29 de junho de 2017

Décima Sexta leitura..


Saudações, aventureiro leitor!!

Em meio a mais uma mudança de endereço, encontro-me na sala vazia do antigo apartamento tendo a minha volta as últimas caixas com meus pertences mortais que habitavam este delicioso espaço na cidade de São José/SC. Mudanças ..

Fim de mais uma releitura. 
1ª leitura: junho de 2003
2ª leitura: 09/08/2011 - 16/08/2011
3ª leitura: 04/11/2013 - 10/11/2013
4ª leitura: 18/06/17 - 29/06/2017

Que delícia é ler O Hobbit, do professor J.R.R. Tolkien. E, como estava em processo de mudança, todas as saudades que Bilbo Baggins (Bolseiro) sentia de sua toca, eu sinto deste espaço que estou deixando; logo, eu compreendia o quanto ele sentia saudade da sua lareira e do seu cachimbo - toda a intimidade e comodidade do seu lar.

...naquele mesmo momento sentiu o maior cansaço que lembrava já ter sentido. Estava mais uma vez pensando em sua confortável cadeira diante do fogo, na sala favorita de sua toca, e na chaleira cantando. Não pela última vez!

Não foi a última vez... Depois de ser posto em uma aventura, tirado do seu sossego e conforto, Bilbo Bolseiro se encontra em uma comitiva com treze anões e um mago para vingar, matar e recuperar o tesouro e o título que foi tirado do chefe dos anões, Thorin Escudo de Carvalho pelo fogo de um dragão chamado Smaug.

Todo leitor de Tolkien sabe que os anões são seres gananciosos e difíceis de agradar e fácies de guardar mágoa. Thorin não era exceção. Reuniu uma comitiva que lhe era familiar e rumou, junto com o ladrão que Gandalf, o mago, arrumou para ele: o senhor Bilbo Bolseiro, para recuperar o que era seu por herança.

E sobre o dragão, ele foi o menor dos problemas. Apesar das vítimas que fez, apesar do medo que causou, não foi Smaug quem precisou ser considerado uma perigo. 
Como eu já escrevi, anões são gananciosos e, quando o ouro foi visto e tocado, o mais nobre coração anão - desde o velho até o jovem - se deixou levar pelo metal precioso. 

Pode ser que um leitor sem experiência leia O Hobbit como uma literatura infantil - e se  deixe levar pela sua narrativa clara e simples. Porém, não vou deixá-lo neste engano, interessado leitor. Este livro tem uma fantástica lição sobre poder, vingança, ganância e amizade. 

Durante a aventura, o pacato hobbit - mesmo saudoso do seu lar - encontra em si coragem, raciocínio rápido e senso coletivo que o deixaram impressionado. Não era um hobbit estúpido como um Sacola-Bolseiro ou um Fossador que se deixava intimidar por novidade. Sua metade na descendência Tûk o remetia a uma classe - não bem vista - de aventureiros. 

Mesmo Peter Jackson fazer do livro uma aventura com um excesso de lutas/batalhas e com personagens que não existem (e outros fora de contexto), o livro sempre será um ótimo companheiro para todos que queiram se deixar encantar pela magia de Tolkien.

Notas pessoais de leitura:
Personagem preferido: Beorn
Parte Preferida: o encontro com Beorn
Capítulo Preferido: Moscas e Aranhas
Citação preferida: "Algumas folhas caíam farfalhando para lembrá-los de que lá fora o outono se aproximava. Seus pés afundavam nas folhas mortas de outros incontáveis outonos, trazidas pelo vento dos espessos tapetes rubros da floresta para as margens da trilha".

Omnia Vanitas

18 de junho de 2017

Décima Quinta leitura..

Praia da Ferrugem/ Santa Catarina

Saudações, mellon! 

Fim de mais uma leitura! E quê leitura!! 
Quinta leitura de O Silmarillion:
1ª 30.12.02 - 17.01.03
2ª 09.07.03 (sem data final marcada)
3ª em junho de 2004
4ª 23.09.11 (sem data final marcada)
5ª 01.06.17 - 18.06.17

E sempre será a primeira vez que leio. Como fiquei muitos anos sem reler este livro, os detalhes foram esquecidos neste intervalo; porém, os fatos que mais gostei não fugiram da memória: Maeglin, da Queda de Fingonfin, de Tuor, Túrin Turambar etc..

O livro se dividi em cinco partes: Ainulindalë, Valaquenta, Quenta Silmarillion, Akallabêth e Dos Anéis dos Poder e da Terceira Era. 
Há também os apêndices: gráficos com genealogias, geografias, pronúncias, glossário, idioma - com o máximo de informações para o leitor estar no mundo criado por Tolkien. E, talvez você ache que não seja necessário se utilizar destes conteúdos, mas, confie em mim, é muito útil no auxílio da leitura. Lembro que em 2002 eu fiquei bem perdida com nomes e nomenclaturas enquanto lia; na primeira lida, parece muito dificultoso de assimilar o vocabulário - nomes de lugares, seres, raças (que mudam de nome conforme o desenvolvimento da trama e outros que possuem mais de quatro nomenclaturas para o mesmo lugar/pessoa/ser). Mas, meu conselho é este: não desista!!

O livro relata a história das Silmarils, criadas pelo elfo noldor Fëanor, filho de Finwë, das Três Casas dos eldar que entraram em Valinor - a morada dos Valar em Arda.

As silmarils continham a luz das Duas Árvores de Arda. E, estas gemas foram desejadas antes mesmo que Melkor tivesse destruído as Duas. 

A narrativa sobre as silmarils está no Quenta Silmarillion  que relata da chegada dos noldor (povo ao qual Fëanor pertence) e todas as guerras e desafios para manter Arda em paz. 

Mas a harmonia foi efêmera em Arda. Melkor/Morgoth roubou as silmarils e Fëanor lhe jurou vingança - indo contra a vontade dos Valar. Ocorreu, então, a separação dos noldor em Arda - aqueles que ficaram com os Valar em Valinor, e aqueles da família de Finwë que acompanharam Fëanor em sua vingança contra Morgoth na recuperação das gemas. 

Muitos destinos se juntaram ao de Fëanor, muitos anos após seu Juramento. Todos os destino tiveram o fado de carregar uma marca da qual vieram a arrepender-se antes do fim. 

O mundo foi mudando, chegando mais a semelhança daquele que alguns leitores conhecem como Terra-Média. Nomes ficam mais familiares como Galadriel, Gil-Galad, Sauron, Elrond, Isildur, Mithrandir, o Um .. Todo o enredo acaba voltando para o mal que não se sente realizado até encontrar, trazer e aprisionar na escuridão. 

No capítulo Dos Anéis dos Poder e da Terceira Era há uma apanhado geral de como foi que o Um foi forjado, em que mãos estiveram até chegar nas mãos de um periannath  - Bilbo Bolseiro - e dos destino final dos elfos após a Guerra do Anel.

Notas pessoais de leitura:
Personagem preferido: Ulmo
Parte Preferida: Da Queda de Fingolfin
Capítulo Preferido: De Maeglin
Capítulo que Abandonei: De Beleriand e seus reinos

11 de junho de 2017

E Morgoth veio..



Relendo O Silmarillion eu cheguei em um capítulo que eu gosto muito, chama-se Da Ruína de Beleriand e da Queda de Fingolfin

Fingolfin é rei entre os noldor e ao ver seu povo sendo dizimado pelos servos de Morgoth ele reage e, em fúria, chega até os portões de Angband e desafia sua inimigo. Muito boa a narrativa:

Ora, chegaram notícias a Hithlum de que Dorthonion estava perdida, os filhos de Finarfin, derrotados, e os filhos de Fëanor, expulsos de suas terras. Fingolfin então contemplou (como lhe parecia) a total destruição dos noldor, e a derrota irremediável de todas as suas casas. E, cheio de cólera e desespero, montou em Rochallor, seu cavalo magnífico, e partiu sozinho, sem que ninguém pudesse contê-lo. Passou por Dor-nu-Fauglith como um vento em meio à poeira; e todos os que viram sua investida fugiram assustados, acreditando que o próprio Oromë chegara. Pois ele fora dominado por uma loucura furiosa, tal que seus olhos brilhavam como os olhos dos Valar. Assim, chegou sozinho aos portões de Angband, fez soar sua trompa e golpeou mais uma vez as portas de bronze, desafiando Morgoth a se apresentar para um combate homem a homem.E Morgoth veio.
Essa foi a última vez naquelas guerras em que ele atravessou as portas de seu reduto; e o que se diz é que não aceitou o desafio de bom grado. Pois, embora seu poder fosse maior que tudo o que existe no mundo, ele era o único dos Vaiar que conhecia o medo. Agora, porém, não podia fugir ao desafio diante de seus capitães. Pois as rochas reverberavam com a música aguda da trompa de Fingolfin, sua voz chegava clara e nítida às profundezas de Angband, e Fingolfin chamava Morgoth de covarde e de senhor de escravos. Por isso, Morgoth veio, subindo lentamente de seu trono subterrâneo, e o ruído de seus passos era como trovões no seio da terra. E se apresentou trajando uma armadura negra. Parou diante do Rei como uma torre, com sua coroa de ferro. E seu enorme escudo, negro sem brasão, lançava uma sombra como uma nuvem de tempestade. Fingolfin, entretanto, cintilava dentro da sombra como uma estrela; pois sua malha era recoberta de prata, e seu escudo azul era engastado com cristais. E ele sacou sua espada Ringil, que refulgia como o gelo.
Morgoth então ergueu bem alto Grond, o Martelo do Mundo Subterrâneo, e o fez baixar como um raio. Fingolfin, porém, deu um salto para o lado, e Grond abriu um tremendo buraco na terra, de onde jorraram fumaça e fogo. Muitas vezes Morgoth tentou esmagá-la, e a cada vez Fingolfin escapava com um salto, como o relâmpago que sai de uma nuvem escura. E fez sete ferimentos em Morgoth; e sete vezes Morgoth deu um grito de agonia, com o que os exércitos de Angband se prostraram no chão, aflitos, e os gritos ecoaram pelas terras do norte. 

Mas, por fim, o Rei se cansou, e Morgoth o empurrou para baixo com o escudo. Três vezes, Fingolfin foi esmagado até se ajoelhar, e três vezes ele se levantou portando seu escudo quebrado e seu elmo amassado. Entretanto, a terra estava toda esburacada e rasgada ao seu redor, e ele tropeçou e caiu para trás aos pés de Morgoth. E Morgoth pôs o pé esquerdo sobre o pescoço de Fingolfin; e o peso era o de uma colina desmoronando. Contudo, num golpe final e desesperado, Fingolfin lhe cortou o pé com Ringil, e o sangue jorrou negro e fumegante, enchendo os buracos feitos por Grond. 
Assim morreu Fingolfin, Rei Supremo dos noldor, o mais altivo e destemido dos Reis élficos de outrora. Os orcs não se vangloriaram desse duelo junto aos portões. Nem os elfos cantam esse feito, pois é por demais profunda sua dor. Entretanto, a história ainda é lembrada, já que Thorondor, Rei das Águias, levou as notícias a Gondolin e às plagas remotas de Hithlum. E Morgoth apanhou o corpo do Rei élfico e o partiu para lançá-la aos lobos. Thorondor, porém, veio apressado de seu ninho em meio aos picos de Crissaegrim, lançou-se sobre Morgoth e lhe feriu o rosto. O farfalhar das asas de Thorondor era como o ruído dos ventos de Manwë. Ele pegou o corpo com suas garras poderosas e, alçando vôo de repente fora do alcance dos dardos dos orcs, levou o Rei embora. E o depositou no topo de uma montanha que, do norte, dava para o vale oculto de Gondolin. Turgon veio e construiu um monumento de pedras sobre o pai. Nenhum orc jamais ousou passar por cima do monte de Fingolfin ou se aproximar de seu túmulo, enquanto não se realizasse a sina de Gondolin e a traição não surgisse entre sua gente. Morgoth mancou para sempre, a partir daquele dia, e a dor de seus ferimentos não podia ser mitigada. E, no rosto, trazia a cicatriz deixada por Thorondor.
Enorme foi a lamentação em Hithlum quando se tomou conhecida a queda de Fingolfin; e Fingon, pesaroso, assumiu a chefia da Casa de Fingolfin e o reino dos noldor; mas seu jovem filho Ereinion (que mais tarde foi chamado de Gil-galad) ele enviou para os Portos.


Este é apenas o trecho sobre a luta e queda de Fingolfin contra Morgorth.

Omnia Vanitas.

3 de junho de 2017

Décima Quarta leitura..


"O que eu temia veio sobre mim" Jó 3:25


Olá, anônimo leitor!

Essa semana, eu terminei minha segunda leitura de A Coisa, de Stephen King (e primeira leitura desta edição). 

O livro contém 1.103 páginas; e, para não se perder o ânimo (mesmo a história sendo muito bem escrita), eu coloquei meus bilhetinhos para me guiar na leitura. Separei conforme o índice: as partes e os interlúdios e, ainda, coloquei tiras com anotações que achei interessantes para colocar no blog - não sei se usarei todas, mas foram marcadas para tal - usei essas anotações por se tratar de uma obra de muitas páginas e, se não marcasse, poderia vir a esquecer aquilo que chamou minha atenção na época da leitura. Coisa de leitor. Comecei esta leitura dia vinte e três de abril/2017 e terminei dia primeiro de junho do mesmo ano. 
Houve alguns contratempos na leitura: fiquei uma semana colocando a montagem do meu quebra-cabeça de deua mil peças em dias e, claro, eu também tive que trabalhar no turno do meu marido para que alguns fatos fossem resolvidos por ele. Sendo assim, começo a história.

Durante as férias de verão, em Derry - Maine, sete crianças se reuniram para matar um palhaço assassino.. Pensa nisso, vingativo leitor, que bela redação de "Minhas Férias" estas crianças escreveram (rs). 
Um palhaço, Parcimonioso (em PT; Pennywise na língua inglesa), atraia crianças e as mata alimentando-se do medo delas. E, daqueles que não se deixaram se impressionar pela teia do palhaço, os sete amigos decidiram dar um fim neste personagem circense. 

Por que um palhaço? Segundo a lenda universal, palhaços são seres "assustadores" e os americanos parecem ser os mais assustados em relação a tal personagem. Mas, segundo o Parcimonioso:
...ora, que criança não adorava um palhaço?
Tentei buscar alguma explicação para essa fobia, mas não a encontrei; então, vamos aceitar o medo sem o justificá-lo. E a classe de palhaços se manifestou contra Stephen King e o autor se defendeu:


A primeira parte história começa com as crianças, no ano de 1958, quando as crianças ferem a Coisa no dia dez de agosto daquele ano.  Porém, vinte e sete anos depois, a Coisa volta a atacar a mortal cidade do Maine. Então, Mike, o bibliotecário da cidade, liga para seus seis amigos no dia vinte e oito de maio de 1985 para avisar que aquilo que eles achavam estar morto, voltou. E assim acontece um segundo confronto, mortal para alguns membros deste grupo.

A psicologia utilizada neste livro é muito boa - até mesmo aquelas que aparecem nas entrelinhas. Deixe-me listar alguns, curioso leitor.

O livro fala sobre o medo que alimenta a Coisa. Apesar de se apresentar como um palhaço com balões, o ataque é sempre mortal quando a Coisa se apresenta com o medo particular de cada criança e, também, a uma explicação para o ataque acontecer contra crianças e adolescente:

A Coisa sempre se alimentou bem de crianças. Muitos adultos poderiam ser usados sem saber que foram usados, e a Coisa até já tinha se alimentado de alguns mais velhos ao longo dos anos. Os adultos tinham seus próprios pavores, e as glândulas deles podiam ser invadidas, abertas, para que todos os componentes químicos do medo jorrassem pelo corpo e salgassem a carne. Mas os medos das crianças eram mais simples e normalmente mais poderosos. Os medos das crianças costumavam ser invocados com um único rosto… e se fosse preciso usar isca, ora, que criança não adorava um palhaço?

Essa explicação justifica o medo particular de cada criança: Ben tem medo da múmia, Eddie do leprosos, Mike do pássaro grande, Stan tem medo das crianças mortas na Torre D'Água, Richie tem medo do lobisomen juvenil etc. E, na minha primeira leitura eu achei muito toscos os medos, porém, na releitura eu tive a  sensibilidade de perceber esse fato.
Outras questões que são interessantes de marcar se referem, na minha opinião, ao medo: a Coisa mora nos esgostos de Derry; as sete crianças brincam na saída do esgosto da cidade; a bicicleta de Bill fica guardada  embaixo de uma ponte; o clube secreto se esconde em um buraco no chão.
A simbologia desses pontos foram relacionados, por mim, ao medo por estarem sempre "para baixo". O medo é algo que fica escondido embaixo de uma camada de coragem.
A lembrança que os personagens tem dos fatos que os uniram é algo bloqueado na mente deles. A recordação foi bloqueada quase no momento seguinte que eles se separaram depois ferirem a Coisa. A amizade não seria mais tão sólida pois o que os unia - o medo - foi dissipado. Quando adultos, não se lembram mais uns dos outros até o momento que Mike faz a ligação tão temida: a Coisa atacando novamente. Assim, as lembranças das desventuras que o grupo viveu foram surgindo lentamente na vida de cada personagem conformem conversavam sobre o assunto ou visitando os locais nos quais tinham vivido naquela época. O medo é tratado como um trauma que não permite que a lembrança seja "viva" para não paralisar o indivíduo - como se estevessem em uma espécie de coma. Stan diz que o ele vive, na adolescência, deve ser recusada por ser uma ofensa. Achei essa definição sobre o assunto muito peculiar. Eis o trecho:

"É com a ofensa que você talvez não consiga viver, porque ela abre uma rachadura dentro do seu pensamento, e se você olhar dentro dela, vê que há coisas vivas ali, e elas têm olhinhos amarelos que não piscam, e tem um fedor naquela escuridão, e depois de um tempo você acha que talvez haja um outro universo lá dentro, um universo em que uma lua quadrada sobe no céu e as estrelas riem com vozes frias e alguns dos triângulos têm quatro lados, e alguns têm cinco, e alguns têm cinco elevado a cinco lados. Nesse universo, podem crescer rosas que cantam. Tudo leva a tudo, ele teria dito para os amigos se pudesse. (...) Pareceria uma ofensa".

O livro aborda o racismo contra judeus e negros e, também, a violência contra a mulher. Deixe-me descorrer um pouco sobre este último tópico.
Bevvie era agredida pelo seu pai e, ao casar, o marido fazia o mesmo. Uma das coisas que mais chamou muito minha atenção foi a amiga de Bevvie: uma feminista que lucrou com um divórcio e fazia propagandas em favor da libertação da mulher de esteriótipos machistas. Porém, não é isso que chamou minha atenção. Essa amiga, Kay McCall, aconselhava Bevvie a largar o marido, Tom. Os discursos de "como você pode viver com esse homem", "chute a bunda dele", "reaja!" etc eram os mais dirigidos à vítima; mas, de repente, tudo mudou. Quando Beverly recebeu a ligação de Mike, ela deixa Tom para trás - depois da violência habitual, mas, desta vez, contra Tom.  A fugitiva corre para a amiga, pedindo dinheiro emprestado para voltar ao Maine etc e tal. Em tudo, Kay ajuda. Mas uma coisa a feminista não contava: Tom foi atrás dela.
Todo o seu feminismo não a salvou. O marido violento de Bevvie lhe aplicou a violência mais forte que eu capaz de utilizar naquele momento e, o resultado, foi que o medo a privou de denunciar o agressor. Sou contra a violência doméstica, mas sou contra, principalmente, as pessoas que pregam "a liberdade" mas não sabem lidar com o psicológico que a vítima sofre.

A união dos amigos é uma junção dos excluídos, eles apelidaram seu grupo como o Clube do Otários. Bill é gago, Richie é pirado, Eddie é hipocondríado, Ben é gordo, Stan é judeu, Mike é negro, Bevvie sofre violência doméstica. É um grupo de discriminados.

Notas mais pessoais sobre essa leitura:
- personagem preferido: Benjamin Hanscon
- parte preferida: o balão que estoura na biblioteca quando Mike escreve suas anotações (interlúdios)
- capítulo preferido: todos os interlúdios.
- capitulo mais tosco: a cena de sexo para encontrar o caminho para casa (??)

Stephen King aborda temas muito relevantes, além do medo patológico por palhaços - e é isto que eu amo nesta obra.

Esta é minha visão de A Coisa, determinado leitor. Leia!

Omnia Vanitas

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...