"Os juízes não a querem santa. Também não a querem militar" (p.185) |
Logo após a leitura de "O Clube Dumas" eu resolvi colocar em prática um projeto de leitura que planejei em 2017. E, nesta semana, eu terminei a primeira das três partes desta empresa.
Claude Bertin foi quem supervisionou este volume de Os Grandes Julgamentos da História: Joana D'arc. Este é o quarto tomo desta coleção da editora Otto Pierre. Esta edição apresenta ilustrações da Bibliothèque National, agência Roger Viollet e uma gama bibliográfica que serviu de fonte para a composição deste livro.
Carlos V construiu com um bom território para a França. Carlos VI não soube o que fazer com este patrimônio real. Carlos VII não sabia se era apto para assumir o trono. Joana D'arc trouxe um rei para a França e a Inglaterra a queimou por bruxaria.
Joana D'arc se envolveu na luta pela França quando a Guerra dos Cem Anos estava acontecendo. A França havia perdido batalhas significativas para a Inglaterra: Crécy (1346) , Poirtiers (1356) e Azincourt (1415); e cada uma que era acrescentada tornava o território inglês maior.
No ano de 1429 o certo a Orleans trouxe um novo ar para derrotada França. E seu líder foi Joana D'arc.
Joana D'arc foi uma camponesa que saiu da casa patriarcal e foi lutar pelo seu país. Despojou-se das roupas femininas e vestiu-se como guerreiro. Esta jovem trouxe à França vitórias e coroou um rei abatido. Depois desta glória a França a esqueceu e permitiu que sua redentora fosse queimada como bruxa pelos seus inimigos.
A igreja (inglesa) não a queria por santa, eles não aceitariam suas visões e suas profecias; mas não puderam dizer que as visões não possíveis ou estariam condenando todos os profetas bíblicos.
O controverso julgamento desta jovem lhe custou a vida quando tinha apenas dezenove anos.
A Inglaterra juntou provas, e forjou outras tantas, para lhe condenar como bruxa; caso contrário, teriam que admitir que Deus estava contra eles.
De todas as acusações, poucas foram comprovadas para lhe dar o veredito de culpada; portanto, culpar-lhe pelos trajes masculinos que vestia foi o que a levou à fogueira.
A fervorosa jovem cristã pedia para que o Papa lhe soubesse o caso e, julgando ele que ela falava mentiras, aceitaria a condenação. Mas o Papa nunca foi chamado, porém, conhecia o caso de Joana. Segundo Bertin "a verdade é que toda a época foi cúmplice da condenação". Em toda a parte se sabia sobre a virgem guerreira que coroou o rei da França; porém, nem mesmos Carlos VII não se pronunciou em momento algum sobre um resgate para o seu soldado.
Entretanto, quase vinte e cinco anos depois da morte da herege, o Papa contemporâneo, Calisto III, foi feita a reabilitação da jovem guerreira. Carlos VII se pronunciou, os guerreiros que estavam com ela também deram contribuição para o novo julgamento e, as amigas de Joana D'arc foram ouvidas.
Apesar das declarações e louvores à jovem devota, pouco se sabe soube como ela era fisicamente; exceto a cor dos cabelos: castanhos. Nenhum esboço serviu para dar rosto àquela mulher.
A igreja lhe condenou pelas roupas de homem que vestiu; mas a virgindade lhe tornou santa.
Você pode acreditar ou não, crédulo leitor, que Joana D'arc tinha visões e ouvia vozes dos santos; fato é que esta jovem mulher liderou batalhas - e venceu a maioria delas sem nunca ter treinado para isso. Você pode acreditar ou não, mas ela foi eloquente o suficiente para dobrar um rei a fazer o que ela queria. Ela o corou rei de uma nação desesperada. A vida de Joana D'arc foi verdade. Seus atos são verdade.
No ano de 1929, Joana D'arc foi canonizada.