31 de janeiro de 2018

Dias Marcados..


Olá, organizado leitor.

Amanhã será o início (oficial*) da segunda leitura marcada no Desafio Literário
Neste mês, a leitura indicada é uma sugestão. Foi-me sugerido este livro do Ken Follet, Os Pilares da Terra pela minha amiga BRK. Faz já uns quatro anos que tenho esta indicação na minha prateleira. E, agora, chegou o momento. 
Por se tratar de uma leitura longa (941 páginas), eu precisei colocar metas de leitura diária para não ultrapassar os vinte e oito dias de Fevereiro. 
Haverão dias que a meta será ultrapassada e dias que não conseguirei cumpri-las; por isso, um pouco de organização não mata ninguém. 

Então, regrado leitor, sigamos este mês olhando para um alvo afim cruzarmos a linha de chegada satisfeitos por havermos cumprido o desafio de modo pleno.





*leitura iniciada em 30/1/18.


30 de janeiro de 2018

Leitura cinco..


Olá, saudoso leitor!

Fim de mais uma leitura! E, hoje, eu não vou publicar no blog porque escreverei no meu caderno (físico) de leitura. Bateu uma nostalgia em escrever. 
Mas fica a dica de leitura, Cranford de Elizabeth Gaskell. 
Notas interessantes: Gaskell foi amiga de Charlotte Brontë e Charles Dickens. Este amigo teve algumas discussões com Gaskell chegando a dizer que tinha "pena" do marido desta por ter uma mulher com o temperamento como ela. Gaskell era leitora de Jane Austen #AguentaEssaMissBronte

27 de janeiro de 2018

Leitura quatro..


Olá, nobre leitor!

Hoje, mais uma leitura foi concluída: Mulherzinhas, de Louisa May Alcott. Esta edição é portuguesa, ô pá! (nada de gerúndios). E, uma das formas de escrita que eu adoro ler foi usada: mesóclise! Sou apaixonada por este pronome oblíquo átono. Simplesmente apaixonante ler um "esta noite dar-lhe-ei algo para lhe aquecer o coração" e "ter-lhe-ia fechado a porta na cara..". E outra aplicação escrita que adoro: quando o pronome oblíquo não inicia frase: "Acabaram-se as reprimendas" e "Divirtam-se, queridas". Ah.. a etiqueta escrita é linda! Sem contar que as conversas são usadas na segunda pessoa do singular (e plural). Lindo! 

Esta leitura apresentou um pouco de dificuldade para eu começar a ler: ao terminar de ler A Cor Púrpura - que é um livro muito comovente em sua narrativa, iniciada com uma descrição triste e tudo mais.. Mulherzinhas pareceu "fútil": quatro meninas sentadas perto de uma lareira a lamentar por não ganharem presentes de Natal. Tão adverso da leitura anterior.
Porém, depois da discussão de Jo e Amy, eu comecei a me interessar pela história de Alcott.

Louisa May Alcott foi uma escritora de literatura infanto-juvenil e este clássico é uma representação da sua vivência em família - as irmãs March são a representação de si e suas irmãs.

Trata-se uma novela juvenil: seis mulheres vivem um ano sozinhas - enquanto o marido está servindo na guerra americana como sacerdote. A mãe (senhora March), a empregada Hannah e as filhas do casal March: Meg, Jo, Beth e Amy estão sozinhas em casa, vivendo as dificuldades de uma sociedade em guerra.
As quatro meninas são o foco principal da narrativa; cada personalidade é um ensino a ser aprendido pois trata-se de um livro de virtudes juvenis - e as dificuldades (ou fardos) de cada menina as levam a ser uma pessoa melhor.
O livro de cabeceira desta família é O Peregrino de John Bunyan - clássico da literatura cristã. Os ensinamentos do livro e a fé do casal March em Deus fazem parte do ensinamento virtuoso das filhas.

O título, na tradução, parece um pouco tolo, visto que mulherzinha é um sinônimo de fraqueza neste mundo machista; porém, na história, as jovens March precisam se portarem como pequenas mulheres, ou seja, devem pegar para si os deveres da uma vida adulta em um momento cívico crítico e com uma situação financeira precária que ajudará a moldar o caráter das meninas.

E, ao terminar a leitura, percebe-se que há um "Q" de continuação. E, realmente há; estes são o livros (que vou procurar para compor meu acervo):

1) Mulherzinhas
2) Boas Esposas
3) Um colégio diferente
4) A Rapaziada de Jô

Despeço-me aqui! Até a próxima leitoras, raparigas e rapazes!



21 de janeiro de 2018

Leitura três..



Querido leitor,

Eu conheci este livro da Alice Walker no início da minha juventude. E, depois de lê-lo, ao assistir o filme eu estava em prantos na primeira cena de Celie com Nettie.


A história conta a vida de duas irmãs que vivem vidas opostas: enquanto Celie vive conforme lhe designam, Nettie procura por uma vida melhor.
Ao se separar de Celie, Nettie promete lhe escrever sempre: infelizmente a irmã não recebeu nenhuma carta da sua irmã. 

A vida de Celie é triste: é estuprada pelo pai, seus dois únicos filhos são levados para a adoção, ela é dada em casamente ao um homem que não lhe trata melhor que seu pai, em sua nova casa ela é maltratada pelos filhos do marido que a reconhecem como uma pessoa com autoridade sobre elas. Mas ainda assim, Celie vive; ela espera receber notícias de sua irmã e enquanto isso escreve para Deus sobre seu cotidiano.

Aos poucos, ela recebe um tratamento humano de uma pessoa inesperada. Este amparo promove um novo olhar para a protagonista. 

Este é um livro triste, com uma história triste que sofre racismo e machismo em um grau alto e intolerável. Trata-se de uma narrativa com esteriótipos que comove em cada página; é uma história com personagens que são um exemplo de força e superação. 

Em meio a este sofrimento há uma cena que me faz rir junto com os personagens:
Bom, o Grady falou, tentando trazer a luz. Uma mulher num consegui um homem, se as pessoa falam.A Docí olhou pra mim e a gente riu. Aí a gente começou a dar e dar risada. Então a Tampinha começou a rir. Depois a Sofia. A gente quase morreu de rir.A Docí falou, Eles num são dimais? A gente falou hum, hum, e batemo na mesa, e limpamo a água dos olhoHarpo falou pra Tampinha, Fica quieta, Tampinha, ele falou. Dá má sorte rir de homem.Ela falou, Tá bem. Ela sentou reta, ingulindo a respiração, tentando num mexer a boca.Ele olhou pra Sofia. Ela olhou e riu na cara dele. Eu já tive minha má sorte, ela falou. Eu já tive o bastante pra poder rir o resto da minha vida.
Termino por aqui, querido leitor. Recomendo com muita segurança a leitura desta obra.

Omnia Vanitas. 💀

14 de janeiro de 2018

Leitura dois ..


Olá, leitor anônimo!

Assim como foi ao terminar a primeira leitura desta obra de Fannie Flagg, aos prantos terminei esta segunda leitura. 
As vinte páginas finais foram difíceis de ler porque as lágrimas simplesmente não paravam de fluir! Cada frase era um incentivo ao choro desenfreado.  Aviso a você, leitor: o livro não tem a ver com o filme - em algumas partes, principalmente no final. 

Esta obra foi relançada pela Folha de São de Paulo em um projeto chamado Mulheres na Literatura. Esta coleção começou a publicação em 20 de março de 2017 e terá seu último volume publicado em quatro de março deste corrente ano; desta forma completará trinta publicações. Só tem mulher de peso: Simone de Beauvoir, Jane Austen, Isabel Allende, Charlotte Brontë, Clarice Lispector, Emily Dickson, Louisa May Alcott, Florbela Espanca, Maria Adelaide do Amaral, Lya Luft e outras (não menos relevantes na literatura). As edições estão disponíveis em bancas de revistas/jornais. 
Agradeço muito por esta republicação de Tomates Verdes Fritos pois as edições que circulam pela internet estão com preços absurdos por um exemplar. 

Sobre o livro:
A história é sobre amizade: o coração é Ruth e Idge - mas há tantas amizades envolvidas na trama que inspiram um amor pelos personagens e pela cidade que é impossível não se apaixonar e querer estar lá. Eu não vou entrar na questão do relacionamento de Ruth com Idge - sim, era uma relação homoafetiva e isso não tem segredo nenhum (supere!). 
A senhora Treadgoode - narradora de parte da história da Parada do Apito, tem uma relação de amizade com Evelyn Couch, que é casada com Ed - um marido que não nota as aflições da esposa - e Evelyn não consegue encontrar uma utilidade para si. Ouvindo as histórias do Apito, ela é encorajada a mudar de atitude e tomar as rédias da sua própria vida sem pensar no que os outros pensam sobre isso.

A história não é contada de forma linear. A narrativa de Ninny (sra. Treadgoode), as histórias do semanário e a história corrente não seguem uma sequencia reta - e isso deixou minha mãe chateada e a fez desistir do livro na página cem (uma pena!).

Além do esteriótipo homessexual, o racismo é outro ponto tratado no livro Tomates Verdes Fritos. O fato de Idge e outras pessoas desafiarem uma minúscula sociedade ao se relacionarem com os negros da região, deixava o KKK* de cabelo em pé. E, uma coisa triste é que havia o Klan em um lugarejo com 250 habitantes. Apesar de não ser uma prática incentivada, este grupo existia nesta região do Alabama - assim como em todo lugar (mas com nomes diferentes). 

Eu recomendo esta deliciosa leitura.
Sinto muito assustado meu marido ao entrar aos prantos no escritório! E o consolo que ele me deu foi: Você poderá reler depois, amor! .. E me abraçou com delicadeza tratando do meu choro com  muito carinho. 

Omnia Vanitas. 💀

P.S.: Assim que tiver tempo, experimentarei a receita de Tomates Verdes Fritos.
P.S. do P.S.: a música Sweet Home Alabama tocava na minha cabeça durante toda a leitura.

11 de janeiro de 2018

Abandonado..


Olá, terráqueo leitor!

Meu primeiro desafio literário foi ler um livro de ficção-científica. Escolhi um livro que fazia tempo que estava na minha lista de leitura: UFO contos não Identificados. Trata-se de uma coletânea de vários contos do gênero, organizados por Georgette Silen, com alguns escritores que já tem algum tipo de experiência com a produção de textos literários.
Gosto muito deste tipo de literatura, sou apaixonada por Arquivo-X e, sim, eu creio que há vida inteligente fora da nossa minúscula galáxia.
Portanto, a escolha não foi aleatória; mas ela não fluiu como eu esperava.

Eu tive alguns receios logo na apresentação pré-prefácio. Achei o texto um pouco fraco, não me trouxe confiança de que a leitura seria atrativa; mas mesmo assim, eu quis prosseguir.

Os primeiros contos são interessantes e me levaram até a página cem. Eu estava empolgada e eu achei que chegaria com o mesmo ânimo até o final do livro. Porém, depois da centésima página, eu não sei o que houve pois os contos perderam, na minha opinião, a qualidade de escrita que havia nos anteriores. Persisti na leitura até a página 147 e depois li um conto de um conterrâneo meu mas não tive mais ânimo para continuar. 

Um outro ponto que me incomodou durante a leitura foi falta de atenção para a separação silábica. Parece insignificante mas é primordial que haja coerência na linguagem escrita. Sem nenhum acordo com dígrafos, hiatos, ditongos etc .. Se uma publicadora não tem o mínimo de cuidado com a língua portuguesa, que tipo de valor ela quer buscar para si? 
Eu sei que meus texto possuem alguns erros gramaticais, mas tento buscar o melhor na minha produção e, fora os gêneros literários que promovem algum tipo de linguagem, eu gosto de ler textos que concordam com o padrão literário de escrita.

Abandonei o livro UFO contos não Identificados.

Omnia Vanitas. 👽 



6 de janeiro de 2018

Leitura um..


Olá, leitor anônimo! 

E já aconteceu minha primeira leitura deste novo ano. Trata-se de uma re-leitura. Antes de terminar "O Véu Pintado" eu fiquei com vontade de ler este livro pois senti sentindo falta de As Três Mulheres de Antibes

Esta obra de W. Somerset Maugham contém dez contos que exemplificam algumas formas de socialização: algumas impostas, outras por escolha. Cada uma contém a sua consequência pois, convenhamos, é possível escolher o caminho mas o resultado não poderá ser alterado. Toda seleção é a exclusão de algo - o efeito reflete a escolha - algumas vezes, amarga.

Omnia Vanitas. 💀 







2 de janeiro de 2018

Última leitura de 2017..


Olá, esperançoso leitor!

Dia 28 de dezembro de 2017 eu comecei a última leitura do ano. O Véu Pintado, de Somerset Maugham. Esta foi a segunda vez que li este livro em 2017 - senti saudade dos moradores de Mei-tan-fu. A vida parece mais significativa quando se está no centro de uma epidemia de cólera.

No prefácio, Maugham conta que estava de férias da faculdade de Medicina quando resolveu ir até a Itália para aprender italiano (entre outras coisas). 
Hospedado na casa de uma senhora viúva e sua filha solteira, as aulas de italiano decorriam bem e, durante uma leitura de O Inferno de Dante, sua professora lhe contou que Pia de Sienna traiu seu marido, e este, não podendo matá-la, mandou-a para o castelo de Maremma para lá ela morrer respirando os vapores insalubres. 
Quando Maugham ouviu a explicação da sua professora para o caso da personagem de Dante Alighiere, ele precisou achar uma forma de colocar esta ideia em prática para a história ter coerência. Depois de alguns nomes censurados e locais legítimos injuriados, Mei-tan-fu foi a cidade fictícia e Fane o casal escolhido para este romance.

Durante a trama, outra citação é feita: "O cão foi que morreu" - este trecho faz parte da Elegia sobre a Morte de um Cachorro Louco, de Oliver Goldsmith.

"O cão foi que morreu" é a citação de Goldsmith dita por Walter Fane. Esta elegia conta a história de um homem de bem que foi mordido por um cachorro com raiva e a frase dita é a última na composição da obra. 

Infelizmente, para as duas informações sobre este livro eu não tenho a capacidade intelectual de responder sobre a composição e os motivos pelos quais foram escritos, mas sei que eles se encaixam perfeitamente na trama - até onde meu savoir-faire  chega.

Walter Fane foi um mal imprescindível, e Kitty Fane soube aproveitá-lo!

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...