28 de março de 2018

Leitura oito.. Joana 1/3

"Os juízes não a querem santa. Também não a querem militar" (p.185)
Logo após a leitura de "O Clube Dumas" eu resolvi colocar em prática um projeto de leitura que planejei em 2017. E, nesta semana, eu terminei a primeira das três partes desta empresa.

Claude Bertin foi quem supervisionou este volume de Os Grandes Julgamentos da História: Joana D'arc.  Este é o quarto tomo desta coleção da editora Otto Pierre. Esta edição apresenta ilustrações da Bibliothèque National, agência Roger Viollet e uma gama bibliográfica que serviu de fonte para a composição deste livro.

Carlos V construiu com um bom território para a França. Carlos VI não soube o que fazer com este patrimônio real. Carlos VII não sabia se era apto para assumir o trono. Joana D'arc trouxe um rei para a França e a Inglaterra a queimou por bruxaria.

Joana D'arc se envolveu na luta pela França quando a Guerra dos Cem Anos estava acontecendo. A França havia perdido batalhas significativas para a Inglaterra: Crécy (1346) , Poirtiers (1356) e Azincourt (1415); e cada uma que era acrescentada tornava o território inglês maior. 
No ano de 1429 o certo a Orleans trouxe um novo ar para derrotada França. E seu líder foi Joana D'arc.

Joana D'arc foi uma camponesa que saiu da casa patriarcal e foi lutar pelo seu país. Despojou-se das roupas femininas e vestiu-se como guerreiro. Esta jovem trouxe à França vitórias e coroou um rei abatido. Depois desta glória a França a esqueceu e permitiu que sua redentora fosse queimada como bruxa pelos seus inimigos.

A igreja (inglesa) não a queria por santa, eles não aceitariam suas visões e suas profecias; mas não puderam dizer que as visões não possíveis ou estariam condenando todos os profetas bíblicos.
O controverso julgamento desta jovem lhe custou a vida quando tinha apenas dezenove anos. 
A Inglaterra juntou provas, e forjou outras tantas, para lhe condenar como bruxa; caso contrário, teriam que admitir que Deus estava contra eles. 
De todas as acusações, poucas foram comprovadas para lhe dar o veredito de culpada; portanto, culpar-lhe pelos trajes masculinos que vestia foi o que a levou à fogueira. 

A fervorosa jovem cristã pedia para que o Papa lhe soubesse o caso e, julgando ele que ela falava mentiras, aceitaria a condenação. Mas o Papa nunca foi chamado, porém, conhecia o caso de Joana. Segundo Bertin "a verdade é que toda a época foi cúmplice da condenação". Em toda a parte se sabia sobre a virgem guerreira que coroou o rei da França; porém, nem mesmos Carlos VII não se pronunciou em momento algum sobre um resgate para o seu soldado. 

Entretanto, quase vinte e cinco anos depois da morte da herege, o Papa contemporâneo, Calisto III, foi feita a reabilitação da jovem guerreira. Carlos VII se pronunciou, os guerreiros que estavam com ela também deram contribuição para o novo julgamento e, as amigas de Joana D'arc foram ouvidas. 
Apesar das declarações e louvores à jovem devota, pouco se sabe soube como ela era fisicamente; exceto a cor dos cabelos: castanhos. Nenhum esboço serviu para dar rosto àquela mulher.

A igreja lhe condenou pelas roupas de homem que vestiu;  mas a virgindade lhe tornou santa.

Você pode acreditar ou não, crédulo leitor, que Joana D'arc tinha visões e ouvia vozes dos santos; fato é que esta jovem mulher liderou batalhas - e venceu a maioria delas sem nunca ter treinado para isso. Você pode acreditar ou não, mas ela foi eloquente o suficiente para dobrar um rei a fazer  o que ela queria. Ela o corou rei de uma nação desesperada. A vida de Joana D'arc foi verdade. Seus atos são verdade. 

No ano de 1929, Joana D'arc foi canonizada. 








Novela ..

Nathalia Dill é Elisabeta Benedito em Orgulho e Paixão

Olá, noveleiro leitor! 

Eu estou achando fantástica a adaptação das obras (principais) de Jane Austen. Orgulho e Paixão é a novela das dezoito horas da emissora Rede Globo.  

Elisabeta Benedito e Darcy Williamson são personagens inspirados em Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, respectivamente (Orgulho e Preconceito).

As irmãs da família Benedito são um misto de personagens de outros romances:

Jane - Jane Bennet: Orgulho e Preconceito
Cecília - Catherine Morland: A Abadia de Northanger
Lídia - Lídia Bennet: Orgulho e Preconceito
Mariana - Marianne Dashwood: Razão e Sentimento
Alison Steadman, Mrs Bennet, 1995.

E a mãe histérica? Ela está na trama, também; chama-se Ofélia* e é interpretada por Vera Holtz. Mas, Mrs. Bennet sempre terá a atriz Alison Steadman como o suprassumo da perfeição! É a voz dela que ouço todas as vezes que leio Orgulho e Preconceito.


A trama Global ainda apresenta Ema (Emma Woodhouse, do romance Emma); Coronel Brandão (Coronel Brandon, Razão e Sentimento); Susana (Susan, Lady Susan); Camilo Bittencourt (Mr. Bingley, Orgulho e Preconceito) etc. Todos as personagens boazinhas e vilãs (que falta faz a tia Norris!) podem ser encontradas neste link; e para saber quem é quem nos livros da senhorita Austen, basta ler - ou assistir aos filmes/minisséries.

Apesar de todos terem um pouco de Austen, a interpretação de Nathalia Dill para sua Elisabeta tem me arrebatado! Ela consegue atuar mostrando uma Eliza muito coerente com a personagem de Austen. E, outra coisa que eu gostei foram as cores das roupas de Dill; são lindas - sempre com uma cor vermelha para destacar o espírito penetrante da personagem. Eu estou adorando esta versão da sagaz Lizi Bennet. E Mr. Darcy? Thiago Lacerda é perfeito para o arrebatador Darcy!!! Os sorrisos ... aaahhh !!! 

Estou apaixonada por tudo nesta novela, incluindo a fotografia - perfeita! 

Recomendo os romances de Austen e a novela Orgulho e Paixão!

Elizabeta e Darcy (Nathalia Dill e Thiago Lacerda)




*na obra de Jane Austen os pais das irmãs Bennet não possuem nomes próprios, eles são chamados, apenas, de Mr. e Mrs. Bennet.

15 de março de 2018

Coleção..


Olá, anônimo leitor!

Depois de muito tempo e muito decidir, comprei esta edição de Os Maias, do português Eça de Queiroz. Trata-se da terceira edição, não há o ano de publicação - infelizmente - mas reza a lenda que a data gira em torno de 1904. 

Estes exemplares são velhinhos, desbotados, cheios de imperfeições e marcas; ou seja,  eles são  lindos!

12 de março de 2018

Leitura sete..


Olá, leitor anônimo!


O desafio deste mês de Março pedia uma leitura de suspense policial. 
O Clube Dumas, de Arturo Pérez-Reverte não é exatamente policial - apesar de toda a investigação que ocorre ao longo da trama; mas é um livro de suspense. 

Lucas Corso, caçador de livros, tem duas missões em suas mãos: autenticar um capítulo de Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas père; e, também, legitimar um livro que tem o poder de invocar o diabo. 

Para um caçador mercenário como Corso, a tarefa não é difícil: ele conhece os caminhos de deve seguir para concluir seu trabalho; porém, situações inexplicáveis se apresentam em sua frente depois que ambos manuscritos estão sob sua responsabilidade.

O livro aborda o mundo dos livros raros. A investigação sobre a autenticidade da publicação: desde a textura de uma folha, o impresso de uma página, o couro da capa - cada tempo, cada impressão tem a personalidade de seu tempo. Quando um bibliófilo quer ter em seu acerto um  Dante, um Cervantes ou mesmo um Dumas, tudo deve ser averiguado com muito cuidado e atenção para que nada possa gerar dúvidas quanto a veracidade do exemplar. E toda essa manobra movimento cifras financeiras altíssimas. Porém, o orgulho de expor um livro tão importante da história literária faz do seu dono um ser orgulhoso da posse que tem. 
As visitas de Lucas Corso à livreiros de coleções raras, restauradores e encadernadores de livros, bibliófilos é a descrição de lindos cenários para os amantes de livros. 

Este livro de Arturo Pérez-Reverte é um romance obscuro sobre o mundo literário de um seleto grupo de colecionadores, que com dinheiro e jogadas arriscadas, pode fazer parte.


*Choque de Cultura, canal Omeleteve.

4 de março de 2018

Leitura seis..


Fim da sexta leitura e segunda leitura do Desafio Literário
O desafio do mês de Fevereiro propôs a  leitura indicada por um amigo. 
Os Pilares da Terra foi uma indicação da minha amiga BRK. Faz quase cinco anos que este livro estava na prateleira e eu precisava de uma coragem para começar a ler - é minha primeira leitura de Ken Follett e eu não sabia se iria gostar. E esse "empurrão" do desafio literário me proporcionou a oportunidade de ler este clássico. Por se tratar de uma obra longa, eu fiz marcações de leitura para não me perder no prazo final do calendário.

Eu gostei do enredo. A história é muito bem detalhada e as personagens bem caracterizadas. Eu tinha apenas uma preocupação: Ken Follett é historiador? 
Eu tentei procurar alguma informação sobre a formação deste escritor mas não achei nada que indicasse tal cátedra. 
A minha dúvida é porque há muita informação sobre a cultura daquela época - informação detalhada de hábitos e costumes. E, comparando com as informações sobre a arquitetura da época, eu me perguntei se as atividades descristas sobre a cultura diária das personagens também tinham um fundo histórico na narrativa.

A principal preocupação na época da narrativa era a perda do domínio eclesiástico sobre reis e reinos. A função de construir tais catedrais estava ligada ao poderio eclesiástico sobre os monarcas. O próprio respeito ao "homem de Deus" deveria ser algo que levasse o homem às 'chamas do Inferno' ao tocar ou verbalizar contra tais entidades. Quanto mais poder exercessem sobre os governados e governantes mais forte se tornaria como pedra de esquina.
Na época da narrativa do livro, o conhecimento de que Deus se alegrava com este tipo de arquitetura e que, principalmente, fazia parte do indulto cristão uma atividade como construir uma catedral  para remissão dos pecados tanto de quem as construía e  daquelas que a planejavam era um pensamento comum - nem por isso correto. Pensar na prática religiosa através dos tempos - ou mesmo entender o Antigo e o Novo Testamento cristão- é algo que somente a compreensão da história poderá explicar. E, convenhamos, anônimo leitor, que a Idade Média não foi uma das melhores épocas para se conversar sobre religião.
E por falar em religião, os judeus também tinham sua conotação de "bem-afortunados" através de suas práticas de empréstimo/venda. 
Por essas e outras anotações que eu questiono se Ken Follett baseou-se somente na arquitetura histórica ou em outras culturas para representar seus personagens.

Sobre a época da narrativa, algo que chamou minha atenção foi a personalidade das mulheres. As personagens que se mantinham dentro do elenco principal eram,  em sua maioria, de caráter forte e inteligentes - justo numa Idade Média que elas eram queimadas se representassem menos que isso.

Senti falta de um final para Martha; ou eu a perdi uma parte de história.

Se irei reler? Não sei. Eu não pretendo me desfazer deste exemplar. A primeira leitura, na minha opinião, quando não arrebata o leitor de primeira é porque precisa de uma releitura para captar um pouco melhor a essência da obra. Acredito ser esse meu caso. Gostei da leitura mas talvez eu não tenha chegado ao fim desta. 




O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...