Segunda parte da leitura de Oliver Twist, de Charles Dickens.
Nesta publicação, eu deixarei algumas anotações que fiz quando terminei a primeira parte da leitura.
Segue ..
O primeira parágrafo de Oliver Twist aborda a forma comum em que as cidades e os asilos se assemelham, não sendo necessário atribuir-lhe uma placa de identificação - nem o menino do livro precisa de apresentação: seu nome não e citado, apenas é dito: "cujo nome aparece no título do presente capítulo".
Além de asilos, casas eram destinadas a cuidar dos órfãos - e recebiam uma quantia "por cabeça" para ajudar a manter a criança. Oliver Twist custava sete pence e meio.
Na prática, o dinheiro ficava apenas para o deleite do tutor; as crianças, além de serem castigadas de forma severa por qualquer motivo, serviam-se de uma alimentação rala que mal lhes bastava para um dia. A higiene, também, era precária e praticada quando um censor (bedel) do município vinha visitar a casa.
A permanência nestas casas, também, parecia ser limitada, pois, quando o protagonista completou nove anos, ele foi transferido, novamente, para o asilo onde nasceu - ou para um semelhante a aquele.
O modo de tratar os órfãos também não era diferente: comida rala, higiene pessoal precária etc. A única coisa que havia sem falta eram os castigos severos. Segue uma citação da experiência pela qual passou Oliver Twist:
Nos primeiros seis meses após a mudança de Oliver Twist, o sistema esteve em pleno funcionamento. Foi um pouco dispendioso, a princípio, em consequência do aumento na conta do agente funerário e da necessidade de apertar as roupas de todos os indigentes, que flutuavam pois de uma semana ou duas de papas. Mas o número de inquilinos do asilo tornou-se dessa maneira reduzido; e o Conselho muito se alegrou com o resultado.
E, quanto a fome, uma breve passagem:
As vasilhas não precisavam ser lavadas. Os rapazes poliam-nas com as colheres até que rebrilhassem; e, depois de fazer essa operação, que nunca demorava muito, por serem as colheres quase tão grandes como as vasilhas, ficavam a mirar o caldeirão, com olhos tão ávidos como se quisessem devorar os próprios tijolos em que ele estava assente; empregavam-se, no entanto, a sugar muito diligentemente os dedos, para ver se lambiam alguns pingos desgarrados de papa que estivessem metidos entre eles.
Além da miséria que as crianças viviam, Dickens, também, critica os filósofos e a sua filosofia que em nada mudava o destino daqueles que viviam na miséria completa. Em um trecho, um filósofo queira proar que seu cavalo conseguiria viver sem comida; porém, o animal faleceu antes que seu dono pudesse provar a tese.
O asilo que Oliver habitou não apenas lhe servia como provedor de fome e castigo - a função desta instituição era ensinar um ofício para que pudesse viver por si só. E este trabalho de aprendiz era o disfarce ideal para a exploração infantil.
Esta prática foi descrita na figura do senhor Gramfield - um limpador de chaminés que negociava com os agentes do asilo para que Oliver trabalhasse com ele. A instituição pagaria cinco libras para quem tivesse interesse em educar um órfão em um ofício.
A negociação entre o asilo e o senhor Gamfield me deixou apreensiva pelo fato de o "contratante" ter em seu currículo quatro aprendizes que faleceram durante o exercício do trabalho - segundo o empregador porque foram preguiçosos dormiram durante o trabalho.
A segunda oferta de trabalho levou Oliver para fora do asilo. Ele foi contratado por um próspero agente funerário.
Apesar de estar fora do asilo, não houve diferença entre o tratamento que recebeu na instituição - somente que a comida era mais "farta", principalmente quando o cachorro não queria comer a própria comida.
Durante o tempo que passou neste ofício, Oliver suportou toda a sorte de injúrias, punições e privações; mas uma situação tirou-o de sua fleuma e o resultado foi a escolha de Oliver em abandonar o trabalho.
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Aqui terminou as minhas primeiras impressões (e a segunda parte) do livro Oliver Twist.
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