Olá, leitor anônimo!
Assim como foi ao terminar a primeira leitura desta obra de Fannie Flagg, aos prantos terminei esta segunda leitura.
As vinte páginas finais foram difíceis de ler porque as lágrimas simplesmente não paravam de fluir! Cada frase era um incentivo ao choro desenfreado. Aviso a você, leitor: o livro não tem a ver com o filme - em algumas partes, principalmente no final.
Esta obra foi relançada pela Folha de São de Paulo em um projeto chamado Mulheres na Literatura. Esta coleção começou a publicação em 20 de março de 2017 e terá seu último volume publicado em quatro de março deste corrente ano; desta forma completará trinta publicações. Só tem mulher de peso: Simone de Beauvoir, Jane Austen, Isabel Allende, Charlotte Brontë, Clarice Lispector, Emily Dickson, Louisa May Alcott, Florbela Espanca, Maria Adelaide do Amaral, Lya Luft e outras (não menos relevantes na literatura). As edições estão disponíveis em bancas de revistas/jornais.
Agradeço muito por esta republicação de Tomates Verdes Fritos pois as edições que circulam pela internet estão com preços absurdos por um exemplar.
Sobre o livro:
A história é sobre amizade: o coração é Ruth e Idge - mas há tantas amizades envolvidas na trama que inspiram um amor pelos personagens e pela cidade que é impossível não se apaixonar e querer estar lá. Eu não vou entrar na questão do relacionamento de Ruth com Idge - sim, era uma relação homoafetiva e isso não tem segredo nenhum (supere!).
A senhora Treadgoode - narradora de parte da história da Parada do Apito, tem uma relação de amizade com Evelyn Couch, que é casada com Ed - um marido que não nota as aflições da esposa - e Evelyn não consegue encontrar uma utilidade para si. Ouvindo as histórias do Apito, ela é encorajada a mudar de atitude e tomar as rédias da sua própria vida sem pensar no que os outros pensam sobre isso.
A história não é contada de forma linear. A narrativa de Ninny (sra. Treadgoode), as histórias do semanário e a história corrente não seguem uma sequencia reta - e isso deixou minha mãe chateada e a fez desistir do livro na página cem (uma pena!).
Além do esteriótipo homessexual, o racismo é outro ponto tratado no livro Tomates Verdes Fritos. O fato de Idge e outras pessoas desafiarem uma minúscula sociedade ao se relacionarem com os negros da região, deixava o KKK* de cabelo em pé. E, uma coisa triste é que havia o Klan em um lugarejo com 250 habitantes. Apesar de não ser uma prática incentivada, este grupo existia nesta região do Alabama - assim como em todo lugar (mas com nomes diferentes).
Eu recomendo esta deliciosa leitura.
Sinto muito assustado meu marido ao entrar aos prantos no escritório! E o consolo que ele me deu foi: Você poderá reler depois, amor! .. E me abraçou com delicadeza tratando do meu choro com muito carinho.
Omnia Vanitas. 💀
P.S.: Assim que tiver tempo, experimentarei a receita de Tomates Verdes Fritos.
P.S. do P.S.: a música Sweet Home Alabama tocava na minha cabeça durante toda a leitura.