31 de março de 2020

Leitura onze..parte final



Olá, esperançoso leitor!

Fim da leitura de Servidão Humana, de William Somerset Maugham. 
Este livro é uma pseudo-biografia do autor. 

Gosto muito dos livros do Maugham, e com este não foi diferente; apesar de ter perdido o foco da leitura por achar que se tratar de uma narrativa onde a relação amorosa seria o tema central. Ledo engano.  Deixe-me explicar, equivocado leitor!


A primeira parte da vida de William Carey está nesta publicação
Partindo deste ponto, ele foi para Paris para viver como pintor, pois achava que esse era seu dom. Encontrou um tipo variado de pessoas que também se julgavam pintores natos. Poucos realmente tinha aptidão para a pintura. Suas vidas eram dedicadas a esta arte, devotados por uma arte que não os reconhecia como participantes dela. E algumas vezes, tal arte exige a vida.

Novamente à Inglaterra, Philip precisa decidir em que profissão encaixará a sua vida. Escolheu a medicina e, neste processo de estudo - que não exercia por paixão mas por necessidade - conheceu Mildred. 

Servidão Humana é um livro sobre escolhas. Para onde ir, quem amar, o que fazer da sua vida.. Philip colocou-se em situações que escolheu viver, desfrutou de viagens, escolher amar quem não lhe amava, conheceu  a solidão e amigos leais. 

Este livro me lembrou muito outro livro de Maugham: O Fio da Navalha. Enquanto Larry buscava se livrar das amarras que as pessoas exigiam dele, tentava descobrir o sentido de estar vivendo; em Philip a busca era por aprovação social, familiar e amorosa. 

Os livros de Maugham são muito reflexivos, e nesta obra que representa a sua vida, não poderia ser diferente. 

Omnia Vanitas. 💀

18 de março de 2020

Conversa de bar..


Maugham é maravilhoso!
Se você nunca leu nada dele, desorientado leitor, por favor, leia! Comece com O Fio da Navalha ou O Véu Pintado. Leia! Perceba como ele escreve em entrelinhas e conversas tolas as verdades da alma humana.

Aqui estou eu, passando raiva com Philip Carey quando um conserva com dele com um amigo artista - pois em Paris todos o são - chama a minha atenção. E, como eu não estou sozinha, no momento, e precisando muito desabafar essa conversa, deixo o trecho da leitura para pedir: converse comigo leitor anônimo!

— Soube que não faz grande opinião dos meus versos.
Philip sentiu-se embaraçado.
— Não é bem isso — respondeu. — Gostei muito deles.
— Não procure poupar a minha suscetibilidade — retorquiu Cronshaw, com um gesto da mão gorda. — Não empresto nenhuma importância exagerada aos meus trabalhos poéticos. A vida aí está para ser vivida e não para que escrevamos a seu respeito. Meu objetivo é procurar as múltiplas experiências que ela oferece, arrancando a cada momento toda a emoção que ele apresenta. Considero meus escritos como uma graciosa habilidade que, em vez de absorver a existência, acrescenta-lhe prazer. E quanto à posteridade — que o diabo a carregue!
Philip sorriu, pois dava na vista que esse artista da vida não produzira mais do que um mísero borrão. Cronshaw fitou-o meditativamente e encheu o copo. Pediu, depois, ao garçom que lhe trouxesse uma carteira de cigarros.
— Você acha graça por me ouvir falar assim quando sabe que eu sou pobre e vivo numa água furtada em companhia de uma fêmea vulgar que me engana com cabeleireiros e garçons de café. Traduzo livros miseráveis para o público inglês e escrevo artigos a respeito de quadros desprezíveis que nem ao menos condenados merecem ser. Mas faça o favor de me dizer: qual é o sentido da vida?
— Ora, a pergunta é bastante difícil. Por que não a responde você mesmo?
— Não, porque isso é inútil a menos que a gente o descubra por si próprio. Para que supõe que está no mundo?
Philip nunca havia pensado nisso. Após meditar um momento, respondeu:
— Oh, não sei! Acho que estamos aqui para cumprir o nosso dever, fazer o melhor uso possível de nossas faculdades e evitar magoar os outros.
— Em resumo: não faças a outrem o que não queres que te façam, não é assim?
— Creio que sim.
— Cristianismo.
— Não, não é — protestou Philip, indignado. — Isso nada tem a ver com o cristianismo. É apenas moral abstrata.
— Moral abstrata é coisa que não existe!
— Nesse caso, suponha que, ao sair daqui, sob a influência da bebida, esquecesse a sua bolsa sobre a mesa. Por que razão acha que eu a restituiria? Não havia de ser por medo da polícia.
— Seria o temor ao inferno, se você pecasse, e a esperança no céu, se fosse justo.
— Mas se eu não acredito no céu nem no inferno!
— Pode ser. Kant também não acreditava ao conceber o imperativo categórico. Você renegou um credo, mas conservou a ética desse credo. É ainda um cristão, para todos os efeitos, e se existir um Deus no céu você receberá sem dúvida a sua recompensa. O Todo-Poderoso não pode ser tão tolo como as igrejas o representam. Desde que obedeçamos às Suas leis, não me parece que Ele dê importância ao fato de acreditarmos ou não na Sua existência.
— Mas se eu esquecesse aqui a minha carteira, tenho certeza de que você me restituiria — disse Philip.
— Não por motivos de moral abstrata, mas somente por medo da polícia.
— As probabilidades de a polícia descobrir o furto seriam de um para mil.
— Meus antepassados viveram tanto tempo uma existência civilizada que o medo da polícia me impregnou os próprios ossos. A filha de minha concierge não vacilaria um só momento. Responderá,naturalmente, que ela pertence às classes criminosas. Nada disso. Ela está, apenas, isenta dos preconceitos vulgares.
— Nesse caso vai por água abaixo a honra, a virtude, a bondade, a decência, tudo enfim — observou Philip.
— Alguma vez já cometeu um pecado?
— Não sei, mas suponho que sim.
— Fala como um ministro dissidente. Pois eu nunca cometi pecado algum.
Metido no seu sovado casacão, a gola voltada para cima, o chapéu enterrado na cabeça, com seu rosto rechonchudo e vermelho e seus pequeninos olhos cintilantes, Cronshaw parecia extraordinariamente cômico, mas Philip estava levando a coisa muito a sério para rir.
— Nunca praticou algo de que se arrependesse mais tarde?
— Como poderia arrepender-me de haver praticado um ato inevitável? — perguntou Cronshaw, em troco.
— Mas isso é fatalismo.
— A ilusão nutrida pelo homem de que sua vontade é livre tem raízes tão profundas que estou pronto a aceitá-la. Procedo como se fosse um agente livre. Mas quando um ato se realiza, está claro que todas as forças do Universo, desde toda a eternidade, conspiraram para motivá-lo e nada que eu pudesse fazer o teria impedido. Era um ato inevitável. Se foi bom, não me posso arrogar mérito algum; se foi mau, não posso aceitar censura alguma.
— Minha cabeça está dando voltas — disse Philip.
— Beba um gole de uísque — redargüiu Cronshaw, passando-lhe a garrafa. — Não existe nada melhor que uísque para clarear as idéias. É natural que você tenha o espírito lerdo, uma vez que insiste em beber cerveja.
Philip balançou a cabeça e Cronshaw continuou:
— Você não é um mau rapaz, mas acontece que não bebe. A sobriedade perturba a conversação. Quando falo a respeito do bem e do mal... — Philip notou que ele retomava o fio do discurso — ... falo convencionalmente. Não atribuo significação alguma a essas palavras. Ninguém me induzirá a instituir uma hierarquia de ações humanas, emprestando dignidade a umas e vituperando outras. Os termos vício e virtude não possuem sentido algum para mim. Não louvo nem censuro. Apenas aceito. Sou a medida de todas as coisas. Sou o centro do Universo.
— Mas existem outras pessoas no mundo — objetou Philip.
— Eu falo apenas por mim. Só noto as outras pessoas na medida em que elas limitam as minhas atividades. O mundo também gira em torno delas, e cada uma julga ser o centro do Universo. Meus direitos sobre elas não vão além do alcance de minha força. O que eu posso fazer é o limite do que devo fazer. Somos gregários, e por isso vivemos em sociedade. E a sociedade se conserva unida por meio da força, a força das armas (isto é, a polícia) e a força da opinião pública (isto é, a mrs. Grundy*). De um lado há a sociedade; do outro, o indivíduo: cada um dos dois é um organismo que luta pela sua conservação. É a força contra a força. Eu me encontro só, obrigado a aceitar a sociedade, o que faço de bom grado, uma vez que ela, em troca dos impostos que eu pago, me protege (um fraco) contra a tirania de pessoas mais fortes do que eu. Mas eu me submeto às suas leis porque sou compelido a isso. Não lhe reconheço a justiça nem sei o que isso seja, pois conheço apenas a força. E, depois de pagar uma taxa para que o policial me proteja e (se eu viver num país onde o recrutamento militar for obrigatório) depois de servir no exército que guarda a minha casa e a minha terra contra o invasor, estou quite com a sociedade. Quanto ao mais, contrabalanço a sua força com a minha astúcia. Ela cria leis que visam à sua própria conservação, e se eu as violar sou morto ou encarcerado. A sociedade tem o poder de fazer isso e, por conseguinte, o direito. Se eu violar as leis, aceitarei a vingança do Estado, mas não a considerarei um castigo nem tampouco me julgarei culpado. A sociedade procura atrair-me para o seu serviço acenando-me com honrarias, riquezas e o bom conceito de meus semelhantes. Sou, porém, indiferente à opinião deles. Desprezo as honrarias e posso muito bem dispensar a riqueza.
— Mas, se todos pensassem assim, o mundo viria abaixo num instante.
— Nada tenho que ver com os outros. Só me ocupo comigo mesmo. Tiro proveito do fato de que a maior parte da humanidade é levada, com o olho nas recompensas, a realizar coisas que, direta ou indiretamente, vem beneficiar-me.
— Considero esse um modo extremamente egoísta de encarar as coisas — disse Philip.
— Julga, por acaso, que o homem seja capaz de fazer alguma coisa a não ser por propósitos egoístas?
— Julgo.
— É impossível que assim seja. Quando ficar mais velho, compreenderá que a coisa mais necessária para tornar este mundo um lugar tolerável é reconhecer o inevitável egoísmo da humanidade. É absurdo exigir altruísmo por parte dos outros: para que sacrificariam eles os seus desejos pelos nossos? Quando você quiser compreender que cada um, no mundo, se preocupa apenas consigo mesmo, exigirá menos dos seus semelhantes. Já não lhe causarão decepções e passará a olhá-los com mais simpatia. Os homens buscam, na vida, uma única coisa: o prazer".

MAUGHAM, William Somerset. Servidão Humana. Ed. Globo, 1940; cap. XLV, páginas 236 a 240.

Omnia Vanitas. 💀



16 de março de 2020

Leitura onze..parte I



Olá, fragmentado leitor!

Antecipo-me ao escrever neste blog sobre a leitura atual de Servidão Humana do querido William Somerset Maugham.
Como não poderia ser diferente, é uma leitura densa, com pensamentos e personalidades que atraem minha atenção.
Portanto, mesmo estando apenas na página 178 (de 701), preciso parar para fazer algumas breves considerações. Vamos lá ...

Philip Casey em menos de um ano perdeu seus pais em circunstâncias diferentes: o pai fora envenenado e a mãe morreu após o parto do seu irmão natimorto. Philip tinha nove anos na época que sua mãe faleceu. 

Após toda essa tragédia, foi morar com o tio e sua esposa. William Casey é um vigário na região de Blackstable. 

Após a chegada na casa dos tios, Philip viu sua vida direcionada para o trabalho religioso.  Frequentou a escola da região e teve seu primeiro contato social: sua deficiência no pé o levou conhecer a maldade que seus colegas de ensino lhe demonstravam por ele não ser "normal". Precisou enfrentar o deboche dos alunos e conviver com o autoritarismo de alguns professores. E neste ambiente, Philip precisou construir o seu caráter.
A falta de habilidade esportiva o levou aos livros. Tornou-se o primeiro em algumas matérias, cativou a simpatia de alguns professores e o horror de outros. Sua inteligência e perspicácia permitiram à Philip saber usar de argúcia contra seus colegas - visto que mesmo com seu destaque nos estudos, pouco convívio social tinha com os demais alunos pois em sua maioria o consideram estranho ou arrogante. 
E, na falta de companheiros, o protagonista encontrou Rose, um aluno que chegou ao instituto e logo cativou amizade com todos, incluindo Philip. E Philip se entregou a esta amizade de corpo e alma. Ele tinha alguém para compartilhar a vida na escola e ao chegar as férias, ansiou pelo retorno ao liceu para voltar a compartilhar da amizade de Rose. 
Mas o período de férias trouxe um novo Rose.

Philip precisou aprender a lidar com a indiferença do amigo e com o próprio orgulho ferido. Sua personalidade muda. Seu caráter tornou-se ácido com os outros, os estudos já não lhe davam prazer. Suas notas ficaram abaixo do normal e, agora, ele viu que precisa de um novo horizonte. 

E este horizonte foi a Alemanha. Na casa de pensão de uma pequena família, conhece outras personalidades completamente diferentes daquelas que ele conviveu no instituto - incluindo o convívio com o sexo oposto (dentro da sua faixa etária). 
Ainda era um mundo estranho para ele. Philip tem dificuldade de fazer-se expressar e de entender os outros.  E as mulheres com mais dificuldade ainda. 
Entre os conhecidos que faz e das conversas que tece, descobre-se ateu. E os pensamentos e ideais que descobre nesta nova condição lhe são mais confusos do que a própria crença cristã. 
E, apesar das coisas que descobriu que pensão, ainda faltava apaixonar-se... Mas antes lhe faltou dinheiro - o que levou a retornar para a casa dos tios.

Blackstable lhe trouxe uma nova mudança, e ela veio na figura de Emily Wilkinson. Ela foi seu ensaio amoroso. A busca pelo descobrimento de um sentimento profundo ou efêmero pela mulher, testava meros galanteios que pudessem sortir efeito positivo; viu-a desdenhar ou ignorar suas investidas. As longas conversas e as leituras permitiram a Philip conhecer Miss Wilkinson com mais propriedade. O convívio lhe foi prazeroso e educativo. Emily era mais velha que Philip e isto não estava definido para ele com atrativo ou desagradável. 
As relações íntimas que teve com ela o fez mentir em uma carta para o colega que conheceu na Alemanha. Florou a situação, falseou a imagem de Emily para convencer o destinatário da grande façanha que viveu.  Ainda não era amor. Ainda não lhe conheceu aquela que o faria viver a intensidade do sentimento amoroso. 

Philip Casey está perdido. Sua personalidade não está completa pois lhe falta o amor. Viveu as mudanças que precisou fazer para conhecer-se como cidadão em sociedade: enfrentou o tio, os professores, seus colegas - tornou-se aquele que lhe foi permitido ser; dialogou uma fé que lhe foi imposta, descobriu as falhas que nela há e naqueles que vivem dela e para ela. Compreendeu que uma mulher pode ser atraente mas não necessariamente amada. 
E segue adiante a leitura...

Omnia Vanitas. 💀

10 de março de 2020

Leitura dez..


Olá, equivocado leitor!!

Fim de mais uma leitura! E esta foi especial porque se trata de um dos meus personagens preferidos: Basílio de Brito.

O Primo Basílio é uma das grandes obras do escritor português Eça de Queiroz.
O livro trata da história de um casal que vive uma vida confortável e pacata no subúrbio de Lisboa. As relações sociais de Luísa e Jorge são de nível medianas à medíocres; porém, por Jorge ter um emprego como engenheiro, faz-se respeitável perante a vizinhança. 

Nesta paz que entra Basílio. 
Vindo à Lisboa para negócios e Jorge, neste mesmo período, ausenta-se de casa para ir trabalhar em outra cidade. Sabendo da ausência do marido da prima, Basílio vai à casa de Luísa para saber como a prima está - de aparência, para saber se está conservada ou feia. Imediatamente, as fagulhas do antigo namorico reacendem em ambos, tornando o adultério inevitável.

Luísa Mendonça do Brito Carvalho, a do Engenheiro, tem um caráter simplório e é coberta de mimos - desde antes do casamento. Nada a vida lhe pareceu muito difícil de conseguir e seu temperamento é romanesco: acredita ser amada pelo primo apenas porque merece esse amor, e o fantasia como se fosse saída de uma romance de Dumas (filho).

Os livros lidos pelos personagens ou apenas mencionados na trama são um esboço da própria obra. Como citei acima, o livro lido por Luísa é A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas (filho). Na trama, uma mulher cortesã vive um romance com um jovem estudante de Direito. Outro momento que um livro é apresentado - de modo a significar tão bem o momento da trama, é a representação teatral de Fausto do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, onde e protagonista vende a sua alma e em troca quer o amor de uma mulher. 

A personagem de Luisa é a principal personagem na trama. Mesmo Basílio está à margem na trama. 

E por falar em Basílio. Ele tem trinta e quatro anos quando reencontra sua prima, casada. Luísa tem vinte e cinco anos. O romance deles começou que ela tinha dezoito. A separação brusca do casal devido ao falecimento de um parente de Basílio - e das suas dívidas, segundo as línguas afiadas, o fizeram sair do país e vir para esta terra nossa, o Brasil. 
Apesar da dor da separação, o casamento com Jorge não foi penoso para a moça; mas o reencontro trouxe a nostalgia de um romance abandonado. 

Porém, Basílio é um canalha. O único motivo para estar em Lisboa, segundo ele mesmo, é por causa de Luísa. Esta afirmação não significa que lhe quer bem, apenas a deseja e usufrui dos prazeres que desfrutam no Paraíso. 
Ambos vivem esse adultério de modo pleno. E, também, vivem de modo leviano pois a do Engenheiro esquece de ter cuidados para que a vizinhança não note suas saídas ou as visitas frequentes de Basílio. E quem está prestando atenção nesta relação parental é Juliana Couceiro Tavira. 

Juliana é a empregada "de dentro" do casal Carvalho. Ela é uma "herança" que Jorge trouxe da casa de uma tia. Esta tia, adoentada ao longo de um ano, teve a sua cabeceira a dedicada Juliana. Como enfermeira zelosa, cuidou a velha tia até o fim...com apenas um interesse: ganhar uma gorda herança da doente para que pudesse parar de trabalhar e tornar-se senhora e deixar de ser serviçal. 
Toda a sua vida foi de sofrimento nas casas que trabalhou, e naquelas em que foi bem tratada, com toda a amargura que adquiriu não conseguia reconhecer os benefícios e boas atenções que lhe davam. 
Ao perceber que poderia fazer uma pequena fortuna e deixar de trabalhar para poder cuidar de sua saúde - e talvez, até encontrar um marido - viu na relação de Luísa e Basílio a sua moeda da boa sorte. 

Infelizes mulheres. Seja Luísa ou Juliana, ambas se iludiram em suas paixões. Enquanto a patroa achava-se amada e adorada pelo amante, a empregada achou-se rica com os abusos que fazia Luísa sofrer. 

Para finalizar, este romance deveria ser lido por todos que pensam em ter um relacionamento, seja ele qual for. Eça de Queiroz apresenta a realidade das relações que são romanceadas: amantes, litigioso, ambicioso, adúltero; a expectativa e convívio real das situações são mais complexas do que nas páginas de um livro. 

Omnia Vanitas. 💀

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...