia, experimentei um sentimento misto de horror e de remorso pelo crime que tinha cometido. Mas era um sentimento frágil e equívoco e o meu espírito continuava insensível. Voltei a mergulhar nos excessos, e depressa afoguei no álcool toda a recordação do acto.

Entretanto, o gato curou-se lentamente. A órbita agora vazia apresentava, na verdade, um aspecto horroroso, mas o animal não aparentava qualquer sofrimento. Vagueava pela casa como de costume, mas, como seria de esperar, fugia aterrorizado quando eu me aproximava. Porém, restava-me ainda o suficiente do meu velho coração para me sentir agravado por esta evidente antipatia da parte de um animal que outrora tanto gostara de mim. Em breve este sentimento deu lugar à irritação. E para minha queda final e irrevogável, o espírito da PERVERSIDADE fez de seguida a sua aparição. Deste espírito não cura a filosofia. No entanto, não estou mais certo da existência da minha alma do que do facto que a perversidade é um dos impulsos primitivos do coração humano; uma dessas indivisas faculdades primárias, ou sentimentos, que deu uma direcção ao carácter do homem. Quem se não surpreendeu já uma centena de vezes cometendo uma acção néscia ou vil, pela única razão de saber que a não devia cometer? Não temos nós uma inclinação perpétua, pese ao melhor do nosso juízo, para violar aquilo que constitui a Lei, só porque sabemos que o é? E digo que este espírito de perversidade surgiu para minha perda final. Foi este anseio insondável da alma por se atormentar, por oferecer violência à sua própria natureza, por fazer o mal só pelo mal, que me forçou a continuar e, finalmente, a consumar a maldade que infligi ao inofensivo animal. Certa manhã, a sangue-frio, passei-lhe um nó corredio ao pescoço e enforquei-o no ramo de uma árvore; enforquei-o com as lágrimas a saltarem-me dos olhos e com o mais amargo remorso no coração; enforquei-o porque sabia que me tinha tido afeição e porque sabia que não me tinha dado razão para a torpeza; enforquei-o porque sabia que ao fazê-lo estava cometendo um pecado, um pecado mortal que comprometia a minha alma imortal a ponto de a colocar, se tal fosse possível, mesmo para além do alcance da infinita misericórdia do Deus Mais Piedoso e Mais Severo.

Na noite do próprio dia em que este acto cruel foi perpetrado, fui acordado do sono aos gritos de «Fogo!». As cortinas da minha cama estavam em chamas; toda a casa era um braseiro. Foi com grande dificuldade que minha mulher, uma criada e eu conseguimos escapar do incêndio. A destruição foi completa. Todos os meus bens materiais foram destruídos, e daí em diante mergulhei no desespero.

Sou superior à fraqueza de procurar estabelecer uma seqüência de causa a efeito entre a atrocidade e o desastre. Limito-me, porém, a narrar uma cadeia de acontecimentos e não quero deixar nem um elo sequer incompleto. Nos dias que se sucederam ao incêndio, visitei as ruínas. As paredes, à exceção de uma, tinham abatido por completo. Esta exceção era constituída por um tabique interior, não muito espesso, que estava sensivelmente a meio da casa, e de encontro ao qual antes ficava a cabeceira da minha cama. O reboco resistira em grande parte à ação do fogo, fato que atribuo a ter sido pouco antes restaurado.

Próximo desta parede juntara-se uma densa multidão e muitas pessoas pareciam estar a examinar certa zona em particular, com minúcia e grande atenção. A minha curiosidade foi despertada pelas palavras «estranho», «singular» e outras expressões semelhantes. Aproximei-me e vi, como se fora gravado em baixo revelo, sobre a superfície branca, a figura de um gato gigantesco. A imagem estava desenhada com uma precisão realmente espantosa. Em volta do pescoço do animal estava uma corda.

Mal vi a aparição, pois nem podia pensar que doutra coisa se tratasse, o meu assombro e o meu terror foram imensos. Por fim, a reflexão veio em meu auxílio. Lembrei-me que o gato fora enforcado num jardim junto à casa. Após o alarme de incêndio, O dito jardim fora imediatamente invadido pela multidão e por alguém que deve ter cortado a corda do gato e o deve ter lançado para dentro do meu quarto, por uma janela aberta. Isto deve ter sido feito, provavelmente, com a intenção de me acordar. A queda das outras paredes tinha comprimido a vítima da minha crueldade na substância do reboco recentemente aplicado e cuja cal, combinada com as chamas e o amoníaco do cadáver, tinha produzido a imagem tal como eu a via.

Tendo assim satisfeito prontamente a minha razão - que não totalmente a minha consciência - sobre o facto extraordinário atrás descrito, não deixou este, no entanto, de causar profunda impressão na minha imaginação. Durante meses não consegui libertar-me do fantasma do gato, e, durante este período, voltou-me ao espírito uma espécie de sentimento que parecia remorso, mas que o não era. Cheguei ao ponto de lamentar a perda do animal e a procurar à minha volta, nos sórdidos tugúrios que agora frequentava com assiduidade, um outro animal da mesma espécie e bastante parecido que preenchesse o seu lugar.

Uma noite, estava eu sentado meio aturdido num antro mais do que infamante, a minha atenção foi despertada por um objecto preto que repousava no topo de um dos enormes toneis de gin ou de rum que constituíam o principal mobiliário do compartimento. Havia minutos que olhava para a parte superior do tonel, e o que agora me causava surpresa era o facto de não me ter apercebido mais cedo do objecto que estava em cima. Aproximei-me e toquei-lhe com a mão. Era um gato preto, um gato enorme, tão grande como Plutão e semelhante a ele em todos os aspectos menos num. Plutão não tinha sequer um único pêlo branco no corpo, enquanto este gato tinha uma mancha branca, grande mas indefinida, que lhe cobria toda a região do peito.

Quando lhe toquei, imediatamente se levantou e ronronou com força, roçou-se pela minha mão, e parecia contente por o ter notado. Era este, pois, o animal que eu procurava. Imediatamente propus a compra ao dono, mas este nada tinha a reclamar pelo animal, nada sabia a seu respeito, nunca o tinha visto até então.

Continuei a acariciá-lo, e quando me preparava para ir para casa, o animal mostrou-se disposto a acompanhar-me. Permiti que o fizesse, inclinando-me de vez em quando para o acariciar enquanto caminhava. Quando chegou a casa, adaptou-se logo e logo se tornou muito amigo da minha mulher.

Pela minha parte, não tardou em surgir em mim uma antipatia por ele. Era exactamente o reverso do que eu esperava, mas, não sei como nem porquê, a sua evidente ternura por mim desgostava-me e aborrecia-me. Lentamente, a pouco e pouco, esses sentimentos de desgosto e de aborrecimento transformaram-se na amargura do ódio. Evitava o animal; um certo sentimento de vergonha e a lembrança do meu anterior acto de crueldade impediram-me de o maltratar fisicamente. Abstive-me, durante semanas, de o maltratar ou exercer sobre ele qualquer violência, mas, gradualmente, muito gradualmente, cheguei a nutrir por ele um horror indizível e a fugir silenciosamente da sua odiosa presença como do bafo da peste.

O que aumentou, sem dúvida, o meu ódio pelo animal foi descobrir, na manhã do dia seguinte a tê-lo trazido para casa, que, tal como Plutão, tinha também sido privado de um dos seus olhos. Esta circunstância, contudo, mais afeição despertou na minha mulher, que, como já disse, possuía em alto grau aquele sentimento de humanidade que fora em tempos característica minha e a fonte de muitos dos meus prazeres mais simples e mais puros.

Com a minha aversão pelo gato parecia crescer nele a sua preferência por mim. Seguia os meus passos com uma pertinácia que seria difícil fazer compreender ao leitor. Sempre que me sentava, enroscava-se debaixo da minha cadeira ou saltava-me para os joelhos, cobrindo-me com as suas repugnantes carícias. Se me levantava para caminhar, metia-se-me entre os pés e quase me fazia cair ou, fincando as suas garras compridas e aguçadas no meu roupão, trepava-me até ao peito. Em tais momentos, embora a minha vontade fosse matá-lo com uma pancada, era impedido de o fazer, em parte pela lembrança do meu crime anterior mas, principalmente, devo desde já confessá-lo, por um verdadeiro medo do animal.

Este medo não era exactamente o receio de um mal físico; no entanto, é me difícil defini-lo de outro modo. Quase me envergonhava admitir - sim, mesmo aqui, nesta cela de malfeitor, eu me envergonho de admitir - que o terror e o horror que o animal me infundia se viam acrescidos de uma das fantasias mais perfeitas que é possível conceber. Minha mulher tinha-me chamado várias vezes a atenção para o aspecto da mancha de pêlo branco de que já falei, e que era a única diferença aparente entre o estranho animal e aquele que eu tinha eliminado. O leitor lembrar-se-á que esta marca, embora grande, era, originariamente, bastante indefinida, mas, gradualmente, por fases quase imperceptíveis e que durante muito tempo a minha razão lutou por rejeitar como fantasiosas, assumira, finalmente, uma rigorosa nitidez de contornos. Era agora a imagem de um objecto que me repugna mencionar, e por isso eu o odiava e temia acima de tudo, e ter-me-ia visto livre do monstro se o ousasse. Era agora a imagem de uma coisa abominável e sinistra: a imagem da forca!, oh!, lúgubre e terrível máquina de horror e de crime, de agonia e de morte.

Por essa altura, eu era, na verdade, um miserável maior do que toda a miséria humana. E um bruto animal cujo semelhante eu destruíra com desprezo, um bruto animal a comandar-me, a mim, um homem, feito à imagem do Altíssimo - oh!, desventura insuportável. Ah, nem de dia nem de noite, nunca, oh!, nunca mais, conheci a bênção do repouso! Durante o dia o animal não me deixava um só momento. De noite, a cada hora, quando despertava dos meus sonhos cheios de indefinível angústia, era para sentir o bafo quente daquela coisa sobre o meu rosto e o seu peso enorme, encarnação de um pesadelo que eu não tinha forças para afastar, pesando-me eternamente sobre o coração. Sob a pressão de tormentos como estes, os fracos resquícios do bem que havia em mim desapareceram. Só os pensamentos pecaminosos me eram familiares - os mais sombrios e os mais infames dos pensamentos. A tristeza do meu temperamento aumentou até se tornar em ódio a tudo e à humanidade inteira. Entretanto, a minha dedicada mulher era a vítima mais usual e paciente das súbitas, frequentes e incontroláveis explosões de fúria a que então me abandonava cegamente.

Um dia acompanhou-me, por qualquer afazer doméstico, à cave do velho edifício onde a nossa pobreza nos forçava a habitar. O gato seguiu-me nas escadas íngremes e quase me derrubou, o que me exasperou até à loucura. Apoderei-me de um machado, e desvanecendo-se na minha fúria o receio infantil que até então tinha detido a minha mão, desferi um golpe sobre o animal, que seria fatal se o tivesse atingido como eu queria. Mas o golpe foi sustido diabólicamente pela mão da minha mulher. Enraivecido pela sua intromissão, libertei o braço da sua mão e enterrei-lhe o machado no crânio. Caiu morta, ali mesmo, sem um queixume.

Consumado este horrível crime, entreguei-me de seguida, com toda a determinação, à tarefa de esconder o corpo. Sabia que não o podia retirar de casa, quer de dia quer de noite, sem correr o risco de ser visto pelos vizinhos. Muitos projectos se atropelaram no meu cérebro. Em dado momento, cheguei a pensar em cortar o corpo em pequenos pedaços e destruí-los um a um pelo fogo. Noutro, decidi abrir uma cova no chão da cave. Depois pensei deitá-lo ao poço do jardim, ou metê-lo numa caixa como qualquer vulgar mercadoria e arranjar um carregador para o tirar de casa. Por fim, detive-me sobre o que considerei a melhor solução de todas. Decidi emparedá-lo na cave como, segundo as narrativas, faziam os monges da Idade Média às suas vítimas.

A cave parecia convir perfeitamente aos meus intentos. As paredes não tinham sido feitas com os acabamentos do costume e, recentemente, tinham sido todas rebocadas com uma argamassa grossa que a humidade ambiente não deixara endurecer. Além do mais, numa das paredes havia uma saliência causada por uma chaminé falsa ou por uma lareira que tinha sido entaipada para se assemelhar ao resto da cave. Não duvidei que me seria fácil retirar os tijolos neste ponto, meter lá dentro o cadáver e tornar a pôr a taipa como antes, de modo que ninguém pudesse lobrigar qualquer sinal suspeito.

Não me enganei nos meus cálculos. Com o auxílio de um pé-de-cabra retirei facilmente os tijolos, e depois de colocar cuidadosamente o corpo de encontro à parede interior, mantive-o naquela posição ao mesmo tempo que, com um certo trabalho, devolvia a toda a estrutura o seu aspecto primitivo.

Usando de toda a precaução, procurei argamassa, areia e fibras com que preparei um reboco que se não distinguia do antigo e, com o maior cuidado, cobri os tijolos. Quando terminei, vi com satisfação que tudo estava certo. A parede não denunciava o menor sinal de ter sido mexida. Com o maior escrúpulo, apanhei do chão os resíduos. Olhei em volta, triunfante, e disse para comigo: «Aqui, pelo menos, não foi infrutífero o meu trabalho.»

A seguir procurei o animal que tinha sido a causa de tanta desgraça, pois que, finalmente, tinha resolvido matá-lo. Se o tivesse encontrado naquele momento, era fatal o seu destino. Mas parecia que o astuto animal se alarmara com a violência da minha cólera anterior e evitou aparecer-me na frente, dado o meu estado de espírito. É impossível descrever ou imaginar a intensa e aprazível sensação de alívio que a ausência do detestável animal me trouxe. Não me apareceu durante toda a noite, e deste modo, pelo menos por uma noite, desde que o trouxera para casa, dormi bem e tranquilamente; sim, dormi, mesmo com o crime a pesar-me na consciência.

Passaram-se o segundo e terceiro dias e o meu verdugo não aparecia. Mais uma vez respirei como um homem livre. O monstro, aterrorizado, tinha abandonado a casa para sempre! Nunca mais voltaria a vê-lo!

Suprema felicidade a minha! A culpa da acção tenebrosa inquietava-me pouco. Fizeram-se alguns interrogatórios que colheram respostas satisfatórias. Fez-se inclusivamente uma busca, mas, naturalmente, nada se descobriu. Dava como certa a minha felicidade futura.

No quarto dia após o crime, surgiu inesperadamente em minha casa um grupo de agentes da Polícia que procederam a uma rigorosa busca. Eu, porém, confiado na impenetrabilidade do esconderijo, não sentia qualquer embaraço. Os agentes quiseram que os acompanhasse na sua busca. Não deixaram o mínimo escaninho por investigar. Por fim, pela terceira ou quarta vez, desceram à cave. Nem um músculo me tremeu. O meu coração batia calmamente como o coração de quem vive na inocência. Percorri a cave de ponta a ponta. De braços cruzados no peito, andava descontraído de um lado para o outro. Os agentes estavam completamente satisfeitos e prontos para partir. O júbilo do meu coração era demasiado intenso para que o pudesse suster. Ansiava por dizer pelo menos uma palavra à guisa de triunfo e para tornar duplamente evidente a sua convicção da minha inocência.

- Senhores - disse por fim, quando iam a subir os degraus. - Estou satisfeito por ter dissipado as vossas suspeitas. Desejo muita saúde para todos, e um pouco mais de cortesia. A propósito, esta casa está muito bem construída (e no meu furioso desejo de dizer qualquer coisa com à-vontade, mal sabia o que estava a dizer). Direi, até, que é uma casa excelentemente construída. Estas paredes... vão-se já embora, meus senhores?... Estas paredes estão solidamente ligadas. - E neste momento, por uma frenética fanfarronice, bati com força, com uma bengala que tinha na mão, na parede atrás da qual se encontrava o cadáver da minha querida esposa.

Ah!, que Deus me livre das garras do arquidemónio! Mal tinha o eco das minhas pancadas mergulhado no silêncio, quando uma voz lhes respondeu de dentro do túmulo: um gemido, a princípio abafado e entrecortado como o choro de urna criança, que depois se transformou num prolongado grito sonoro e contínuo, extremamente anormal e inumano. Um bramido, um uivo, misto de horror e de triunfo, tal como só do inferno poderia vir, provindo das gargantas conjuntas dos condenados na sua agonia e dos demónios no gozo da condenação.

Seria insensato falar dos meus pensamentos. Senti-me desfalecer e encostei-me à parede da frente. Tolhidos pelo terror e pela surpresa, os agentes que subiam a escada detiveram-se por instantes. Logo a seguir, doze braços vigorosos atacavam a parede. Esta caiu de um só golpe. O cadáver, já bastante decomposto e coberto de pastas de sangue, apareceu erecto frente aos circunstantes. Sobre a cabeça, com as vermelhas fauces dilatadas e o olho solitário chispando, estava o odioso gato cuja astúcia me compelira ao crime e cuja voz delatora me entregava ao carrasco. Eu tinha emparedado o monstro no túmulo!

12 de abril de 2012

Persuasão...




Não posso mais ouvir em silêncio. Preciso falar com você pelos os meios de que disponho neste momento. Você fendeu minha alma. Sou metade agonia, metade esperança. Não me diga que é tarde demais, que sentimentos tão preciosos foram-se para sempre. Ofereço-me para você de novo com um coração muito mais seu do que quando você quase o despedaçou há oito anos e meio atrás. Não se atreva a dizer que o homem esquece mais rápido do que a mulher, que seu amor morre mais cedo. Eu tenho amado somente você, mais ninguém. Injusto posso ter sido, fraco e ressentido também, mas nunca inconstante. Você, apenas você trouxe-me para Bath. Faço planos pensando somente em você. Você não ainda percebeu? Terá você falhado em entender meus desejos? Eu não teria esperado nem estes dez dias se tivesse podido ler seus sentimentos como eu penso que você penetrou nos meus. Quase não posso escrever. A todo instante ouço alguma coisa que me atordoa. Você abaixa sua voz, mas eu posso distinguir seus tons mesmo quando perdidos em meio aos outros. Boníssima e excelente criatura! Você nos faz justiça, deveras. Você crê que há afeto verdadeiro e constância entre os homens. Creia “nisto” mais fervoroso e constante em

F. W.

Devo partir – incerto de minha sorte –, mas voltarei aqui ou irei para sua festa, assim que possível. Uma palavra, um olhar, será o suficiente para que eu decida entrar na casa de seu pai esta noite, ou nunca.


| Trad. Raquel Sallaberry Brião, em maio de 2009 de AUSTEN, Jane. Persuasion (Londres: Penguin, 1994), cap. 23, p. 238-239. |

11 de abril de 2012

Verdades...



Terminei de assistir o filme Miss Austen Regrets (2008). Sim, é sobre a vida de Jane Austen. Adorei!

E, depois, fiquei pensando: quantas perguntas são feitas por conta das nossas escolhas. E a pergunta que não cala é: certo ou errado?

Quando alguém pergunta algo sobre mim é porque já tem 99% da sua opinião formada na resposta. Responder não fará com que a pessoa mude sua informação a meu respeito, pois ela achará que estou ocultando, exagerando, diminuindo; nunca aceitará que estou dizendo a verdade!

Quantas pessoas, realmente, conhecem os seus queridos como eles são.
Na bíblia há uma passagem que Jesus aconselha seus ouvintes que, ao orarem, fechem a porta do quarto para terem um momento íntimo com Deus: sem máscaras, desculpas, mentiras etc.
Além de Deus, de quem inevitavelmente não escondemos nada, quem mais nos conhece intimamente.
Eu posso dizer que duas pessoas podem me ver como sou sem que não amem mais. Uma delas eu conservo ao meu lado, a outra porém... Isso não quer dizer que sou falsa com os demais, mas aquilo que conheço deles não permite que me vejam em minha totalidade. Amo-os, sem dúvida, mas não daria esse fardo pesado para carregarem.

Tudo é vaidade

8 de abril de 2012

Uma breve pausa...



Terminei de ler o quinto volume da saga O Visconde de Bragelonne, da trilogia de Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.
Deixei Porthos nas mãos do alfaiate do rei Luiz XIV, para confeccionar um fato elegante para a festa do superintendente sr. Fouquet.
Deixo, momentaneamente, quatro homens que conheci há pouco mais de três meses. Vi seus sonhos crescerem e seus segredos tornarem-se mais secretos do que outrora. Vi essa amizade, mesmo separada, manter-se fiel à todo tempo.

Agora, por um breve momento, deixarei esses quatro homens maravilhosos e seus envolvidos - entre eles nomeio o querido Raul de Bragelonne, filho do meu amado Athos.

Essa breve separação deve-se ao fato de eu precisar focar meu olhar para provas que farei no fim do mês. E, mesmo sabendo que é uma separação breve e que é uma separação necessária a minha profissão, ainda sinto esse rompimento momentâneo.

Tudo é vaidade!

5 de abril de 2012

Tu és este Homem...



Estava lendo "O Visconde de Bragelonne", quando lembrei do Rei Davi! Leiamos o texto lembrado...


E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, apresentando-se ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.
O rico possuía muitíssimas ovelhas e vacas.
Mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela tinha crescido com ele e com seus filhos; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha.
E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para assar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre, e a preparou para o homem que viera a ele.
Então o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o SENHOR, que digno de morte é o homem que fez isso.
E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa, e porque não se compadeceu.
Então disse Natã a Davi: Tu és este homem.
2 Samuel 12:1-7


Porque lembrei do Rei Davi...

Antes, uma contextualização:
O rei Luiz XIV está apaixonado por Luíza, noiva de Raul. O caso é que a garota corresponde ao sentimento do rei. O rei é casado com Maria Tereza. Porthos - barão du Vallon, à pedido de Raul - Visconde de Bragelonne, foi até o conde de Saint Aignan (amigo do rei e intermediário dessa aventura amorosa) "convidá-lo" para um duelo, visto que não pode chamar o rei para duelar - convoca, então, o cúmplice. Juridicamente, dá no mesmo.
Agora, vamos ler o que Saint Aignan conversara com o rei Luiz XIV:

- Vossa majestade conhece o barão du Vallon?
- Oh! Se conheço! Um belo servidor de meu pai! E um belo conviva, por minha vida! É aquele que jantou conosco em Fontainebleau que tu queres falar?
- Justamente, real senhor, mas vossa majestade esquece-se de juntar às suas belas qualidades a de amável matador de homens.
- Como! O sr. du Vallon quer matar-te?
- Ou fazer com que me matem, o que vem a dar na mesma.
- Essa é boa!
- Não zombe, real senhor, o que digo a vossa majestade é pura verdade.
- E tu dizes que ele quer fazer com que te matem?
- É, presentemente, a ideia desse amável fidalgo.
- Fica descansado, que eu te defenderei, se ele não tiver razão.
- Ah! Emprega um "se", real senhor?
- Sem dúvida, Saint Aignan; vamos, responde como se se tratasse de outra pessoa: tem ele ou não razão?
- Vossa majestade vai julgá-lo.
- Que lhe fizeste tu?
- Oh! A ele nada; parece, porém, que ofendi um dos seus amigos.
- E esse amigo é algum dos quatro famosos?
- Não; é o filho de um dos quatro famosos, o que é o mesmo.
- Que fizeste tu a esse filho? Vejamos.
- Ajudei alguém a tirar-lhe a namorada.
- E confessas semelhante atentado?
- Não tenho outro remédio senão confessá-lo, visto que é verdade.
- Neste caso fizeste mal.
- Ah! Fiz mal!
- Sim, por minha vida; e se ele te matar...
- Que mais?
- Será com razão.
- Ah! Eis aí como julga, real senhor.
- Achas mau o método?
- Parece-me expedito de mais.
- A boa justiça é pronta, dizia meu avô Henrique IV.
- Nesse caso assine vossa majestade já o perdão do meu adversário, pois está esperando por mim em Vincennes para me matar.
- Dize-me o seu nome e dá-me um pergaminho.
(...)
- É o visconde de Bragelonne.

3 de abril de 2012

Tô de Mal...



Essa noite os cachorros me acordaram com seus latidos! E não consegui dormir durante muito tempo. Então, como é de costume, fiquei pensando um monte de coisas.

Tô de saco cheio de não fazer nada.

Tô de saco cheio de não conseguir resolver coisas simples, como: minha faculdade.

Tô cansada da vidinha meia-boca que me impus.

Sei lá, vejo tantas coisas acontecendo ao redor de mim que não sei que bonde pegar.
Gosto de tantas coisas e em nenhuma consigo evoluir.

Pensei em sair de casa...mas neste momento eles precisam de mim. Eu não sou um exemplo de filha, nem de irmã, amiga ou estudante; mas para um coisinha ou outra eu ainda sirvo!

Estou tão chateada de ser eu mesma.
Estou com aquela vontade de receber um email que mude minha vida para um modo maravilhoso de existência!

Estando neste estado, não consigo produzir algo útil. Não consigo me prender à algo significativo.

Aaahh que vontade de dar um basta em mim! Preciso começar do zero! Preciso mudar radicalmente! Ninguém fará isso por mim senão eu!

Tudo é vaidade!

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...