O meu primeiro clássico foi um livro de Alexandre Dumas:
O Conde de Monte Cristo. E, apesar de ser um livro maravilhoso, a leitura de um clássico nunca é fácil. Algumas palavras são rebuscadas demais e podem tirar o ânimo de um leitor desavisado.
Lembro-me de quando li um livro de Cervantes: O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha; logo na primeira página eu tinha um pouco mais de quinze palavras sublinhas - indicando que eu não conhecia a denotação delas. Em Dumas não foi diferente. O "pior" em Dumas foram os fatos históricos: foram algumas pesquisas rápidas na internet para saber do que se tratava.
Em 2014 eu decidi começar a estudar a língua francesa - não mais do modo autodidata. Inscrevi-me na Aliança Francesa da cidade onde morava e comecei a frequentar as aulas; e comecei a estudar esta língua por dois motivos:
- para ler os livros de Alexandre Dumas na língua original (o francês)
- para ajudar em um possível Mestrado e Doutorado. Por conhecer minha situação financeira, sei que viajar à França está longe das minhas possibilidades, quem sabe um dia ;) .
O mais maravilhoso do curso de francês (e o fator decisivo que me levara a escolher aquela escola) é o fato de estar na grade curricular a leitura em francês. Combinou perfeitamente com meu primeiro desejo.
Logo que fiquei habilitada a começar a ler os livros (em traduções para o meu nível de conhecimento da língua francesa) eu comecei a ler e fiquei emocionada: estava lendo em francês. Então, minha vontade aumentou e eu comprei dois livros do Dumas em francês
(eis o registro). Festa! Conhecedora da minha pouca condição de ler um livro de
"gente grande", guardo esses dois exemplares com muito carinho, esperando pelo momento certo.
Mas a caminhada não é fácil.
Estou lendo um livro chamado "La Rentrée du Petit Nicolas" que emprestei da Aliança Francesa aqui de Floripa. Acho o máximo essa leitura. Às vezes, estou rindo sozinha por conta das peripécias do pequeno Nicolas. É maravilhoso!!!...e também laborioso. Quantas palavras e expressões que ainda não conheço. Quantas vezes preciso recorrer ao dicionário (físico e digital) para aprender algo novo. E, por vezes, é muito cansativo. Tenho vontade de jogar o livro longe e desistir! Chega! É complicada demais essa língua. ... Mas daí eu lembro da minha dificuldade em ler os clássicos traduzidos e como consegui superar essa etapa, subir os degraus - às vezes, muito lentamente.
Portanto, por mais que eu queira desistir, não o farei. É o meu desejo, minha vaidade em ler meu querido Dumas em língua francesa (e agora também Jules Verne) que me faz prosseguir. Tenho habilidade, inteligência e determinação para ir em frente na minha decisão: eu quero ter o prazer de ler Alexandre Dumas na língua nativa dele. E lerei!