Fim de mais um releitura!
Este livro tem marcas de momentos importantes na minha vida:
- a primeira leitura foi durante minha internação e recuperação da cirurgia de apendicite que fiz (13.02.12 - 23.02.12)
- a segunda leitura aconteceu no mesmo ano, e foi quando fiz minha primeira tatuagem no braço (19.12.12 - 30.12.12)
- a terceira leitura, e mais significativa, foi quando conheci meu marido. Eu lembro que ele assistiu ao filme homônimo só para saber que tipo de leitura é Persuasão. E, a frase que escolhi para nosso convite de casamento é:
Não somos mais tão jovens a ponto de nos irritar por uma bobagem, enganar pelos acasos de qualquer instante e a ponto de brincar descuidadamente com nossa própria felicidade.
Cheguei ao fim desta quarta leitura (23.09.17 - 29.09.17) muito mais satisfeita do que quando o li a cinco anos e meio atrás. (rs).
Anne Elliot é uma mulher madura. E esta característica não lhe compete somente pela idade de vinte e sete anos, mas por seu intelecto chegar à esta fase.
Enquanto as outras heroínas de Jane Austen não chegam nem a completar vinte e dois anos de vida, Anne Elliot é a personagem que faz exceção à regra.
Persuadida a não se casar quando tinha dezenove anos, a protagonista vive, oito ano depois, o reencontro com seu ex-noivo. E ao se ver revisitada por essa paixão, Anne mostra que sua personalidade não é fraca, seus motivos não são fúteis e sua constância não é teimosia.
Ela não se entrega ao desespero ou se torna vítima de si mesma, e não condena outros pela decisão que tomou no passado. Ela é plena em si. Sua vida de solteira não é triste, sua família lhe proporciona experiências diversas e, principalmente, ela conhece a si e não tenta viver de outra forma.
O enredo inicia com a mudança da família de Anne - que habita Kellynch Hall, uma área rural - para Bath, um centro urbano. E o novos moradas desta abastada casa é um casal que tem parentesco com seu antigo noivo, o capitão Frederick Wentworth.
Durante a trama, é fácil distinguir os sentimentos de Anne, sua ânsia pelo primeiro encontro com o capitão e a reação dele ao reencontrá-la, descobrir o que ele sente e tudo mais. Tudo é Anne Elliot. Somente no final, o capitão terá voz para dizer, em menos de um capítulo, tudo o que se passou com ele desde o primeiro encontro até aquele momento:
Não teria aguardado nem sequer esses dez dias se pudesse ter lido seus sentimentos como acho que a senhorita deve ter desvendado dos meus.
Capitão Wentworth não é um personagem que me agrada muito e, talvez, seja porque os sentimentos dele não se revelam tão claramente ao leitor no decorrer da leitura como acontece com os outros "amados" da senhorita Austen. Frederick é um homem magoado pela rejeição - não é como Mr. Darcy que tem pretensão de ser amado por Elizabeth - ele sabia que era amado e, por aquela que amou, foi descartado. Ele voltou para provar que estava bem, rico, bem apessoado, e cheio de amor para conquistar uma nova pretendente. Essa arrogância mau disfarçada não o torna "querido" para mim, mas...meu deus, que carta! Quando eu leio a carta que ele escreve à Anne é impossível segurar a emoção; e nesta manhã de chuva não foi diferente (chorar dentro do ônibus é constrangedor - rs).
Termino esta publicação com um link para a carta que o Capitão escreveu para Anne Elliot - sinto muito, mas esta em francês! 💕
E, mais este link para uma outra publicação que fiz sobre este livro.