29 de dezembro de 2017

Trigésima segunda leitura..


Olá, anônimo leitor!

Término de mais uma leitura! Ah King chegou ao fim dia 27. Esta foi a segunda leitura deste livro, e não deixou à desejar! Na segunda história A Porta da Oportunidade - que eu acho fascinante tanto pela descrição do local como pela vida dos personagens antes do clímax -  eu não conseguia lembrar de nada da narrativa. Eu fiquei intrigada e não consegui deixar o livro antes de saber do que se tratava. Vencida pelo sono do meu marido, precisei abandonar a leitura para o dia seguinte. 

Durante sua viagem para Bornéu, Indochina e Sião, Maugham encontrou um criado de caráter interessante: pouco mostrava entusiasmo ao seu patrão e, ao despedir-se, sentiu-se demasiadamente triste com a separação. E, por tão singular personagem, o título do volume foi "batizado" com o nome do criado: Ah King. 
Algumas narrativas acontecem em primeira pessoa - muito comum em Maugham.  O livro compõe seis histórias (além de Ah King), todas referem-se a relacionamentos: traições, incesto, celibato, amizade e conversão.

Os relacionamentos em Maugham são intensos e simples. Seus personagens mostram-se em singulares situações em um ambiente propício para tal situação. 
Suas histórias acontecem fora da terra natal do seus personagens; em um lugar quase inexplorado, apenas com o comércio limitado pelo nativos e poucos conquistadores. Trata-se de uma nova terra que está sendo explorada e, sendo assim, gerando uma forma pessoal de lidar com a sociedade - apesar de alguns hábitos antigos serem rigorosamente praticados.

Para terminar, deixo um link de uma publicação antiga sobre esta leitura. 
E, ontem, foi dia de recomeçar mais um Maugham, O véu pintado.




21 de dezembro de 2017

Trigésima primeira leitura..



Olá, leitor !! 

Dezembro é o mês escolhido para eu ler William Somerset Maugham. 

O primeiro escolhido foi Um Gosto e Seis Vinténs. E eu gosto desse livro somente pelo final dele. Depois que o personagem foco sai de cena e, a história dele é contada por terceiros.. é a melhor parte. 

Mas deixe-me apresentar a história: este livro é baseado na vida do pintor Paul Gauguin, pintor pós-impressionista do século XIX. Claro não é a história fidedigna pois Maugham inventa personagens e situações para encorpar seu livro. 
Cansado da sua vida burguesa, Charles Strickland abandona a família depois das férias e vai para Paris para estudar e criar a sua arte. 
De humor agressivo e sem quase nenhum dinheiro, ele vaga pelas ruas de Paris em busca de inspiração, comida e para desprezar os que o tentam ajudar. 
Incomoda-se com o fato de não conseguir chegar ao ápice da arte - exaspera-se por não encontrar o âmago da sua inspiração - tateando cego em seu caminho.
Decidi-se deixar Paris e vai para Marselha e deixa de existir qualquer conhecimento substancial sobre ele. Por acaso, durante a composição de um livro, o narrador personagem passa pelo Taiti e descobre que Strickland é conhecido naquelas paragens. Soube, através de outras pessoas, como o pintor se comportou, com quem socializou ...

Esses personagens são fantásticos; simples e verdadeiros: vivem suas vidas da forma mais franca possível. E os nativos - chamados pelos conquistadores de "preguiçosos" vivem da caça, de frutas que colhem e em casas modestas: vivem com o simples da vida e são felizes - quando há a morte, enterram e continuam seus dias até chegar a sua vez. 

O título original deste livro "The Moon and Sixpence" é resposta à um crítico sobre a obra principal de Maugham "Servidão Humana" que disse que o protagonista olhava para a Lua e não via os vinténs que estavam aos seus pés. 

Para mim, Maugham sempre deixa um gosto de "quero mais".. por isso, ontem mesmo, comecei a leitura de Ah King .. um xuxu de leitura! 



17 de dezembro de 2017

Trigésima* leitura..

"Não, mãe, sou eu, a Ingrid!"

Olá, matutino leitor!

Fim de mais uma leitura!

E, este livro chamou minha atenção desde o primeiro que caiu em minhas mãos - durante a negociação de compra lá no sebo. A importância aconteceu porque eu lembrara da soltura desta refém, durante a transmissão televisiva. Eu lembro de pensar: Caramba, seis anos presa!
E, depois, a esqueci.

Passou-se um tempo e, enquanto eu estava lendo uma reportagem em uma revista, eu li sobre um outro sequestrado das FARC que dizia que havia perdoado seus algozes - pois do contrário não conseguiria viver (com ódio no coração). Achei a matéria singular e logo esta me remeteu ao livro de Ingrid Betancourt - que ainda estava na prateleira à venda. Comecei a lê-lo, sabendo que, de uma hora para outra, ele poderia ser tirado de mim por algum cliente da loja. 
Precisei interromper a leitura (pois minha encomenda chegara) e o livro voltou para a prateleira. 
Por sorte, em Dezembro do ano passado ele ainda estava na prateleira e eu o comprei para mim. E, ontem, a leitura foi terminada.

A leitura é fascinante. Eu não entrarei no questionamento político da situação; apenas comentarei sobre a condição irracional do ser humano. 
Muitos são os relatos que mostram que os próprios sequestrados se viraram contra seus semelhantes para mendigar algum benefício próprio: água, mais tempo para o banho, um caderno, mais comida (de aparência duvidosa)...
Eu não vou apontar o dedo e ditar menosprezos para estes, pois eu também sou humana e não vivi a situação deles. Mas, mesmo assim, vi um ser humano egoísta capaz de tudo para viver somente para si em detrimento à outros. 

Há uma citação no livro que chamou minha atenção sobre o assunto:
Os chulos* podem gastar tudo o que quiserem com aviões e radares para procurá-la. Enquanto houver oficiais corruptos, sempre seremos** os mais fortes! Veja só, está zona onde estamos encontra-se sob o controle militar. Tudo o que se consome aqui ser justificado, deve-se indicar quem são os beneficiários, o número de pessoas ir família, os nomes, as idades, tudo. Mas basta haver um que queira um dinheirinho extra no fim do mês e todo o plano deles vai por água abaixo. Não é só o baixo escalão que faz isso! Não é só o baixo...
*militares; **FARC
Basta apenas um. E não o "um" político corrupto; é o "um" ser humano, desprovido de senso moral ético. O ser humano não sabe medir sua capacidade de ser mesquinho - tudo parecerá normal: é normal receber suborno, é normal não devolver o troco recebido à maior, é normal trocar o preço dos produtos no mercado, é normal desde que "eu" seja o beneficiário.

Há partes que chamaram minha atenção em especial como o nascimento de Emmanuel, a morte de Pinchao, o momento em que Ingrid foi vítima de uma agressão - o que eu julgo ter sido um estupro..

O livro é muito bom, nas condições que eu propus a ler. Se houve romance entre Ingrid e outros sequestrados: eu não estou nem um pouco interessada. A história desta mulher é muito mais relevante do que sua situação amorosa em um cativeiro.

Omnia Vanitas. 💀



* A vigésima nona leitura foi "La rentrée du Petit Nicolas" de Sempé e Goscinny, e não foi feito publicação neste blog. ✌

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...