Olá, estranho leitor!
Tornei-me aquilo que mais temia: uma pessoa que marca a leitura com post-it.
Nada contra isso, magoado leitor, apenas, não era meu costume! Eu sempre achei que a leitura não precisava disso - ela só tem a obrigação de ser livre.
Porém, ao começar a ler este livro do senhor Charles Dickens - meu primeiro Dickens, by the way! - eu me vi na obrigação de marcar algumas partes da leitura porque .. não sei! Parece que existe algo nelas que não pode ser esquecido.
Será que todo livro do Dickens será assim para mim?
Deixe-me explicar as cores de cada etiqueta:
- azul: são as partes que me chamam a atenção
- verde: são as partes que Oliver Twist chora.
- laranja: são as frases que mais me chamaram a atenção.
Exemplos:
azul:Entre outros ofícios públicos de certa cidade, que, por muitas razões será prudente evitar mencionar, e à qual não queremos atribuir nome fictício, um existe, muito comum, nos últimos tempos, à maior parte das cidades, sejam elas grandes ou pequenas. Refiro-me a um asilo. Nesse asilo nasceu, certo dia, em data que vale a pena indicar, porque isso, no princípio desta história, não apresenta nenhum interesse para o leitor, a criatura cujo nome aparece no título do presente capítulo.
Existe, na minha opinião, uma indigência completa neste primeiro parágrafo. Tanto do órfão que não precisa de mais nenhuma identificação além do nome e, também, uma completa preferência por não identificar o lugar que essa criança nasceu - exceto que foi em um asilo. Ambos tão comuns e necessitados um do outro para existir. Por isso eu marquei com a fita azul.
verde:
(...) Não era difícil para ele chamar as lágrimas aos olhos. A fome e os maus tratos recentes auxiliavam muito a um menino que queria chorar; e com efeito, Oliver chorou muito naturalmente.
Essa é a segunda vez que Oliver Twist chorou. A primeira foi na hora do seu nascimento. Quase todas as lágrimas de Oliver começam sem um motivo específico de ação, além da fome e da carência de uma valor afetivo que expresse que ele tem um valor positivo agregado a si.
laranja:Este é o terceiro lugar que Oliver Twist vai morar desde o seu nascimento. Seu primeiro emprego é no comércio de um homem que vende caixões. Ele, literalmente, tem como cama um caixão para cadáveres que fica embaixo do balcão que fica em um porão. Percebe, leitor, como a descrição leva-nos para baixo? E a solidão ainda o acompanha.
(...) O rapaz não tinha amigos com quem se importar, ou que se importassem com ele. Não poder curtir saudades de sua recente separação anuviava-lhe o espírito; não sentir a ausência de nenhum rosto amado e saudoso pesava-lhe o coração. E o que ele desejava, ao arrastar-se para o interior da sua estreita cama, ea que ela fosse seu caixão, e que o depusessem num último sono calmo no terreno da igreja, com a erva alta ondeando suavemente sobre sua cabeça e o som profundo do velho sino embalando-lhe o sono.
Então é isso, anônimo leitor!
Sigo com minha leitura...
Omnia Vanitas. 💀