Olá, anônimo leitor
Ontem, eu terminei a minha oitava leitura do ano. O primeiro livro da trilogia de As Crônicas de Artur - O Rei do Inverno.
Detestei Artur! Pai sem autoridade, homem sem palavra. Mas adorei Merlin!
Um adendo: para aqueles que leem a série Crônicas Saxônicas ou a série The Last Kingdom, certamente conhece a frase "O destino é inexorável". Esta frase, senhoras e senhores, é usado por Melin em As Crônicas de Artur (publicado pela primeira vez em 1995).
Bernard Cornwell - o autor desta trilogia - apresentou um Artur sem muita fantasia. E, se o leitor reparar bem, a história conta algumas lutas e aparições deste líder britânico que não figuram muita importância.
A história é narrada por Derfel - atual monge e saudosista arturiano. Todo o conhecimento de Artur é baseado neste personagem - que, segundo Cornwell em sua nota histórica, existiu um guerreiro arturiano que tornou-se monge; porém, pouco se sabe dele por não haver registros.
E essa falta de documentação histórica concreta não permite que a construção da época e dos personagens da trama sejam descritos com mais precisão. Esta ausência de material permite que a criatividade humana insinue ações e crie personagens - entre estes últimos está o famoso Lancelot e até mesmo o druida Merlin.
A história deste primeiro livro apresenta uma Bretanha invadida por saxões logo após a saída dos romanos deste território. E, para minha surpresa, havia parede de escudos nesta época ! Uwiii!!
Artur não é rei, como retratam algumas lendas sobre ele. Artur é filho ilegítimo do falecido rei Uther e guardião do novo rei (criança) Mordred. O desejo deste filho bastardo é tornar a Bretanha unida contra os saxões. E é este fato que o torna famoso depois de muitos séculos (mesmo sem saber se este era seu nome e se isto foi realmente possível).
Em busca da tão desejada "paz entre as nações", Guinevere entra no seu caminho. "Adios", Paz!
Enlouquecido de amor pela princesa Guinevere, Artur abandona seu compromisso de casamento com a filha do rei de Powis e junto toda a possibilidade de paz entre os reinos.
Foi aí que eu comecei a detestar Artur e a enojar a seu desejo de ter paz. Toda vez que ele fazia um muxoxo dizendo "a culpa é minha" eu retrucava: "É mesmo, seu bosta! Muitos morrem para você ir para cama a cadela da Guinevere".
Eu, também, detesto Guinevere. Mulher dissimulada, ardilosa, causadora de intrigada. Eu creio em casa palavra de Gorfyddyd contra essa mulher. E nesta lista de "ranço" eu coloco Lancelot. Homem medíocre, mentiroso, mimado! No meu ranço completo, esse trio se merece: Artur, Guinevere e Lancelot.
Rancidez à parte, a história é muito boa, mostrando um reino em busca de equilíbrio: político, geográfico e espiritual.
O livro dois, O Inimigo de Deus, trará Derfel (um dengo de rapaz) em aventuras com Artur para buscar por peças místicas que farão dos britânicos aquilo que eles eram antes do romanos chegarem: felizes!