6 de dezembro de 2019

Trigésima nona leitura - parte I ..

I.XII.MMXIX - Praia dos Ingleses, Florianópolis/SC

Olá, leitor anônimo!!

Ainda estou lendo Os Estranhos do mestre Stephen King! Este livro tem três partes, e, como boa neurótica, eu separei as partes para ajudar na leitura e coloquei dias marcados para terminar a leitura: 31/12.
Por ser um mês com feriados, eu decidi que uma programação "básica" não seria uma má ideia! - sem contar que o livro é longo e com uma letra miseravelmente pequena.

Sobre o livro, ele foi publicado pela primeira vez em 1987. Esta edição que tenho (na foto) é a segunda, publicada pela editora Francisco Alves. Ganhei este exemplar de presente faz uns cinco ou seis anos - custava, apenas, R$ 49,90. Atualmente, o valor mínimo é R$ 80,00. Esta obra não é mais publicada no Brasil, por isso o abuso no preço. 
Os Estranhos ou Os Tommyknockes é um livro de ficção científica e muito semelhante aos escritos de H. P. Lovecraft - a quem Stephen King é fã dos livros. Porém, o senhor King odeia esse livro pois foi escrito no auge do uso de drogas pelo senhor King. Ele odeia o livro e diz que lembra pouco sobre o período que o escreveu. O personagem James Gardener é quase autobiográfico.
Para aqueles que gostam do "Stephen King das antigas" este livro é um prato cheio. Há quem considere que ele "perdeu a mão" para escrever terror como na época deste livro - mas este livro faz parte da essência do escritor, mesmo ele achando esse livro horrível.

Apesar de ser um livro maravilhoso, a narrativa possui muitas referências que eu não consigo compreender. Vou deixar um exemplo para que você entenda, leitor:
...Santo Deus, penetrei em uma história de ficção científica, extraída de Histórias Chocantes. Acho que foi por volta de 1947. Terei eu feito a capa? E se fiz, quem me forçou? Virgil Finlay? Hannes Bok?
Finlay e Bok são ilustradores americanos de fantasia, ficção e horror. Entende o que digo, perdido leitor? Em absoluto estraga a leitura, mas ou você passa adiante ou procura algo sobre a referência. Como a maioria da minha leitura é feita nas viagens de ônibus - seis ao total do dia, eu não tenho nenhuma fonte de pesquisa, e, as vezes, não faço questão de procurar.

 Sobre os tommyknockers, eles fazem parte do folclore americano. Segundo Stephen King, mesmo sendo criado longe da terra natal de esposa, Thabita, ambos conheciam a canção sobre os tommyknockers:

“Late last night and the night before,
Tommyknockers, Tommyknockers,
knocking at the door.

I want to go out, don’t know if I can,

Cause I’m so afraid of the Tommyknocker man.”

E, ele deixa avisado:
Haven não é real. Os personagens não são reais. Esta é uma obra de ficção, com uma única exceção:Os Tommyknocers são reais.Se você pensa que estou brincando, é porque não ouviu os noticiários noturnos".

A primeira parte do livro intitula-se "A Nave na Terra".

Os dois principais personagens são Roberta (Bobbi) Anderson e James (Jim) Gardener (Gard).

Ele é um poeta bêbado com tendências suicidas e ela um escritora de romances de faroeste. 

Certa manhã, Bobbi passeia com seu cachorro e tropeça, literalmente, em algo que está no chão da sua propriedade em Haven. 
Apesar de não ser uma mulher curiosa, Bobbi tem sua atenção presa no objeto e não descansa enquanto não descobrir o que é aquilo. 

Enquanto Roberta está descobrindo o que é e como este objeto chegou na sua propriedade, Jim Gardener está em uma excursão de leituras de poesias para angariar fundos para pagar suas contas. E, mesmo não querendo admitir, seu pensamento está na amiga escritora. Algo nele diz que ela corre perigo. Ele precisa voltar! Ele precisa deixar seu suicídio para depois que Bobbi estiver segura!


Nesta primeira parte do livro, toda a narrativa estará voltada para estes dois personagens, e, então, a constatação de que Stephen King é um ótimo contador de histórias fica notória. 
A personalidade e caráter de cada personagem, seus medos, histórias e pensamentos são muito bem descritos e prende o leitor em cada página.


Por enquanto é isso, leitor! Assim que terminar a segunda parte, voltarei! 






5 de dezembro de 2019

Trigésima oitava leitura - parte II..



Segunda parte da leitura de Oliver Twist, de Charles Dickens.

Nesta publicação, eu deixarei algumas anotações que fiz quando terminei a primeira parte da leitura. 

Segue ..

O primeira parágrafo de Oliver Twist aborda a forma comum em que as cidades e os asilos se assemelham, não sendo necessário atribuir-lhe uma placa de identificação - nem o menino do livro precisa de apresentação: seu nome não e citado, apenas é dito: "cujo nome aparece no título do presente capítulo".
Além de asilos, casas eram destinadas a cuidar dos órfãos - e recebiam uma quantia "por cabeça" para ajudar a manter a criança. Oliver Twist custava sete pence e meio. 
Na prática, o dinheiro ficava apenas para o deleite do tutor; as crianças, além de serem castigadas de forma severa por qualquer motivo, serviam-se de uma alimentação rala que mal lhes bastava para um dia. A higiene, também, era precária e praticada quando um censor (bedel) do município vinha visitar a casa.
A permanência nestas casas, também, parecia ser limitada, pois, quando o protagonista completou nove anos, ele foi transferido, novamente, para o asilo onde nasceu - ou para um semelhante a aquele.
O modo de tratar  os órfãos também não era diferente: comida rala, higiene pessoal precária etc. A única coisa que havia sem falta eram os castigos severos. Segue uma citação da experiência pela qual passou Oliver Twist:
Nos primeiros seis meses após a mudança de Oliver Twist, o sistema esteve em pleno funcionamento. Foi um pouco dispendioso, a princípio, em consequência do aumento na conta do agente funerário e da necessidade de apertar as roupas de todos os indigentes, que flutuavam pois de uma semana ou duas de papas. Mas o número de inquilinos do asilo tornou-se dessa maneira reduzido; e o Conselho muito se alegrou com o resultado.
E, quanto a fome, uma breve passagem:
As vasilhas não precisavam ser lavadas. Os rapazes poliam-nas com as colheres até que rebrilhassem; e, depois de fazer essa operação, que nunca demorava muito, por serem as colheres quase tão grandes como as vasilhas, ficavam a mirar o caldeirão, com olhos tão ávidos como se quisessem devorar os próprios tijolos em que ele estava assente; empregavam-se, no entanto, a sugar muito diligentemente os dedos, para ver se lambiam alguns pingos desgarrados de papa que estivessem metidos entre eles.
Além da miséria que as crianças viviam, Dickens, também, critica os filósofos e a sua filosofia que em nada mudava o destino daqueles que viviam na miséria completa. Em um trecho, um filósofo queira proar que seu cavalo conseguiria viver sem comida; porém, o animal faleceu antes que seu dono pudesse provar a tese.

O asilo que Oliver habitou não apenas lhe servia como provedor de fome e castigo - a função desta instituição era ensinar um ofício para que pudesse viver por si só. E este trabalho de aprendiz era o disfarce ideal para a exploração infantil.
Esta prática foi descrita na figura do senhor Gramfield - um limpador de chaminés que negociava com os agentes do asilo para que Oliver trabalhasse com ele. A instituição pagaria cinco libras para quem tivesse interesse em educar um órfão em um ofício.
A negociação entre o asilo e o senhor Gamfield me deixou apreensiva pelo fato de o "contratante" ter em seu currículo quatro aprendizes que faleceram durante o exercício do trabalho - segundo o empregador porque foram preguiçosos  dormiram durante o trabalho.
A segunda oferta de trabalho levou Oliver para fora do asilo.  Ele foi contratado por um próspero agente funerário.
Apesar de estar fora do asilo, não houve diferença entre o tratamento que recebeu na instituição - somente que a comida era mais "farta", principalmente quando o cachorro não queria comer a própria comida.
Durante o tempo que passou neste ofício, Oliver suportou toda a sorte de injúrias, punições e privações; mas uma situação tirou-o de sua fleuma e o resultado foi a escolha de Oliver em abandonar o trabalho.
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Aqui terminou as minhas primeiras impressões (e a segunda parte) do livro Oliver Twist.



3 de dezembro de 2019

Trigésima oitava leitura - parte I ..


Olá, atrasado leitor!

Terminei esta leitura de Oliver Twist no mês de Novembro, mas, infelizmente, meu tempo disponível foi somente hoje! 
E, talvez, eu tenha coisas demais para escrever e faça, por isso, duas publicações. 

Como já escrevi anteriormente, eu fiz marcações em partes da leitura, e será sobre elas que escreverei neste primeiro momento. 

Primeiramente, separei o livro em quatro partes.

- do capítulo I ao VII, Oliver Twist está no ambiente do asilo e sua sociedade está em torno desta casa. É nesse período que o protagonista chora muito. Nestes primeiros seis capítulo ele foi às lágrimas nove vezes - incluindo o choro de nascimento. Outra curiosidade que observei foi que Oliver poucas vezes interage nas cenas. Sua participação é quase de coadjuvante da história. As pessoas em volta são descritas, conversam, riem... E Oliver permanece em silêncio ou em choro. 

- do capítulo VIII ao XXVII, Oliver muda de cidade por não aguentar a injustiça proferida àquela que ele ama. Seus novos amigos, apesar da reputação não tão ilibada quanto a dos outros que conheceu antes, dão ao menino um lugar para morar e comida. 
Nesta parte da trama a identidade de quem seria Oliver Twist é apresentada ao leitor. E, a amizade que outrora era valiosa para o menino, nesta altura, o põe em apuros.

- do capítulo XXVIII ao XXXVII, a história muda de cenário novamente e Oliver conhece pessoas que realmente o podem ajudar - e, talvez, desvendar um pouco de quem pode ser esse jovem órfão. A ajuda virá de uma pessoa inesperada.

- do capítulo XXXVIII ao LIII - eu não escreverei sobre os pontos relevantes para não atrapalhar a leitura de alguém, apenas quero deixar registrado que o tom da narrativa, para mim, mudou de modo significativo. A ironia marcante do início da narrativa fica de lado ao longo da trama, e a maneira como os acontecimentos finais foram descritos me deixou um pouco assustada; pois aquela história que parecia suave se tornou pesada. Mas adorei cada capítulo.

Eu escrevi algumas anotações na borda das folhas, mas infelizmente não conseguirei transmitir tudo o que gostaria pois o texto ficaria extenso demais.  Apenas, permita-me, considerado leitor, algumas observações:

- a descrição de um enterro (na primeira parte) é triste. A morte ainda consegue ser mais miserável que  própria vida. 

- a fidelidade das crianças a Fagin (o velho judeu) é tão sincera que mesmo quando estão no cadafalso com sua vida ao fim não o traem. Existe uma lavagem cerebral, algumas vezes sutil em outras amedrontadora que leva as crianças a crerem que não poderão/poderiam ser outra coisa. 

- Charles Dickens debocha abertamente dos filósofos e seus pensamentos tão fora da realidade das pessoas que não estão no seu círculo de pensadores, e disso faz isso - com grifo meu - no capítulo XIII para descrever como Dawkins e Bates fogem quando Oliver é levado à prisão.

- sobre a prisão, há a descrição de três tipos de pessoas que frequentam a cadeia inglesa: "um delinquente miserável, descalço, que havida sido preso por tocar flauta"; "...um vagabundo de sessenta e cinco anos que estava preso (...) por esmolar nas ruas e não fazer nada para ganhar a vida" e "na cela seguinte encontrava-se outro homem, o qual se achava preso por vender caçarolas de estanho sem licença, com o que fazia alguma coisa para ganhar a vida, mas em detrimento do Tesouro Público" (cap.XIII). 

Leitor anônimo, terminarei esta primeira postagem aqui - para não alongar muito o texto.

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...