Olá, leitor !!
Que livro !! Mais um livro na lista para releitura: Amor de Salvação, de Camilo Castelo Branco.
Este ano eu já li Amor de Perdição, do mesmo autor, e gostei ; mas Amor de Salvação é sensacional! A trama é mais envolvente, as personagens são mais desenvolvidas na trama.
Assim como em Amor de Perdição, um triângulo amoroso se forma: Afonso, Theodora e Mafalda, mas ao contrário da obra anterior, todos permanecem vivos - sem perdição.
Amor de Perdição é lindo! Mas como já mencionei, eu senti falta de personagens mais desenvolvidas: o amor de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque não me convenceu de fazer valer todo o sofrimento e sacrifícios do casal. Eu gostei muito mais de Mariana - o terceiro pé desta relação - e por pouco Simão não concorda comigo.
Antes de escrever sobre a leitura final, deixe-me fazer um adendo sobre Amor de Perdição: primeiro livro de Camilo Castelo Branco: escritor português, nascido na aristocracia - recebeu o título de visconde do rei D. Luís; estava em cárcere por adultério quando escreveu esta obra quase biográfica.
Camilo Castelo Branco suicidou-se com um tiro na têmpora esquerda - movido pelo desespero de uma cegueira causada pela sífilis.
Amor de Perdição contém algumas notas muito semelhante com Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Ambas obras remetem à rivalidade entre as famílias do casal e ambas contém a morte como solução para a separação dos namorados.
Amor de Salvação tem um viés diferente.
Em uma véspera de Natal, um viajante/narrador busca informações sobre um atalho para chegar mais rápido ao seu destino e, seu informante, não é ninguém mais, ninguém menos que Afonso de Teive o protagonista de Amor de Salvação. Querendo saber mais sobre o rumo que levou o amigo ter oito filhos e uma felicidade sem medida, Afonso conta sua história trágica de amor e de como conseguiu encontrar a salvação no amor de esposa.
Ao contrário dos Albuquerque e Botelho, a família de Afonso e Theodora são amigas. Ambos nasceram em um lar amoroso e abastado. Porém, Theodora fica órfã e é enviada para um convento - um convento era a solução para tudo no século XIX: órfãs, solteironas, viúvas e pasmem, para pessoas com vocação para a vida religiosa.
Amada pela família de Afonso de Teive, Theodora é enviada para o convento das Ursulinas e separada do seu amigo de infância. Depois de exigir da mãe de Afonso, a boa Eulália, a tire daquela clausura, Afonso é separado de Theodora porque a mãe do jovem não gostou da personalidade forte da menina que exige sua saída da vida religiosa.
Dois anos foi o tempo que estariam afastados os dois namorados - enquanto ficasse Theodora no convento.
Sem notícias e Afonso, Theodora faz a sua liberdade casando-se com seu primo Eleutério.
A trama é muito bem arquitetada e tem uma reviravolta magnífica.
Eu não quero escrever mais sobre a obra não entregar o final, mas deixo minha sincera recomendação para que você, anônimo leitor, para que leia esta obra de Camilo Castelo Branco.
Omnia Vanitas 💀