23 de dezembro de 2015

Elementar, meu caro Watson..




Enquanto Maugham não chega às minhas mãos, eu me deleito com outras leituras, ao propósito do momento, Arthur Conan Doyle me entretém com seu primeiro romance do detetive Sherlock Holmes: Um Estudo em Vermelho.

E, durante este início de leitura, Holmes chamou minha atenção quando conversava com Watson.

O médico está envolvido pela personalidade diferente do detetive e, durante o primeiro caso juntos, antes de chegarem à cena do crime, o diálogo chama minha atenção. Watson  está intrigado por Holmes não conversar sobre o caso durante a viagem até o local do crime; e, gentilmente, Holmes responde:

- Ainda não temos os dados, respondeu ele. É um erro capital teorizar antes de termos todas as evidências. Distorce o julgamento.

Que belo conselho para ansiosos e fofoqueiros: refreiem o pensamento antes de qualquer ação (inclusive pensar)! Se ainda não se sabe o que se tem em mãos, não julgue a situação ou alguém. Neste mundo ágil de informações prematuras, somos os juízes de falsos fatos.

Portante, use essa lição de Sherlock Holmes: não tome conclusões antes de verificar a cena do crime. ;) 

Omnia Vanitas.

18 de dezembro de 2015

O Pecado de Liza..

Fotografia do filme baseado no livro de Somerset Maugham "O Véu Pintado"

Voltei a ler Maugham!

O primeiro livro das minhas "férias" foi "O Pecado de Liza". 

Em um lugar onde as mulheres bebiam sob a desculpa de fazer bem à saúde e os homens para justificar a brutalidade doméstica, Liza é a garota mais benquista do local, feliz, bonita e disposta a jogar críquete com as crianças da rua. Seu admirador era Tom, o jovem trabalhador e honesto rapaz da região que ama a protagonista acima de si mesmo. Mas entra em cena um terceiro elemento: Jim.

A vida pacata de Liza toma o rumo oposto após a chegada de Jim, e tudo muda na vida dela: a vizinhança não a quer por perto, as crianças zombam dela e as mulheres casadas a evitam. Porém, apesar do final que aguarda Liza, eu lhe digo, anônimo leitor, que Liza, apesar das circunstâncias, foi salva! 

Omnia Vanitas.


14 de dezembro de 2015

Je suis en train de lire..



O meu primeiro clássico foi um livro de Alexandre Dumas: O Conde de Monte Cristo. E, apesar de ser um livro maravilhoso, a leitura de um clássico nunca é fácil. Algumas palavras são rebuscadas demais e podem tirar o ânimo de um leitor desavisado. 
Lembro-me de quando li um livro de Cervantes: O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha; logo na primeira página eu tinha um pouco mais de quinze palavras sublinhas - indicando que eu não conhecia a denotação delas. Em Dumas não foi diferente. O "pior" em Dumas foram os fatos históricos: foram algumas pesquisas rápidas na internet para saber do que se tratava. 

Em 2014 eu decidi começar a estudar a língua francesa - não mais do modo autodidata. Inscrevi-me na Aliança Francesa da cidade onde morava e comecei a frequentar as aulas; e comecei a estudar esta língua por dois motivos:

- para ler os livros de Alexandre Dumas na língua original (o francês)
- para ajudar em um possível Mestrado e Doutorado. Por conhecer minha situação financeira, sei que viajar à França está longe das minhas possibilidades, quem sabe um dia ;) .

O mais maravilhoso do curso de francês (e o fator decisivo que me levara a escolher aquela escola) é o fato de estar na grade curricular a leitura em  francês. Combinou perfeitamente com meu primeiro desejo.

Logo que fiquei habilitada a começar a ler os livros (em traduções para o meu nível de conhecimento da língua francesa) eu comecei a ler e fiquei emocionada: estava lendo em francês. Então, minha vontade aumentou e eu comprei dois livros do Dumas em francês (eis o registro). Festa! Conhecedora da minha pouca condição de ler um livro de "gente grande", guardo esses dois exemplares com muito carinho, esperando pelo momento certo.

Mas a caminhada não é fácil. 

Estou lendo um livro chamado "La Rentrée du Petit Nicolas" que emprestei da Aliança Francesa aqui de Floripa. Acho o máximo essa leitura. Às vezes, estou rindo sozinha por conta das peripécias do pequeno Nicolas. É maravilhoso!!!...e também laborioso. Quantas palavras e expressões que ainda não conheço. Quantas vezes preciso recorrer ao dicionário (físico e digital) para aprender algo novo. E, por vezes, é muito cansativo. Tenho vontade de jogar o livro longe e desistir! Chega! É complicada demais essa língua. ... Mas daí eu lembro da minha dificuldade em ler os clássicos traduzidos e como consegui superar essa etapa, subir os degraus - às vezes,  muito lentamente. 

Portanto, por mais que eu queira desistir, não o farei. É o meu desejo, minha vaidade em ler meu querido Dumas em língua francesa (e agora também Jules Verne) que me faz prosseguir. Tenho habilidade, inteligência e determinação para ir em frente na minha decisão: eu quero ter o prazer de ler Alexandre Dumas na língua nativa dele. E lerei! 



Omnia Vanitas

10 de dezembro de 2015

Livro de Infância..

Histórias da Floresta - Hernani Donato


Comprei um livro.

Sem nenhuma novidade até aí! Mas, este livro é muito especial para mim. Eu já comentei neste blog sobre o primeiro livro que eu me recordo de ler (clique aqui), e este livro que comprei também faz parte da minha infância literária (ou pelo menos eu acho que seja ele).

Eu lembro de uma cena com este livro: eu estava sentada na escada da sala da casa da minha mãe - nossa casa ainda era de alvenaria. Eu estava sentada nesse degrau (que leva até a cozinha) e na porta havia uma cortina verde com estampas de folhas. Eu me recordo de estar com este livro nas mãos (que eu havia locado na biblioteca da escola primária que eu estudava) e havia uma gravura de um jabuti socorrendo alguém (ou alguma coisa) que havia caído no rio. Ele puxava uma corda e tentava salvar a vítima. 
Essa imagem está gravada na minha memória a muito tempo, mas, para minha tristeza, eu não lembro o título do livro.
Por várias vezes eu vasculhei a internet em busca deste livro. E, hoje, talvez, eu o tenha encontrado. Logo que a remessa chegar, estarei postando novamente para lhe dizer, esquecido leitor, se se trata do meu livro de infância. 
Caso seja ele, terei prazer em emprestá-lo para minhas sobrinhas-netas e filhos lerem uma das histórias que construíram minha vida literária.

Omnia Vanitas.

8 de dezembro de 2015

Dois Generais ..



Registro de leitura:

Entre os muçulmanos, homens de toda classe que tiveram oportunidade de avistar o general Bonaparte ficaram admirados de quão baixo e franzino ele era  [...] Aquele dentre nossos generais cuja aparência os assombrou sobremaneira [...] foi o general em chefe da cavalaria, Dumas. Homem de cor, e por sua figura assemelhando-se a um centauro, quando o viram cavalgar sobre as trincheiras, indo ao resgate dos prisioneiros, todos acreditaram que fosse o líder da campanha.
[Nicolas René Desgenettes, registro da impressão que a expedição de Napoleão exerceu sobre a população local do Egito].

Para Napoleão, Dumas era-lhe uma pedra no sapato. O pequeno general achava que Dumas e suas ideias humanitárias de invasão (sem extorquir e violentar os moradores da cidade dominada) eram uma ofensa a ele como General da revolução.

Na verdade, ele estava errado em presumir que Dumas fosse desleal. Generais como Dumas lideravam por meio da inspiração e, como o Exército Continental de Washington, lutavam melhor com um motivo para lutar. A disciplina cega não era necessária quando a pessoa combatia por uma causa justa.Mas a dedicação de Dumas a seus ideais republicanos, sua nação e seus camaradas deixavam Napoleão indiferente. Em sua cabeça, havia apenas um tipo de lealdade que importava - a lealdade a ele.

Por isso amo o general Dumas, ouso dizer que mais o general do que ao filho ou seu neto!

Omnia Vanitas.

Conquistadores ..

Ilha de Malta


Se há algo que diverte meu marido é a leitura que estou fazendo de Conde Negro. O motivo da diversão é porque toda vez que vou comentar algo sobre esta leitura eu lhe digo: "Amor, Napoleão é um f.d.p.!!"
E, ontem, tirei um tempinho na parte da manhã para colocar a leitura em dia. E, além de corroborar a minha ideia sobre o general (imperador de araque!) Napoleão, eu li algo muito interessante sobre a Ilha de Malta.  Segue o texto:

Desde a Idade Média, os cavaleiros hospitalários tinham se baseado em Malta, que haviam transformado na ilha fortificada mais inexpugnável da Europa. Candidatos a cavaleiros santos apareciam de toda a parte, na esperança de conquistar fama e glória para Deus combatendo o islã num clima ensolarado. Mas a ilha era também um refúgio para patifes aventureiros de toda espécie, como o pintor renascentista italiano Caravaggio, que, depois de cometer assassinato, fugiu para Malta em 1607 e foi sagrado cavaleiro como retribuição pela pintura de sua obra-prima, A decapitação de são João Batista. (Segundo algumas fontes, sir Caravaggio depois se envolveu em outra violenta altercação, com um colega de confraria, e deixou Malta em desgraça).A despeito dos votos da ordem, incluindo a castidade, Malta também se tornou famosa pela beleza e liberalidade de suas prostitutas, com as melhores ficando reservadas aos cavaleiros e seus hóspedes. E, combatendo o infiel em alto-mar, eles capturavam tantos escravos de galés e tamanho butim que começaram a ser vistos como uma versão cristã dos piratas berberes. Quando chegaram aos ouvidos do papa notícias sobre a moralidade frouxa dos cavaleiros, ele enviou um inquisidor à ilha, em 1574, que se estabeleceu em uma mansão no bairro comercial.Os hospitalários haviam sido outrora intrépidos cruzados lutando pela causa de Cristo; agora, sua praça-forte insular estava mais para uma versão medieval em Palm Springs, onde cavaleiros de idade avançada viviam à custa de uma cuidadosa renda fixa de tesouros amealhados, bem como de tributos gerais e impostos feudais coletados em suas terras natais. Essa última fonte de renda era a mais importante e, como muitos hospitalários descendiam de famílias nobres francesas, os impostos que sustentavam o pródigo estilo de vida da ordem provinham em proporção desigual da França. Quando a Assembleia Nacional francesa aboliu os impostos feudais no verão de 1789, Malta acusou o duro golpe. Aristocratas de toda a Europa ficaram exasperados, mas os cavaleiros hospitalários ficaram arruinados. Fizeram oferecimentos de aliança com os inimigos da França, Áustria e Rússia, bem como conspiraram com seu tradicional senhor feudal, o Reino de Nápoles, dos Bourbon.(...)Em 1800, os britânicos tomaram Malta dos franceses e fizeram da ilha o quartel-general da Frota Mediterrânica da Real Marinha. Durante a Segunda Guerra Mundial, Malta suportou outro cerco inacreditável - dessa vez dos nazistas. Cavaleiros ou não, os malteses mostraram que podiam fazer frente contra o inimigo mais feroz. O rei da Inglaterra concedeu a Cruz de Jorge à 'fortaleza insular de Malta [...] para honrar seu bravo povo', um raro caso em que o mais elevado galardão civil por bravura do Império Britânico foi concedido a um grupo, não a um indivíduo. Franklin Roosevelt chamou Malta de 'uma minúscula chama brilhante nas trevas' da Europa nazista".

Omnia Vanitas
Napoleão f.d.p.

1 de dezembro de 2015

..Anseio por ti



Eu gosto muito de cartas! Em Conde Negro, há muitas cartas do general Dumas à seus superiores, mas eu quero deixar registrado uma carta que é particular ao general. Sua esposa está grávida do segundo filho e escreve a seguinte missiva ao marido (anunciando a data próxima do nascimento da criança):


Meu bom amigo,
A guarnição militar que fica aqui hoje a caminho da Alemanha [...] te levará esta missiva transmitindo nossos votos mais ternos e informando-te que a data prevista se aproxima e eu quero que estejas comigo na ocasião. Não a proteles e traze-me a coragem de que necessito. Todos aqui te congratulam. Marie-Aimée (...) envia-te mil beijos carinhosos e eu acrescento outros mil e anseio por ti.Marie-Louise Dumas




Omnia Vanitas

O bom filho à casa torna!




Crianças, eu voltei !!!!

Que saudade dessa "bagunça"! Eu, realmente, não sabia que estava com saudade até ler um texto na internet, intitulado "Se Arrependimento Matasse..." . E, depois, eu comecei a reler meus textos neste blog e pensei "porque não voltar aos devaneios e dicas sem sentido?".

Diga ao povo que eu voltei!!

Ainda não sei sobre o que escrever, mas vou procurar algumas coisas sobre o que "escrivinhar".
Sobre uma coisa eu serei justa comigo: minha lista de livros está em dia! Como sou desorganizada para anotações (mesmo possuindo uma conta no Skoob), eu quis manter a lista de livros lidos/relidos/leitura atual em dia! Portanto, meu livro de mão de hoje é "O Conde Negro" de Tom Reiss  ... Poxa! Que livro fantástico! Outra hora eu rasgo elogios sobre a minha ignorância sobre história da França e meus delírios sobre o general Dumas!

Au revoir!

Omnia Vanitas

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...