17 de abril de 2019

Décima primeira leitura..


Olá, desconhecido leitor!

Fim de mais uma leiturinha!

O segundo livro de As Crônicas de Artur é muito, mas muito bom! Adorei! Desde a primeira página eu já estava cativada pela narrativa das aventuras desse rei sem trono; apesar de ter dificuldade em entender a segunda frase:
Este é o último dia do ano que passou.
E, mesmo lendo agora, ainda não entendi o seu significado.

Vida que segue!

O Inimigo de Deus (título do segundo livro) narra a história da busca por um dos tesouros da Britânia que Merlin mencionou no livro um e, para minha enorme satisfação, acontece a história de Tristan (Tristão) e Isolda. Eu estava esperando pela chegada desta história desde o primeiro livro. Fiz a leitura com muito prazer e li sem nenhuma pressa de terminar.
A recordação que tive da história deste casal é que tive muita raiva deles na primeira leitura - em um conto separado publicado pela editora Martin Claret.
Eu era pró-Mark (o marido de Isolda). Eu não via nenhum "amor" entre eles (T&I) porque o sentimento vinha de uma poção mágica que ambos beberam. 
Na minha concepção romântica, não foi algo que brotou espontaneamente entre .
Em O Inimigo de Deus  eles parecem mais apaixonados do que amaldiçoados.
No seu universo só havia espaço para Isolda.
Outro fator que chamou a minha atenção foi a idade de ambos. Tristan tinha quarenta e Isolda era uma menina de quinze anos. Tão jovem que Derfel, o narrador das crônicas de Artur, a chama de esposa-criança.
Confesso que achei sexy esse Tristan quarentão ...mas quinze! Para os dias atuais é uma aberração, mas no século V essa menina já teria, no mínimo, dois filhos nascidos e talvez grávida do terceiro - se não morresse no parto.
Outro trecho que chamou minha atenção foi quando Derfel encontra o pai de Isolda meses depois da morte da jovem: ele não lembra de quem era ela. Ele tinha várias filhas:
Voltei a virar-me para Oengus.
- Desembainhei uma espada por ela, meu Rei e Senhor.
- Fez bem, Derfel - disse ele descuidadamente - fez bem, mas não tem importância. Tenho várias filhas. Nem tenho certeza se consigo me lembrar de qual delas era Isolda. Uma coisinha magricela, não era?
- Uma menina linda, meu Rei e Senhor.
Ainda neste conto de T&I, o rei Mark tem outro caráter. Na edição publicada pela Martin Claret*, o marido traído parecia um homem devotado à sua jovem esposa. E, nesta leitura de Cornwell, ele é um rei que se entedia quando sua esposa completa dezenove anos. Por coincidência, todas morrem quando atingem a idade inapropriada para o velho rei. 

Neste livro aconteceram algumas batalhas e tramas e traições que deixaram a narrativa com um gosto de "quero mais" em cada capítulo - um frio na barriga sobre o destino de cada personagem. 

Eu adorei! Mas, minha próxima leitura voltará para Uhtred de Bebbanburg ! 💗  O livro seis "Morte dos Reis" chegou hoje - para meu delírio! 

O destino é inexorável - já dizia Merlin.





*Béroul, Thomas (troveiro anglo-normando do século XII), Gottfried von Strassburg e o francês J. Bédier

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