8 de novembro de 2019

Trigésima quinta leitura..

Flora 😺

Olá, leitor!

Estou seguindo a mesma ideia de quando li O Mosaico de Parsifal : não terminei a leitura, mas preciso escrever.

Archibal Joseph Cronin é um médico e escritor escocês. 
Este escritor foi uma surpresa para mim, tão agradável como William Somerset Maugham o foi. 
E, como fiz com Bernard Cornwell, antes de ler alguma de Cronin eu comprei três livros dele: Três Amores, Almas em Conflito - estou louca para ler - e, claro A Cidadela
Eu  nem teria como saber da existência da biblioteca de Cronin se fosse uma indicação que tive lá no Instagram. E a coincidência de eu encontrar um exemplar deste livro perdido em uma caixa que estava na casa da minha mãe. Depois, veio a viagem para São Paulo e a visita ao Sebo do Messias - e isso me deu a ideia de comprar um exemplar "novo" de A Cidadela (que se tornou um trio de livros do autor escocês).

Este edição que tenho agora (ao lado da Flora) é a décima segunda e publicada em 1952. A antiga dona se chamava Leocádia Cintra e a data ao lado do nome é 08-12-1952.
O prefácio desta edição (e a tradução) é de Geonilo Amado. A leitura o entusiasmou tanto que ele foi procurar José Olympio (o editor) pedindo para que fosse encontrado alguém para traduzir este livro maravilhoso que ele acabara de ler (em inglês). E Olympio designou o próprio Amado para a tarefa de trazer ao público brasileiro uma edição em português e The Citadel

Eu adoro livros antigos (e bem conservados, se possível) com suas folhas amareladas pelo tempo e sua oxidação natural, porém, neste exemplar, o cheiro está forte demais. Não é cheiro de mofo, mas de algo que foi guardado durante muito tempo em um lugar. Raramente tenho problemas com isso, mas isso foi algo que me chamou a atenção (olfativa) neste exemplar.

A.J.Cronin tem uma escrita simples, longe de uma linguagem dos clássicos, e uma história fascinante. Inicialmente, eu estranhei um pouco, pois desejava mais dos personagens - um aprofundamento melhor; mas tudo foi se tornando encantador sem precisar de nada mais lhe dar suporte. 

A história é a seguinte.
No ano de 1924, Andrew Manson, um recém formado médico muda-se para uma pequena vila de mineiros para começar sua prática médica e pagar o empréstimo estudantil que lhe foi dado. 

Manson tem momentos muito marcantes na vida dele antes de alguma mudança. Na minha opinião, elas foram necessárias para as decisões que tomou depois. 
Ainda como recém-formado, apaixona-se por Christine e casam-se antes da segunda mudança de lugar. 

Manson é um homem determinado que quer exercer a sua profissão sem burocracias. Luta contra todos que lhe impedem o caminho para crescer de forma honrosa na prática da medicina. 

Como todo iniciante, Manson trás ideias utópicos que precisam ser abandonados e descobre que a medicina está muito além dos livros. Manson não se contenta em saber somente o que aprendeu nos livros e questiona os métodos aplicados a literatura médica.
Andrew Manson é um ótimo médico e logo conquista uma freguesia fiel por onde passa. 

Este livro trata da ética médica. E a cada capítulo eu tenho menos vontade de marcar minha consulta médica (risos). 
Qualquer pessoa leiga como eu sabe que a indústria farmaceuta é uma espécie de cartel de drogas (lícitas). Manson luta contra esse cartel que distribui medicamentos sem motivo nenhum e que usa a medicina para enriquecer sem a preocupação primordial com o paciente. Para ele, a medicina é sagrada.
Mas Andrew malha em ferro frio. A maioria das pessoas com quem trabalha já está exercendo a profissão há muito tempo e não possui mais o ardor pela mudança de comportamento.

O livro é dividido em quatro partes; para cada parte é um lugar onde Andrew Manson exerce a função de médico. E, das anteriores, a quarta parte é a mais reveladora de todas.
Nesta altura da narrativa, Andrew escolhe o lado que deve seguir na sua profissão. E a cada capítulo eu estou esperando um desenrolar para cada acontecimento que parece estar tão perto ...e se afasta. 
Nesta manhã, no final da leitura do capítulo XV, eu precisei fechar o livro e não seguir adiante. Eu preciso respirar fundo para continuar. Precisei escrever esta publicação tão sem pé nem cabeça! Eu adorando tudo e não estou nem um pouco arrependida de ter outros dois livros deste autor em minha estante. 

E deixo esta frase para responder ao título do livro:
Você não se lembra de que considerava a vida como se fosse uma assalto ao desconhecido, uma investida para a altura?... Era como se quisesse conquistar uma cidadela que você não via mas que tinha a certeza de que estava lá, no alto...
 O livro é fantástico! Sinto muito por não conseguir escrever a real importância desta obra. 


P.S.: eu pulei a trigésima quarta leitura (Le Petit Nicolas et les Copains - Sempé/Goscinny)


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