13 de agosto de 2019

Décima oitava leitura..


Fantástica!

Leitor, eu não tenho outra palavra para descrever esta leitura! 

A trama de Daphne du Maurier {Minha Prima Raquel} conta a história de dois homens que vivem suas vidas sem fazer questão de ter mulheres por perto. Na herdade que moram, apenas serventes do sexo masculino - muito raramente uma mulher vem auxilia-los em algum trabalho; e, suportam a visita de poucas conhecidas aos domingos. 

A vida destes dois familiares (tio e sobrinho) muda quando o tutor se casa com uma prima que mora em Florença. Para infelicidade do sobrinho, o tio falece por conta de um tumor cerebral (que já havia levado à morte outro membro da família). Em meio aos delírios (?), o tio envia cartas para o tutelado avisando sobre a caráter da sua esposa: a prima Raquel.

Para surpresa de todos, a viúva de Ambrósio chega a Inglaterra para devolver os pertences do falecido marido ao sobrinho. E, o que seria uma visita de três dias tornou-se uma permanência de um pouco mais de dez meses.

Durante sua estadia, o caráter de Raquel divide todos os personagens, sendo o principal deles Philip, sobrinho de Ambrósio e seu único herdeiro. 

A narrativa é feita a partir das memórias de Philip. Tudo o que compete sobre Raquel é do ponto de vista dele e o que ele dela entende através de outros. 
Imaturo, impulsivo e despreparado, Philip vive sentimentos que nunca havia experimentado em sua vida de misoginia: como agir e o que sentir perante uma mulher desconhecida, apaixonante e misteriosa o leva à beira da loucura e do êxtase. 

E, mesmo sabendo o quão tolo é o rapaz, o caráter de Raquel é totalmente desconhecido - apesar de eu apostar que apenas os gastos excessivos que citam sobre ela é verdade: mesmo sem provas concretas. 

Tudo em Raquel é dúbio - pelo menos é o que se vê através dos olhos de Philip. 

Eu já havia feito uma publicação sobre o quão semelhante é esta leitura de Dom Casmurro. 

- Dois homens apaixonados por mulheres que não controlam
- Ambos têm sentimentos divergentes pela amada
- Bentinho e Philip são imaturos
- Ambos não têm a presença paterna ao lado e são apegados ao lar
- Assim como Bentinho, Philip duvida da mulher amada e se sente traído quando outros homens conversam com ela.
- O final de ambos é muito semelhante.

E, por achar o livro de Machado de Assis e Daphne du Maurier com narradores-personagem tão semelhantes,  eu escolhi ler Dom Casmurro antes de começar a primeira (de muitas) leitura deste maravilhoso livro de Maurier.

Uma trama simples, envolvente e cheia de mistérios. Eu devorei cada página! 

3 de agosto de 2019

Marcas de um livro..

Olá, leitor!

Alguns livros são como marcas em nossa vida: seja pela história que trouxeram consigo ou marcas que fizeram naquele momento. E, sem querer, Persuasão tornou-se um livro com marcas muito singulares na minha vida.

Esta semana, na conta do meu Instagram, eu fiz a leitura da carta do Capitão Wentworth para Anne Elliot. 

Ontem, meu marido de presenteou uma nova edição do livro Persuasão de Jane Austen. (foto acima).

E, então, comecei a pensar nas leituras que já fiz deste livro e, todas as vezes, aconteceram situações únicas na minha vida. 
Se for paciente, continue lendo.

A primeira e segunda leituras aconteceram no ano de 2012:

- XXIII.II.MMXII à XXIII.II.MMXII

Eu ganhei esse livro da minha amiga GLN no Natal anterior. Em Fevereiro de dois mil e doze, eu precisei fazer uma cirurgia de apêndice. Tudo foi muito rápido: passei mal durante a madrugada de quinta-feira; sexta-feira fui internada e no domingo eu fui para a mesa cirurgia. E, graças a Deus, a recuperação foi um sucesso. 
Lembro-me que na sexta-feira, depois de a médica dar o diagnóstico, ela me pediu para trocar de roupa e levar o básico para irmos ao hospital. E, junto com meus documentos pessoais, celular e tals, eu peguei a leitura daquele momento: Persuasão (da editora Martin Claret).
Uma passagem marcante daquela leitura foi a seguinte frase: 
"Um quarto de doente muitas vezes pode valer tanto quanto muitos livros". (livro 2 capítulo 5)*
No final do ano de 2012, eu fiquei com vontade de reler o livro - pois na primeira leitura eu estava imersa nos livros de Alexandre Dumas (a trilogia Os Três Mosqueteiros) que percebi que havia perdido uma ótima leitura.

- XIX.XII.MMXII à XXX.XII.MMXII

Nesta época do ano, meu irmão vem visitar meus pais. Ele havia começado a tatuar novamente, e fizemos um arranjo financeiro que resultou na minha tatuagem no braço esquerdo. Eu escolhi tatuar lírios - pois uma das capas do livro Persuasão tem como imagem alguns lírios. E assim foi.


Passou poucos anos para eu voltar a ler este livro póstumo de Jane Austen.  E a época também teve um significado marcante:

- XVII.IV.MMXV à II.V.MMXV

Foi nesta terceira leitura que eu conheci meu marido. Lembro que eu tirei uma foto minha lendo o livro - e ele diz que é a foto preferida que ele tem de mim. 💖
Lembro, também, que ele assistiu ao filme Persuasão, estrelado pela Sally Hawkins como Anne Elliot, e o Capitão Wentworth foi o papel de Rupert Perry-Jones (o primeiro personagem masculino que é loiro) somente para saber sobre o que eu estava lendo.
Nossos planos de casamento aconteceram rápido e Persuasão ficou com marca tão significativa que o modelo de convite de casamento foi impresso com a seguinte frase:
"Não somos tão jovens a ponto de nos irritar por uma bobagem, enganar pelos acasos de qualquer instante e a ponto de brincar descuidadamente como nossa própria felicidade"**
A última leitura foi quando já estávamos morando longe do Sebo.

- XXII.IX.MMXVII à XXIX.IXX.MMXVII

Foi nesse ano que mudamos de apertamento pela terceira vez. Eu sempre brinco com ele que para cada ano de casamento teremos um apartamento novo. E, estamos caminhando para o quarto ano de casados e morando no quarto apartamento diferente! E eu tenho uma nova edição de Persuasão!









* Eu estava lendo a edição da Martin Claret, mas a citação nesta postagem é da editora Zahar. Mais informações neste link.

** Como mencionado, a edição da MC tem alguns equívocos de tradução, a frase no convite de casamento era esta:
"Não somos crianças para nos irritarmos caprichosamente ou sermos iludidos pelos equívocos do momento, brincando levianamente com a nossa própria felicidade.”



O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...