Adoro conhecer a história de casais sobre como eles se conheceram. São histórias fascinantes que merecem ser publicadas. Um dia pretendo escrever um livro a respeito: material eu tenho, afinal, a maioria das pessoas que conheçao são casadas.
Essa história eu descobri na net, no site da Globo, eu adorei!
Segundo o psicólogo Ailton Amélio, especialista em relacionamentos, apenas 5% das pessoas se unem em encontros acidentais — como num jogo de basquete ou ao sentar lado a lado no avião. Para que isso aconteça, é preciso estar aberto ao outro. “Não é só a beleza que atrai. O encanto vem pelo jeito de olhar ou de sorrir. Às vezes, um ar de segurança basta”, diz Amélio. Aqui você confere em detalhes as histórias de três casais que se conheceram onde menos se espera e estão juntos e felizes até hoje. Inspiração perfeita para fazer as pazes com o acaso
Luty e Ronie: eles foram ao suingue e saíram de lá casados
Ela: vestido Forum, Meia Trifil. Ele : jaqueta Jonhn Jonhn, Camiseta Forum, Calça Sergio K, Tênis Triton, Cinto
DO SHOW DO MOBY PARA A CASA DE SUINGUE
Luty Vasconcelos, 31, publicitária e jornalista, e Ronie Eduardo Campos, 30, matemático, trabalha com marketing. Juntos há dois anos
A VERSÃO DELA...
“Nos vimos pela primeira vez num show do Moby. Estava com um grupo de amigas e, assim que vi aquele negão de quase dois metros, pensei: ‘Casaria com ele agora!’. Fiquei olhando um tempo e ele nada. Já comecei a perder a paciência, porque sou de Belém (PA) e, apesar de estar em São Paulo há quatro anos, ainda acho bem cheio de frescura o approach das paqueras por aqui. O paraense olha, chega e leva. O paulistano olha, olha, olha, olha... e depois de pegar ainda fica pensando se vai ligar no dia seguinte. Pois o Ronie me pareceu bem esse tipo que chamo de ‘homem obelisco’, aquele que a gente olha, aponta, fotografa e ele não se mexe.
Mas como sou meio escrachada, mesmo, resolvi arriscar e fiz pra ele aquele gesto de pesca, como se o tivesse fisgado. Ele hesitou um pouco, mas aí veio, junto com os amigos, até a nossa direção. Cumprimentou todas as meninas que estavam comigo com um beijo no rosto e, comigo, fez pouco caso. Acho que me achou folgada pela pescaria, pensei. Ficamos no grupo todo batendo papo e eles perguntaram o que a gente ia fazer. Antes que as minhas amigas pudessem responder qualquer coisa eu soltei: ‘Estamos indo para o Nefertitti (uma casa de suingue). Topam?’ Nem tínhamos planejado nada disso, na verdade eu nunca tinha ido lá, queria mesmo era provocar. Então, resolvi jogar o desafio para ver a reação. Eles ficaram meio chocados, mas, claro, toparam.
Logo que entramos na primeira parte do clube, que é como uma balada, eu e Ronie nos beijamos. E aí eu fiquei arrebatada. Completamente. Foi uma coisa que eu não esperava, parecia que eu tinha 15 anos de novo, aquele beijo dele me deixou em pânico. Pensei ‘me apaixonei, ferrou!’. Durante a noite toda — ficamos só ali na boate, não entramos na parte dos quartos, onde há trocas de casais — eu falei que era mãe de família (tenho um filho, Calvin, de 10 anos), uma pessoa bem mais entediante do que aparentava. Disse, também, que o mesmo jeito direto que eu tinha na paquera tinha com tudo. Ou seja, que se quisesse ligar para ele e convidá-lo para sair ia fazer sem rodeios e sem medo. Se ele não quisesse sair comigo que falasse logo, não me desse bolo, porque bolo engorda. Depois de todas essas besteiras, que soltei porque estava insegura, o cara vira pra mim e diz: ‘Posso te fazer uma pergunta?’. Eu pensei, ‘danou-se’. E ele soltou: ‘Você quer casar comigo?’.
Naquela mesma noite o levei para a minha casa, algo que nunca havia feito por causa do meu filho, que na época tinha 8 anos. Ronie passou aquela noite lá, e as quatro seguintes. Desde então, não nos desgrudamos mais, havia muita coisa em comum, idade, interesses. Nós dois tínhamos um casamento e filhos no currículo (ele tem uma filha de 4 anos). Nos entregamos sem entrar nesse pânico coletivo que rola hoje em dia, em que as pessoas se paralisam com medo de se machucar no amor. Nós nos permitimos e foi a melhor coisa que nos aconteceu. Tem amigos nossos que até hoje não acreditam que essa história vingou. Pois no ano passado assinamos a união estável com a data daquela noite e, no ano que vem, pretendemos no casar.”
...E A DELE
“Naquela noite, eu fui para o show bem desencanado. Estava separado havia três meses, mas andava tendo um revival com a minha ex. Só que não queria mais aquilo, precisava de novos ares, então resolvi sair e curtir com os caras. Numa certa hora da noite, eu estava fumando na parte de fora e reclamando para os meus amigos que estava suando demais e que minha camiseta fedia. Me sentia terrível, quando passa bem na frente da gente um grupo de meninas.
A Luty me chamou a atenção na hora. Travei. Só conseguia pensar: ‘cara, olha esse cabelo’. Ela tem um tipo de cabelo pelo qual sou apaixonado, acho muito sexy: é curto, meio encaracolado e bagunçado. Na hora eu quis ir falar com ela, mas aí lembrei do estado em que estava a minha camiseta e titubiei. Fiquei ali xingando o meu suor e tudo mais e, quando vi, ela estava fazendo um gesto com as mãos, como se estivesse me pescando. Fiquei p... da vida na hora, achei que a menina estivesse me tirando de paradão, de frouxo. Chamei os caras e fomos lá no grupo de meninas em que ela estava. De propósito, cumprimentei todas com beijinho e fui bem frio com a Luty, para deixar claro que a achei muito folgadinha.
Na hora que ela falou da casa de suingue fiquei mais passado ainda. Que menina mais abusada era aquela? Ainda me desafiando, tirando sarro da minha cara? Topei na hora, só para ver até onde ela ia com aquela palhaçada. Mas quando nos beijamos logo que entramos no lugar... eu só lembro da sensação: fui para o céu e voltei. Eu estava totalmente sóbrio, só tinha bebido água, mas, juro, eu só conseguia pensar em como ia fazer para dizer para ela ‘eu te amo’ na primeira noite.
Só que, depois disso, ela não parava de falar de um tal de Calvin e quando me convidou para ir para a casa dela fiquei de novo com o pé atrás. Achei que ela quisesse usar o negão aqui para expulsar o namorado de lá, sei lá. Mesmo assim, já doido por ela, resolvi pagar pra ver. Quando vi que Calvin era o filho dela abracei o moleque que nem um idiota, de tão feliz. E aí me entreguei de vez.”
O que diz o psicólogo:
Ir a uma casa de suingue na primeira noite soa perigoso, pois a pessoa pode criar uma imagem difícil de reverter depois. Por questões culturais e biológicas, os homens são mais sensíveis à ideia de ver sua namorada transando com outros caras.