31 de março de 2014

O Funil de Couro versus A Envenenadora


“...e não há perfume mais grato às minhas narinas que os eflúvios leves e sutis que se desprendem de um livro antigo" (Sir Arthur Conan Doyle)

No domingo que passou, decidi que faria uma “Leitura de Domingo”. Escolhi o livro “O Gato do Brasil e outras histórias de terror e suspense” de Arthur Conan Doyle. E, para minha surpresa, encontrei uma história conhecida, logo no primeiro conto.

“O Funil de Couro” conta a história mística de um inglês chamado Lionel Drace, experimentado em ocultismo e demais artes negras. Segundo o narrador, Drace não permitia que seus amigos ingleses soubessem desta sua inclinação e, aos amigos franceses permitia que conhecessem “seus piores excessos”.
Aconteceu de o narrador-personagem pernoitar na casa deste misterioso amigo. Sem muitos cômodos disponíveis, ou, para melhor relatar, nenhum quarto disponível além do próprio, Drace acomodou o amigo em sofá na sua sala de livros. Esta sala era, de maneira incrível, composta de objetos e livros antigos – cada qual com sua história particular. Porém, um dos objetos não possuía uma história sua para “contar”. Então, o dono da casa propôs algo ao visitante para impressioná-lo: ele acredita que ao dormir com um objeto ao lado é possível que, para aqueles que possuem a sensibilidade, sonhar com algo real que aconteceu com tal peça.
Sem querer demonstrar um interesse real sobre a proposta, o narrador-personagem decidiu passar por esta experiência.

Logo que o seu anfitrião o deixou, depois de fumar seu cigarro, o hóspede deitou em seu sofá e dormiu. E sonhou o sonho místico que o remeteu à desconhecida peça.

E o sonho do narrador-personagem foi que chamou minha atenção. Na verdade, foi a revelação feita por Drace que me fez lembrar outra história que li, no final do ano passado, da autoria de Alexandre Dumas.

Primeiro, a revelação feita pelo místico personagem:

“A prisioneira foi levada perante as Grand Chambres e Tournelles do Parlamento, reunidos com corte de justiça, acusada de ter assassinado M. Dreux d’Aubray, seu pai, e seus dois irmãs MM. d’Aubray, um deles, lugar-tenente civil, o outro, conselheiro do Parlamento. Vendo-a em pessoa, era difícil acreditar que ela tivesse realmente cometido esses atos perversos, pois era de aparência frágil e estatura pequena, tinha a pele clara e os olhos azuis. Ainda assim o tribunal, julgando-a culpada, condenou-a à inquirição ordinária e à extraordinária para forçá-la a apontar os seu cúmplices, após o que ela seria conduzida em carreta à Place de Grève para lá ser decapitada, devendo em seguida o corpo ser queimado e as suas cinzas espalhadas ao vento.
A data deste assentamento é 16 de julho de 1676” (p. 15).

Logo que o nome da acusada foi revelado eu percebi que a conhecia. Tratava-se de “A Marquesa Envenenadora”, minha leitura de dezembro de dois mil e treze.
Na página seguinte, quase na conclusão do conto, minha certeza:

“O que acabo de ler-lhe – disse Drace – é o registro oficial do julgamento de Marie Madeleine d’Aubray, Marquesa de Brinvilliers, uma das mais célebres envenenadoras e assassinas de todos os tempos”.

Eu fico maravilhada quando encontro uma história escrita por dois escritores tão renomados quanto Alexandre Dumas e Arthur Conan Doyle – tendo um autor complementando a história do outro.

“Lembrei-me também de que a bravura do seu fim fizera algo por redimir o horror da sua vida, e de que Paris em peso se apiedara dela em seus últimos momentos e a bendissera como uma mártir dias depois de tê-la amaldiçoado como assassina”. (Arthur Conan Doyle, p.16).

“Amanhã – disse a senhora Sevigné – hão de procurar as cinzas da senhora de Brinvilliers, porque o povo a julgará uma santa” (Alexandre Dumas, p.135).

Alexandre Dumas chama sua história de “relato histórico” e, Arthur Conan Doyle descreverá como “terror e suspense”.

“Ah! Que abençoada alívio sentir-me de volta ao século dezenove – sair do subterrâneo medieval para um mundo em que os homens tinha no peito corações humanos” (Arthur Conan Doyle, p. 13).

Omnia Vanitas 

7 de março de 2014

Vamos fugir ...?

Robert Pattinson fazendo sua própria escolha.
Eu gosto muito desta foto. Foi tirada no dia que Robert Pattinson descobriu que sua namorada estava mantendo contato com o amante. Eu adorei! Senti-me livre por ele! Feliz por ele! Simplesmente, foi embora. Deixou de lado aquilo que não lhe fazia bem, mas que amava, para ir em busca de outra change longe daquele parasita que estava ao seu lado. Gosto desta foto pela atitude que ele teve e pela liberdade que ela representa para mim.

As vezes, eu tenho vontade de fazer isso: pegar minha coisas e ir embora. Colocar tudo na mochila e ir embora. Chega! Não dá certo! Vou tentar outra vida!

Mas por enquanto, preciso de parasitas para tentar minha outra vida, mesmo não tendo certeza se vou gostar dela.


5 de março de 2014

Leitura de Fevereiro: Emma ..


Minha releitura de Emma começou no primeiro domingo deste mês, em uma tarde de céu de brigadeiro e um calor escaldante que foi atenuado por um copo generoso de chá mate geladíssimo.
Junto com algumas amigas, em novembro do ano passado combinamos de ler uma obra por mês de Jane Austen – iniciando com Emma em Fevereiro. A sequência será com “Mansfield Park”, “A Abadia de Northanger” (que ainda não li), “Orgulho e Preconceito”, “Razão e Sensibilidade” e, por fim, no mês de Julho, “Persuasão”. Concordamos que precisávamos de uma dose de Jane Austen e, com um norte para a leitura, estamos engajadas em seguir este projeto que eu vi no filme “O Clube de Leitura Jane Austen”.
Como já mencionado, dia dois deste mês teve início minha releitura. A primeira leitura foi entre 2012 e 2013. Achei interessante, mas não havia chamado tanto minha atenção.
Ok! Vou deixar de “entretantos” e ir para os “finalmente”.
Emma Woodhouse é uma jovem de 21 anos, órfã de mãe, com um pai hipocondríaco, uma governante dedicada e um vizinho atencioso.
Logo no capítulo 1, Jane Austen “recomenda” Emma:

“Na verdade, os únicos males da situação de Emma eram o seu costume de fazer tudo do prórpio jeito e a tendência a se ter mais alta conta do que deveria”.

Em uma conversa entre o Sr. Knightley e a Sra. Weston (anteriormente, a pobre Srta. Taylor), o cavalheiro afirma:

“Emma foi muito mimada por ser a mais inteligente da família. Com apenas dez anos, ela teve a felicidade de possuir a capacidade de responder a perguntas que sua irmã, então com dezessete, era incapaz de fazer. Sempre foi muito esperta e de raciocínio rápido; Isabella sempre foi lenta e insegura. Quando chegou aos doze anos, Emma havia se tornado dona da casa e de vocês todos”.

E justificada o caráter de Emma da seguinte forma:

“Ao perder a mãe, perdeu a única pessoa capaz de equiparar-se a ela. Herdou as qualidades da mãe, a única pessoa à que se submeteria”.

Jane Austen descreve Emma como uma garota mimada – e eu ouso acrescentar, preconceituosa. Todas as qualidades que encontradas nos outros personagens do núcleo “rico” está em Emma; porém, nesta protagonista a diferença está na imaturidade (não a ganância) que a faz pensar em sempre estar certa. O prefácio de Julia Romeu descreverá Emma como possuindo “Doces Defeitos”. E, realmente, esta patricinha conquista o leitor com suas trapalhadas.
Logo que a pobre senhorita Taylor se casa, Emma percebe que está sozinha. Enfadada, aceita e acolhe a companhia de Harriet Smith – uma pensionista de uma escola para moças. Harriet é um papel em branco. Tem uma personalidade fraca, fácil de ser manipula e ainda mais fácil de se impressionar. Ela é um prato cheio para Emma. Uma das palavras que chamou minha atenção durante a leitura foi “objeto”;
No início do capítulo 5, o Sr. Knightley e a Sra. Weston conversam sobre a amizade entre a pensionista e a moradora de Hartfield, e a tal palavra surge:

“O senhor me surpreende! Emma só pode fazer bem a Harriet e, ao fornecer a Emma um novo objeto de interesse, pode-se dizer que Harriet também faz bem a ela”.

Posso estar exagerando, mas esta palavra me incomodou.
Todos os amigos de Emma sabem que Harriet é um “brinquedo” nas mãos da garota mimada – e sem nada melhor para fazer. Sobre a opinião do Sr. Knightley, esta se provará não verdadeira: a “amizade” com Harriet se mostrará útil à Emma – de uma forma que ninguém imaginou.

Decidida a não perder Harriet, Emma a mantém por perto e a encoraja a permanecer dentro do mesmo círculo social que a patricinha. E, em meio ao seu garantido sucesso, Emma se depara com um grande empecilho ao seu plano – e ele se chama Sr. Martin.
O primeiro encontro acontece enquanto as jovens passeiam por Highbury. O alerta de Emma fica ligado ao perceber como a aproximação do fazendeiro altera o ânimo da amiga.
Em seguida, o Sr. Martin envia uma carta para Harriet pedido-a em casamento. Com uma estratégia muito bem desenvolta, Emma descarta qualquer intenção da pensionista aceitar a proposta do fazendeiro.
Eu não posso negar, Emma foi uma ótima estrategista ao deixar Harriet chegar a conclusão que ela, Emma, queria. Muitos rodeios e floreios, questionamentos que a cabecinha fraca de Harriet não soube ordenar. Desta forma, o plano da jovem deu certo – a nova amiga negou a proposta de casamento do jovem Sr. Martin.
Não vou contra Emma nesta hora – apesar de detestar o resultado desta empresa. O Sr. Martin foi muito tolo, na minha opinião, ao propor casamento POR CARTA. Se ele conhecesse, realmente, seu objeto de cobiça como deveria, chegaria à conclusão que Harriet diria um emocionado “sim” caso ele estivesse olhando nos olhos da moça.

E este foi o primeiro desentendimento entre Emma e o Sr.Knightley. Era imperdoável que ela interferisse no destino da amiga desta forma. O fazendeiro e a pensionista, segundo ele, formariam um belo casal – onde ele, pelo que o vizinho pode constatar, estaria em desvantagem por casar com alguém tão sem opinião como a jovem Harriet.

Emma tenta colocar na cabeça de Harriet que o Sr. Elton é um bom partido para amiga e, sendo ela muito fácil de persuadir, concorda em “cortejar” o pároco.
Porém, Emma não contou com o resultado da sua empreitada.
A vida da protagonista se torna um pouco mais “agitada” com a chegada de dois novos participantes da sociedade: a mística Jane Fairfax e o extrovertido Sr. Frank Churcill. Quando ela socializa com ambos – por obrigação com uma e por afeição mútua por outro – o caráter de Emma, na minha opinião, se mostra mais uma vez: ela é ingênua. Seu limite de sociedade não permite que ela viva com pessoas de sua idade, portanto, fora ser mimada por todos a sua volta, ela não conhece ninguém com quem possa dialogar e crescer. Isso torna Emma limitada. Ela não descobre a trama que se passa com esses dois visitantes; e, associasse a Frank Churchill por que ele a corteja displicentemente e isso a agrada.
A voz da razão de Emma é o Sr. Knightley. Afinal de contas, como ele mesmo diz à ela, ele tem dezesseis anos de experiência sobre Emma, mesmo depois de ela completar vinte e um. Porém, esta razão está manchada pelo ciúme, mas não posso não julgá-lo como sendo ele é o mais sensato – tirando este título até da pobre Sra. Weston.
O final, claro, o mocinho se casa com a mocinha, é o mesmo.
Minha leitura terminou em um domingo chuvoso na companhia de uma xícara de chá quente.

3 de março de 2014

Fins e Começos..





Este domingo aconteceu um fim e um início de "atividades" para mim.

O primeiro foi o fim da montagem de um quebra cabeça que minha irmã número 5 e eu começamos em 02 de janeiro deste ano. Terminamos com 5 pares de mãos, pois houve colaboração da minha mãe, minha irmã número 2 e minha irmã número 4 (outra viciada neste brincadeira).
Ficamos satisfeitas com o resultado e, TALVEZ, se eu conseguir segurar a ansiedade da número 5, vamos emoldurar o quebra cabeça a partir de Abril.

Um começo foi a série "Arquivo X", dos famosos e queridos Agente Mulder e Agente Scully. Apesar de saber - mesmo sem ler/assistir nada anterior desta série - que eles ficarão juntos, o que eu mais quero saber é quando o cabelo/roupa da Scully deixará de ser "Spooki" haha ..

Ominia Vanitas

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...