Olá, esperançoso leitor!
Dia 28 de dezembro de 2017 eu comecei a última leitura do ano. O Véu Pintado, de Somerset Maugham. Esta foi a segunda vez que li este livro em 2017 - senti saudade dos moradores de Mei-tan-fu. A vida parece mais significativa quando se está no centro de uma epidemia de cólera.
No prefácio, Maugham conta que estava de férias da faculdade de Medicina quando resolveu ir até a Itália para aprender italiano (entre outras coisas).
Hospedado na casa de uma senhora viúva e sua filha solteira, as aulas de italiano decorriam bem e, durante uma leitura de O Inferno de Dante, sua professora lhe contou que Pia de Sienna traiu seu marido, e este, não podendo matá-la, mandou-a para o castelo de Maremma para lá ela morrer respirando os vapores insalubres.
Quando Maugham ouviu a explicação da sua professora para o caso da personagem de Dante Alighiere, ele precisou achar uma forma de colocar esta ideia em prática para a história ter coerência. Depois de alguns nomes censurados e locais legítimos injuriados, Mei-tan-fu foi a cidade fictícia e Fane o casal escolhido para este romance.
Durante a trama, outra citação é feita: "O cão foi que morreu" - este trecho faz parte da Elegia sobre a Morte de um Cachorro Louco, de Oliver Goldsmith.
"O cão foi que morreu" é a citação de Goldsmith dita por Walter Fane. Esta elegia conta a história de um homem de bem que foi mordido por um cachorro com raiva e a frase dita é a última na composição da obra.
Infelizmente, para as duas informações sobre este livro eu não tenho a capacidade intelectual de responder sobre a composição e os motivos pelos quais foram escritos, mas sei que eles se encaixam perfeitamente na trama - até onde meu savoir-faire chega.
Walter Fane foi um mal imprescindível, e Kitty Fane soube aproveitá-lo!
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