11 de maio de 2013

A Lista que não é a Schindler ..



Usei parte da minha manhã livre para atualizar minha lista de livros ainda não lidos. Sim, vaidade pura e descarada.
Porém, ela (a lista) precisava de uma ordem nova. Meu propósito de não comprar livros até chegar a metade da primeira lista foi um fiasco completo. Portanto, parei de me enganar sobre mim mesma.

Os livros que estão em vermelho são os que eu adquiri neste ano. Adicionei um pequeno espaço para os livros que emprestei para amigos - que permanecerão amigos se devolverem intactos os títulos que emprestei (risada).

Estou lendo "O Arqueiro" de Bernard Cornwell - que, por motivos acadêmicos e eclesiásticos, está com a leitura atrasada. Este é o décimo segundo livro que leio este ano.
Estou feliz que dos livros que comprei, poucos ainda estão na prateleira - considerando que "Novelas Inacabadas" e "Sentinelas do Apocalipse" foram adquiridos nesta semana:

- O Leitor (Bernhard Schilink) - início da leitura 22/1/13
- Shirley (Charlotte Brontë) - início da leitura 10/3/13
- Cinquenta Tons do Sr. Darcy (Emma Thomas) - início da leitura 8/3/13
- O Segredo e Lily Hart (Charlotte Brontë)
- O Professor (Charlotte Brontë)
- O Juramento da Duquesa (M. Pinheiro Chagas)

Na verdade, observando a lista que postei, posso desconsiderar "O Iluminado" e "A Máscara Vermelha" livros comprados.
"O Iluminado" foi uma troca - estava lendo "A Hospedeira" e desisti, fui até um sebo e troquei. Logo, não comprei.
"A Máscara Vermelha" foi um presente de grego dos meninos do trabalho - visto que eles pagaram o livro em troca de uma Coca-Cola (risada). Adoro eles!

Minha lista soma 49 livros que ainda não li. Que a força esteja comigo!

Bom, é isso aí, pessoal!


Omnia Vanitas!

7 de maio de 2013

Dom Quixote ..






Minha parte preferida em O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes Saavedra.


"Este, cheio de espanto e confusão, depois de passado um bom espaço de tempo, no qual esteve olhando para Dorotéia, alargou os braços, e, deixando-a livre, disse:
— Venceste, formosa Dorotéia, venceste, porque não é possível haver ânimo para negar tantas verdades juntas.
Lucinda, por causa do desmaio que havia sofrido, assim que D. Fernando deixou de sustê-la, ia a cair no chão, porém Cardênio, que ao pé dela estava, colocado atrás de D. Fernando para que este o não conhecesse, perdido todo o receio, e aventurando-se a correr todo o risco e perigo, a sustentou em seus braços e ao mesmo tempo lhe disse:
— Se aos céus piedosos apraz que chegues a gozar algum descanso, em nenhum lugar, leal, firme e formosa senhora minha, o encontrarás ao meu parecer mais seguro que nestes braços que te agora recebem, e que já em outro tempo te receberam quando a fortuna permitiu que eu pudesse chamar-te minha.
A estas palavras Lucinda, firmando a vista em Cardênio, a quem começara a conhecer primeiro pela voz, agora se certificou de que era ele próprio, e sem atender a algum honesto respeito, quase como fora de si, lhe lançou os braços ao pescoço, e, juntando o seu rosto com o dele, lhe disse:
— Vós sim, senhor meu, vós é quem sois o verdadeiro dono desta vossa cativa, por mais que a isso se oponha o poder de uma inimiga sorte, e por maiores ameaças que feitas sejam à minha vida, que só na vossa se sustenta.
(............................)
A este tempo Dorotéia, que estava olhando para D. Fernando, como que entreviu mudar ele de cor, e que dava ares de querer vingar-se de Cardênio, porque lhe viu levar a mão ao punho da espada; e, havendo observado isto, com infinita presteza se lhe abraçou aos joelhos beijando-lhos, e tão fortemente que não o deixava movê-los, e com muitas lágrimas lhe dizia:
— Que pensas tu fazer, tu, que és o meu único refúgio, neste tão inesperado transe? Tens a teus pés a tua esposa, e aquela que querias que o fosse está nos braços de seu marido: medita se porventura te ficará bem quereres desfazer, ou se isso te será possível, aquilo que o próprio céu tem feito, ou se te será conveniente o igualares a ti mesmo aquela que, saltando por cima de todas as dificuldades, confirmada na sua própria firmeza e lealdade, apresenta diante dos teus olhos os seus banhados em amorosas lágrimas, capazes de inundar o rosto e o peito do seu verdadeiro esposo. Por Deus, senhor meu, te rogo e mesmo até por quem tu és te suplico, que este tão notório desengano não só não acrescente a tua ira, mas antes de tal maneira a diminua e adoce, que permitas a estes dois amantes poderem, durante todo o tempo que o céu para isso lhes conceder, gozar descanso e tranqüilidade, mostrando assim a generosidade do teu nobre e ilustre peito, e então verá o mundo que a razão tem contigo um poder muito superior ao do apetite.
(....................................)
A estas razões ajuntaram os demais várias outras, tais e tantas, que o valoroso peito de D. Fernando, como quem era alimentado por sangue tão ilustre, se abrandou e se deixou vencer pela verdade, a qual lhe era impossível negar, ainda que o quisesse fazer; e o sinal que deu de haver-se rendido e sujeitado ao bom parecer, que lhe fora proposto, descobriu-o ele, abaixando-se e abraçando Dorotéia, dizendo ao mesmo tempo estas palavras:
— Levantai-vos, senhora minha, pois não é justo estar a meus pés ajoelhada aquela que eu tenho posta dentro da minha alma; se até aqui não tenho dado indícios de ser verdade o que digo agora, talvez assim o céu o dispusesse para que, havendo eu visto a fé constante com que sou por vós amado, soubesse melhor e mais completamente apreciar-vos e estimar-vos no alto valor que mereceis: suplico-vos que me não repreendais pelo mal que tenho procedido para convosco, pois a mesma força de paixão que me moveu para querer-vos por minha, foi essa a própria que me impelia a procurar o não ser vosso: e porventura para prova desta verdade, e para desculpa dos meus desvarios, atentai nos olhos encantadores da ao presente tão alegre Lucinda, e neles encontrareis a única explicação possível de meus erros; e pois que ela achou e alcançou o que desejava, e eu achei em vós aquilo que me convém, viva Lucinda segura e satisfeita por anos dilatados e venturosos com o seu Cardênio, e eu ajoelhando perante o céu lhe rogarei que me conceda viveis com a minha Dorotéia.
E havendo acabado de dizer isto, tornou de novo a abraçá-la, ajuntado seu rosto com o dela, com um sentimento de tão viva ternura, que necessário lhe foi ter grande cuidado em que as lágrimas não viessem dar provas indubitáveis do seu amor e do seu arrependimento".

O caso do cachorro ..

 Olá, esquecido leitor !   Apesar de passar muito tempo longe deste blog, tentei voltar algumas vezes mas o tempo nem sempre está do meu lad...