Recentemente, vendi livros / vinis para um sebo. Depois da vontade de ter uma livraria, um sebo nostálgico é um outro sonho que tenho. Porém, com o sebo, o investimento é baixo e o lucro sustentável!
Então, antes de conversar com minha irmã que é contadora, procurei na net algo que suprisse minha ansiedade - encontrei no site do SEBRAE.
Formação do estoque e localização são preocupações importantes para começar no ramoUm ambiente que remete ao antigo, elegante, com um cheiro característico no ar e um vendedor sempre solícito atrás do balcão. Quem é freqüentador de sebos compreende bem a descrição. E, assim como os fregueses, quem comanda um empreendimento como esse tem que gostar do contato com os livros usados. Para um estoque inicial com 5 mil unidades, é preciso investir cerca de R$ 25 mil. Se forem vendidos 100 exemplares por dia, ao preço médio de R$ 5, cada, o faturamento pode chegar a R$ 10 mil por mês. O investimento acessível e a demanda constante são as vantagens do negócio.Mais um ponto positivo para os donos de sebos é que o consumo nas livrarias tradicionais é restrito, devido aos preços das publicações. Segundo pesquisa do Sebrae nacional, 60% das pessoas passam mais de um mês sem entrar em uma livraria. Além disso, 60% da população lêem apenas um livro por mês. Por isso, os usados - alguns custando apenas R$ 2 - estão fazendo sucesso, principalmente entre os estudantes do nível médio e universitários. De uma maneira geral, o público que consome os usados está cada vez mais variado.espaço físico dispensa muitos móveisOutra facilidade para quem deseja entrar no ramo é a organização do espaço físico. Na montagem das instalações, não é necessária grande quantidade de mobiliário, o que reduz os custos. De acordo com o consultor do Sebrae/RJ, Haroldo Caser, estantes, mesas, computador, telefone e fax são suficientes. A montagem do acervo requer atenção. Na avaliação de Sílvia Chomski, sócia do sebo Berinjela, no Centro do Rio de Janeiro, é preciso colocar bons títulos à disposição dos fregueses. "Não adianta abrir um negócio apenas com livros velhos, sem conteúdo nenhum", ratifica a empresária.Zelar pela higiene do material exposto também é fundamental. Há 11 anos no mercado, o Berinjela, que também comercializa CDs usados, realiza a encadernação dos livros mal conservados e faz a limpeza diária dos exemplares. "Temos um funcionário que verifica o acervo, diariamente, para ver o estado de conservação. É importante os livros estarem apresentáveis, se não as pessoas não compram. Isso sem falar que é grande o número de pessoas alérgicas", alerta Sílvia, lembrando que os "ratos de sebo" são exceção. Para eles, tanto faz a aparência.Existem nas prateleiras cerca de 6 mil livros. No estoque, há mais 6 mil unidades. Diariamente, Sílvia, que entrou como sócia no negócio há três anos, vende algo em torno de 100 unidades, com valores entre R$ 5 e R$ 10, cada. O perfil dos clientes é de universitários e bibliófilos em geral. Os livros mais raros, antigos (1ª edição), ou com autógrafos, têm preços que variam de R$ 20 a R$ 50. "Para entrar no ramo, é necessário avaliar bem que livros serão comprados", reforça a empresária.Concordando com Sílvia, o paulistano Messias Antônio Coelho, proprietário do Sebo do Messias, confirma que é importante realizar boas compras. "Procuro anunciar em jornais e revistas. Tenho uma equipe que vai até os vendedores para buscar os exemplares", comenta Messias, que comanda quatro lojas no Centro de São Paulo e mantém um acervo de 200 mil livros usados. Nas estantes, tem para todos os gostos: desde os livros universitários, até os técnicos, passando pelos infantis, literatura brasileira e romances estrangeiros.Os mais vendidos, segundo o empresário, são os de filosofia, romances lançados recentemente e literatura brasileira. Além dos livros, o acervo de fitas de vídeo, DVDs e discos de vinil usados do Sebo do Messias tem feito sucesso. "Compro as fitas de videolocadoras que estão fechando ou renovando o catálogo. Temos 70 mil vídeos nas quatro lojas", garante Messias, que está há 33 anos no ramo. Com 43 funcionários, a rede tem estabelecimentos de cerca de 500 metros quadrados, cada.O preço médio de um livro usado, segundo Messias, vai de R$ 2 a R$ 10. Já os de arte, do século passado, ou de História Antiga e fotografia, podem custar entre R$ 50 e R$ 100. Além dos clientes tradicionais, o Sebo do Messias recebe colecionadores interessados em adquirir raridades. Passam pelos quatro estabelecimentos, diariamente, cerca de 400 pessoas, provenientes de várias regiões de capital paulista e de diversos estados do País. "Nosso acervo tem uns 2 mil exemplares dos primeiros anos do século XX, muito procurados por acadêmicos e bibliófilos em geral", conclui.Atenção à localização e à montagem do acervoAssim como para os donos de livraria, a localização dos sebos é importante. Áreas com grande circulação de pessoas, como os centros do Rio e São Paulo, são boas alternativas. Mas a tradição também conta muito. É o caso das regiões do Largo do Machado e Copacabana (Rio), por exemplo, onde prolifera esse tipo de empreendimento. Proprietária da Dantes, no Leblon, Zona Sul do Rio, Anna Martins, admite que encontrou dificuldades por causa do ponto. "Como o local não tinha tradição nesse tipo de negócio, tive que investir em promoções, eventos e exposições para atrair o público", lembra ela, que abriu as portas em 1994.Um outro item crucial é a compra dos exemplares. A principal dificuldade de Anna, no começo, foi encontrar bons fornecedores. Ela afirma ser cada vez mais difícil adquirir exemplares interessantes. "A qualidade do sebo reside em fazer boas aquisições. Nós, do ramo, acabamos disputando o produto porque compramos de particulares. Funciona como num leilão", compara a empresária, que oferece ao público cerca de 10 mil itens arrumados em um espaço de 40 metros quadrados.Para a empresária, gostar da atividade é importante. Ela comenta que uma das maiores dificuldades é encontrar mão-de-obra especializada. "Para trabalhar em um sebo é preciso conhecer bem a história editorial do Brasil", acredita. Disposição também não pode faltar. "Carregamos livros para baixo e para cima. Vou até as casas das pessoas para comprar e negociar. Depois limpamos um por um e fazemos a manutenção", explica Anna que, para manter os clientes fiéis, promove eventos na loja. Uma vez por mês, a Dantes realiza um "bota-fora" de livros com títulos especiais.Raio X SeboInvestimento inicial: de R$ 20 mil a R$ 25 milCapital de giro: de R$ 3 mil (incluídos no investimento inicial)Faturamento médio mensal: R$ 5 mil (vendendo 50 livros de R$ 5, por dia)Número de funcionários: 2