26 de setembro de 2019

Mais um sonho realizado..



Olá, leitor!!

Que momento delicioso eu tenho para compartilhar! 

Eu tinha uma vontade enorme de conhecer um determinado sebo em São Paulo (capital). 
Neste final de semana, viajamos para lá para visitar a família do meu marido e, foi necessário, permanecer durante quatro dias por lá. 
As outras vezes que os visitamos, nem de longe tínhamos tempo livre para andar pela cidade. 
Desta vez, eu "exigi" visitar o Sebo do Messias.  
Leitor, eu sou apaixonada por esse lugar, e ele foi uma das inspirações para o Sebo do Portuga.
E, em uma preparação para viver um outro lado da compra de livros, eu fiz um pedido on line com retirada no balcão. 💗
Eu estava muito ansiosa pela chegado do momento de visitar (e comprar) livros "diretamente da fonte". 
Porém, o tempo não era somente meu e eu tive o prazer de visitar os autores que amo (e ainda faltaram tantos outros que esqueci em meio a emoção de estar lá) entre as prateleiras do senhor Messias
Mas nada se compara ao ver o dono do Sebo, o senhor Messias A. Coelho. A minha timidez não permitiu que eu fosse cumprimentá-lo, mas vê-lo ativo na loja foi muito emocionante para mim e, levantei uma pergunta: estarei eu, também, atrás do balcão e sendo tão cuidadosa quanto ele depois de tantos anos como livreira? Em meu coração é o meu desejo.

Na foto acima, os exemplares que comprei (exceto Não Me Abandone Jamais e O Instituto) no Messias. Que momento para guardar na memória!

Lista dos livros:
(retirados no balcão)
- A Cidadela
- Almas em Conflito
- Três Amores
(de A. J. Cronin - que ainda falarei sobre)

(comprados na loja)
- A Mortalha de Alzira (Aluízio Azevedo)
- As Mil e Uma Noites v.8 (coleção fechada) 
- Enquanto Eu Te Esquecia (Jennie Shortridge) - presente para minha mãe
- Primo Basílio (Eça de Queiroz)

Para os exemplares extra-Messias,  O Instituto (Stephen King) foi presente do meu marido quando passamos em frente a Livraria da Travessa, em Pinheiros. 
E, Não Me Abandone Jamais foi a leitura concluída durante a estadia em São Paulo. 


Omnia Vanitas 💀


23.09.19, foto by marido 

15 de setembro de 2019

Vigésima primeira leitura..


Olá, leitor anônimo!

Fim de mais uma leitura de Norte e Sul! 

Amo esse livro e, desde 2016, eu decidi que em cada Setembro, eu faria uma leitura dele. Eu não posso deixar Mr. Thornton apagar da minha memória! 
Infortunadamente, em 2018 essa prática foi comprometida por meu cérebro esquecido. Deixei meu exemplar na casa da minha mãe... e, como não queria lê-lo fora do mês escolhido, deixei-o para este ano. E para não ocorrer no erro novamente, Norte e Sul fica de modo permanente na estante da minha casa atual. 

Esta foi a quarta leitura desta obra. As datas registradas são essas:

* 02.12 à 14.12.13 - onde meu coração foi completamente entregue à Mr. Thornton!
* 10.09 à 20.09.16
* 07.09 à 19.09.17
e a última
* 30.08 à 13.09.19

Ganhei este exemplar da minha amiga GLN como presente de aniversário. O mais interessante foi que minha amiga entregou o dito presente depois da data e, neste meio tempo, o aniversário dela estava chegando; então, sem eu saber que ganharia Norte e Sul, eu comprei um exemplar igual de Norte e Sul para ela. Foi muito divertido o momento de abrirmos os presentes trocados. Nunca mais obtive sintonia mais fina que esta em um presente! 

E, ao pensar no que escrever nesta publicação, eu observei minha coluna de livros lidos deste ano e constatei o seguinte: os últimos cinco livros contém mulheres que influenciam diretamente na vida dos personagens que as rodeiam: Capitu e Raquel, Lady Barberina e Miss Jessel , Cecília Lisbon e suas irmãs e, claro, Margaret Hale.

Todas essas mulheres possuem um caráter forte e determinado. Mas sou propensa a gostar mais de Margaret.
Eu a percebi mais nesta leitura (na leitura anterior o fator "indústria" foi mais latente para mim). Eu a achei como uma mulher cuidadora dos seus. Primeiro, a prima em Harley Street, depois os pais, na mudança de endereço ela se viu mais envolta em cuidar dos pais - mas por maneiras mais fortes; os membros da família Higgins também tiveram a atenção dedicada dela. Eu adorei conhecer essa Margaret que para não pensar em sua miséria cuida de outros. 
Claro, existe um sofrimento na alma dela motivado por tudo o que se passa ao redor: a mãe doente, o pai apático, a amiga moribunda com o pai desempregado e a irmã tola. Mas ela se envolve porque é isso que lhe dá forças. 
Quando se muda da cidade industrial de Milton, ela não consegue conviver com esse estado de "tranquilidade" pois sabe que não longe dali existem pessoas que precisam de algum amparo e cuidado - coisa que a tia e prima não conseguem compreender. 

Eu gostei de Margaret porque talvez ela tenha uma personalidade de entrega que ainda preciso cultivar em mim: saber que apesar do meu sofrimento é preciso olhar para o próximo. Preciso ter mais Margaret Hale em mim.

Omnia Vanitas 💀 

.
.
.
Links para outras publicação sobre Norte e Sul, de Elizabeth Gaskell


Vigésima leitura..



Olá, Leitor!!

Este livro é maravilhoso! E está na minha lista de "favoritos" para releitura!

Cinco irmãs decidem se suicidar. Cecília é a primeira. Ela tem apenas treze anos e a caçula das Lisbon.

A sinopse que está na contra-capa do livro diz que "este livro é tudo, menos triste."
Eu discordo completamente. Desde a primeira morte eu não consegui sorrir em nenhuma situação. É triste. Cinco...CINCO IRMÃS decidem tirar a própria vida depois de vários chamados de socorros que foram ignorados. 

É uma trama envolvente e, como aconteceu quando eu li Romeu e Julieta na primeira vez, eu torci para que os outros suicídios não acontecessem. Torci para que alguém saísse do casulo de "boa vizinhança que não quer se intrometer" e socorresse essas meninas dos pais que tinham. 
Eu não quero dizer com isso que a culpa era dos pais.. mas algumas atitudes deles não contribuíram, ao meu entender, em ajudar as meninas naquilo que elas precisavam. 

Eu fechei o livro aos prantos de tanto chorar! É, sim, uma história muito triste. 

Essas cinco meninas, tão solitárias e enigmáticas que um grupo de amigos não consegue esquecer a existência breve que todas tiveram, cultivam como "prêmios" as lembranças que conseguiram obter daquele tempo - desde um santinho com um número de telefone até uma fotografia. 
Nunca entenderão a alma angustiada daquelas mulheres - e isso o corrói.



Décima Nona leitura..



Olá, leitor anônimo!

Peço desculpas por escrever somente agora sobre as leituras que já concluí faz muito tempo.

Começo com Lady Barberina/A Outra Volta do Parafuso de Henry James.

Esta foi a minha primeira leitura de um Henry James. O meu foco era ler apenas a segunda estória; mas a minha edição contém Lady Barberina e eu não quis deixar um livro lido pela metade. 

Lady Barberina apresenta duas sociedades em miscigenação: a americana e a inglesa.
Ah! Não pode-se deixar de mencionar que Henry James é americano naturalizado inglês.
A América apresentava seus novos ricos: pessoas que fizeram sua fortuna através do trabalho, não apresentavam nenhuma descendência de nobreza - um título ou algo do gênero. 
A Inglaterra tinha nobres quase falidos que precisavam do dinheiro jovem destes milionários desprovidos de nobreza. 
A junção era feliz para ambos. O dinheiro abundante precisava da nobreza que lhe faltava e vice e versa. 

Neste contexto, Jackson Lemon (não é preciso mencionar que ele é o americano rico), ao passar uma temporada no Velho Mundo descobre-se apaixonado por Lady Barberina - uma nobre.

A história apresenta o ponto de vista de cada personagem na trama - o que os move e seus limites para suas ações. 
Eu tive um desprezo enorme por Jackson Lemon - talvez porque ele me "pegou" em um momento delicado de temperamento. Mas fechei o livro e o xinguei muito por ser quem é. 


A leitura de A Outra Volta do Parafuso me fez ficar com medo algumas vezes. Superou em larga escala a história anterior - Lemom idiota!

Um grupo de amigos está em um castelo e propõe-se contar histórias fantásticas ou de terror. 
Um deles diz que ele tem uma história que aconteceu com a antiga preceptora dele. A história foi registrada por ele e guardada em sigilo. 
A expressão "a outra volta do parafuso" é mencionada (e eu vejo como uma explicação para o título):

"Se uma única criança aumenta a emoção da história (de terror) e da outra volta no parafuso, que diriam os senhores se fossem duas?"
Eu encontrei uma explicação na internet sobre essa expressão - com duas traduções de textos coo exemplo. Deixo-a a seguir:

Transcrevo o trecho da edição da Victor Civita (1988):
"[...] que o fato de haver aparecido, em primeiro lugar, a um menino de tão tenra idade lhe confere uma característica particular [...] Se uma única criança aumenta a emoção da história e dá outra volta ao parafuso, que diriam os senhores de duas crianças?" 
Trecho da edição da Penguin/Cia. dasLetras (2011) :
"[...] não se trata da primeira ocorrência de uma espécie encantadora a envolver uma criança. Se uma criança dá ao fenômeno outra volta do parafuso, o que me diriam de duas crianças?" 
Em ambos os textos a palavra 'duas' está em itálico ...
A outra volta do parafuso seria, então, tornar a situação presente pior ainda - dar outra volta no parafuso teria o sentido de tornar a ocorrência do fenômeno mais estranho ainda, uma situação pior ainda, especialmente se narrado não por uma, mas duas crianças ...Em outras palavras, o fantasma aparecer para duas crianças torna o fenômeno mais incrível ainda.
É a minha conclusão depois de um bom tempo tentando entender ....(Essa primeira fase de Henry James foi muito estranha ...)
E buscando mais um pouco, achei esta publicação que também é interessante (Denise Bottman é tradutora e historiadora) :

atualização - gentilíssimo, fred spada fornece em comentário as soluções e esclarecimentos de marcelo pen: 
Seguem as traduções do Marcelo Pen (em "Contos de Horror do século XIX", Cia das Letras, 2005) e seu comentário na apresentação do conto: 
"Se uma criança concorre ao efeito com outro aperto do torniquete, o que diriam de duas...?" (p. 133) 
"(...) mas que apenas exigia enfim, sejamos francos, que se apertasse o torniquete da virtude humana usual." (p 227) 
E a apresentação: 
"Observação: o título 'A volta do parafuso' é um caso clássico, talvez mundial, de tradução equivocada. A rigor, não diz nada em português. Tighten the screw, give the screw another turn e expressões correlatas significam, em geral, aumentar a pressão sobre alguém que já se encontra em posição aflitiva. A expressão lembra o thumbscrew, os 'anjinhos' - antigos anéis de tortura com que se apertavam os dedos das vítimas. Curiosamente, existe em português uma expressão equivalente (inclusive com a reminiscência à tortura) - apertar o torniquete -, que, conforme atesta Antenor Nascentes [Tesouro da fraseologia brasileira], quer dizer 'pôr em situação difícil quem já não está em boa situação'. Não propomos mudar o título do clássico de James, hoje consagrado, mas ajustamos a expressão vernácula nas ocorrências em que o autor usou, posto que com ênfases diversas, a angustiante locução inglesa." (p. 132)

 Ou seja, é uma história de terror onde duas crianças são visitadas por dois espíritos que vivem na casa. A trama prende em cada linha. Eu me arrepiei em vários momentos e mal conseguia fechar o livro para fazer algum trabalho que exigia minha atenção. Tudo era o livro! Adorei muito e está na minha lista de releitura (mas antes buscarei uma edição individual).

Omnia Vanitas 💀 













O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...