1 de novembro de 2021

Leitura 25..


 Olá, abandonado leitor!

Minha consciência me chama à reflexão sobre o quanto esse blog deveria ser melhor aproveitado...e, aqui estou eu ! 

Ontem à noite eu terminei a primeira leitura de "O Sol é Para Todos", da Harper Lee. Eu gostei muito da forma como a narrativa foi feita. Eu gosto quando adultos conseguem colocar um olhar de criança quando escrevem, e Harper Lee foi fantástica. 

Eu não tenho a intensão de escrever sobre o quanto eu gostei desta leitura, nem sobre suas frases de efeito que contagiaram o mundo; apenas quero escrever o que escrevi.


Omnia Vanitas 💀🐦

5 de setembro de 2021

Leitura 20..


 Olá, abandonado leitor ! 

Fim da última leitura de Agosto.

Mesmo não sendo mais tão assídua nesta página, mesmo este não sendo a maior leitura que fiz este ano; eu não quero deixar passar o registro de "A Laguna Azul" (1908) aka, A Lagoa Azul de Henry de Vere Stacpoole.

Depois de ser explorado de modo exaustivo nas telas da televisão dos anos 80 e 90, eu decidi comprar o exemplar (talvez dois anos atrás, não lembro) e ler este clássico oitentista. 

Sim, eu adorei ler este livro! Adorei o frenesi do final e quase chorei com o senhor Lestrange quando ele encontrou Dick e Emelina (e também Ana - o filho do casal de náufragos).


A narrativa não é prolixa. A vida na ilha não é detalhe em seus pormenores como, por exemplo: como um fluído de isqueiro pôde durar oito anos? Ou, como eles suportavam o frio da estação de inverno sendo que não tinham as roupas para a estação - e mesmo se tivessem, não serviriam depois de alguns anos na ilha.

Esses e outros questionamentos para uma vida prática não são respondidos, ou, talvez, o fato de que o homem se adapta à uma nova vida quando a necessidade o obriga seja a resposta. Esses detalhes perdidos ou não necessários, me fizeram lembrar da explicação do Abade Faria para Edmond Dantès em "O Conde de Monte-Cristo" sobre como ele criou, dentro de uma masmorra, papel, pena, vela etc  dentro do cárcere*.

Dick e Emelina chegaram à uma ilha do Pacífico ainda crianças e sem muitas experiências sobre como cuidarem de si. Tiveram como tutor neste pequeno paraíso, um velho bêbado e cheio de crendices  infantis tanto quanto eles. As crianças não sabiam explicar o que sentiam pois não conheciam palavras para esses sentimentos: sejam bons ou ruins. Quando um ciclone atacou a ilha, não souberam dizer que fenômeno natural era aquele: conheciam a chuva e os dias de sol - tudo o mais era inexplicável. Dick falava pouco - era lacônico muitas vezes; uma explicação seja o vocabulário limitado da infância. Até mesmo a gravidez de Emelina não foi explicada: em momento algum o narrador diz que ela estava com uma grande barriga ou mesmo comunicou se houve algum "susto" quando sua primeira menstruação aconteceu. Simplesmente, aceitamos o fato que eles sabiam que os animais tinham crias e, para Emelina, quando ela acordou do desmaiou que teve na floresta, perto de si havia uma criança e quando Dick perguntou sobre o bebê, ela respondeu "Eu o encontrei no mato. (...) Eu me senti muito doente, então fui descansar no mato e não me lembro de mais nada; quando acordei, ele estava lá". O menino, pois era um menino, recebeu o nome de "Ana" pois era "a lembrança de um outro bebê, cujo nome ela ouvira uma vez".

Tudo isso fascina no livro - muitas vezes é preciso adivinhar o que aconteceu justamente por essa falta de ter um nome para a ação ou coisa - o que eu achei muito atraente na leitura - o fato do narrador nos levar a pensar somente explicando o que aconteceu e permitindo que o leitor experimente a limitação dos protagonistas.

"A Laguna Azul" tem duas continuações - não publicadas no Brasil:

- The Garden of God (1923)

- The Gates of Morning (1925)

Talvez eu me arrisque a lê-los em inglês, mas não me comprometerei tão firmemente sobre isso.


Omnia Vanitas 💀


*"(...) Il faut le malheur pour creuser certaines mines mystérieures cachées dans l'intelligence humaine; il faut la pression pour faire éclater la poudre. La captivité a réuni sur un seul point toutes mes facultés flottantes çà et là; elles se sont heurtées dans un espace étroit (...)" - Tome Premier: XVII - La chambre de l'Abbé, page 226. Pocket Classiques nº 6216.

20 de maio de 2021

Decisões ..


 

Olá, leitor inexistente! 


Esta semana eu tomei uma decisão à respeito desta página: talvez ela não venha mais a existir! 

Ultimamente, eu tenho feito todas as minhas anotações e considerações no meu caderno que, simbolicamente, chamo de Blog Físico. Nestes cadernos (são quatro até o momento) eu listo os livros que ainda não li, os livros lidos e releituras, colo textos e fotocópias de reportagens ou citações que acho interessante et cetera. 

Ano retrasado eu já havia parado de usar a plataforma do Skoob pois ela não atendia a minha exigência. Muitos dos meus livros não possuem ISBN (internacional standard book number) pois são muito anteriores à este tempo, logo, eu não conseguia catalogar e numerar todas as minhas leituras. É vaidade? Sim! Mas se estou em um site e ele não atende ao que procuro, não existe motivo para continuar inscrito. E para isso eu estou utilizando o Blog Físico para tal fim: títulos, releituras, número de páginas, número de livros não lidos, livros lidos do anos e, até consigo fazer anotações no final de cada ano sobre como foram as leituras ao longo deste. 

E eu amo escrever. Fazer anotações de passagens de texto ou mesmo "mini-resenhas" sobre o que pensei quando li tal trecho; está sendo muito divertido. Até as páginas já estão numeradas e consigo fazer atualizações através de notas de rodapés em texto já escritos. Muito divertido ! 

Na verdade, eu tenho quatro cadernos específicos (contando com o Blog Físico). São eles:

- uma agenda para datas históricas e datas passadas em livros. Alguns livros possuem datas, exemplo: "em 21 de maio de 1838, Albert de Morcef recebe a visita do Conde de Monte-Cristo na sua casa às 10 horas da manhã" - acredito que não preciso especificar que obra de Alexandre Dumas se trata. 

- tenho uma agenda somente para as citações mais marcantes, exemplo: "Os meus exageros, que de um copo de vinho, me levam a beber  garrafa toda" (Os Sofrimentos do Jovem Wether, Johann Wolfgang von Goether, L&PM Pocket: Porto Alegre, 2002, p. 129). E nesta agenda eu fiz questão de colar algumas gravuras/imagens et cetera. Nesta citação de Goethe há uma imagem de uma taça de vinho que tirei de uma revista do gênero. 

- e tenho o meu diário pessoal onde meus pensamentos íntimos são expressos. 


Então, desconhecido leitor, eu tenho algumas substituições que são feitas de modo gradativo. Como sou muito narcisista, estarei fazendo cópia das mais de quinhentas postagens que fiz neste blog em outro caderno (cadernos, possivelmente). Talvez, eu venha a escrever mais alguma coisa depois desta publicação, mas não vou mais me cobrar a respeito disso.

Então é isso,


Omnia Vanitas 💀💭

3 de abril de 2021

Leitura quatro..


 Olha quem voltou a reler um livro!!! Eu não aprendo mesmo ! 


Depois de ler sobre a Castle Rock tomada por seu mal, nada melhor que ler Derry tomada por Pennywise!

Primeiramente, preciso informar que minha primeira leitura de "It, a Coisa" é da editora Francisco Alves. Neste exemplar, o nome do palhaço foi traduzido para o português. Eu acho isso maravilhoso! Ou seja, Pennywise, nesta tradução da editora Francisco Alves, se transformo em Parcimonioso. Eu sou apaixonada por esse novo !! HAHAHA (ri alto).

A fictícia cidade de Derry possui um mal em sua história; e esta história é a própria Derry. Desde os mais remotos tempos, antes mesmo se chamar Derry, as terras que constituem essa cidade possuem um história sobrenatural de mortes e desaparecimentos - em sua maioria, crianças. Os habitantes conhecem, inconscientemente, esse mal mas preferem não confrontá-lo. Eles deixam a Coisa se alimentar a cada vinte e sete anos, eles apenas olham para o lado. Mas sete crianças não coadunam com esse modo pacífico de permitir que mais mortes sejam levadas adiante. Elas lutam, mesmo sem saber o tamanho contra o que estão lutando. Elas superam o medo - o medo que alimenta a Coisa. 

Este livro, além do sobrenatural - que é característica do escritor - trata sobre amizade e lealdade. Sobre enfrentar o medo que paralisaria o corpo, sobre se importar com pessoas que nem conhecem apenas para que este não tenha mais passagem livre no lugar onde vivem suas vidas. 

Sete criança rejeitadas pela sociedade: a menina que apanha do pai, o garoto gordo, o garoto negro, o judeu, o hipocondríaco, o gago e o hiperativo. Um grupo formado apenas uma coisa em comum: todos são odiados pelo mesmo garoto, Henry Bowers. 

Uma das coisas que me encantam em "It, a Coisa" são as várias histórias que contém a história. E, mesmo tendo em Benjamin Hanscom o meu personagem favorito, eu não posso deixar de dar louvores à Mike Hanlon, o garoto que ficou na cidade e se tornou o bibliotecário e historiador do grupo sobre os assuntos que dizem respeito à Derry e a Coisa. As partes denominadas "Interlúdio" são aquelas que mostram a cidade antes de ser aquilo que os meninos conhecem. É no interlúdio que Mike Hanlon se encontra com os antigos moradores e ouve suas histórias sombrias que não podem ser registradas no gravador de Mike Hanlon, o Interlúdio é o lado "B" de Derry que todos querem esquecer. 

"It, a Coisa" é um livro longo em sua narrativa mas vale cada página! 

Omnia Vanitas. 💀

Leitura três..


 Primeiro King do ano ! Primeira leitura de "Saco de Ossos"! Parabéns para mim! ✌

"Saco de Ossos" conta a história de Mike Nooman, um escritor que sofre um bloqueio de escrita depois da morte de sua esposa, Jo.

Uma das coisas que me fascinou neste livro foi o fato de, pela segunda vez - pelo menos dos livros que eu já li do senhor King, ele cita Maugham. Jo e Mike se conheceram na faculdade e ambos gostavam de ler Maugham. Pouco antes de sua morte, Jo estava lendo "Um Gosto de Seis Vinténs" de William Somerset Maugham. Apaixonei! 

Desesperado pelo seu bloqueio, Mike se muda para sua casa de campo em Castle Rock (lugar fictício que é usado em alguns romances do senhor King). E em meio a sua luta em ajudar um jovem viúva a ter a guarda de sua filha, Mike percebe que além de estar contra um magnata (e avô da criança em disputa) ele também está lutando contra o sobrenatural que habita sua casa - e tenta saber quem está assombrando-o além de sua falecida esposa.

Assim com Derry é guiada pela sua história, Castle Rock conhece o seu mal e não o confronta. A cidade se conforma com aquilo que vive, vira o rosto para as injustiças e aceita como normais rituais infantis para pagar sua dívida com seu passado vergonhoso. E claro, há um saco de ossos na história.

Uma das coisas que me chamou a atenção foi como Stephen King apresenta o mundo editorial para o leitor: as manobras de publicação, a luta para se manter entre os "top 10". E, mais uma vez, o senhor King nos deleita com suas várias citações de autores proeminentes do início da década de noventa. 

Essa ambientação do mundo editorial me fez lembrar outra leitura de King: "Angústia"*. Neste livro o autor apresenta toda a força que o leitor tem sobre seu objeto de desejo: o livro. "Angústia" mostra um leitor ávido por ter seu livro preferido em mãos, e, no caso de Annie Wilkes, tem que ser do jeito que ela quer. 

"Saco de Ossos"  é  uma ótima história bem no estilo King de ser. 


Omnia Vanitas. 💀

Leitura dois..


 

Segunda leitura de 2021 e mais uma releitura ! Até parece que minha estante não está cheia de livros que nunca tiveram a primeira leitura realizada! Um absurdo ! Mas essa sou eu ! 

Mais um Maugham! "O Fio da Navalha" conta a história em primeira pessoa Lawrence Darrel (Larry) um jovem que participa da Primeira Guerra Mundial e, ao perder seu amigo, questiona sua existência e tudo o que pode abarcar esse fim. Larry é órfão e, mesmo noivo de uma bela jovem - Isabel - decide largar a sociedade proeminente em que vive para se tornar um vagabundo. Larry deixa a próspera América do Norte para visitar o velho continente em busca de suas respostas. 

No momento que a América do Norte estava vivendo um crescimento financeiro que só não se tornaria milionário "quem não quisesse", Larry decide que isso não serve para ele pois a vida é mais do que ganhar dinheiro e prosperar materialmente. 

Viajando por vários lugares, conhecendo vários tipos de pessoas, pensamentos, modos de vida, Larry tenta encontrar um fim para suas ânsias. 

Assim como Kitty Fane, Larry expande mais suas emoções, pensamentos e viagens para buscar em todo tipo de fé aquilo que sacie sua necessidade - algo que lhe seja coerente.

Mesmo que às vezes Larry esteja ausente durante a narrativa do autor-personagem, chegará o momento que alguém citará algo sobre sua atual situação que sempre contratará com aqueles que o mencionam. 

A simplicidade de uma vida ainda é cheia de desafios para aqueles que a buscam. 


Omnia Vanitas. 💀

Leitura um..


 

Este é um livro que eu posso reler várias vezes e sempre será a primeira vez. 

"O Véu Pintado" de William Somerset Maugham conta a história de Kitty Fane, uma garota que é desejada por todos os rapazes do seu círculo social mas, sentindo-se ameaçada pelo casamento da sua irmã mais nova (e desajeita) resolve aceitar como marido - para casar antes da irmã - Walter Fane. 

O casamento não lhe agrada mas ela o vive de forma suportável; porém, um novo contato tira-a do marasmo social e arrebata sua existência de um casamento sem paixão. 

Tudo o que Kitty vive após isso é consequência deste caso extraconjugal; seja para o bem ou para o mal, ela aprende algo que não pensava existir: uma vida além da sua existência mesquinha.

Essa transformação gradual de Kitty é o que há de mais lindo na trama: suas ânsias, suas buscas por respostas que parecem estar tão acessíveis, mas, na realidade são mais profundas do que ela pode entender. Cada fonte lhe dá uma dica do que ela pode estar buscando, mas por ela mesma estar perdida, não consegue encontrar fim último. Esta é a melhor parte do romance: a transformação da protagonista para um ser completamente superior àquela do início da trama.

Leiam Maugham!


Omnia Vanitas 💀

Trigésima segunda leitura..


 

Olá, abandonado leitor !

Que loucura ! Deixei este blog sem atualização durante muito tempo! Perdão aos leitores inexistentes desta página! Tive motivo para isso. Plausíveis? Não! Então, vamos à atualização de algumas leituras. 


Emily Brontë e o seu "O Morro dos Ventos Uivantes" foi a minha última leitura de 2020. Que livro, senhoras e senhores! Que força!

Este romance único de Emily Brontë traz a história de Heathcliff e Catherine Earnshaw. Estas duas personagens foram criadas sob o mesmo teto. Ele sendo adotado e ela filha legítima. 

Heathcliff é uma personagem que eu gosto muito por tudo o que ele representa: sua identidade incógnita, seus sentimentos por Catherine, seu tratamento com todos que habitam a cidade (e principalmente sua casa). Ele é o mal que foi trazido para um seio familiar que, ao meu ver, parecia próspero. Porém, o tratamento que ele recebeu de  todos foi retribuído com uma intensidade que poucos souberam entender. 

"O Morro dos Ventos Uivantes" é um livro singular em alguns aspectos como sua narrativa muito verossímil com a realidade da sua época; para mim, ele tem toda a força da sua autora; possui passagens que são icônicas até os dias atuais. 

Este exemplar da foto tem a tradução da escritora brasileira Rachel de Queiroz.

Omnia Vanitas 💀


O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...