Tenho que admitir, nunca fui fã de política. Nunca me interessei por nada que estivesse envolvida a tal da política.
Porém, neste mês, eu iniciei a leitura de um livro de Tito Batini "Inácio, Pastor de Nuvens". "Pastor de Núvens" é o título que ganhou Inácio (pai) por não acreditar no governo da sua época e, neste viés, ser à favor de Carlos Prestes (sim, o "marido" da Olga). Acho que não cheguei até a página 50 e percebi que precisava de um auxílio de leitura. E, antes de chegar à minha segunda aula de língua francesa, passei por um quiosque no shopping que vende livros com o preço de R$ 10,00 cada. Claro que fui olhar as novidades. Entre os livros que eu já tenho e aqueles não me interessam, achei um que, ao meu ver, poderia salvar minha leitura de Tito Batini; intitula-se: "de Raposas e Reformistas: o PSD e a experiência democrática brasileira (1945 - 1964)" de Lucia Hippolito. Confesso: o livro é muitíssimo interessante. E, com o meu pouco conhecimento sobre política e história política, recorri ao velho e bom livro de História do oitavo ano - para tentar me situar dentro da narrativa.
Em relação à Tito Batini, Lucia ajudou um pouco.
E, aquela ignorância sobre política ficou para trás - não que eu seja uma expert na primeira leitura do assunto, mas meu entusiasmo cresceu, ou melhor, surgiu. E, aproveitando a deixa atual, procuro por literatura que fale sobre a Ditadura.
Nessas "andanças", eu li na internet o depoimento de Míriam Leitão sobre a sua experiência na época da ditadura. Fique emocionada e lágrimas de vergonha escorreram pelo meu rosto.
Eu, me achando na glória de ignorar algo tão importante para a concepção de um país. Ao ignorar a política e pronunciar com um orgulho retardado "Político é tudo igual", eu me vi em débito com aqueles que ajudaram meu país a sair do regime político mais vergonhoso da história. Foram pessoas que lutaram para que este país tivesse condições melhores de vida; para que um país tenha sua autonomia em escolher seus representantes e, também, poder cobrar deles seus direitos quando estes são eleitos.
Pessoas, que não tiveram a mesma sorte de Míriam Leitão (de sobreviver), lutaram, sofreram e, principalmente, renunciaram à si mesmos em favor de um Brasil melhor. E, hoje em dia, um voto é vendido por um tanque cheio no carro, uma carreira de barro, etc. Uma convicção pode ser comprada com um celular novo, um tênis e até uma dentadura.
Desculpe, Míriam Leitão e tantos outros mártires que lutaram contra a Ditadura. Perdoem a nossa ignorância.
Omnia Vanitas.
Depoimento de Míriam Leitão : clique aqui