Olá, desconhecido leitor!
Estou lendo "As Memórias de Sherlock Holmes" e, nesta manhã, eu tive o prazer de encontrar um outro Holmes - tão excepcional quanto seu irmão mais novo.
O conto se chama O Intérprete Grego.
Enquanto conversava com Watson, Sherlock comenta que seu irmão possui a capacidade de observação que o moradora da Baker Street; porém, em nível superior. A declaração deixa Watson pasmado pois ele não tinha a vaga ideia de que Sherlock pudesse ter algum parente tão próximo quanto um irmão. E não bastasse isso, este irmão mais velho apresenta um grau superior ao de seu amigo.
O diálogo dos Holmes me divertiu muitíssimo (lembre-se que o narrador é Watson):
Sentaram-se ambos no peitoril da janela do clube.Eu sou muito o Watson!! (risos).
— Este é o lugar ideal para quem quiser estudar a humanidade — disse Mycroft. — Olhe para aqueles tipos magníficos! Olhe, por exemplo, para aqueles dois homens que vêm em nossa direção.
— O jogador de bilhar e o outro?
Pararam os dois em frente da janela. Algumas marcas de giz no bolso do colete eram os únicos sinais de bilhar que se podia ver num deles. O outro era um indivíduo trigueiro, muito baixo, com o chapéu puxado para trás e diversos pacotes debaixo do braço.
— Vejo que é um antigo militar — disse Sherlock.
— E que teve baixa há pouco tempo — observou o irmão.
— Serviu na Índia.
— E é um oficial não comissionado.
— Da artilharia real, suponho — disse Sherlock.
— É viúvo.
— Mas com um filho.
— Filhos, meu caro, filhos.
— Convenhamos — disse eu sorrindo —,isto é um pouco demais.
Eu já sou fã de Sherlock, mas encontrar alguém com algo tão incomum quanto ele é um prazer inenarrável a um leitor apaixonado como eu.
Omnia Vanitas