31 de maio de 2016

Agora não, Bernardo


Eu sou apaixonada por literatura infantil e infanto-juvenil; e, desde que o sebo abriu, eu percebo que me perco em algumas páginas durante o processo de catalogar os livros na planilha. Livros como "Acorda, Rubião! Tem um fantasma no porão!" e outros da coleção Vaga-lume são meus preferidos. Certo dia, eu comprei um livro infantil muito interessante: Agora não, Bernardo!

Assim que este livro chegou para ser cadastrado, tirei um tempinho para lê-lo. E eu o achei triste!
Um menino chamado Bernardo tenta chamar a atenção de seus pais para sua presença, mas a resposta é sempre essa: Agora não, Bernardo. Então, um dia, Bernardo encontra um monstro no jardim de casa e o monstro o devora - só sobrou um tênis de todo o menino. E esse monstro chega em casa e toma o lugar de Bernardo! .. E a resposta dos pais é essa:

- Agora não, Bernardo! 

E o monstro responde à mãe:

- Mas eu sou um monstro.
- Agora não, Bernardo.

Ela desliga a luz e deixa o "menino" sozinho no quarto para dormir.
Eu não sei você, indiferente leitor, mas essa história me perturbou! Eu achei triste demais colocar esse livro para criança, acho que vou mudar a prateleira para Psicologia.

Omnia Vanitas

Le Tour du Monde en 80 Jours ..



Mais um leitura terminada!
Neste domingo eu tive uma folguinha: marido assistindo futebol na televisão é sinônimo de tempo livre para leitura/estudo.
Na minha nova "Meta de Leitura" tenho três livros de Jules Verne; um deles me entreteu no domingo, Le Tour du Monde en 80 Jours. Foi uma leitura em français facile no nível A2.
Verne é muito divertido em seus textos - mesmo sendo uma iniciante eu já estou contagiada por ele!

A história é sobre o inglês Phileas Fogg - um homem fleumático e calculista; e seu gosto por aventura parece não condizer com sua tranquila personalidade. Adorador de jogo de cartas e horários marcados, o enigmático Philleas Fogg faz uma aposta com seus quatros colegas de jogo: dar a volta ao mundo em apenas 80 dias.

A história é fantástica pelo ponto da vista da época: viagens de navio e trem são a coqueluche do que há de melhor para se viajar em 1872 - já que as estradas de ferro foram o que havia de mais rápido (visto que antes de fazia o percurso à cavalo e charrete - se o viajante tivesse uma boa posta esperando pela troca, obviamente a viagem seria um pouco mais "ligeira"). Porém, nada se comparava a viajar de trem. Leia o disse o escritor sobre a velocidade e o tempo ganho em viajar de trem:

"Quand Phileas Fogg prend le train à San Francisco pour traverser toute l'Amerique de l'oust vers l'est, cette ligne de chemin de fer vient d'être finie. Elle a trois mille sept cent quatre-vint-six miles anglais, c'est-à-dire à peu près 6 000 kilomètres. Avant, il fallait six mois pour aller de New York à San Francisco; avec cette nouvelle ligne de chemin de fer, on met sept jours".

E o término do Canal do Suez também é uma outra facilidade. No plano de viagem de Mr. Fogg, o trajeto por mar também mostra uma "agilidade":

De Londres à Suez, par le train e t par le bateau - 7 jours
De Suez à Bombay, par le bateau - 13 jours"

Rapidez!

Jules Verne, para escrever esta obra, conversou com companhias marítimas para saber a projeção/horários de viagem, assim como os mapas para as estradas de ferro para conhecer os horários da França, Grã-Bretanha, América e Índia. Tudo isso ele escreveu sem nunca ter passado por esses lugares.
Apesar de escrever sobre a modernidade contemporânea, ainda há uma viagem que fizeram sobre o lombo de um elefante!
Outra situação comum na época de Jules Verne eram as publicações de folhetins: este livro, antes de ser livro, foi publicado em jornal; os leitores acompanharam, ávidos, o trajeto deste sério aventureiro.

Outra coisa que é fácil de notar nesta leitura, tudo o dinheiro paga. Todas as pessoas que impedem o trajeto de Phileas Fogg são "conquistadas" por uma boa soma de dinheiro. Esse é um dos motivos para o viajante não perder a calma durante o percurso: tudo tem um preço (alto).

Por mais que a aposta ganha renderia uma boa soma monetária para Phileas Fogg, ele se aventurou pelo simples desejo de se aventurar! 
Há muitas passagens no livro que me fizeram rir: Passepartout, o empregado do rico inglês, também é uma figura que cativa pela carisma.


Eu recomendo, sem titubear, a leitura deste clássico. Tenho ele no meu sebo para venda, mas vou separar para levar para minha mãe ler - ela precisa se divertir com essa leitura de Jules Verne! Aposto que ela também dará um boa risada ao ler sobre a eleição do Juiz de Paz !
A próxima leitura de Verne será Vingt Mille Lieues sous Les Mers - em français facile B1. Mas antes, continuarei minha adorável leitura de Le Comte de Monte-Cristo.

É isso, amigo leitor! Eu gostaria de ter feito esta publicação toda em francês, mas como estou fora do curso de francês e "deficiente" em alguém para corrigir meus textos ... eis a publicação "mista".

Omnia Vanitas.



27 de maio de 2016

Plano de Leitura..


Deixe-me contar-lhe, anônimo leitor, algo que não mudará sua vida: mudarei minha lista de leitura no Skoob!

Sim, esta importante informação chega à você hoje, sexta-feira. Espero que seu final de semana não seja destruído por conta deste pequeno anúncio!

Quarta-feira eu já havia começado a mudar algumas coisas na minha página no Skoob. "Meta de Leitura" foi modificada. Nada de listar todos os livros que "Tenho" para entrar em uma lista de leitura para o ano vigente! Chega!! Desde quarta-feira e com a formalização datada de hoje, minha "Meta de Leitura" será, realmente, os livros que me proponho a ler neste ano. 

Que mudança! Que choque para a sua vida, leitor assíduo deste blog, saber que modifiquei bruscamente minha vida literária desta forma; saber que impus à mim uma meta tangível a ser alcançada! Uau!! 

Omnia Vanitas.

"Não vamos colocar uma meta, deixaremos em aberto e, quando atingirmos ela, nós dobraremos a meta" [Dilma Rousseff]

20 de maio de 2016

Trois fois.. les mousquetaires!


Hoje termina o tratado que fiz com meu marido. 
Uma curiosidade que comentei com ele essa manhã foi a seguinte:

Por três vezes coloquei na "cesta" de compra o livro Les Trois Mousquetaires e, nas três vezes, algo aconteceu que não consegui efetuar o pagamento para ter o livro para mim.
Pode parecer nada para você, indiferente leitor, mas, para mim, está se tornando pessoal.

Da primeira vez que tentei comprá-lo, eu descobri que minha grana era curta demais para concluir o pagamento. Era uma daquelas épocas que não há dinheiro nem para comprar uma barrinha de chocolate. 
Da segunda vez, com o patrocínio de uma irmã, pude escolher alguns livros. Escolhi três: Le Capitaine Pamphile, Cinq Semaines en Ballon e ... Les Trois Mousquetaires.  No fim, por causa do peso dos livros, escolhi dois
Ça va, mon cher lecteur! Vous moi trouvez trop folle parce que je n'ai choisi pas le livre de Dumas que j'ai voudrais!  
Acredite, às vezes as coisas simplesmente acontecem sem que percebamos! 

Agora, pela terceira vez, eu tive a oportunidade de escolher este livro. Mas, veja só, não consegui. Por engano, coloquei e fechei a compra com um livro trocado - eu queira Voyage au Centre de la Terre ..mas acabei colocando a versão inglesa da obra na cesta. Precisei cancelar o pedido e acabei efetuando outra compra sem o livro do Dumas!

C'est la vie! 
Minha ansiedade tem ansiedade, como diria Charlie Brown! ;)

Omnia Vanitas.

19 de maio de 2016

Cui bono..?*



Desde o dia que meu marido e eu decidimos nos unir em matrimônio, eu dei um aviso muito importante para nossa convivência doméstica: os trabalhos de casa serão divididos. 
E ele aceitou. Então, por não possuir dotes domésticos adequados à minha exigência de organização e limpeza, aos poucos ele está "entrando nos eixos". 
Há três tarefas que ele deve desempenhar - fora algumas que ele faz em caráter extraordinário:

- Guardar a própria roupa limpa
- Recolher o lixo do banheiro e da cozinha e
- Lavar a louça

(atividades acessórias, não extraordinárias)
- Estender a própria toalha de banho
- Colocar a roupa suja no cesto

Ontem, por exemplo, ao chegarmos em casa do trabalho, ele tinha a tarefa de lavar a louça. Como uma criança que faz manhã e quer barganha, eu fiz um trato com ele. É o seguinte:

"Lavo a louça de hoje, quinta e sexta-feira se eu puder comprar alguns livros que quero".
Ele analisou a proposta, consultou nossa contabilidade doméstica e a própria vontade de se ver livre desta atividade caseira...e eu possuo três novos livros na minha estante:

- Du Coté de Chez Swann (Marcel Proust)
- L'Exposition Coloniale (Erik Orsenna)
- Le Château des Carpathes (Jules Verne)



Omnia Vanitas


*quem se beneficia?


18 de maio de 2016

Dom Quixote versus Míchkin ..


Eu não gosto de fazer tratados literários pois sei que meu conhecimento sobre a arte é raso. Mas, deixe-me explicar uma coisa e outra que eu sei, desocupado leitor.

Eu adorei minha primeira leitura de Dom Quixote de La Mancha (volume 1 e 2). E, outro título que chamou minha curiosidade foi O Idiota, de Fiòdor Dostoièvski. Minha atração foi pura e unicamente pelo fato de o livro do russo ser inspirado na obra do espanhol. 

O caráter de Míchkin está ligado ao caráter do Cavaleiro da Triste Figura. Toda a ingenuidade do príncipe russo é muito quixotesca. Porém, o personagem inspirado é mais dramático e o inspirador mais cômico. É muito fácil rir com as aventuras de Dom Quixote e, mais fácil ainda, é ficar perplexo com as atitudes de Míchkin. A diferença se dá pela pena de um e a caneta do outro. 
Cervantes quis, desde o início, fazer chacota com os romances cavaleirescos que prevaleceram em sua época - então, a fantasia é o principal foco da história do espanhol.
Quanto ao Doistka, ele trabalhou com a verdade como palco. Nada de fantasias, somente a mente do príncipe que correu por cenários verossímeis. É fácil sentir pena (e vergonha alheia) de Míchkin e de suas atitudes. E uma das teorias sobre esse personagem que descordo plenamente é que ele tem a ver com a personalidade de Cristo. Li e nada me fez lembrar do Messias. 

Algumas coincidências de temas com a obra de Cervantes são nítidas, como a distorção sobre o caráter das pessoas. A pessoa amada de Dom Quixote e a moça sem boa fama de Míchkin é o primeiro ponto. O Cavaleiro achava sempre estar em lugares pitorescos de um grande romance e Míchkin sempre encontrava uma desculpa para toda situação. Ambos são idiotas, mas pelo menos um dele assumiu o ser.

E, por gostar tanto do Cavaleiro da Triste Figura, eu encontro o seu caráter em quase todo idiota literário - Quincas Borba (Machado de Assis) é um deles. E, fora Míchkin, todos tem meu carinho.

Como meu conhecimento é superficial, esse post não pode expressar tudo o que eu gostaria de escrever, mas .. tá bom! rs 

Omnia Vanitas.

17 de maio de 2016

Saudade ..



Estou com saudade de ler!
A situação é irônica, mas sinto falta de ler! Não que eu tenha deixado a leitura de lado, mas eu não tenho mais meu tempo de sentar e ler por horas. Agora, leio por minutos. 
Sábado, depois de almoçar, fomos descansar um pouco da refeição e eu fiz isso: tomei meu amado livro nas mãos e li! Duas horas. Foram muito agradáveis, porém, rápidas. 
Sinto falta das leituras contínuas. E, por mais estranho que possa parecer, é porque tenho um sebo para organizar que não há tempo disponível para minha outra paixão: ler.

Mas, em breve (mês que vem, talvez) eu já tenha organizado o ambiente e consiga voltar à atividade diária de leitura.
Por enquanto, fica a saudade das longas horas de leitura e do prazer que ela proporciona!

Omnia Vanitas.

4 de maio de 2016

Navegar é preciso..



Todas as vezes que eu passo perto do mar, meu marido ouve, de mim, o seguinte desejo do meu coração:

Um dia, alugarei um barquinho e navegarei para o meio deste mar e vou ficar lendo o dia inteiro.

E ele diz: Não! (hahaha).

Mas não consigo olhar para mar e sentir essa vontade louca de embalar minha leitura no seu balanço ritmado. 
Farei isso um dia, mesmo que ele diga "não!" rs .. E ele sabe que farei e estará ao meu lado! ;)


Omnia Vanitas.

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...