Olá, leitor!
De tempos em tempos eu consigo adicionar ao meu acervo livros que fizeram parte da minha infância. E, Maria Gripe compôs meu imaginário infantil.
Em agosto, quando em um dia de folga eu precisei ficar de repouso durante todo o dia por causa de um mau-estar do corpo, eu lembrei de Maria Gripe. E, buscando pela autora eu descobri o título do livro que estava - há anos - tentando recordar o título: A Filha do Papai Pelerine. Quando vi a capa, o retrato da leitura veio à minha mente: a nostalgia de estar lendo este livro e o quanto este livro foi querido para mim. As missivas trocadas pela menina me remeteu a tantas cartas que troquei com amigos tão queridos para mim - e o que me lembra que não posso mais negligenciar tal ato perante estes entes queridos. A natureza e a solitude do lar da menina é de uma riqueza atraente até hoje.
Logo no início do mês seguinte, comprei um exemplar para mim - e, antes de iniciar a minha leitura atual (Orgulho e Preconceito), eu resolvi ler de outro dia de folga.
Então, nesta semana eu reli - depois de mais de duas décadas - A Filha do Papai Pelerine.
E, eu pude perceber aquilo que eu amo hoje: natureza como algo sublime, trocar cartas com amigos, a solitude como algo benéfico para conhecer a si mesmo.., e, até hoje eu não tinha compreendido a real importância das linhas leituras infanto-juvenis e o grau de importância que tiveram no meu aprendizado.
O enredo conta a história de uma menina que mora em uma floresta com seus irmãos gêmeos. Sua mãe é marinheira e o pai lhe é desconhecido. Sozinha, ela busca pelo sustento dos irmãos em meio a uma sociedade que a descrimina por ser pobre e abandonada; a única companheira é uma senhora que mora poucos quilômetros de sua casa e um velho - com que não fala, apenas recebe comida ou guloseimas.
Luela, a protagonista, despreza os benefícios que lhe prestam aqueles que o fazem por obrigação. Sua personalidade forte e decidida a leva a conhecer a sua própria felicidade e as convenções sociais.
Certa vez, a menina recebe uma carta da mãe avisando que chegará alguém para buscar os gêmeos e a ela para morarem na cidade até o retorno desta da América - onde ficará por um ano até fazer a fortuna que ambiciona para cuidar dos seus filhos são precisar de outros.
E, durante este período, Luela aprende mais sobre seus sentimentos, delimita seus anseios e aceita sua realidade sem drama.
Sobre a autora:
Maria Gripe é uma renomada escritora sueca (1923 - 2007) que constrói um mundo compreensível para o leitor. Nesta publicação, afirma-se o seguinte:
Maria Gripe sabe como ninguém simbolizar a luta da criança por sua afirmação individual no contexto da sociedade que vive. A leitura de seus livros faz com que nasça uma grande identificação entre as crianças-leitoras e as crianças-personagens.
Gripe tem mais de trinta livros publicados e alguns prêmios pela publicação de suas obras fascinantes. Entre os mais conhecidos está a trilogia Josefina e Hugo - que conta a história de dois órfãos.
Despeço-me recomendando aos adolescentes de todas as idades esta leitura.