20 de abril de 2016

O Mundo dos Esquecidos ..



Ainda não completou um mês que o Sebo do Portuga está em funcionamento (ainda sem inauguração oficial) e tanta coisa já pude observar ao meu redor por conta deste mundo fantástico da leitura.

Atualmente, alguns sebos vendem livros novos - com patrocínio de editoras ou livrarias, mas, na sua maioria são compostos com livros usados. Usados. Em algum ponto da história um livro deixou de ser interessante para determinado leitor. Descartado. Vendido. Doado. Banido de uma prateleira ou estante. E, então, um livreiro o acolhe, adota, compra; e lhe dá uma prateleira para morar temporariamente. Pois os livros são feitos, especialmente, de tempo. Tudo pode passar rápido: seu novo celular, sua blusa, sua calça jeans de marca renomada, ...mas livros são diamantes intelectuais. Ficam, temporariamente em uma prateleira, esquecidos (nunca abandonado). Eles sabem que o tempo os resgatará e os levará para outra vida. Levarão consigo a história do seu antigo dono, do seu tempo de espera e adquirirão mais um capítulo para sua própria história. Assim é, foi e será.
E, não pense você, leitor, que o tempo o deixará o livro  mais velho, feio e descartável. O tempo, assim como beneficia o bom vinho, incorpora ao livro uma nova qualidade: raro.

Eis que estou formando (junto ao meu marido) um mundo com bons vinhos e diamantes. 

Omnia Vanitas.

14 de abril de 2016

Mot par Mot ..



Salut, mon ami inconnu..
Je suis en train d'étudier le français avec les livres de Dumas. N'est pas difficile mais je doit aller mot par mot. 

Compartilho com você, dedicado leitor, esta minha aventura de estudar francês lendo Alexandre Dumas! Como eu disse, não é difícil mas é preciso ir palavra por palavra (desconhecida). E, adicionando à esta situação o fato que não conheço quase nenhuma expressão marítima, o desafio é maior! Lá vou eu!!! 

Uma curiosidade, que pode parecer tola, eu achei interessante na seguinte frase:

FR
Comme d'habitude, un pilote côtier partit aussitôt du port, rasa le château d'If, et alla aborder le navire entre le cap de Morgion et l'île de Rion.

PT
Segundo o costume, partiu imediatamente um piloto da barra, passou próximo da Fortaleza de If, e atracou o navio entre o cabo de Morgion e a ilha de Rion. 

Explicação: na versão original, rasa é uma palavra derivada do verbo raser, que significa barbear/raspar
Parece pouco, mas eu estou adorando essa leitura no idioma original - e eu nem fui para o segundo capítulo. (rs).

Omnia Vanitas.

13 de abril de 2016

Mes amours!!!


Minha encomenda chegou!!!

Ahh! Que dia lindo!!! Um livro do meu amado Dumas, datado de 1887 e outro de Jules Verne, datado de 1929.
São lindos e perfeitos!!! Agora, é só aperfeiçoar meu francês e estarei lendo essas duas lindezas!!
Quem sabe, quando eu tiver meus filhos, poderei ler Jules Verne em francês para eles! Que alegria!!

Omnia Vanitas! 


12 de abril de 2016

Dumas²..

Filme 2002

Cá estou eu lendo o Conde de Monte-Cristo.

Tive o prazer de achar um link para baixar o livro em francês e, para minha alegria, acompanhado com áudio por capítulo. E, quando deu um tempinho aqui no Sebo do Portuga, eu fui ler um pouquinho. Que doce veneno. Depois, ao chegar em casa, fui ler minha edição traduzida: não gostei mais. Quero ler em francês e fim! 
Imprimi as dez primeiras páginas (infelizmente não tenho a obra, em francês, em livro físico - alguém poderia presentear-me #dica ) e comecei a leitura.
Estou lendo simultaneamente as duas versões: PT e FR. 
Funciona assim: leio, em ritmo normal (para mim), a obra traduzida; e, vou ouvindo e lendo a obra em francês. Sublinho cada palavra desconhecida (como é hábito em leituras que faço) e depois verifico a tradução.
Algumas palavras são extremamente de ocasião; exemplo:

PT
"...uns às escotas, outros aos cabos, outros às driças; outros às cordas das vergas, e outros, finalmente aos rizes das velas".

Palavreado "marítimo" é muito difícil de compreender, seja em francês ou em português. E esse é só o início. Leituras de clássicos tendem a ser assim: palavras rebuscadas e frases compostas com uma elaboração mais tradicional à época. 
Portanto, minha aventura em Dumas père será muito divertida! Estou adorando tudo isso! 

Omnia Vanitas.

P.S.: como foi possível eu nunca duvidar de Mercédès?

11 de abril de 2016

Mary Bennet..

Lucy Briers, Orgulho e Preconceito (1995)

Eu sei que já terminei minha leitura de Orgulho e Preconceito, porém, uma personagem ainda ronda minhas lembranças desta última leitura: Mary Bennet
Confesso que eu já gostaria de ter escrito sobre ela na leitura anterior que fiz do livro, mas como não consegui anotar algumas aparições da personagem, o texto ficaria um pouco fora de propósito.

Mas agora vai!

Mary Bennet é a terceira entre as irmãs Bennet: Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia! E, talvez, seja por isso a filha esquecida entre todas. 

Em quase noventa por cento das vezes que Mary aparece na obra, alguém não está prestando atenção ao que ela diz, ou, vira os olhos para algo que ela disse, ou é apenas citada quando seu ambição em se tornar significativa a empobrece.

Mary Bennet, que ninguém sabe a idade (pelo menos não achei essa referência durante as leituras que fiz) é a pseudo-intelectual da família. Ela gosta de ler bastante (menospreza os bailes em favor da aplicação à leitura), é aplicada (porém não bem sucedida) ao tocar piano, sabe cantar (muito mal) e foi a única que ficou em casa depois que todas as irmãs casaram (ou foram morar fora de casa).
Eis algumas passagens que citam esta personagem:

Capítulo II
"..Qual a tua opinião, Mary? Tu, que és jovem sensata e profunda, que lê bons livros e deles extrais ensinamento.
Mary quis dizer algo de sensato, mas não sabia como.
- Enquanto Mary põe em ordem as suas ideias - continuou ele -, voltemos para Mr. Bingley".

Capítulo V

"- O orgulho - observou Mary, que se vangloriava da solidez de suas reflexões - é um defeito muito comum, creio eu. Depois de tudo o que li, estou deveras convencida de que é comum, que a natureza humana manifesta uma tendência bastante acentuada para o orgulho, e que são raros aqueles que entre nós não nutrem um sentimento de condescendência própria baseado em uma ou outra qualidade, real ou imaginária. Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Pode-se sentir orgulho sem ser vaidoso. O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto, a vaidade, ao que pretendemos que os outros pensem de nós".

Aaahh gostei dessa interpretação dela!! Não é ruim!.. Mas ela não pára por aí:

Capítulo VI

"..o lugar ao piano foi avidademente ocupado por sua irmã Mary, que, em consequência de sua falta de atrativos, aplicara-se na árdua aquisição de conhecimentos e dotes, vivendo na ânsia constante de os exibir".

Capítulo XII

"Encontraram Mary, como de costume, mergulhada no estudo do contraponto e da natureza humana, sem perder tempo em enunciar-lhes uma série de citações e observações de uma moralidade convencional".

Como eu já escrevi, Mary é a irmã esquecida. Enquanto Elizabeth tem a Jane, e Kitty tem Lydia, a terceira filha fica sozinha em casa (na maioria das vezes por assim desejar) lendo e formando sua opinião sem que ninguém a molde - pois seu pai é ausente na educação das filhas e a mãe não faz questão de educá-las; as irmãs não lhe devotam paciência e não há nenhuma outra pessoa que possa dialogar com esta personagem.
Esta ausência de companheirismo torna Mary uma garota soberba e, como já mencionado, ávida em mostrar suas qualidades. Quem, em sua solidão, não gostaria de fazer o mesmo que Mary: ser reconhecido pelos valores que adquiriu. Ora, veja só esse exemplo,  ter um blog e pretender escrever sobre livros, filmes e música não estão tão longe de ser a pretensão de uma Mary Bennet! Apenas com a diferença que não sou solitária e abandonada (rs).

Assim, portanto, é a vida de Mary Bennet, a filha esquecida de Orgulho e Preconceito.

Omnia Vanitas.



5 de abril de 2016

Releitura..



Querido leitor, se alguma vez você ficou pasmo com meus devaneios sobre algum livro (Maugham, Austen, King, Bronte), quero lhe avisar que nada se compara a loucura que toma conta de mim quando leio Alexandre Dumas. E, especialmente, a obra O Conde de Monte Cristo me tira a razão e me leva ao delírio. 
Esqueça o filme, quaisquer que sejam as filmagens, nada chegou ou chegará (eu desafio!) ao louvor que a obra merece! 

Portanto, começo minha terceira releitura neste ano: O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. E, caro leitor, será a última vez que a leirei na minha língua materna, pois, depois desta, estarei apta (através dos meus esforços) a ler esta magnifica obra (e outras) em francês. 

Portanto, leitor anônimo, esteja avido que desvarios serão escritos de hoje em diante!

Omnia Vanitas

Fim de Leitura..



Final de mais uma leitura de Orgulho e Preconceito. E, de maneira saudosa fechei o livro. A vontade foi de recomeçar a ler pois o livro é de sobremaneira fantástico!

Eu não teria nem como colocar qualificativos que enobreçam a leitura desta obra de Jane Austen; se, isso eu fizer, talvez eu incorra ao erro de Mr. Collins ao aflorar demais o texto tornando-o enfadonho.

Portanto, eu apenas posso recomendar a leitura contínua de tal livro, para o seu bem!

E, termino com as palavras de Mr. Darcy à Elizabeth:

Um homem menos apaixonado que eu talvez o tivesse o feito [conversado]!


Omnia Vanitas. 

1 de abril de 2016

Hora do Mergulho..


"Feche a porta, esqueça o barulho
Feche os olhos tome ar: é hora do mergulho
(...)
Esqueça a luz... respire o ar"

Esse é um trecho de uma letra de música de um grupo chamado "Engenheiros do Hawaii" e o título é "Hora do Mergulho".

Talvez seja apenas nostalgia das minhas aulas de natação ou o cansaço do dia; mas às vezes eu acho que esse mundo é tão corrido e doido.
Hoje, enquanto voltava para casa caminhando, olhei para o mar a minha frente e para um barco que iniciara sua navegação com dois tripulantes. Achei lindo. Achei lindo o mar e sua imensidão e suas montanhas ao redor, achei lindo o barco em seu movimento lento e leve.
E, olhando para tudo isso que minha visão limitada me mostrou e meu sentindo ínfimo de emoções me  comoveu, eu senti que a vida não pode ser vivida para sugar sua energia vital. 

Entrando na página do Facebook eu percebi quantas coisas nos distraem, quantas coisas diferentes são postadas em um mesmo momento, enquanto a vida corre sem rédeas. Porque não ficamos mais perto da vida e mais longe do fútil? O que mais é preciso perder para encontrar o essencial?
Hoje, enquanto trabalhava, lembrei de um livro do meu querido Maugham que conta a história de um homem que saiu da vida "moderna" e foi morar em uma cabana bem longe dos ditos "confortos", para lá descobrir que a vida é mais do que correria e distração. O livro tem o título de "Um Gosto e Seis Vintés".
Percebamos a vida a nossa volta e a vivamos no seu devido valor! Esqueça o resto! Mergulhe!

Omnia Vanitas.

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...